quarta-feira, 11 de março de 2009

DROGAS - COCAINA

COCAÍNA.

Aspectos históricos e culturais:
A planta da coca é originária da América do Sul e cultivada em diversos países andinos. A cocaína é extraída das folhas da planta Erytroxylon coca - ou como é popularmente conhecida, coca ou epadu - em duas fases. Primeiro, as folhas são prensadas com ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, formando a pasta de coca, a qual, por sua vez, contém até 90% de sulfato de cocaína. Em seguida, a pasta é tratada com ácido clorídrico, formando o cloridrato de cocaína em forma de pó branco. Por volta de 100 kg. De folha seca dá origem a 100 g. de pasta de coca e 800 g. do respectivo cloridrato.

Sendo uma planta tipicamente sul americana, "coquear", é um hábito tradicional que remonta vários séculos. Sua função principal é evitar a sede, a fome e o frio. Pode-se encontrar, em algumas sociedades andinas, um valor cultural e mitológico ligado à coca.

Em certas sociedades, por exemplo, é aplicada a folha no recém-nascido para secagem do cordão umbilical – que depois é enterrado com as folhas, representando um talismã para o resto da vida do indivíduo. Em certas cerimônias funerais é usada, também, mediante certos rituais, como forma de apaziguar e tranqüilizar os espíritos.

O papel sócio-cultural da coca é importante em alguns países andinos. Dois exemplos são o Peru e a Bolívia, onde é consumida também sob a forma de chá, com propriedades medicinais que auxiliam principalmente problemas digestivos. Sua importância é tal que no Peru existe um órgão encarregado de controlar a qualidade das folhas vendidas no comércio, o "Instituto Peruano da Coca".

Se em alguns países andinos a coca é um bem sócio-cultural, histórica e tradicionalmente importante, em outros países, como no Brasil, é vista como um "mal a ser combatido e exterminado de qualquer maneira". A lei taxa seu uso como ilícito e a sociedade estigmatiza o usuário como "desviante" ou "marginal".

O uso mais comum nestes casos é sob a forma de sal – o cloridrato de cocaína. É consumido via nasal, ou seja, aspirado, "cheirado". Por ser uma droga cara, seu uso é dificultado a pessoas de baixa renda.

Se o "pó", como é popularmente conhecido o sal de cloridrato de cocaína, é muito caro, favorecendo o seu uso pelas camadas mais altas da sociedade, o uso da coca tornou-se mais acessível à população de baixa renda com o advento do "crack".

CRACK:
é obtido a partir da mistura e aquecimento da pasta base de coca e da própria cocaína com bicarbonato de sódio, resultando no preparo sólido que é posteriormente quebrado para ser fumado. Seu efeito pode ser até cinco vezes mais potente que a Cocaína e dura de 5 a 10 minutos. Sua principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. É necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo para consumir a droga, muitos desses feitos artesanalmente com o auxilio de latas, pequenas garrafas plásticas e canudos ou canetas. Os pulmões conseguem absorver quase 100% do crack inalado.

Os primeiros efeitos são uma euforia plena que desaparece repentinamente depois de um curto espaço de tempo, sendo seguida por uma grande e profunda depressão. Por causa da rapidez do efeito, o usuário consome novas doses para voltar a sentir uma nova euforia e sair do estado depressivo.

O crack também provoca hiperatividade, insônia, perda da sensação de cansaço, perda de apetite e conseqüente perda de peso e desnutrição. Com o tempo e uso constante da droga, aparecem um cansaço intenso, uma forte depressão e desinteresse sexual.

Os usuários de crack apresentam um comportamento violento, são facilmente irritáveis. Tremores, paranóia e desconfiança também são causados pela droga. Normalmente, os usuários têm os lábios, a língua e a garganta queimados por causa da forma de consumo da substância. Apresentam também problemas no sistema respiratório como congestão nasal, expectoração de muco preto e sérios danos nos pulmões.

O uso mais contínuo, em muitos casos, por apenas dois anos, pode causar ataque cardíaco e derrame cerebral graças a um considerável aumento da pressão arterial. Contrações no peito seguidas de convulsões e coma também são causadas pelo consumo excessivo da droga.

Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado mental do usuário. Surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz quando está sendo queimado para ser consumido.

MERLA:
Outro subproduto da cocaína é a merla. É obtida da mistura da pasta de coca com vários agentes químicos, incluindo ácido sulfúrico, querose, cal virgem e até mesmo solução de bateria de automóveis. Um quilograma de cocaína, misturado a essas substâncias não menos tóxicas, produz até três quilos de merla.
Apresentada em forma de pasta, ela é fumada pura ou no cigarro, sendo absorvida quase que 100% pelos pulmões.

Mas existe uma outra merla ( com "eme" maiúsculo, dos desenhos infantis da "World Events Productions" norte-americana) Ela é uma rainha de super-poderes, aliada do robô Zarkon, do desenho animado Voltron.
Nessa peça ficcional, Merla é uma personagem virtual que tem algo em comum com a merla real, droga ilícita, já que ambas fazem as pessoas agirem do jeito que querem, virando suas escravas.

O uso da merla produz alucinações, depressão e sensação de medo. Ela é também chamada de "nóia", gíria derivada da palavra paranóia, numa alusão ao fato de que sob seus efeitos os usuários entram num estado maníaco de perseguição, os mesmos do crack.

Aspectos gerais: Tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto os efeitos são comuns. Porém, a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambos são fumados) faz toda a diferença com o pó.

Assim que são fumados, o crack e a merla, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral chegando rapidamente ao cérebro. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto que os efeitos após cheirar o "pó" acontecem após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a duração é muito rápida - 5 a 10 minutos – enquanto que após injetar ou cheirar, em torno de 20 a 45 minutos, respectivamente. 5 minutos.

O efeito quase que instantâneo de uma "pipada", faz do crack e da merla drogas poderosas do ponto de vista do usuário. Porém a duração dos efeitos é muito rápida, o que faz o usuário voltar a utilizar a droga com mais freqüência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos), levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários de cocaína por outras vias (nasal, endovenosa).

Além do"prazer" inicial quase indescritível, que muitos comparam a um orgasmo, o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite. Em menos de um mês perde de 8 a 10 quilos, perde também as noções de higiene, ficando com aspecto deplorável. Por essas características os usuários de crack e merla são facilmente identificados.

EFEITOS (Resumo):

Agudos:
· Inicialmente intenso bem estar, euforia, aumento da auto-confiança e sociabilidade.
· Aumento de disposição e insônia posterior.
· Diminuição do apetite.
· Coriza.
· Aumento dos batimentos cardíacos, arritmia, aumento da pressão arterial.
· Após os primeiros minutos: agitação e ansiedade.
· Depressão ou medo.

Crônico ou prolongado:
· Dores de cabeça.
· Depressão.
· Paranóia.
· Psicose.
· Complicações cardíacas e respiratórias.
· Rinite e sinusite.
· Problemas na pele e doenças infecciosas.
· Perda de peso.
· Danos cerebrais.
· Contaminação de HIV.

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