quarta-feira, 11 de março de 2009

DROGAS - ALCOOL

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Aspectos históricos e culturais:

A palavra álcool origina-se do árabe al-kuhul que significa líquido.

As bebidas alcoólicas representam as drogas mais antigas das quais se têm conhecimento, por seu simples processo de produção. Obtidas pela fermentação de diversos vegetais, no início primitivos e depois cada vez mais sofisticados, elas já estavam presentes nas grandes culturas do Oriente Médio e são utilizadas em quase todos os grupos culturais, geralmente relacionados a momentos festivos.

Os mais antigos documentos da civilização egípcia descrevem o uso do vinho e da cerveja. A medicina egípcia, respeitada em toda a região mediterrânea, usava essências alcoólicas para uma série de moléstias, enquanto meio embriagador contra dores e como abortivo. O vinho entre os egípcios era bebido em honra à deusa Isis.

O consumo de cerveja pelos jovens era comum; muitos contos, lendas e canções de amor relatam os seus poderes afrodisíacos. O seu uso social e festivo era bem tolerado, embora, já no Egito, moralistas populares se levantassem contra o seu abuso "por desviar os jovens dos estudos". A embriaguez, no entanto, era tolerada apenas quando decorrente de celebrações religiosas, onde era considerada normal ou mesmo estimulada.

Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. Em escavações feitas em 1968 ao norte do Irã, pesquisadores norte americanos, liderados por Patrick MacGovern, descobriram um jarro de cerâmica que continha resíduos de vinho resinado feito entre 5400 e 500 a.C. Na Babilônia 500 a.C., a cerveja era ofertada aos deuses.

O consumo de álcool nas civilizações gregas e romanas é bem conhecido. Ele era utilizado tanto pelo seu valor alimentício, quanto para festividades sociais. Ressaltamos a associação entre o uso do vinho e certas práticas e concepções religiosas representadas pela popular figura do Bacchus. Durante longos períodos, o consumo de vinho era proibido para as mulheres, interdito do qual testemunham os relatos bíblicos, que também, no Gênesis, cap.9, registram um Noé plantador de videiras e que às vezes sem embriagava. Lembramos ainda que o vinho é parte integrante de cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no candomblé e em outras práticas espíritas.

O consumo de bebidas alcoólicas é amplamente difundido no Brasil, onde se consome mais álcool, per capita, do que leite.
Nos anos 20, nos Estados Unidos, houve uma proposta de coibição legal do uso de bebidas alcoólicas, chamada Lei Seca. Porém durou pouquíssimo tempo. O seu fracasso deu-se devido à pressões econômicas que fácil e vitoriosamente se interpuseram, além de que o próprio consumidor encontrou uma forma sutil e prática para alimentar suas necessidades.

Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nessa época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um grande remédio para todas as doenças, pis "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico "usquebaugh", que significa "água da vida").


ASPECTOS GERAIS.

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos, após ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.





Alcoolismo:

A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência de álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sócio cultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores. Alguns autores citam a pré disposição como outro fator de contribuição.

A Irmandade "Alcoólicos Anônimos", na sua rica literatura, tem um folheto com DOZE PERGUNTAS, assim sugeridas: "Sabemos por experiência própria que qualquer pessoa que responder SIM a QUATRO ou mais destas doze perguntas, tem claras tendências para o alcoolismo (e poderá já ser um alcoólico).
· Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
· Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?
· Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?
· Tomou algum trago pela manhã mos últimos doze meses?
· Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?
· Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
· A bebida já criou problemas no seu lar?
· Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
· Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e para quando quer?
· Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
· Já experimentou alguma vez "apagamento" durante uma bebedeira?
Já pensou alguma vez que poderia aproveitar mais a vida, se não bebesse?

Efeitos no resto do corpo:
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração) e ainda os caos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores.

Durante a gravidez:
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer conseqüências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afetados pela "Síndrome Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

Nenhum comentário: