quarta-feira, 18 de julho de 2012

Boa Noite Cinderela! Você está numa festa e aceita uma bebida de um estranho e de repente fica tudo escuro, você acorda em um lugar totalmente diferente, pensa em ligar pra alguém e... epa! Cadê o celular e a carteira? Então percebe que foi vítima de um golpe: o Boa Noite Cinderela. Pessoas que já sofreram esse golpe relatam os sintomas após ingerirem a misteriosa bebida. A sensação é de estar meio grogue e os sentidos vão sendo recobrados lentamente, a voz fica sonolenta e as palavras saem enroladas. Em virtude dos efeitos apresentados, essas substâncias são utilizadas frequentemente por assaltantes e agressores que dopam a vítima a fim de assaltá-la ou abusá-la sexualmente, sendo, portanto, chamadas também de “rape drugs” (drogas de estupro). Mas quais substâncias são responsáveis por causar essas alterações no organismo? Não existe uma fórmula pronta, o que acontece é um verdadeiro coquetel de medicamentos encontrados em farmácias: o flunitrazepam, ácido gama hidroxibutírico (GHB) e cetamida. Essas substâncias são misturadas em bebidas alcoólicas e atingem o sistema nervoso central de quem as ingere, causando sonolência. No começo dos efeitos, a vítima, por estar atordoada, pode até fornecer informações pessoais ao criminoso e, dependendo da dose e da substância, ela cai em sono profundo que pode durar 24 horas. Vejamos a ação de cada substância no organismo: Flunitrazepam Nome comercial: Rohypnol; Princípio ativo: é um ansiolítico, usado como redutor da ansiedade, mais conhecido como calmante. Ácido gama hidroxibutírico GHB (sigla em Inglês) Nome comercial: Ecstasy líquido; Princípio ativo: é usado como droga, alucinógeno. Ketamina Nome comercial: Special K; Princípio ativo: anestésico de uso veterinário, em humanos não tem uso terapêutico e é usado indevidamente para atordoar as vítimas. Uma porção generosa de apenas um desses componentes já seria suficiente para derrubar uma pessoa, agora imaginem todos eles misturados e uma única bebida? É dose para leão, portanto tome cuidado ao ingerir bebidas de estranhos ou de amigos não confiáveis, a lesão pode ser muito maior do que a financeira: a própria morte. FONTE - http://www.aguasdepontal.com.br

Socorro! Meu filho está se drogando

Um dia alguém comenta dizendo que seu filho provavelmente está se drogando. Então você vasculha as coisas dele e confirma o seu envolvimento. Assim, sente-se invadido por uma mistura de sensações, que vai desde a de desespero, de raiva, de medo, de angustia, de culpa e até de amor. Você quer aplicar uma tremenda surra. Nesse momento, é preciso muita calma e refletir antes de agir, pois a situação é grave. Como os pais são os últimos a saber, provavelmente seu filho está envolvido há mais de quatro anos. O que fazer? Não pense que logo vai lhe estender a mão e dizer: ajude-me por favor! Vai se fazer de desentendido e para mostrar que está ofendido por invadirem sua privacidade, sairá para a rua batendo a porta violentamente. Frases como “se elas fossem boas não se chamariam drogas” não surtem efeito algum. Naquele momento as drogas representam a maior fonte de prazer. . Deve-se deixar claro que as drogas são agradáveis apenas no início e que uma vez estabelecida a dependência, torna-se escravo da droga, pelo resto da sua vida se não buscar tratamento e elas passam a ser consumidas, não pelo prazer, mas para aliviar por algum tempo o desespero da sua privação, não poderá mais contar com a opção “não quero” e as conseqüências geralmente são desastrosas. Procure ajuda especializada e esteja preparado para uma longa batalha. Freqüente grupos de apoio. Busque informações seguras e aprenda tudo que estiver a seu alcance sobre a drogadicção. Lembre sempre que a insensatez e a ignorância caminham de mãos dadas. Uma vez instruído, converse com seu filho sobre as complicações físicas e sociais que advém do uso de drogas, evitando frases como ...no meu tempo...ou, quando eu tinha a sua idade... Os tempos mudaram! O mundo é outro! O filhos, hoje em dia, geralmente vêem os seus pais como pessoas ultrapassadas, cujas experiências, segundo eles já não são aplicáveis neste mundo moderno e globalizado. Não use frases apelativas como: você está acabando com a minha vida. As drogas deturpam o caráter e eles pouco se importam com o sofrimento dos pais e só se aborrecem com essas colocações. Não compare seu filho menosprezando em relação aos irmãos ou amigos, pois isso só vai despertar raiva que serve de justificativa para continuar se afundando cada vez mais na lama. Esteja com ele sempre que possível. Assistam juntos a filmes bem produzidos sobre a verdade das ruas - tráfico, prostituição, crimes e dependência – procurando dar ênfase às possíveis soluções para esses problemas. Procure evidenciar, com comentários gerais sobre o destino dos drogados, citando como exemplo pessoas famosas que recentemente foram vitimadas pelo consumo de drogas. É muito importante a participação dos pais na formação da personalidade dos filhos. Não beba ou não fume na presença deles. Não use drogas ilícitas em hipótese alguma e, caso as tenha experimentado na sua adolescência, nunca faça referencia sobre isso a seus filhos, pois se isso acontecer, eles vão se julgar no direito de experimentar também. Faça pelo menos uma refeição por dia com a família. Procure afastá-lo dos amigos que fumam muito, se embriagam, são maus alunos e não gostam de esportes. Sempre mantenha-o bem informado para que ele se torne um formador de opinião e menos influenciável pelas amizades e que sua capacidade de discernimento não fique prejudicada, quando em grupo, onde muitos se deixam levar pelo “embalo da moçada” e dançam conforme a música. É o que se chama de “embriaguez relacional”. Determine limites e compromissos com a casa e com a família, não estabelecendo regras diferentes para seus filhos. O que vale para um, vale para todos. Diga “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário. Na opinião dos profissionais que trabalham na área de recuperação de dependentes, as famílias e os próprios adictos em recuperação devem procurar espiritualizar-se, porque está comprovado a relevância da crença num Poder Superior para o sucesso da recuperação. Isso representa um poderoso abrigo contra o assédio constante por parte dos envolvidos com as drogas. Segundo o Padre Haroldo J. Rahm, não há recuperação sem espiritualidade!. O fundo do poço Apesar de todo o seu empenho, as coisas não melhoraram nada. A situação está pior. Seu filho continua se drogando. Está emagrecendo, tornou-se agressivo e arredio, Está evidente o envolvimento com drogas pesadas. A situação está completamente fora de controle. Como agir então? Se você tem um filho dependente, já deve ter passado pela sua cabeça idéias muito malucas, mas a melhor alternativa é convencê-lo a internar-se numa comunidade terapêutica ou clínica de recuperação e em síntese, os tratamento devem obedecer a um protocolo bem definido: 1 – Afastar o paciente das drogas, a qualquer custo. 2- Prevenir as recaídas.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Crack não dá trégua às crianças

Filhos de pais dependentes químicos são entregues à própria sorte. Ou ficam sob a tutela de alguém da família, ou se veem encaminhados para abrigos e até adoção. Os efeitos devastadores do crack não dão trégua nem aos recém-nascidos. Os filhos de pais dependentes de uma das drogas mais destruidoras que existem ficam entregues à própria sorte. Alguns se veem sob a tutela de alguém da família, outros acabam sendo encaminhados para abrigos e até para a adoção. No Paraná, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem quase três mil crianças em 131 abrigos. A estimativa é de que mais de 50% destas crianças sejam filhos de pais dependentes químicos. “A maior parte está relacionada ao uso de drogas, especialmente o crack”, diz o presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Carlos Alberto Peixoto. Para se chegar a um número concreto sobre o número de crianças abandonadas por causa do crack será realizado um levantamento em parceria com as universidades estaduais. O resultado deve ser divulgado até o final do próximo mês. “Com isso, teremos capacidade para traçar planos de ações mais eficazes. Nossa ideia é ter uma central de tratamento à mulher dependente, especialmente às gestantes”, informa. Herança trágica Enquanto projetos sobre o assunto são analisados, as crianças sentem de perto a dura realidade provocada pelo vício nas drogas. A herança de uma família desestabilizada pelo crack pode culminar em um final trágico. Na Casa do Acolhimento Pequeno Cidadão, localizado no Jardim Social, em Curitiba, dois recém-nascidos morreram recentemente pelo fato de as mães terem feito uso do crack durante a gestação. Ambos nasceram com hidrocefalia (água no cérebro), ficaram um mês internados em unidades de terapia intensiva e, posteriormente, foram encaminhados à instituição. Apesar dos esforços no tratamento, um morreu após 70 dias de vida e outro depois de 94 dias. “Estes foram os casos mais graves provocados pelo crack que recebemos”, afirma a diretora do abrigo, Sônia Scutlarek Ferreira. Por outro lado, há crianças que, apesar de sofrerem com os efeitos colaterais do entorpecente – mesmo sem nunca o ter utilizado –, conseguem a duras penas reverter o processo. Um bebê de um ano e nove meses, que ingressou no abrigo em estado grave, já está sob tutela temporária de uma funcionária da própria instituição. O processo de adoção se encontra em andamento. Atendimento Sônia explica que ao receber um bebê, cuja mãe é dependente química, é necessário realizar um tratamento médico específico. “A gente leva para unidades de saúde e hospitais para que o atendimento aconteça”, explica. Os pais, cujas crianças estão abrigadas por determinação judicial, podem visitar os filhos todo domingo. Segundo a diretora do abrigo, a maioria das mães, que deram à luz a estas crianças, encontra-se internadas para livrar-se da droga. “A grande maioria tem chance de voltar à guarda da mãe depois que o tratamento for concluído. Claro que, para isso, é realizado um monitoramento de como está a situação da família e como a criança está sendo tratada”, explica Sônia. Além de atender filhos de dependentes químicos, a instituição também abriga crianças até 12 anos que sofreram abusos sexuais ou foram abandonadas pela família por outras razões. Curitiba possui oito instituições ligadas à Fundação de Ação Social (FAS) que realizam trabalho semelhante. Tratamento ajuda a evitar a destituição Por determinação legal, hospitais e maternidades devem comunicar à Justiça quando identificarem que as mães são dependentes químicas. Do hospital, estes recém-nascidos vão direto para uma instituição de acolhimento, onde permanecem até o Poder Judiciário decidir sobre a guarda. No abrigo de proteção, elas ficam no máximo dois anos, de acordo com o determinado pela lei, exceto se houver alguma recomendação judicial. O tratamento dos pais dependentes, principalmente da mãe, é fator determinante para que o resultado deste processo não seja a destituição do poder familiar. O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ressalta que o próprio ECA, no artigo 19, determina que toda criança tem o direito de ser criada no seio familiar, em ambiente livre de pessoas dependentes em substâncias químicas. “Não tenho dúvidas que é necessário oferecer um tratamento à mãe, além de políticas públicas de inserção ao mercado de trabalho”, afirma. O presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Carlos Alberto Peixoto, defende que sejam realizadas medidas para evitar a destituição do poder familiar. “Uma mãe acometida pelo vício não tem condições de criar um filho. Mas ela precisa de tratamento para cuidar da criança de forma responsável. Muitas vezes, após se tratar, é possível conseguir a guarda de seu filho”, ressalta. Em casos assim, a guarda da criança é suspensa em caráter temporário até a mãe se recuperar do vício. Neste período, o bebê fica em algum abrigo. A destituição do poder familiar passa a ser a última possibilidade de decisão a ser tomada. “Sempre devemos trabalhar para a manutenção dos laços familiares. Se todas as possibilidades com os entes familiares forem esgotados, daí se coloca para adoção”, explica o procurador. Ou seja, caso seja constatado que a mãe não obteve êxito na recuperação da dependência química e nenhum outro familiar possa ficar com a criança, ela será encaminhada para adoção. De acordo com Maior Neto, é recomendável que a cada seis meses seja realizada uma avaliação da possibilidade de o bebê ser “devolvido” à família. “Se em seis meses não há uma visita familiar ao bebê é possível acontecer a destituição”, alerta. Consequências Efeitos da droga são ainda piores para bebê Se o consumo de cigarro e o uso de bebidas alcoólicas na gestação comprometem o desenvolvimento dos bebês, a situação é ainda pior quando a substância em questão é o crack. Além do risco de abortos espontâneos e descolamento de placenta, há chances de óbito do bebê logo após o nascimento. A médica Marina Barros, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que o consumo de crack na gestação provoca maior frequência de recém-nascidos prematuros e de asfixia pós-parto, com a necessidade de maior número de manobras de reanimação. “Malformações congênitas também estão associadas ao consumo de crack durante a gravidez”, afirma. Segundo ela, são vários os estudos que mostram a associação entre o consumo de crack na gestação e o baixo peso – inferior a 2,5 mil gramas –, além dos bebês apresentarem menores comprimentos e perímetros cefálicos. “Os filhos de mães usuárias de crack apresentam com maior frequência a hipertensão pulmonar, doença inflamatória do trato gastrintestinal, parada respiratória e síndrome da morte súbita”, alerta Marina. Comportamento A médica afirma que bebês de mães usuárias de crack não nascem viciados, mas podem apresentar alterações comportamentais. “Apresentam menor capacidade de controle do estado de sono, maior dificuldade em despertar, maior instabilidade de estado, menor capacidade de habituação a estímulos adversos, menor capacidade de se orientar a estímulos externos, pior comportamento interativo, pior desempenho motor, maior irritabilidade, além de apresentarem mais tremores”, detalha. Fonte: Gazeta do Povo – Diego Antonelli

CRACK - OXI

O final dos anos 80 marca a chegada da pedra no Brasil, mais precisamente na periferia da capital de São Paulo. Ninguém poderia imaginar que trinta anos depois o país todo, até nos mais longínquos lugarejos, a droga estaria presente de forma tão devastadora. Muitos são os estudiosos que tentam compreender o efeito impressionante do crack. Reação em segundos, efeito de poucos minutos. Somente a primeira “pipada” é alucinante. A segunda nem tanto. Daí em diante, a busca insana pela sensação louca da primeira vez. Mais pedra, mais loucura, mais mortes e não há vislumbre de conter a pandemia. Enquanto o preço do Crack chega a R$ 10,00 a pedra, surge no mercado nova pedra – OXI – mais barata e mais mortal. Usuário de crack, ao provar oxi sentiu que sua vida estava em risco. Pedro tinha 8 anos quando começou a fumar maconha. Aos 14, experimentou cocaína. Com 19, foi apresentado ao crack. “Eu fumava cinco pedras e bebia até 12 copos de pinga.” Em janeiro deste ano, seu fornecedor de drogas, em Brasília, passou a oferecer pedras diferentes, com cheiro de querosene e consistência mais mole. Pedro estranhou. “Dizia a ele que a pedra estava batizada, que não era boa. O cara me dizia que era o que tinha e ainda me daria umas (pedras) a mais.” Não demorou para Pedro notar a diferença no efeito. A nova pedra era mais viciante. Para não sofrer com crises de abstinência, dobrou o consumo para até dez pedras por dia. Descobriu então que, em vez de crack, estava fumando uma droga chamada oxi. “Quando soube, vi que estava botando um veneno ainda maior no meu corpo. Fiquei com medo de morrer.” Aos 27 anos, depois de quase duas décadas de dependência química, Pedro sentiu que tinha ido longe demais e internou-se numa clínica. A história de Pedro (nome fictício) ilustra o terror provocado pelo oxi, droga que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. O oxi está sendo tratado pelos médicos como algo mais letal que o crack, considerado até agora a mais devastadora das drogas. Mas é consumido por pessoas que não sabem disso, porque é vendido em bocas de fumo como se fosse crack. “O oxi invadiu os postos de venda tradicionais. Isso preocupa”, diz o delegado Reinaldo Correa, titular da Divisão de Prevenção e Educação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo. (Fonte G 1). O crack é feito com pasta-base de cocaína, misturada com bicarbonato de sódio e um solvente, que pode ser éter ou amoníaco. É difícil obter grandes quantidades dessas substâncias, porque a venda é controlada pela Polícia Federal. Já o oxi é feito com pasta-base de coca misturada a cal virgem e a gasolina ou a querosene. “O refinamento do crack demanda uma cozinha e um processo laboratorial mais complexo”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Para fabricar o oxi, basta misturar a pasta-base com um derivado de petróleo em qualquer panela. Pode ser feito no fundo de um quintal.” O resultado é que os traficantes podem cobrar preço menor. Se uma pedra de crack custa ao viciado entre R$ 7 e R$ 10, o oxi sai por cerca de R$ 2. Esse valor torna a droga acessível a um público muito maior. “Dependentes buscam o que é mais barato”, diz Luiz Alberto Chaves de Oliveira, chefe da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Prefeitura de São Paulo. Também procuram o que tem efeito mais forte e mais rápido. O oxi, ao que parece, atende a essas necessidades. E tem tanto ou mais poder de viciar que o crack. “O oxi parece gerar ainda mais dependência. É potencialmente mais forte que o crack, que já é muito destrutivo”, diz Cláudio Alexandre, psicólogo do Grupo Viva, que atende dependentes de drogas. Enquanto insistirmos em concentrar os esforços na "guerra contra as drogas", sem nos preocuparmos em reduzir o número de usuários que formam o mercado consumidor, com programas consistentes de prevenção, continuaremos ao sabor da droga da moda, cada vez mais barata, compulsiva e destruidora.

Um crack no cérebro

A dependência física da 'pedra' acontece, não raro, na primeira "pipada" e pode levar à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central Por Rosana Faria de Freita – Ilustração MG Studio O efeito do crack dura, em média, cinco minutos. Mas o resultado é devastador, pois os pulmões absorvem quase 100% da droga inalada. As primeiras reações do crack são uma euforia plena, que some repentinamente depois que o "barato" da droga passa, seguida por depressão, inquietação e ansiedade. Por isso, "as pessoas sentem um desejo incontrolável de usá-la novamente, para manter o organismo em ritmo acelerado, prolongar o prazer e afastar os sinais desconfortáveis da abstinência. Tudo isso, no entanto, favorece uma rápida dependência física", explica Hamer Nastasy Palhares Alves, responsável pelo Ambulatório de Crack e Cocaína da Unidade de Dependência de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"O grande desafio do tratamento é manter o paciente motivado em permanecer abstêmio, e para isso ele deve evitar o álcool - que é um frequente gatilho para o consumo do crack - e mudar o seu estilo de vida", esclarece o especialista. O que é? O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Pode também ser obtido a partir da pasta de cocaína. A droga se apresenta na forma de pequeninas pedras e é até cinco vezes mais potente do que esta última. É mais barato do que ela e, por isso, se difundiu tão rapidamente em todo o mundo. Como é consumido? A principal forma é pela inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. Para fumar, é necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo - mas muitos usuários, na ausência deste, usam latas, garrafas plásticas, canudos ou canetas. RECONHEÇA OS SINAIS DE DEPENDÊNCIA Lábios, língua e garganta ressecados. Tosse, congestão nasal (nariz entupido), expectoração de muco escuro e danos aos pulmões. Na primeira fase de uso, o usuário apresenta hiperatividade, disposição, insônia, desnutrição e perda brusca de peso. O uso constante provoca cansaço intenso, tremores, depressão, desinteresse sexual, apatia...Em alguns casos, alucinações, delírios e sintomas paranóicos (sensação de estar sendo vigiado ou perseguido). Comportamento violento e muitas vezes inadequado. Muitos abandonam hábitos de higiene e cuidados pessoais. A "fissura" para fumar novamente e adquirir mais e mais droga pode arrasar o indivíduo financeiramente. Contrações no peito, seguidas de convulsões e coma. Arritmias, derrame cerebral e aumento da pressão arterial, fator que pode aumentar o risco de um ataque cardíaco. Fonte: Revista VivaSaúde on line.