sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Especialistas comentam influência dos pais para que jovens consumam álcool

Zero Hora
Para Tiba e D´Urso, muitos casos têm início por descuido dos pais.

Em palestra realizada durante o 7º CEO´s Family Workshop, no Guarujá, o médico psiquiatra Içami Tiba e o presidente da OAB-SP Luiz D´Urso fizeram um alerta aos empresários e suas famílias: os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo e, em diversos casos, esse hábito é despertado dentro de casa.

Sob o título "Os limites e riscos do álcool na vida dos jovens", o debate abordou os principais fatores que estimulam o alcoolismo na juventude e trouxe dicas de como os pais podem agir para evitar essa situação.

Para Içami Tiba, além de o ambiente familiar servir de estímulo para que o jovem inicie o consumo de bebidas alcóolicas, esse cenário também é atribuído às necessidades tradicionais da adolescência de inserir-se em um grupo e serem notados.

— Aliado a isso, existe o que chamamos de "onipotência juvenil", onde o jovem considera que nada de ruim irá lhe acontecer — observou.

Luiz D´Urso apontou o diálogo entre a família como a mais importante ferramenta para alertar os jovens e conscientizá-los sobre os riscos do álcool. Para ele, os jovens não tem o grau de alerta e discernimento que um adulto e, por isso mesmo, a conversa entre pais e filhos deve ser sempre franca e constante.

— Ou os pais assumem a responsabilidade sob seus filhos, ou eles não poderão cobrar que a sociedade os eduque — defendeu D´Urso.

— E vale lembrar que o alcoolismo, além ser um problema de saúde, também pode gerar crimes — completou.

Novos hábitos

Segundo Içami Tiba, a cerveja é a bebida mais consumida pelos adolescentes e serve de passaporte para outros vícios, como o consumo de drogas. Ele também pontuou que um novo hábito está contribuindo para o aumento de números de jovens dependentes de álcool: o famoso "esquenta", onde grupos de adolescentes se reúnem para beber antes de chegarem a uma festa, por exemplo.

— Com isso, eles acabam ingerindo uma grande quantidade de álcool em uma mesma noite — alertou o médico.

O presidente da OAB-SP também apontou mais uma moda que está levando os jovens a beber mais. De acordo com ele, o hábito de misturar bebida alcóolica com energético é mais um agravantes.

— O energético associado à bebida faz com que a pessoa não perceba que está alterada. Consequentemente, ela bebe muito mais. Nesses casos, o jovem acaba bebendo até três vezes mais do que poderia — revelou Tiba.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Pediatras insistem: gestantes não devem beber

Álcool ingerido pelas mães durante a gravidez pode provocar danos permanentes a bebês, informa livro da Sociedade de Pediatria de São Paulo

Calcula-se que o efeito tóxico do álcool ingerido pela mãe seja oito vezes maior para o feto.

A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) acaba de lançar um livro em que defende a total abstinência de álcool por gestantes. Embora a prática já seja recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais entidades da área, como sociedades de obstetrícia, há médicos que autorizam a ingestão esporádica de uma taça de vinho. Estudos brasileiros indicam que entre 20% e 40% das gestantes consomem bebidas alcoólicas.

"Mesmo entre os médicos, a desinformação ainda é grande", alerta Clóvis Constantino, presidente da SPSP. "Além de alertar a população e os profissionais de saúde, queremos sensibilizar o poder público para a necessidade de incluir advertências nos rótulos de bebidas."

O livro Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido reúne as principais evidências científicas sobre o tema. De acordo com a pediatra Conceição Segre, coordenadora da obra, o álcool ingerido pela gestante ultrapassa a barreira da placenta e se acumula no líquido amniótico. Também atinge o feto por intermédio do sangue do cordão umbilical, prejudicando a transferência de nutrientes e oxigênio.

Cerca de uma hora depois de a gestante ingerir a bebida, o nível de álcool no sangue do feto se iguala ao medido na mãe. Mas, como o bebê tem massa corporal menor e o fígado imaturo para metabolizar a substância, calcula-se que o efeito tóxico para ele seja oito vezes maior.

As consequências dessa intoxicação permanecem a vida inteira, com intensidade variável, diz Conceição. Nos casos mais graves, que caracterizam a síndrome alcoólica fetal e atingem um a cada mil bebês, ocorrem malformações na face, diminuição no perímetro cefálico - por causa das alterações no sistema nervoso - e retardo no crescimento pré e pós-natal.

Antonio Moron, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma que alguns médicos adotam uma postura mais liberal para parecer mais "simpáticos" às suas pacientes. "A crença de que só uma tacinha não faz mal é muito difundida, mas é um conceito totalmente errôneo".

(Com Agência Estado)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Brasil é um dos líderes no ranking americano de consumo de álcool puro

Paraná online - Redação

A Semana Nacional contra o Alcoolismo (de 18 a 23 de fevereiro) foi criada para alertar a população sobre os riscos da bebedeira.
Alguém já se imaginou ingerido 18,5 litros de álcool puro por ano? Acha que é difícil acreditar que tamanha insensatez aconteça? Pois saiba que dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano.

No continente americano, esta quantidade só é menor que o consumo de Equador, México e Nicarágua. O levantamento diz respeito apenas às pessoas acima de 15 anos que bebem frequentemente.

Para chegar a esse número absurdo, a conta é simples: as principais cervejas brasileiras têm um teor alcoólico de até 5%. A latinha comum, vendida em bares, supermercados e "baladas" do país, tem 350 mililitros, ou seja, 17,5 mililitros de álcool puro.

Usando esses valores como exemplo, um brasileiro acostumado com a cervejinha precisaria tomar menos de três latinhas por dia para ultrapassar 18,5 litros por ano. Fácil não?

Também, conforme a OMS, o alcoolismo é considerado uma doença física, espiritual e mental. A medicina ainda não sabe porque algumas pessoas desenvolvem a dependência e outras não.

Sabe-se que herança genética, personalidade e ambiente social são responsáveis por desencadear o problema. Com efeito, a dependência química é uma doença crônica, cujo tratamento requer uma profunda mudança de atitudes por parte do dependente e sua família. É também consequência do uso descontrolado e progressivo.

Danos à memória

Está mais do que provado: o uso do álcool compromete seriamente o funcionamento do cérebro, trazendo severas alterações neurológicas. As lesões são crônicas e o estrago é tanto maior quanto mais cedo se tenha adquirido o hábito de beber.

Além dos problemas físicos e emocionais, o álcool está direta ou indiretamente ligado à maioria esmagadora das ocorrências policiais e dos registros hospitalares.

Segundo o médico psiquiatra Fernando Sielski, especialista em dependência química, o consumo de bebidas alcoólicas provoca alterações neurofisiológicas profundas nas pessoas. "Ele produz graves danos à memória, capacidade de abstração e a inteligência", afirma.

Conforme o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, o perigo do consumo abusivo de álcool por jovens ganha contornos catastróficos. Embora a venda de álcool a menores seja proibida, os levantamentos revelam que um em cada três estudantes do ensino médio, entre 15 e 18 anos, bebe diariamente. No Brasil, mais de 15% da população é dependente do álcool.

Dependência

O psicólogo Dionísio Banaszewski lembra que os jovens frequentam bares e festas cada vez mais cedo e, que, na maioria delas, o consumo de bebidas para menores é totalmente liberado.

No entender do especialista, devido à falta de maturidade a maioria dos jovens desconhece o que é beber com responsabilidade. "Por isso perdem o controle quando bebem", ressalta.

O fenômeno do aumento de alcoolismo entre jovens vem sendo acompanhado com muita preocupação. Que o alcoolismo está se tornando cada vez mais alarmante não é novidade. "No entanto, é preciso tomar conhecimento de que a situação está ficando fora de controle", enfatiza o especialista.

O vício começa lentamente. Na fase de dependência psicológica, a pessoa não se considera um viciado, acreditando que pode parar quando quiser. Como nessa fase não passa por sua cabeça abandonar a bebida, prossegue até que começa a se prejudicar.

Também, existem, resultados concretos que mostram a influência genética no alcoolismo. O álcool é uma droga, portanto, sua dependência causa sintomas de abstinência como tremor, náuseas, sudorese, cirrose, gastrite e palpitações, entre outros.

O alcoólatra também apresenta queda da capacidade física e mental. A pessoa tem necessidade de álcool, pensa muito na bebida, passa a beber escondido, as brigas com a família ficam mais frequentes e as faltas ao trabalho se multiplicam.

O início da dependência ocorre em torno dos 20 anos de idade ou no final da adolescência, podendo ser comprovada diagnosticamente somente em torno dos 30 anos.

A recuperação total depende da percepção e do acompanhamento da família. Diálogo, compreensão e amor ainda são os melhores remédios na recuperação do alcoólatra.

É importante saber que o alcoolismo não é moral. O alcoólatra não bebe por ser fraco de caráter, ele bebe porque está doente.

Uso de maconha aumenta risco de problemas de ereção

Pesquisa mostra que uso pode afetar tanto receptores cerebrais quanto os do pênis

Do R7

Uma pesquisa recente mostrou evidências de que o consumo de maconha pode afetar de forma negativa o desempenho sexual masculino. Isso porque seu uso pode causar problemas de ereção.
A pesquisa da Queen´s University, no Canadá, vai além do conhecimento já disseminado de que a maconha pode afetar certos receptores no cérebro. De acordo com o estudo de Rany Shamloul, pós-doutorando do Departamento de Farmacologia e Toxicologia, esses receptores também existem no pênis.

O consumo de maconha pode ter um efeito contrário sobre esses receptores do pênis, tornando mais difícil para um homem alcançar e manter uma ereção.


- Esses resultados vão mudar o atual entendimento do impacto do uso da maconha sobre a saúde sexual.

O pesquisador alerta que nem todos os usuários de maconha conhecem os efeitos que ela traz ao organismo.

- A maconha é a droga ilícita mais usada globalmente. E ela é frequentemente usada por jovens, pessoas sexualmente ativas que não estão cientes dos efeitos danosos que podem ter sobre seu desempenho e saúde sexual.

Uso de maconha aumenta risco de problemas de ereção

Pesquisa mostra que uso pode afetar tanto receptores cerebrais quanto os do pênis

Do R7

Uma pesquisa recente mostrou evidências de que o consumo de maconha pode afetar de forma negativa o desempenho sexual masculino. Isso porque seu uso pode causar problemas de ereção.
A pesquisa da Queen´s University, no Canadá, vai além do conhecimento já disseminado de que a maconha pode afetar certos receptores no cérebro. De acordo com o estudo de Rany Shamloul, pós-doutorando do Departamento de Farmacologia e Toxicologia, esses receptores também existem no pênis.

O consumo de maconha pode ter um efeito contrário sobre esses receptores do pênis, tornando mais difícil para um homem alcançar e manter uma ereção.


- Esses resultados vão mudar o atual entendimento do impacto do uso da maconha sobre a saúde sexual.

O pesquisador alerta que nem todos os usuários de maconha conhecem os efeitos que ela traz ao organismo.

- A maconha é a droga ilícita mais usada globalmente. E ela é frequentemente usada por jovens, pessoas sexualmente ativas que não estão cientes dos efeitos danosos que podem ter sobre seu desempenho e saúde sexual.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CPI poderá investigar falta de ação do governo contra alcoolismo

O Fluminense
Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a 8ª principal causa de morte no mundo, com mais de 2,5 milhões de óbitos anuais, o abuso do álcool tem preocupado os deputados.

Na semana passada, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) conseguiu as assinaturas necessárias para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a suposta falta de ação do poder público em relação ao consumo abusivo de álcool entre cidadãos brasileiros.

"O poder público não está tratando a questão como política pública e está falhando tanto na fiscalização quanto no tratamento do consumo do álcool", afirma Vanderlei Macris. Para que a CPI comece a funcionar, o presidente da Casa precisa informar sua instauração e indicar seus integrantes. Não há prazo para a instauração.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mefedrona, a droga "miau-miau", causa graves problemas de saúde e dependência

Jornal de Notícias
Uma avaliação científica dos riscos da mefedrona, realizada pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), revelou que esta substância pode provocar graves problemas de saúde e dependência.

A mefedrona começou a ser comercializada em 2007 na Europa e é vendida principalmente sob a forma de pó, mas existe igualmente em cápsulas ou em comprimidos, na Internet, em estabelecimentos especializados ("smart shops").

Em dezembro do ano passado, os ministros da Justiça da União Europeia decidiram proibir o fabrico e a comercialização da mefedrona.

Em Portugal, a autoridade que regula o sector do medicamento (Infarmed) está a ultimar o projecto de uma proposta de lei, visando a inclusão da mefedrona na lista de substâncias ilícitas.

No seu relatório anual de 2010, o OEDT referiu que em Julho desse ano o comité científico deste organismo procedeu a uma avaliação dos riscos formal da catinona sintética mefedrona.

"Esta avaliação foi motivada pelo crescente receio de que esta droga estivesse a ser comercializada como uma alternativa legal a estimulantes como a cocaína e o ecstasy", lê-se no documento.

"A avaliação dos riscos foi realizada no âmbito do mecanismo rápido para o controlo das novas substâncias psicoactivas existente da Europa".
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

CRACK - ESTATÍSTICAS NADA MOTIVADORAS

Globo.com
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acompanharam por 12 anos 107 dependentes de crack. Após esse período, 40% haviam parado de consumir a droga, 25% estavam mortos, 12% presos e 20% continuavam dependentes. Entre os que ainda faziam uso frequente, mais da metade estava empregada. Do total, 29% estavam abstinentes havia pelo menos cinco anos.

Os 107 pesquisados passaram por cerca de três semanas de internação no Hospital Geral de Taipas entre 1992 e 1994. Depois da alta, foram submetidos a três avaliações: após dois, cinco e 12 anos. Ao longo desse tempo, verificou-se uma diminuição no ritmo de mortalidade, o que, segundo a principal autora do estudo, a psicóloga Andrea Costa Dias, revela que os usuários se adaptaram ao contexto de violência do crack e desenvolveram estratégias para minimizar o risco associado ao consumo da droga. "As mortes por crack são principalmente causadas pela violência. Nossa hipótese é que os usuários foram aprendendo a lidar com a polícia, com os traficantes e desenvolveram estratégias para evitar a overdose e conseguir manter um uso controlado", afirma.

Os dados da pesquisa, continua Andrea, mostram que há diversos padrões de consumo da substância e contrariam a ideia de que o crack é uma droga avassaladora, que mata em pouco tempo e deixa pouca margem para recuperação. "Existe uma aura de terror em torno da droga que acaba estigmatizando os usuários. Isso faz, por exemplo, que os profissionais de saúde se sintam menos motivados em ajudá-los."

Segundo a autora, não foi possível identificar os fatores determinantes para a recuperação dos dependentes. Mas verificou-se que a interrupção no uso estava associada à busca por outros tratamentos após a internação no Hospital Geral de Taipas, ao aumento na empregabilidade e a atividades religiosas.

Para o cientista social Luiz Flavio Sapori, autor do livro "Crack: um desafio social", o dado mais relevante é o alto índice de mortalidade no grupo. "Mais de 30% dos usuários ou morreram assassinados ou foram presos. É um índice muito maior que o de qualquer outra droga e absolutamente preocupante", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dois em cada três universitários de SP bebem toda semana, diz pesquisa

eBand

Uma pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde chegou a conclusão de que dois em cada três estudantes universitários de São Paulo bebem toda semana.

O índice de usuários regulares de álcool é seis vezes maior em relação aos fumantes.

Selma Setani, diretora do Núcleo de Ações Comunitárias do Centro de Referência em Alcool, Tabaco e Outras Drogas enumera durante entrevista a BandNews FM, as consequências mais constantes do abuso da bebida entre os jovens e diz que não existem mais grandes diferenças entre o consumo deles e delas.

Sema Setani também explica porque aqueles que começam a beber mais cedo são mais suscetíveis à dependência.

O estudo com os universitários de São Paulo mostrou que 3% deles já tiveram problemas de saúde decorrentes do excesso do consumo de álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

60% dos internos em clínicas terapêuticas são dependentes de crack

Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Antidrogas, comunidades locais atendem homens na faixa dos 14 aos 25 anos.

Uma pesquisa inédita realizada pelo Conselho Municipal Antidrogas de Araraquara (Comad) mostra que 60% dos internos atendidos em comunidades terapêuticas da cidade em dezembro do ano passado eram dependentes de crack.

A pesquisa traçou um perfil completo das sete comunidades terapêuticas em atividade na cidade atualmente, do ponto de vista da organização da instituição e do perfil dos jovens em tratamento.

Ela mostra outros dados curiosos sobre os dependentes químicos em recuperação: 48% deles estão na faixa etária dos 14 aos 25 anos, 69% são de cidades da região e 31% residem em Araraquara.

As sete comunidades têm, juntas, 191 vagas. Dessas, 163 estavam ocupadas em dezembro do ano passado. Outra curiosidade do relatório é que 100% da ocupação se dá por internos do sexo masculino. "A dificuldade de manter mulheres internadas se dá pela questão da maternidade e da prostituição, comuns nas dependentes de drogas", explica Marcio William Servino, presidente da Comad e realizador da pesquisa.

O período de internação dos métodos utilizados em cada clínica também foi avaliado. A maioria oferece tratamento de nove meses e 15 dias (86%) com períodos de ressocialização a partir do sexto mês, enquanto 14% delas usam tratamentos que promovem reclusão de um (desintoxicação) a oito meses.
A pesquisa também mostra que a maioria das clínicas se utiliza de vínculos com a religiosidade na recuperação do adicto (71%) e todas mantêm parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, recebem pessoas encaminhadas pela rede pública de saúde.

Valores

Embora uma parte dos internos seja atendida nas clínicas com subsídio do poder público - ou porque está em situação de rua ou porque não tem condições de arcar com os custos -, todas as clínicas são particulares. Em média, as famílias dispõem de um salário mínimo por mês - o valor de R$ 540 é cobrado em 57% das clínicas, mas em algumas o custo pode chegar a R$ 700, mais uma cesta básica (43%).

Hoje, as chamadas "vagas sociais", de tratamento gratuito, correspondem a 27 lugares e estão todas ocupadas. As entidades também aceitam pacientes encaminhados pela Vara da Infância e Juventude (86%), contra apenas 14% que não aceitam.

De acordo com Servino, o Comad aplicou 25 perguntas às entidades com o objetivo de identificar as ações desenvolvidas pelas comunidades terapêuticas, conhecer a estrutura existente e o atendimento dispensado aos dependentes de substância psicoativas, assim como identificar o tratamento dispensado aos dependentes.

As visitas foram realizadas entre novembro e dezembro do ano passado nas comunidades Associação Amigos da Vida, Caminho de Luz, Luz a Vida, Santa Luzia, Recanto do Senhor, Icon - Associação Promocional Imaculada Conceição, Casa de Israel, e, entre as questões apresentadas, estavam o número total de vagas, perfil e idade dos usuários e situação legal das entidades, entre outras.

Comunidade AAVida utiliza laborterapia e religiosidade no tratamento

O jovem R.L. completou apenas 13 anos na semana passada. Mas sua festa de aniversário foi realizada não na presença da família, mas dentro da Associação Amigos da Vida (AAVida), em Araraquara, onde o adolescente se recupera do vício do crack.

Ele tem uma história comum e trágica. Veio da pequena Santa Lúcia, foi abandonado pela mãe ainda na maternidade e criado pelo pai alcoólico e pela avó. Após a morte do pai, caiu no vício. Foi levado pela Vara da Infância e Juventude para o tratamento na clínica.

Ele divide o espaço na Associação Amigos da Vida com outros 23 internos, de 13 a 44 anos. Entre todos os jovens, apenas um é viciado em álcool; os outros são dependentes de crack. Quatro deles são de outras cidades e 20 são de Araraquara.

Sem fins lucrativos, a entidade trabalha com os 12 passos usados em tratamento de alcoolismo e com um método chamado Minessota, desenvolvido nos Estados Unidos, e que prevê um internação de nove meses e 15 dias, sem uso de medicamento, com uma rotina com horários e regras, além de terapias ocupacionais.

Num terreno cedido pela Prefeitura, a entidade construiu uma ampla casa com refeitório, quartos, banheiros, biblioteca, salão para palestras, sala de computador, horta, pomar e até um galinheiro. "Acreditamos na laborterapia", explica a psicóloga Nilsa Boeno de Oliveira Dias. De acordo com ela, a espiritualidade também é trabalhada no local - a cada dia da semana, representante de uma religião realiza um trabalho com os jovens.

A psicóloga conta que a maioria dos dependentes sofre de doenças psicossomáticas, como esquizofrenia e distúrbios de ansiedade. "A droga mexe com a cabeça, o corpo e o espírito", diz. Além disso, existe um grande número de recaídas entre os doentes. Apenas um interno da clínica, por exemplo, já voltou 13 vezes para o tratamento. "É um sofrimento para o doente e para a família", avalia.

Ela acredita que existem três fases no uso da droga: a experimentação, o abuso e a dependência física. Os que chegam à clínica estão na terceira fase. Para se chegar ao vício, segundo a terapeuta, existe o fator genético, a personalidade frágil do usuário e o meio "facilitador". "Depois que se está nele, a dependência física fica difícil de controlar."

Para piorar a situação, a maioria dos dependentes usa os chamados vícios "cruzados". "O crack agita e, para baixar a adrenalina, fuma-se maconha ou bebe-se álcool", explica. Um vício leva ao outro, até chegar a uma situação insuportável. "A família adoece junto. Atendo às mães e vejo no dia a dia o quanto estão mal informadas sobre o assunto", conta.

Clínicas também precisam de atendimento

Na pesquisa realizada pelo Conselho Municipal Antidrogas de Araraquara (Comad) no ano passado, constatou-se também que as entidades precisam de ajuda. Segundo o relatório, a maioria das comunidades não está vinculada a um órgão público e não tem documentação completa, como alvará de funcionamento, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. Das sete comunidades, apenas três têm documentação completa. "O objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento das condições de funcionamento das entidades e, assim, poder ajudá-las", justifica Marcio William Servino, presidente do Comad, lembrando que a falta de documentação implica na impossibilidade de captar recursos junto a órgãos públicos, como a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

A maioria das clínicas também precisa se adequar às normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária com relação a tamanho e número de quartos, banheiros e quantidade de pessoas que ocupam o lugar.

De acordo com Servino, a meta do Comad para este ano é regularizar a situação desses locais. "Existe muita quantidade, mas sem qualidade", atesta, e lamenta a falta de políticas públicas para prevenir o problema. "Em Araraquara existe apenas atenção ao dependente, a prevenção é quase inexistente", critica. Ele avalia que o programa municipal está bem estruturado, mas está assistido apenas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e muito pouco pela de Saúde.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
60% dos internos em clínicas terapêuticas são dependentes de crack


Segundo pesquisa realizada pelo Conselho Antidrogas, comunidades locais atendem homens na faixa dos 14 aos 25 anos.

Uma pesquisa inédita realizada pelo Conselho Municipal Antidrogas de Araraquara (Comad) mostra que 60% dos internos atendidos em comunidades terapêuticas da cidade em dezembro do ano passado eram dependentes de crack.

A pesquisa traçou um perfil completo das sete comunidades terapêuticas em atividade na cidade atualmente, do ponto de vista da organização da instituição e do perfil dos jovens em tratamento.

Ela mostra outros dados curiosos sobre os dependentes químicos em recuperação: 48% deles estão na faixa etária dos 14 aos 25 anos, 69% são de cidades da região e 31% residem em Araraquara.

As sete comunidades têm, juntas, 191 vagas. Dessas, 163 estavam ocupadas em dezembro do ano passado. Outra curiosidade do relatório é que 100% da ocupação se dá por internos do sexo masculino. "A dificuldade de manter mulheres internadas se dá pela questão da maternidade e da prostituição, comuns nas dependentes de drogas", explica Marcio William Servino, presidente da Comad e realizador da pesquisa.

O período de internação dos métodos utilizados em cada clínica também foi avaliado. A maioria oferece tratamento de nove meses e 15 dias (86%) com períodos de ressocialização a partir do sexto mês, enquanto 14% delas usam tratamentos que promovem reclusão de um (desintoxicação) a oito meses.
A pesquisa também mostra que a maioria das clínicas se utiliza de vínculos com a religiosidade na recuperação do adicto (71%) e todas mantêm parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, recebem pessoas encaminhadas pela rede pública de saúde.

Valores

Embora uma parte dos internos seja atendida nas clínicas com subsídio do poder público - ou porque está em situação de rua ou porque não tem condições de arcar com os custos -, todas as clínicas são particulares. Em média, as famílias dispõem de um salário mínimo por mês - o valor de R$ 540 é cobrado em 57% das clínicas, mas em algumas o custo pode chegar a R$ 700, mais uma cesta básica (43%).

Hoje, as chamadas "vagas sociais", de tratamento gratuito, correspondem a 27 lugares e estão todas ocupadas. As entidades também aceitam pacientes encaminhados pela Vara da Infância e Juventude (86%), contra apenas 14% que não aceitam.

De acordo com Servino, o Comad aplicou 25 perguntas às entidades com o objetivo de identificar as ações desenvolvidas pelas comunidades terapêuticas, conhecer a estrutura existente e o atendimento dispensado aos dependentes de substância psicoativas, assim como identificar o tratamento dispensado aos dependentes.

As visitas foram realizadas entre novembro e dezembro do ano passado nas comunidades Associação Amigos da Vida, Caminho de Luz, Luz a Vida, Santa Luzia, Recanto do Senhor, Icon - Associação Promocional Imaculada Conceição, Casa de Israel, e, entre as questões apresentadas, estavam o número total de vagas, perfil e idade dos usuários e situação legal das entidades, entre outras.

Comunidade AAVida utiliza laborterapia e religiosidade no tratamento

O jovem R.L. completou apenas 13 anos na semana passada. Mas sua festa de aniversário foi realizada não na presença da família, mas dentro da Associação Amigos da Vida (AAVida), em Araraquara, onde o adolescente se recupera do vício do crack.

Ele tem uma história comum e trágica. Veio da pequena Santa Lúcia, foi abandonado pela mãe ainda na maternidade e criado pelo pai alcoólico e pela avó. Após a morte do pai, caiu no vício. Foi levado pela Vara da Infância e Juventude para o tratamento na clínica.

Ele divide o espaço na Associação Amigos da Vida com outros 23 internos, de 13 a 44 anos. Entre todos os jovens, apenas um é viciado em álcool; os outros são dependentes de crack. Quatro deles são de outras cidades e 20 são de Araraquara.

Sem fins lucrativos, a entidade trabalha com os 12 passos usados em tratamento de alcoolismo e com um método chamado Minessota, desenvolvido nos Estados Unidos, e que prevê um internação de nove meses e 15 dias, sem uso de medicamento, com uma rotina com horários e regras, além de terapias ocupacionais.

Num terreno cedido pela Prefeitura, a entidade construiu uma ampla casa com refeitório, quartos, banheiros, biblioteca, salão para palestras, sala de computador, horta, pomar e até um galinheiro. "Acreditamos na laborterapia", explica a psicóloga Nilsa Boeno de Oliveira Dias. De acordo com ela, a espiritualidade também é trabalhada no local - a cada dia da semana, representante de uma religião realiza um trabalho com os jovens.

A psicóloga conta que a maioria dos dependentes sofre de doenças psicossomáticas, como esquizofrenia e distúrbios de ansiedade. "A droga mexe com a cabeça, o corpo e o espírito", diz. Além disso, existe um grande número de recaídas entre os doentes. Apenas um interno da clínica, por exemplo, já voltou 13 vezes para o tratamento. "É um sofrimento para o doente e para a família", avalia.

Ela acredita que existem três fases no uso da droga: a experimentação, o abuso e a dependência física. Os que chegam à clínica estão na terceira fase. Para se chegar ao vício, segundo a terapeuta, existe o fator genético, a personalidade frágil do usuário e o meio "facilitador". "Depois que se está nele, a dependência física fica difícil de controlar."

Para piorar a situação, a maioria dos dependentes usa os chamados vícios "cruzados". "O crack agita e, para baixar a adrenalina, fuma-se maconha ou bebe-se álcool", explica. Um vício leva ao outro, até chegar a uma situação insuportável. "A família adoece junto. Atendo às mães e vejo no dia a dia o quanto estão mal informadas sobre o assunto", conta.

Clínicas também precisam de atendimento

Na pesquisa realizada pelo Conselho Municipal Antidrogas de Araraquara (Comad) no ano passado, constatou-se também que as entidades precisam de ajuda. Segundo o relatório, a maioria das comunidades não está vinculada a um órgão público e não tem documentação completa, como alvará de funcionamento, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. Das sete comunidades, apenas três têm documentação completa. "O objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento das condições de funcionamento das entidades e, assim, poder ajudá-las", justifica Marcio William Servino, presidente do Comad, lembrando que a falta de documentação implica na impossibilidade de captar recursos junto a órgãos públicos, como a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

A maioria das clínicas também precisa se adequar às normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária com relação a tamanho e número de quartos, banheiros e quantidade de pessoas que ocupam o lugar.

De acordo com Servino, a meta do Comad para este ano é regularizar a situação desses locais. "Existe muita quantidade, mas sem qualidade", atesta, e lamenta a falta de políticas públicas para prevenir o problema. "Em Araraquara existe apenas atenção ao dependente, a prevenção é quase inexistente", critica. Ele avalia que o programa municipal está bem estruturado, mas está assistido apenas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e muito pouco pela de Saúde.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Mulheres que gastam mais tempo com lazer têm menos problemas com álcool

Dependência é maior entre as que bebem para lidar com a vida e quem têm insônia.

Mulheres que se sentem satisfeitas com a vida que leva e estão envolvidas em atividades de lazer raramente têm problemas com álcool, segundo estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

A terapeuta ocupacional Christina Andersson, autora da pesquisa, estuda desde os anos 80 como a vida cotidiana afeta o consumo de álcool das mulheres de Gotemburgo. Neste período, ela analisou o dia a dia de 851 mulheres, com idades entre 20 e 55 anos, que responderam a questões sobre suas vidas, sobretudo, quanto tempo gastavam com atividades de lazer, com a distribuição das tarefas domésticas, e com atividades de que gostavam.

- A dependência do álcool e o alto consumo da bebida acabaram sendo mais comum entre as mulheres que, apesar de terem mais tempo para si mesmas, estavam menos envolvidas em atividades de lazer.
Os resultados de outro dos estudos complementares mostrou que a dependência do álcool é mais comuns entre as mulheres que bebem para lidar melhor com a vida cotidiana (por exemplo, para conseguir dormir ou sentir-se menos deprimidas), do que entre aquelas que bebem com frequência ou sozinhas.

Os resultados também apontam para a importância de identificar grupos de indivíduos com padrões de consumo diferentes. Chamar a atenção para as necessidades que o consumo de álcool encontra na vida diária das mulheres pode ser mais uma medida preventiva, segundo a pesquisadora.

- Identificar padrões como esse provavelmente pode levar a novas ideias de como criar ações preventivas, para além do que uma análise dos fatores individuais pode constatar.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Alcoolismo mata 2,5 milhões de pessoas a cada ano, diz OMS

ES Hoje
Pelo menos 2,5 milhões de mortes ocorrem anualmente, em todo o mundo, em consequência do consumo inadequado de álcool.

Os dados fazem parte de um estudo divulgado nesta sexta-feira (11), pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os especialistas analisaram 100 países e concluíram que o consumo nocivo de álcool afeta principalmente os jovens e causa uma série de doenças. Por ano, cerca de 320 mil pessoas de 15 a 29 anos de idade morrem devido ao consumo de álcool.

Segundo os pesquisadores, o consumo nocivo de álcool é caracterizado pelo uso excessivo a tal ponto de causar danos à saúde e outras consequências. Entre os principais fatores de risco para os consumidores de bebida alcoólica está a associação com o fumo, a má alimentação e o sedentarismo. As doenças mais frequentes causadas pelo uso de álcool as cardiovasculares, as sexuais, os vários tipos de câncer, o diabetes e os problemas pulmonares crônicos.

No ano de 1999, 34 países adotaram políticas para a redução do consumo de álcool. As ações vão desde a restrição do comércio a punições para quem dirige embriagado. Eles consideram medidas eficientes aquelas que pesam no bolso do consumidor, como a elevação de tributos cobrados sobre o álcool, assim como a redução da idade para comprar bebidas.

No entanto, o diretor-geral adjunto para Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OMS, Ala Alwan, advertiu que, apesar dos esforços de alguns países no sentido de adotar medidas de redução e prevenção ao consumo, é necessário intensificar os esforços. "Claramente é preciso muito mais a ser feito para reduzir a perda de vidas e o sofrimento associado ao uso nocivo de álcool."

Por determinação da OMS, representantes de 100 países vão se unir na elaboração de uma estratégia global para reduzir o uso nocivo do álcool. A estratégia é adotar medidas que levem à divulgação de informações sobre os problemas causados pelo consumo inadequado de bebida, assim como orientar os governos para a prevenção e redução das consequências do uso nocivo de álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Usuários de drogas têm dificuldades em reconhecer emoções

Hype Science

Segundo cientistas da Universidade de Granada, na Espanha, pessoas que abusam das drogas têm dificuldade em identificar emoções a partir de uma expressão facial.

O estudo analisou o reconhecimento de emoções básicas, como alegria, surpresa, raiva, tristeza, medo e aversão. Desses, raiva, aversão, medo e tristeza foram os que mais geraram dificuldades aos usuários.


Para realizar o estudo, os pesquisadores realizaram uma avaliação neuropsicológica (com avaliação cognitiva e emocional, além de testes de processamento) em 123 pessoas usuárias de diferentes tipos de drogas e 67 não-usuárias, todas com as mesmas características sociais e demográficas. O público alvo foi recrutado em dois projetos de reabilitação na província de Granada, e consumiam drogas como maconha, cocaína, heroína e ectasy.
O estudo revelou que 70% dos toxicodependentes apresentavam algum tipo de deterioração psicológica, independentemente do tipo de substância consumida. Os efeitos mais severos estavam relacionados à memória de curto prazo, mas a fluência, flexibilidade e planejamento também foram prejudicados.

Empresas devem tratar alcoolistas

Justiça condena companhias que demitiram funcionários com vício

Luiza Sigulem/Folhapress
Folha de São Paulo - DE SÃO PAULO

Por diversas vezes, o vigilante Roberto Paulo, 47, foi trabalhar bêbado. Os colegas e supervisores o advertiam. O profissional era mandado de volta para casa, e o dia não trabalhado era descontado de seu salário. Como o problema se repetiu, foi demitido por justa causa.
A demissão por embriaguez habitual ou em serviço, apesar de estar prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) como justa causa, tem sido condenada pelas decisões do TST (Tribunal Superior do Trabalho) .
Isso porque a dependência do álcool é reconhecida como doença pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A recomendação é que o trabalhador seja afastado da empresa para tratamento, esclarece o presidente do TST, Milton de Moura França.

"Se o funcionário é doente, tem as faculdades comprometidas, o que faz dele quase um "inimputável" [que não pode ser acusado ou penalizado] no trabalho."
Em 2008, oito anos após ter sido demitido, Roberto Paulo, que diz estar sem beber há dez anos, recebeu cerca de R$ 25 mil de indenização da empresa, à qual afirma ter pedido tratamento para o alcoolismo

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Álcool mata mais que Aids, tuberculose e violência, diz OMS

O Globo, com agências

GENEBRA - O abuso de álcool mata 2,5 milhões de pessoas por ano, mais do que a Aids, a tuberculose ou a violência, informou nesta sexta-feira relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que urgiu os governos a tomar medidas para conter seu avanço. Segundo a OMS, a elevação da renda está fazendo crescer o consumo de álcool em países da Ásia e África, enquanto várias nações desenvolvidas e emergentes, como o Brasil, veem aumentar os casos de bebedeiras excessivas, o chamado "binge drinking".

Apesar disso, alerta a organização, as políticas de controle do consumo continuam a ser consideradas de baixa prioridade pelos governos, mesmo diante do fato de cerca de 4% das mortes no mundo estarem relacionadas ao álcool, seja como fator em acidentes de trânsito ou tendo como consequência o desenvolvimento de câncer, doenças cardiovasculares e cirrose. Isso sem contar os prejuízos econômicos causados pelo absenteísmo e o custo para tratamento dos doentes.

De acordo com o relatório, a cerveja é a bebida preferida no Brasil (54% do total de álcool puro consumido), seguida pelos destilados (40%) e os vinhos (5%), com o 1% restante vindo de outros produtos que têm como base arroz (saquê) e frutas (cidras etc). Em média, o brasileiro com mais de 15 anos bebe 9,2 litros de álcool puro por ano e o consumo da substância está ligado à morte de 7,29% dos homens e 1,41% das mulheres acima desta idade.

No mundo todo, os homens também são as principais vítimas do álcool, que responde por 6,2% das mortes, contra 1,1% entre as mulheres, destaca a OMS. Só na Rússia e países vizinhos um em cada cinco homens morre de causas relacionadas ao álcool. E os jovens são outro grupo sob forte risco, sendo o álcool responsável por uma em cada dez mortes de pessoas entre 15 e 29 anos, num total de 320 mil anuais. "O abuso do álcool é especialmente fatal para os grupos mais jovens e principal fator de risco de morte entre os homens com 15 a 59 anos de idade", diz a publicação.

- O álcool é um assassino e não faz nada bem do ponto de vista da saúde pública - comentou Melvin Freeman, funcionário do Ministério da Saúde da África do Sul e um dos colaboradores para a confecção do relatório.

Segundo a OMS, as taxas de consumo de álcool variam muito, sendo mais altas nos países desenvolvidos e menores no norte da África, na África subsaariana e no sudeste da Ásia, onde as grandes populações muçulmanas se abstêm de seu uso. Na França e outros países europeus com alto consumo, no entanto, os episódios de bebedeiras excessivas são mais raros, sugerindo um padrão mais regular e moderado em seu consumo, já relacionado com menores riscos de doenças cardiovasculares e de derrames. "Mas o efeito benéfico de proteção do coração desaparece em ocasiões de abuso", avisa a organização.

De acordo com o relatório, as bebedeiras excessivas, que frequentemente levam a um comportamento de risco, agora são prevalentes em países como o Brasil, Casaquistão, México, Rússia, África do Sul e Ucrânia. No Brasil, 32,4% dos homens e 10,1% das mulheres relataram terem feito isso pelo menos uma vez por semana em 2003. "No mundo todo, cerca de 11% dos bebedores têm um episódio semanal de abuso, com os homens prevalecendo sobre as mulheres numa proporção de quatro para uma", acrescenta a organização.

Para a OMS, a elevação dos impostos sobre as bebidas alcoólicas é a melhor maneira de conter o abuso, principalmente entre os jovens. Outras medidas efetivas seriam o estrito cumprimento de regulamentos relativos à idade mínima para o consumo e à mistura de álcool e direção, somados a limitações para a publicidade e patrocínio de eventos pelos fabricantes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pesquisa diz que cigarro eletrônico ajuda parar de fumar

G1
Aparelho simula a sensação do fumo e tem solução vaporizada com nicotina. Estudo mostra que ele é mais eficaz que gomas de mascar ou adesivos.

Os cigarros elêtronicos são uma ferramenta com potencial para ajudar a largar o fumo. Numa pesquisa conduzida pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, ele mostrou quase o dobro do resultado dos tradicionais produtos de substituição de Nicotina. O estudo foi publicado pelo “American Journal of Preventive Medicine”.

O cigarro eletrônico tem a aparência de um cigarro comum e funciona a bateria. Ao tragá-lo, o fumante inala uma solução vaporizada com nicotina, mas sem tabaco.

“Enquanto é reconhecido que a nicotina desempenha um papel no vício do cigarro, pouca atenção tem sido dada aos aspectos comportamentais do vício”, disse Michael Siegel, um dos autores do estudo. “Estes aparelhos simulam a experiência do fumo, o que aparentemente os faz efetivos como ferramenta para parar de fumar”.

A pesquisa

Foram ouvidas 222 que compraram o produto pela primeira vez de uma marca líder de mercado. Dentre os que responderam, 34,3% disseram que não estavam mais fazendo uso de nenhum produto com nicotina seis meses depois. O resultado médio de gomas de mascar e adesivos para o mesmo período de tempo varia entre 12% e 18%.

A grande limitação do estudo é que apenas 4,5% dos consumidores consultados responderam à pesquisa. Ainda assim, os cientistas que a conduziram consideram o resultado válido, pois foi a primeira amostra de dados que eles obtiveram de uma fonte imparcial.

Segundo eles, o cigarro eletrônico é uma “promessa de método para parar de fumar e vale ser estudado com técnicas de pesquisa mais rigorosas”.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pesquisa identifica mecanismo que regula dependência do cigarro

Cientistas norte-americanos determinaram que a tendência ao tabagismo pode ser hereditária em 60% dos casos

Agência Fapesp

SÃO PAULO - Uma pesquisa norte-americana identificou uma via cerebral que regula a vulnerabilidade dos indivíduos às propriedades da nicotina que causam dependência. A descoberta, de cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps, na Flórida, Estados Unidos, sugere um novo alvo para terapias contra o tabagismo.

O tabagismo é considerado a causa de mais de 90% das mortes por câncer de pulmão

A pesquisa teve seus resultados publicados na edição online da revista Nature neste domingo, 30. O trabalho examinou os efeitos de parte de um receptor, uma proteína àquela em que se ligam determinadas moléculas sinalizadoras, que responde à nicotina no cérebro.


Fumar tabaco é uma das principais causas de morte em todo o mundo, matando mais de 5 milhões de pessoas anualmente, de acordo com estatísticas citadas no estudo. O tabagismo é considerado a causa de mais de 90% das mortes por câncer de pulmão.

Os cientistas determinaram que a tendência ao tabagismo pode ser herdada: mais de 60% do risco de se tornar dependente da nicotina pode ser atribuído a fatores genéticos.

Os pesquisadores descobriram que os modelos animais com uma mutação genética que inibe essa subunidade do receptor consumiram muito mais nicotina do que o normal. Este efeito pode ser revertido com o aumento da expressão da mesma subunidade.

"Acreditamos que esses novos dados estabelecem um novo cenário para a compreensão das variáveis que motivam o consumo de nicotina e também das vias cerebrais que regulam a vulnerabilidade à dependência do tabaco", disse o coordenador do estudo, Paul Kenny. "Essa descoberta também abre caminho a alvos promissores para o desenvolvimentos de potenciais terapias contra o tabagismo."

O novo estudo teve foco, especificamente, na subunidade α5 do receptor de nicotina, em uma via discreta do cérebro conhecida como trato habenulo-interpeduncular. A descoberta sugere que a nicotina ativa os receptores nicotínicos que contêm essa subunidade na habênula, desencadeando uma resposta que atua para diminuir o desejo de consumir mais a droga.

"Não era esperado que a habênula e as estruturas cerebrais nas quais ela se projeta, tivessem um papel tão profundo no controle do desejo de consumir nicotina", disse Christie Fowler, primeira autora do estudo e pesquisadora do laboratório de Kenny.

"A habênula parece ser ativada pela nicotina quando o consumo da droga alcança um nível adverso. Mas, se as vias não funcionarem devidamente, o indivíduo simplesmente consome mais", disse ela.

Os resultados, de acordo com Christie, podem explicar dados recentes que mostram como indivíduos com variação genética na subunidade α5 do receptor nicotínico são muito mais vulneráveis à nicotina e, também, muito mais propensos a desenvolver doenças associadas ao fumo, como câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica.

A nicotina age no cérebro estimulando proteínas denominadas receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChRs). Esses receptores são compostos por diversos tipos de subunidades, entre elas a subunidade α5, foco do novo estudo. No experimento, os autores procuraram determinar o papel das subunidades que continham nAChRs (α5* nAChRs) na regulação do consumo de nicotina.

Em primeiro lugar, avaliaram as propriedades que causam dependência na nicotina em camundongos geneticamente alterados para terem limitação de α5* nAChRs. Os resultados mostraram que, quando os camundongos com as subunidades "desligadas" recebiam altas doses de nicotina, consumiam quantidades muito maiores que os camundongos normais.

Em seguida, para determinar se a subunidade era responsável pela mudança súbita no apetite por nicotina, os cientistas utilizaram um vírus que "resgatava" a expressão de α5* nAChRs apenas na habênula medial e áreas do cérebro em que ela se projeta. Os resultados mostram que os padrões de consumo de nicotina dos camundongos com as subunidades "desligadas" retornavam a uma escala normal.

Os pesquisadores repetiram o experimento com ratos e produziram resultados semelhantes. Neste caso, utilizaram um vírus para "desligar" as subunidades α5 nAChR na habênula medial. Qaundo a α5* nAChRs era diminuída, os animais se tornavam mais agressivos, buscando doses mais altas de nicotina. Quando a subunidade permanecia inalterada, os animais se mostravam mais contidos.

O grupo passou a trabalhar com os mecanismos bioquímicos por meio dos quais a α5* nAChRs opera na habênula medial para controlar as propriedades da nicotina. Descobriram que a α5* nAChRs regula o quanto a habênula responde à nicotina e que a habênula está envolvida em algumas das respostas negativas ao consumo da droga.

Assim, quando a α5* nAChRs não funciona direito, a habênula responde menos à nicotina e uma quantidade muito maior da droga pode ser consumida sem uma reação negativa do cérebro.

Os pesquisadores estão otimistas com a possibilidade da descoberta vir a auxiliar, um dia, os fumantes que querem abandonar o hábito. Com base nas novas descobertas, o grupo do Instituto Scripps iniciou um novo programa de pesquisa, em colaboração com colegas da Universidade da Pensilvânia, para desenvolver novas drogas que estimulem a sinalização de α5* nAChR e diminuam as propriedades da nicotina que causam dependência.

SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA DE MACONHA

Analice Gigliotti - Cristiane Lopes - Ronaldo Laranjeira
(1) médica psiquiatra, especialista em dependência química – UNIFESP –Mestre em Psiquiatria – UNIFESP – Chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa do Rio de Janeiro

Introdução

A maconha, nome comum da Cannabis sativa, é a droga ilícita mais usada em todo mundo, o que justifica o aumento das pesquisas em relação ao sistema canabinóide nos últimos 15 anos. Apesar do aumento dos estudos, principalmente em humanos, em torno das propriedades de abuso da maconha, ainda não são bem conhecidos seus efeitos psicotrópicos responsáveis por desenvolverem uma síndrome de dependência. Entender as mudanças que a maconha provoca no indivíduo ao longo do tempo é importante por várias razões, dentre elas, a prevenção de suas consequências, tais como prejuízo acadêmico, diminuição da produtividade laborativa e aumento do risco de uso de outras drogas.

Há ainda uma certa controvérsia a respeito da existência de uma síndrome de dependência da maconha, o que provoca grande polêmica na população leiga e principalmente entre os usuários de canabis, mas nos últimos anos, vem se acumulando evidências desta síndrome.

sindrome_de_dependencia_de_maconha_9-08-2005.pdf