segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estudo explica ação de cogumelo alucinógeno no cérebro

Folha de São Paulo Cientistas dizem ter mapeado os caminhos que levam à ação dos cogumelos alucinógenos no cérebro A chamada "viagem" provocada por certos tipos desse fungo seriam causadas por alterações na oxigenação e no fluxo de sangue em regiões do cérebro. Uma consequência da psilocibina, o princípio ativo dos "cogumelos mágicos". Trabalhos anteriores sugerem o uso terapêutico da substância --que alegadamente leva a experiências existenciais profundas. David Nutt e colegas fizeram imagens detalhadas do cérebro de dois grupos de 15 adultos saudáveis durante vários estágios: da consciência à psicodelia. Os voluntários receberam injeções intravenosas de psilocibina. A intensidade dos efeitos alucinógenos subjetivos descritos pelos participantes --como a visão de padrões geométricos e a alteração da percepção de espaço e tempo-- coincidiu com uma diminuição do fluxo de oxigênio e sangue em regiões do cérebro em que as conexões neurais são mais densas, o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado. Acredita-se que esses "hubs" do cérebro acelerem o fluxo de informação pelo órgão. A redução de atividade nesses pontos que a psilocibina causa poderia ser responsável, portanto, pelos profundos efeitos da droga na consciência, dizem seus autores. Atividade acima do normal no córtex pré-frontal medial já foi relacionada à depressão. Segundo os pesquisadores, isso pode indicar como os supostos efeitos antidepressivos da psilocibina ocorreriam. O trabalho foi publicado na revista científica "PNAS". Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Uma epidemia nacional

Folha de Londrina Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios comprovou que o crack assombra grandes e pequenas cidades Praticamente todos os municípios brasileiros (98%) enfrentam problemas de consumo e circulação do crack. A preocupante onstatação foi feita por pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) no final do ano passado. A entidade também lançou o portal Observatório Nacional Sobre o Crack, com o objetivo de acompanhar o problema nas grandes e pequenas cidades, com informações sobre o consumo, os investimentos e os resultados das ações de combate à droga. De acordo com o levantamento feito pela CNM, apenas 333 municípios do País (o equivalente a 8,4%) declararam possuir um programa municipal de combate ao crack. A maioria deles, porém, não recebe apoio financeiro de órgãos públicos. No total, foram pesquisados 4.380 municípios do país; destes, 4.114 declararam ter problemas com usuários de drogas. No Paraná, foram pesquisados 349 municípios. Destes, 319 declararam ter circulação de drogas. Pouco mais da metade (177) informou que executa ações de enfrentamento ao crack e outras drogas. O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Joaquim Melo, elogia o esforço da CNM para mapear o problema, pois, segundo ele, o País é pobre em pesquisas na área. Para Melo, as soluções só virão por meio de ações integradas e intersetoriais realizadas nas frentes da prevenção, tratamento e combate ao tráfico, com a participação das três esferas de governo. ‘‘É importante também que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e o Ministério da Saúde adotem uma política única e bem articulada’’, ressalta. Melo observa que o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, anunciado pelo governo federal em dezembro, é uma boa proposta e tende a dar bons resultados caso seja implantado de fato. ‘‘O investimento anunciado é de R$ 4 bilhões. Resta saber se o plano vai mesmo ser colocado em ação como está previsto.’’ Nos dados da Confederação dos Municípios, dos R$ 410 milhões anunciados em 2010, apenas R$ 80 milhões (menos de 20%) foram usados para o combate ao uso de drogas. ‘‘Uma questão que também preocupa é a forma como os dependentes serão tratados. Fala-se em criar enfermarias especializadas em hospitais gerais do SUS, quando o mais correto seria construir comunidades terapêuticas ou fazer convênios com aquelas comunidades que trabalham de maneira adequada’’, defende o médico. Segundo ele, os melhores resultados obtidos com usuários de crack são por meio da internação por um período mínimo de três meses. "‘Hospitais-dia, para estas pessoas, nem sempre funcionam. O que se fez recentemente na cracolândia de São Paulo, por exemplo, foi uma ação sem pesquisa. Não adianta espalhar os usuários e não tratá-los.’’ Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Consumo de álcool entre meninas chega a 55%

Bonde Em grandes metrópoles como São Paulo, as jovens com idade entre 15 e 17 anos já bebem mais que os meninos Foi-se o tempo em que os clientes assíduos dos bares eram exclusivamente do público masculino. Ao reinvidicar os "direitos iguais" perante os homens, a conduta da mulher contemporânea que segue um padrão considerado masculino: o consumo demasiado de bebidas alcoólicas. Já é possível afirmar que as mulheres frequentam bares com a mesma constância que os homens, e acabam exagerando na quantidade da bebida, contribuindo para o aumento das estatísticas. Uma pesquisa realizada há 15 anos e atualizada a cada dois anos pela Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG), revela que dentre as mais de 50 mil pessoas entrevistadas, as jovens entre 10 e 18 anos lideram o ranking dos consumidores de substâncias etílicas. O coordenador do estudo e professor de Neurociência da UFMG, Amadeu Roselli Cruz, acredita que um conjunto de fatores culturais e sociais favorece esse comportamento. "Hoje, as mulheres ocupam cargos importantes, são empresárias e sustentam a família. Logo, as jovens visualizam esse novo perfil e consomem bebidas alcoólicas cada vez mais cedo", revela. O Brasil segue a tendência mundial e registra índices alarmantes. Neste estudo, o critério adotado para a análise dos entrevistados foi a frequência e quantidade de bebida ingerida entre as jovens. As meninas com idade entre 10 e 14 anos representam um percentual um pouco mais baixo, cerca de 30%. Já as jovens de 15 a 17 anos disparam com 55% e já é possível afirmar que as garotas já bebem mais do que os meninos da mesma faixa etária. Em grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, o índice do alcoolismo entre as jovens é mais alto do que em cidades menores. Isto porque o fácil acesso à estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas permite às jovens comprar em excesso o tipo e quantidade desejada. "Hoje, tanto as adolescentes quanto as adultas bebem sozinhas pelo simples fato de buscarem diversão e, se não há companhia, se alegram da mesma forma, desde que a bebida seja sua companheira da vez", explica o Prof. Amadeu Cruz. Alcoólatras do futuro O comportamento adotado pelas jovens brasileiras tende a refletir as futuras estatísticas. Assim como os homens, as mulheres têm encontrado pretextos para beber e seja um promoção no trabalho, o término de um relacionamento ou algum outro acontecimento pouco relevante é motivo para sair para beber. Segundo o especialista, o fator "independência" é o que tem mais chamado a atenção na pesquisa e revela também que, não existe correlação entre o hábito do consumo alcoólico e indícios sociais, como situação financeira, escolar e cultural. "Não há distinção entre os tipos de jovens e mulheres que bebem. Inclusive, a maioria delas apresenta comportamentos saudáveis. A maior questão envolvida é realmente o desejo de ostentar este âmbito masculino", diz. Na tentativa de restringir a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, a cidade de São Paulo intensificou a fiscalização em bares, padarias, supermercados, restaurantes, entre outros. Mediante o flagrante do responsável por esses locais, será cobrada uma multa e interdição de 30 dias do estabelecimento. Ações como essa visam reduzir o consumo de álcool entre os mais jovens e suscetíveis alcoólatras de amanhã. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Família com histórico de alcoolismo afeta cérebro de adolescente

Adolescentes que vivem em um ambiente familiar com casos de alcoolismo estão mais propensos a ter o cérebro afetado e podem desenvolver o mesmo vício no futuro, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (17). A pesquisa foi desenvolvida por um grupo de cientistas norte-americanos da Universidade Oregon Health & Science. O trabalho reuniu 31 jovens entre 13 e 15 anos. Dezoito deles apresentava histórico de alcoolismo familiar. O restante foi usado para comparar resultado e era composto por adolescentes livres do problema. Antes do estudo, todos os participantes alegaram não ter envolvimento com o uso constante de bebida alcoólica. lCom uso de imagens por ressonância magnética, os pesquisadores estudaram a resposta dos adolescentes para tomar decisões rápidas, simulando como eles se comportariam se estivessem em uma situação de risco e que envolvesse grandes quantias de dinheiro. Estruturas como o cerebelo e o córtex pré-frontal foram as mais afetadas, segundo os especialistas. Eles também descobriram que os jovens com casos de excesso de bebida entre os parentes apresentaram uma inibição no comportamento e diferenças na ação cerebral, mesmo quando desempenhavam as mesmas atividades do que os adolescentes livres do drama. Para a equipe responsável pelo trabalho, essa mudança nas funções do cérebro pode afetar a tomada de decisões dos adolescentes com histórico familiar de alcoolismo. Os jovens passariam a fazer escolhas piores por conta de problemas de atenção e memória. Os resultados finais do estudo serão publicados na revista "Alcoholism: Clinical & Experimental Research" em abril de 2012. Os cientistas acreditam que os dados poderão servir para orientar programas de combate ao alcoolismo no mundo. Mas mesmo com os resultados, os cientistas afirmam que o histórico familiar é apenas um dos fatores que podem levar um jovem a ser dependente químico em relação à bebiba alcoólica no futuro. O ambiente onde a adolescente vive e fatores genéticos também devem ser levados em conta, segundo os pesquisadores. Autor: OBID Fonte: G1

Energético equivale a 20 xícaras de café; Misturar com álcool pode causar overdose

Especialistas australianos pediram que as bebidas energéticas incluam avisos sobre danos após detectarem um aumento nos casos de toxicidade entre jovens consumidores. Uma pesquisa publicada na Revista Médica da Austrália mostra que 65 pessoas entraram em contato com o centro de venenos do estado de Nova Gales do Sul por problemas causados por bebidas energéticas em 2010 - em 2004 foram apenas 12 casos. A média de idade dessas pessoas era 17 anos, principalmente homens, de acordo com a investigação. A maioria dos casos de overdose reportados aconteceram quando as pessoas ingeriram esse produto em situações recreativas como festas juntamente com bebidas alcoólicas, cafeína ou substâncias ilícitas. Os sintomas mais comuns foram palpitações, agitação, tremores e moléstias gastrointestinais. Em alguns casos ocorreram alucinações e problemas cardíacos. O diretor médico do centro de venenos, Naren Gunja, disse que "as pessoas acreditam que as bebidas energéticas são boas pela marca, mas elas podem causar o mesmo problema que 20 xícaras de café", disse a emissora local ABC. Gunja solicitou mais regulamentação na venda das bebidas e que, por exemplo, fique claro quanta cafeína elas contêm, quantas podem ser compradas de uma só vez e com qual idade pode-se adquiri-las. Mas o diretor executivo do Conselho Australiano de Bebidas, Geoff Parker, assegurou em comunicado que essas bebidas estão fortemente regulamentadas e que incluem informações sobre quantidade de cafeína. Parker ressaltou a "responsabilidade pessoal" para não consumir o produto, que é "perfeitamente seguro", em excesso. No Canadá, as autoridades obrigam os produtores de bebidas energéticas a limitar a quantidade de cafeína em cada lata e incluir no rótulo advertências sobre possíveis efeitos nocivos. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Repressão, dor e lições

Jornal O Diário de S. Paulo 18/01/2012 José Ricardo Dias Uma expectativa desanimadora sobre o futuro dos dependentes químicos, antes se concentrados na Cracolândia, é predominante para aqueles que assistiram à operação da Polícia Militar. Afinal, a abordagem, iniciada no dia 03, não apenas se limitou a ser repressiva como também desordenada. Isso porque se antes a distribuição de drogas era concentrada em um local, agora os diversos dependentes e traficantes se espalharam para todos os lados do centro da cidade de São Paulo, assim agravando a sensação de insegurança aos munícipes. Não se questiona a necessidade de intervir na Cracolândia, que desde a década de 90 age como o comércio do crime em céu aberto. Contudo, sem uma convergência de esforços entre Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado e Governo Federal, todos unindo as pastas de Segurança e Saúde, a ação se torna inócua. Inclusive, avalio como, ilusório pensar que os usuários busquem o tratamento com base na “dor e sofrimento”. Um dependente de Crack, cuja vida está dilacerada em decorrência da substância, dificilmente terá discernimento em avaliar se o tratamento é o melhor caminho a ser tomado. Pelo contrário, a tendência é testemunharmos reações violentas por parte de usuários e a procura pelo produto em diversos pontos da cidade. E convenhamos: há muitos locais que comercializam drogas em nossas cidades, inclusive, no ABC Paulista. Sobretudo, os arredores da Cracolândia não têm sequer um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos. Ao invés de uma mera ocupação da PM, o Poder Público precisa adotar uma série de medidas para cortar o mal pela raiz. Primeiro é saber de onde vem essa droga para impedir que chegue ao seu destino final, que geralmente é uma grande cidade (e o ABC Paulista se encontra neste cenário). Segundo, a ocupação da Cracolândia deveria ser acompanhada por profissionais da área da saúde. No entanto, dias após o início do projeto, não vemos um cenário animador. José Ricardo Dias é vereador de Santo André pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vício em crack e outras drogas faz mulheres buscarem laqueadura

Folha de São Paulo O avanço do crack e outras drogas entre grávidas tem feito hospitais brasileiros realizarem laqueaduras a pedido das mulheres. A Folha ouviu cinco maternidades que adotam a prática -- duas no interior de São Paulo, duas na capital e uma em Porto Alegre (RS). Por lei, a laqueadura só pode ser feita em mulheres com mais de 25 anos ou com mais de dois filhos. Ela deve expressar por escrito a vontade, e é proibida a indução à prática. Maternidades ouvidas pela Folha, porém, confirmam que a prática existe e que é cada vez mais comum nos partos ver mães que estão sob o vício do crack. A gravidez, muitas vezes, é resultado de abuso sofrido na rua, enquanto a mulher usava a droga. Na capital, a maternidade estadual Leonor Mendes de Barros faz em média por ano 6.500 partos. Neste ano, 39 grávidas eram usuárias. O hospital não tem levantamento das laqueaduras só em viciadas, mas a operação é feita uma ou duas vezes por mês em casos especiais --viciadas com algum distúrbio psiquiátrico ou soropositivas. Apesar de depender da vontade da mulher, a pressão da família pesa na decisão. "Tenho impressão de que ela é convencida. Geralmente, vem a mãe dela e nos diz "ela engravidou de novo e não se cuida, eu que cuido dos filhos dela", disse a supervisora do Planejamento Familiar Cristina Helena Rama. Próximo à cracolândia, a Santa Casa de SP atende por mês de duas a três grávidas usuárias de crack, em geral jovens de 20 a 30 anos, andarilhas, sem pré-natal, levadas pelo resgate em trabalho de parto e sob efeito da droga. Segundo a médica Sonia Tamanaha, do setor de planejamento familiar, são mulheres que sequer conseguem informar dados pessoais. A Santa Casa não sabe estimar quantas delas passaram pela laqueadura. Em Araraquara (273 km de SP), a Santa Casa teve três casos de bebês que nasceram neste ano e em 2010 com crise de abstinência de cocaína, devido ao vício das mães. Neste ano, foram cinco viciadas em crack. Diretor da maternidade da Santa Casa, Leonardo Alberto Cunha diz não ter dados das esterilizações, mas que ele já fez duas laqueaduras em dependentes químicas. "As famílias nos procuram. Não é rotina, mas nesses casos eu executo, porque são casos de alta dependência. A mulher já tem dois, três bebês, um de cada pai." O procedimento ocorre, diz, com a avaliação de outros médicos. Há casos também em Porto Alegre, no Grupo Hospitalar Conceição. Neste ano, em uma das maternidades do grupo, três de 111 grávidas viciadas passaram por laqueadura. Segundo o diretor-técnico Neio Lúcio Fraga Pereira, há consultório de rua que aborda pessoas com crack --entre elas, há grávidas. Na Mater, em Ribeirão Preto (313 km de SP), um estudo mostrou que 23% das grávidas consumiam álcool. De janeiro a novembro deste ano, foram 357 laqueaduras --não há dados de usuárias. REVERSÃO Segundo o Ministério da Saúde, a laqueadura tubária é irreversível em 95% dos casos. A escolha tem partido das mulheres, convencidas pela família ou após orientação médica. Em 2010, foram 38.752 laqueaduras via SUS, número em queda desde 2007. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

A cada ano, cerca de 200 milhões de pessoas usam drogas ilícitas no mundo

O Estado de São Paulo Uso é maior nos países desenvolvidos, onde as pessoas têm renda mais alta Um novo estudo da revista médica britânica ´The Lancet` aponta que o grande número de doenças no planeta está ligado ao uso de drogas ilícitas. Fundamentada na estimativa de que cerca de 200 milhões de pessoas utilizam substâncias proibidas todo ano, a pesquisa aponta que existe um usuário de drogas a cada 20 pessoas com idades entre 15 e 64 anos. E que o uso é maior nos países desenvolvidos, em que as pessoas têm renda mais alta. Realizado pela equipe da professora Louisa Degenhardt, do Centro de Pesquisa Nacional de Drogas e Álcool, da Universidade de New South Wales, em Sydney, na Austrália, e do professor Wayne Hall, do Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de Queensland, em Brisbane, o estudo mostra que a ilegalidade das substâncias derivadas do ópio (opióides), as anfetaminas, a cocaína e a cannabis (maconha) impedem que se chegue ao número exato de usuários. Além disso, também não é possível especificar quantas dessas pessoas têm problemas com as drogas, incluindo aqui os dependentes. Os estudiosos ainda apontam que, devido às limitações dos dados sobre a extensão do uso e a natureza dos danos relacionados, não há como fazer estimativas de drogas como o ecstasy, as alucinógenas, os inalantes, as substâncias benzodiazepínicas, como o Valium, e os anabolizantes esteroides. De acordo com relatórios sobre Drogas e Crime, feitos pelas Nações Unidas, o consumo de cannabis parece ser maior na Oceania (Austrália e Nova Zelândia) em que cerca de 15% das pessoas, entre 15 e 64 anos, são usuários da droga. Já o uso de opióides, incluindo a heroína, é maior no Oriente Médio (até 1,4%). No caso das anfetaminas, a Oceania também aparece no topo do ranking, com até 2,8% dessa faixa etária fazendo uso de drogas como a metanfetamina cristal - mas aqui sem incluir o ecstasy. A cocaína é a substância mais consumida na América do Norte, com 1,9%. Apesar dos números, os pesquisadores destacam que nenhum método estimativo é ideal para avaliar todas as drogas ou todos os países. Existem quatro grandes tipos de efeitos adversos à saúde do uso de drogas ilícitas: efeitos tóxicos agudos, incluindo overdose; efeitos agudos de intoxicação, tais como lesões acidentais e violência; desenvolvimento de dependência e efeitos adversos de uso sustentado, tais como doenças físicas. De acordo com o estudo, a maconha é responsável por poucas mortes, sendo que as que ocorrem geralmente são acidentais. No entanto, a droga provoca dependência e contribui para o surgimento de transtornos mentais. Já os opióides ocasionam quatro tipos de efeitos: oferecem maior risco de dependência, talvez afetando 1 em cada 4 usuários, e são os principais contribuintes para a morte prematura devido a overdoses, muitas vezes em combinação com outras drogas, bem como acidentes, suicídios e violência, além do desenvolvimento de aids e hepatite. Eles também são responsáveis por dependência, infecções crônicas e doenças do fígado. Segundo os pesquisadores, não há como conseguir respostas inteligentes para os problemas das drogas sem dados concretos e mais precisos. "Esta necessidade é especialmente urgente em países de alta renda, com taxas substanciais de uso de drogas ilícitas, e em países de baixa e média renda, que estão perto de áreas de produção de drogas ilícitas", dizem. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Compostos da maconha podem ter efeitos contrários no cérebro

Hype Science Dois componentes da maconha têm efeitos opostos em algumas regiões do cérebro. Um produto químico, chamado tetraidrocanabinol (THC), aumenta os processos cerebrais que podem levar a sintomas de psicose – como alucinações ou delírios. Enquanto isso, outro composto, chamado canabidiol (CBD), pode “negar” esses sintomas, como indica um novo estudo. Os resultados do novo estudo realizado em Londres são os primeiros a usar imagens cerebrais para demonstrar a razão pela qual sintomas de psicose surgem em usuários de maconha. De acordo com pesquisadores, o principal motivo disso acontecer pode ser o THC, que interfere na capacidade cerebral de distinguir quais são os estímulos importantes – o que os pesquisadores chamam de uma anormal atribuição de relevância. Pesquisas anteriores descobriram que o THC pode induzir sintomas de psicose em pessoas saudáveis e piorar os sintomas em pessoas que já tem problemas psiquiátricos. O novo estudo ainda indica que, a longo prazo, o consumo de maconha pode estar associado ao aumento do risco de esquizofrenia. O estudo mostrou que homens que ingerem THC apresentam aumento da atividade cerebral na região chamada de córtex pré-frontal, mas menor atividade na região do corpo estriado. É possível que essas mudanças aconteçam porque os níveis de THC alteram o neurotransmissor dopamina. Essas alterações parecem ser decisivas nas características fisiopatológicas da psicose, segundo os pesquisadores. Isso é consistente com evidências de que o corpo estriado e o córtex pré-frontal são alterados durante o processamento de pacientes com psicose, indivíduos com risco altíssimo de psicose e pessoas em estado psicótico induzido por drogas. Por outro lado, os efeitos que o CBD ocasionava no cérebro sugerem o oposto sobre os sintomas psicóticos. De acordo com outros estudos, os resultados sugerem que o composto pode ter potencial para ser um antipsicótico, influenciando a circulação sanguínea no cérebro. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Álcool é uma das principais causas de morte no mundo

Jornal do Brasil Cerca de 15% dos alcoólatras morrerão de cirrose e 20% a 30% dos casos de câncer estão associados ao consumo do álcool, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp. Esse número ganha proporções ainda mais preocupantes se levarmos em conta que o Brasil ocupa, hoje, o 4º lugar no ranking dos países que mais consomem bebidas alcoólicas o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Considerada uma droga lícita, o álcool figura entre os quatro fatores de risco que desencadeiam doenças crônicas levando à morte, segundo relatório recém divulgado pela OMS. O cigarro, a má alimentação e o sedentarismo são as outras causas apontadas pelo órgão, o que significa que os aspectos comportamentais configuram os principais motivos de mortes no mundo. “A carga de doença ocasionada pelo álcool é muito alta, de 10% a 12% no Brasil, maior que o cigarro”, ressalta o especialista. Segundo ele, não há um controle social do álcool no País, onde existem aproximadamente 1 milhão de pontos de venda, e as propagandas comerciais são descontroladas, o que leva a um aumento do custo das doenças provocadas pela droga. Dentro deste cenário, a nova lei adotada pelo estado de São Paulo que proíbe o consumo e venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos representa uma medida positiva para a população, uma vez que nove em cada dez alcoólatras começam a beber ainda na adolescência. Mas para o psiquiatra ainda não é o suficiente, outra atitude "é a proibição da propaganda nos meios de comunicação, cujo projeto de lei tramita no Congresso”, comemora. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)