quarta-feira, 27 de abril de 2011

Especialistas alertam para o perigo da entrada no vício em drogas com o acesso fácil a bebidas e cigarro

Jornal do Brasil
Representantes de instituições da área médica e de serviços comunitários de recuperação de viciados em drogas e álcool que participaram, quarta feira (20), de um ciclo de debates sobre o crack na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), do Senado, concluíram que a venda indiscriminada de bebidas a jovens, sem o devido controle por parte do Estado, além de funcionar como uma espécie de porta de entrada para o consumo de drogas, é argumento suficiente para derrubar qualquer iniciativa de liberação do consumo de drogas no país.

O representante da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, foi um dos mais enfáticos nesse aspecto. “Falar de liberação de drogas é uma piada. Se o governo não tem o mínimo controle no uso de bebidas alcoólicas e cola [de sapateiro], pelas crianças e adolescentes, não terá controle também sobre o consumo das drogas”, afirmou o médico.

Ele também criticou a ausência de profissionais de medicina qualificados para lidar com viciados, nos debates e na formulação de políticas públicas do governo federal. Silveira defendeu a execução integrada entre União, estados e municípios nas ações de combate às drogas.

O médico registrou que tem aumentado o consumo de crack no país e que, em Goiás, por exemplo, 60% dos julgamentos de crimes têm como réus usuários da droga. Ele não poupou críticas a uma “falta de controle” do governo sobre as indústrias químicas que fabricam éter e acetona, insumos fundamentais para o refino da cocaína e, por consequência, do crack, que é um derivado da droga.

O representante da ABP defendeu a estruturação dos postos de saúde da rede pública e de tratamento dos dependentes químicos, com a participação de uma equipe multidisciplinar preparada para esse atendimento específico. “Os serviços comunitários, geralmente realizados por religiosos, são precários e carecem de base científica.”

O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, foi outro participante do debate que defendeu “restrições legais severas” ao consumo de derivados do tabaco e de bebidas alcoólicas. Ele reconheceu, entretanto, o forte poder de pressão das indústrias tabagistas e de bebidas sobre os legisladores brasileiros.

Amaral concordou com o colega da ABP sobre o fato do consumo de álcool e cigarro serem vias para a entrada de crianças e adolescentes no mundo do vício. “A liberação [do consumo de drogas no país] nada mais seria do que o agravamento da maciça propaganda para que os jovens usem tabaco e álcool”, afirmou.

Já o presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, ressaltou que o consumo de bebidas deve ser a maior preocupação das autoridades públicas nas ações de combate ao tráfico de drogas. Por outro lado, ponderou como fundamental a presença de médicos e psicoterapeutas nos postos da rede pública de saúde, destinados a esse tipo de atendimento.

Corrêa Lima ressaltou que as escolas devem ser integradas no trabalho de reinserção dos jovens dependentes químicos na sociedade. Nesse sentido, ele afirmou que o trabalho “não deve ser jogado nos ombros do governo federal, mas [tem que haver] o envolvimento de toda a sociedade”.

Os dois representantes de instituições religiosas de atendimento e tratamento de dependentes químicos, no debate da CAS, consideraram fundamental a necessidade de se resgatar valores morais dos jovens no processo de tratamento e preparação para que eles sejam reinseridos no convívio social.

O frei Heinrich Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, de Guaratinguetá (SP), defendeu a necessidade de revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para que permita aos jovens trabalhar e ter uma qualificação profissional.

“Se eles não sabem produzir [os jovens], quando deixarem o tratamento e voltarem ao convívio na sociedade, vão cair nas drogas”, disse Stapel. Ligada à Igreja Católica, a Fazenda da Esperança conta com outras 77 instituições espalhadas pelo país e 30 em construção. Outro ponto ressaltado por Stapel é a participação efetiva dos pais durante o tratamento dessas crianças e adolescentes. “Eu não aguento gente que fica da arquibancada assistindo o jogo, não entra em campo e, depois, quer dar palpite”.

Já o padre jesuíta, Haroldo Rahm, fundador em Campinas (SP) de instituição que leva seu nome, ressaltou que a maioria das vítimas tratada pelas entidades comunitárias para recuperação de dependentes químicos é de origem pobre. “Essas pessoas não têm acesso à psiquiatra e a psicólogos e, por isso, procuram nossa instituição”.

Apesar de defender a integração entre ciência e entidades religiosas no tratamento dessas pessoas, Rahm discordou da qualificação de doentes, dada aos dependentes químicos, pelos médicos e terapeutas. A seu ver, a recuperação e inserção dos jovens estão vinculadas ao fortalecimento de valores morais e de autoestima, geralmente perdidos por uma desestruturação no núcleo familiar, segundo ele.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Nas aldeias, índios plantam maconha, estão viciados até em oxi e trabalham para o tráfico

O Globo
Rio de Janeiro - RJ

Nas reservas de Mato Grosso do Sul, número de homicídios e suicídios tem aumentado.

RIO BRANCO, ACRE. Aldeias indígenas do Acre, do Amazonas e de Mato Grosso do Sul estão na rota de entrada das drogas no país. Sem policiamento, reservas próximas às fronteiras com Bolívia, Colômbia e Peru se tornaram pontos estratégicos para o narcotráfico e locais de recrutamento de mão de obra barata. Indígenas têm consumido cocaína, merla, crack e também oxi - uma nova droga, subproduto da cocaína e pior que o crack, que surgiu no Acre, já se espalhou pela Região Norte, por alguns estados do Nordeste e do Centro-Oeste e chegou a São Paulo, conforme O GLOBO mostrou no último domingo.

Índios das aldeias Marienê e Seruini, no Amazonas, perto do município de Pauini, na fronteira com o Acre, plantam maconha nas terras indígenas para traficar e consumir. Eles levem a droga para a cidade, vendem para as bocas-de-fumo ou trocam por óleo, açúcar e sabão. Cocaína, oxi e merla também podem ser encontrados nas aldeias do Acre, especialmente em Boca do Acre, segundo índios que vivem perto da região.

- A merla é chamada de mel. São os mais jovens que experimentam e se viciam nessa droga, em cocaína, maconha e até em oxi. Tem tido muito conflito. Os mais velhos não concordam, e há caso de filho batendo em pai e mãe - conta Sanipa, índia que vive em Pauini: - A BR 317 passa no meio de duas terras indígenas do povo Apurinã, que fica em Boca do Acre. O homem branco vai nas aldeias e pergunta por "piabas", e aí o índio já sabe que ele quer comprar droga.

A questão das drogas tem se tornado tão grave que o conselho tutelar de Rio Branco teve que intervir no caso de uma índia de 9 anos, que vive numa aldeia de Brasileia, na fronteira do Acre com a Bolívia. A indiazinha foi parar no hospital com overdose de oxi.

- Ela veio numa ambulância, chegou mal, estava desnutrida. Ficou internada por alguns dias e constamos que a maioria dos índios dessa aldeia usa oxi - conta Linagina Silva, conselheira tutelar da capital Acreana.

De acordo com Sanipa, o uso de drogas está também diretamente ligado ao álcool:

- A cachaça tem sido trocada por álcool etílico, chamado "de xarope de tampa azul". Os mais velhos têm dado drogas para as crianças. Dizem que elas ficam igual a um peixe que nada de um lado para o outro. Esses índios de 4, 5 anos viram uma atração.

Em Mato Grosso do Sul, estudo da Secretaria Especial de Saúde Indígena aponta um aumento do número de homicídios e suicídios nas aldeias, acompanhado do crescimento do consumo de drogas como o crack. Os índios na região de Dourados já representam cerca de 60% da população carcerária, a maioria presa por delitos relacionados ao tráfico.

- Os jovens são os alvos. Muitos são obrigados a servir ao tráfico. Estamos propondo uma união da Polícia Federal, Força Nacional, governos estaduais, Funai e população indígena para seja criada uma força tarefa de controle das fronteiras nas áreas de reserva - diz o representante do Amazonas na Comissão Nacional de Políticas Indígenas, Jecinaldo Barbosa Cabral, da etnia Saterá Mawé.

Levantamento da Secretaria Especial de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul mostra que, em 11 anos, foram assassinados 278 índios em aldeias e 508 cometeram suicídios.

- Sob o efeito das drogas, a violência é brutal. Muitos dependentes trabalham no corte da cana-de-açúcar e mutilam com foices seus companheiros - conta o deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS), que propôs a criação de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) nas aldeias.

Nas reservas de Mato Grosso do Sul, número de homicídios e suicídios tem aumentado
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Grávida que fuma faz bebê receber menos nutrientes

R7
Cigarro prejudica formação do feto e desenvolvimento da criança.

Menor quantidade de oxigênio e nutrientes, problemas de formação e dificuldades de aprendizagem são algumas complicações que os bebês enfrentam quando suas mães fumam durante a gravidez. No último domingo (24), a atriz Danielle Winits, que está com quase nove meses de gestação, foi flagrada fumando na companhia do ex-marido, Jonatas Faro. De acordo com especialistas consultados pelo R7, o cigarro nessa fase pode causar problemas para o resto da vida do bebê.

Segundo o obstetra Alberto d´Auria, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em cada tragada são inaladas 4.600 substâncias tóxicas, incluindo o monóxido de carbono. Esse composto, que também é liberado pelo escapamento dos carros, destrói os glóbulos vermelhos, o que prejudica o transporte de oxigênio da mãe para o bebê.

Outras substâncias, como o alcatrão e a nicotina, são responsáveis por diminuir a quantidade de nutrientes que o feto recebe. Isso pode fazer com que o bebê nasça abaixo do peso considerado normal.

Para o obstetra Eduardo Cordioli, presidente da Comissão Nacional de Urgências Obstétricas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), quanto maior a quantidade de cigarros fumados pela mãe e menor o tempo de gravidez, pior será para o bebê.

- Esse bebê pode ter problemas para o resto da vida. O cigarro aumenta as chances de ele ter obesidade, diabetes, hipertensão e dificuldades de aprendizagem.

Trimestre a trimestre

De acordo com D´Auria, o hábito de fumar nos primeiros três meses de gravidez compromete a formação do bebê e pode levar a abortamentos.

Já o vício no segundo trimestre da gestação leva a outros problemas de formação, como fenda palatina (abertura no céu da boca) e lábio leporino.

No terceiro trimestre, o principal problema é de insuficiência placentária. O feto reduz o ganho de peso, prejudicando a formação cerebral. Isso pode levar a dificuldades de aprendizado no futuro.

Diante desses riscos, d´Auria diz que é importante a mãe abandonar o tabaco assim que descobrir que está grávida.

- Largando o cigarro [no início da gravidez], há grandes chances de o bebê não ter nenhum prejuízo. Há tempo para isso.

Procurada, Dani Winits não quis responder às perguntas do R7.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

OXI - Nova droga na praça

Tão letal quanto o crack, de baixo preço e, por extensão, de consumo popular, uma nova droga começa a ser derramada pelo País, ampliando a frente de viciados.

Trata-se do oxidado, substância abreviada para "oxi", sendo mais um subproduto da cocaína, no formato de pedra, fumada em cachimbo semelhante ao utilizado para o consumo do crack. Produzido na Bolívia e no Peru, o oxi penetra no Brasil pelo Acre, difundindo-se pelos mercados consumidores, Fortaleza inclusive, com risco de morte para os dependentes.

Cada pedra branca de oxi tem 80% da borra de cocaína, ao contrário do crack em cuja composição são encontrados 40%. Mais letal do que o crack, a pedra de oxi contém a par do lixo da cocaína, querosene, gasolina, diesel, solução de bateria, cal virgem e permanganato de potássio. Seu efeito é mais rápido e produz alucinações, dependência e bloqueio dos sentidos. A destruição da pessoa se faz mais rápida também.

O oxi tem outras possibilidades de expansão por não necessitar de laboratório para ser manipulado, ao contrário do que ocorre com o crack. Como os aditivos à borra da cocaína são de fácil aquisição, torna-se fácil a mistura e comercialização entre as comunidades de dependentes. Veneno barato, vendido a R$ 2,00 a pedra, a nova droga tem potencial tão forte que vicia quem dela faz uso na primeira experiência. O efeito também é rápido: em segundos.

A questão das fronteiras internacionais está centrada na migração dessa substância danosa à saúde. Com os espaços limítrofes abertos entre os dois países produtores, tornou-se franca a comercialização da substância, inicialmente nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia. Contudo, Rio Branco, a capital do Acre, concentra as rotas de redistribuição: uma para os Estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, e outra, intermediada por Porto Velho, em Rondônia, para alcançar Cuiabá, Brasília, Alagoas, Sergipe e Bahia. O produto já é consumido também no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A expansão das drogas representa um dos mais graves desafios sociais. O governo federal lançou recentemente um plano para enfrentá-lo em três frentes distintas: a prevenção, o tratamento do dependente e o combate sistemático à comercialização das drogas. Contudo, um complicador adicional resulta dos embaraços burocráticos, que fazem as intervenções oficiais chegarem com atraso e quadro agravado. Atacados por agentes militares e policiais, os traficantes de entorpecentes têm levado vantagem em todo mundo.

O governo é forte, detém os meios e os recursos legais para conter o flagelo provocado por essa desordem social. Ainda assim, não pode prescindir da colaboração das instituições privadas, com experiências notáveis na recuperação de drogados nos centros de pesquisa e tratamento psicossocial. O emprego das ciências médicas permitiu avanços consideráveis na redescoberta da vida para esses sobreviventes.

O oxi chega com uma carga letal inimaginável. Depois do crack, pressupunha-se não haver mais derivativo nesse campo de dependência, por causa da sua composição danosa ao ser humano. Mas não existe limite para o vício e o crime.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Jovem começa a beber cada vez mais cedo, mostram pesquisas

HAMER PALHARES*

Se a adolescência é uma fase preocupante, a constatação atual de muitos estudos sobre o consumo de álcool a t ransformou em grave problema de saúde pública.
A idade de início do consumo cai a cada levantamento.
Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool.
Pesquisa recente do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o uso começou aos sete, oito ou nove anos.
O consumo, muitas vezes, começa em casa. Aos pais que pensam ser melhor às crianças beberem sob supervisão, o correto é criança não beber. Quanto mais precoce o contato com álcool, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir a um padrão nocivo e o risco de dependência e desenvolvimento de doença crônica.
Aumenta ainda o risco de tabagismo, que reduz em média dez anos na expectativa de vida, e a chance de consumo de outras drogas.
Apesar das leis que proíbem venda a men ores, adolescentes conseguem comprar bebidas com facilidade.
Estudos em duas cidades paulistas de características diferentes, Diadema e Paulínia, tiveram resultados semelhantes em relação à probabilidade de um adolescente de 15 anos (aparentando a idade real) conseguir comprar bebida alcoólica em estabelecimentos comerciais.
Cerca de 90% dos jovens conseguiram fazê-lo. Na maioria das vezes não se solicitou nenhum documento.
Uma lei só será respeitada se bem fiscalizada e se a sociedade cobrar o cumprimento, como ocorreu com a política contra o tabagismo, que em 15 anos foi reduzido à metade no Brasil.
Há esperanças? Sim, as estatísticas sugerem que a maioria dos jovens não evoluirá para padrões problemáticos de consumo de álcool.
Mas grande parcela poderia estar melhor protegida se houvesse medidas de prevenção seletiva (como a detecção precoce) e universal (bloqueio de propaganda).

HAMER PALHARES é médico psiquiatra, professor do Curso de Especialização em Dependência Química - Modalidade Virtual Uniad/Unifesp (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas - Universidade Federal de São Paulo).

Saiba a diferença entre oxi, crack e cocaína

Drogas têm o mesmo princípio ativo e são usadas da mesma forma.
Diferença está no que é usado para transformar a cocaína em pedra.

Tadeu Meniconi - Do G1, em São Paulo

Fundação Oswaldo Cruz planeja mapeamento do uso de oxi no país
O oxi é cada vez mais um problema de saúde pública no Brasil. A droga chegou ao país em meados da última década pelo Acre e pelo Amazonas, nas regiões das fronteiras com Bolívia e Colômbia. Agora, há registro de mortes no Piauí e a ameaça de que ela atinja o Sudeste. A Fundação Oswaldo Cruz já prepara um mapeamento da droga no território nacional.
A droga é derivada da planta coca, assim como a cocaína e o crack. Há diferenças, contudo, no modo de preparo. Existe uma pasta base, com o princípio da droga, e de seu refino vem a cocaína.
“A pasta base é como a rapadura e a cocaína é como o açúcar”, compara Marta Jezierski, médica psiquiátrica e diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), ligado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
O crack e o oxi são feitos a partir dos restos do refino da cocaína. As três drogas possuem, portanto, o mesmo princípio ativo e um efeito parecido, que é a aceleração do metabolismo, ou seja, do funcionamento do corpo como um todo.
Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância"
Marta Jezierski, médica psiquiátrica
A diferença da cocaína para as outras duas está no que os especialistas chamam de “via de administração”.
Enquanto a primeira é inalada em forma de pó, as outras duas são fumadas em forma de pedra. Isso muda a forma como o corpo lida com a dose.
O pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, que tem nervos aflorados, responsáveis pelo olfato. O efeito dura entre 30 e 45 minutos. No caso das outras duas drogas, a absorção acontece no pulmão, de onde ela cai na corrente sanguínea. O efeito dura cerca de 15 minutos, e por isso, é mais intenso que o da cocaína, o que aumenta o risco de que o usuário se torne um viciado.
“Quando menor a duração do efeito, mais viciante é uma substância”, afirma Jezierski.
“Se você usa uma que dá um 'barato' de 48 horas, você não precisa de outra dose tão cedo, mas se usa uma que dá um barato de 15 minutos e, em seguida, te dá depressão, vai querer outra dose”, explica a psiquiatra.
A grande diferença do oxi para o crack está na sua composição química. Para transformar o pó em pedra, o crack usa bicarbonato de sódio e amoníaco. Já o oxi, com o objetivo de baratear os custos – e atingir um número maior de usuários –, leva querosene e cal virgem.
Querosene e cal virgem são substâncias corrosivas e extremamente tóxicas. Por isso, o consumo do oxi pode levar à morte mais rápido que o crack – no qual o que é realmente nocivo é o princípio ativo da droga.
“A hipocrisia do suicídio é bem menor”, conclui Jezierski sobre o oxi, em relação ao crack.

terça-feira, 26 de abril de 2011

4 atitudes essenciais para afastar os filhos das drogas

Especialista indica as atitudes mais importantes para manter os filhos adolescentes longe do perigo das drogas

Além de conversar muito com o seu filho, procure conhecer melhor os amigos dele

Uma das maiores dúvidas dos pais é saber como agir para manter o filho longe das drogas. Segundo o psicólogo Murilo Battisti, de São Paulo, existem quatro comportamentos fundamentais para se obter esse resultado. Confira:


1. Dialogar desde cedo

A iniciativa mais importante é o bom diálogo. "Isso quer dizer conversar e não só falar para o outro ouvir. Ou seja, é preciso trocar idéias e responder dúvidas, pois os filhos são bem informados sobre drogas", ele explica. Nunca é cedo nem tarde demais para começar. Battisti revela que crianças de 6 anos, por exemplo, conseguem perceber que há algo de errado quando o pai ou a mãe bebeu muito.


2. Ficar perto dos amigos dele

Busque conhecer melhor os amigos de seu filho e os pais deles. Só no convívio é possível descobrir se algum consome drogas. Mas nada de querer fazer parte da turma e se infantilizar. "Os pais são responsáveis por colocar limites, acolher e supervisionar os filhos", diz Murilo.


3. Saber o que a escola ensina

Procure conhecer como é o programa que a escola desenvolve em relação às drogas. Algumas organizam palestras, outras convidam a Polícia Militar para fazer apresentações para os alunos. "A discussão sobre os efeitos das drogas e suas conseqüências é feita com base em notícias ou em situações que os próprios estudantes contam", diz Adriana Nogueira, da PM paulista. No colégio Arbos, de São Bernardo do Campo, a postura dos coordenadores é direta. "Se percebemos que um aluno está usando drogas, chamamos a família para uma conversa", conta Maurício Celli De Vitta, coordenador pedagógico.


4. Seja sincero sempre

Mantenha o jogo aberto com seu filho e encare o problema. O melhor a fazer é conversar sem rodeios, descobrir o que o levou a procurar as drogas e orientá-lo, com carinho. "No caso do jovem, quanto mais velho mais ele tem necessidade de carinho e atenção. Com criança, é o inverso: mais limite e autoridade", diz Murilo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pasta de cocaína já é a droga mais consumida no Pará

Diário do Pará
A pasta de cocaína é a droga mais consumida no Pará. Ela é a junção da pedra de oxi adicionada a solução de bateria e barrilha (substância para limpar piscina).

A pedra de oxi é formada pelo composto de cloridrato de cocaína, querosene e bicarbonato de sódio (barrilha). Para confeccionar um cigarro, a pedra é dissolvida na solução de bateria e finalizada com a barrilha. Depois de secar está pronta para o consumo.

ROTA AQUECIDA

Só o quilo da pedra de oxi custa entre R$ 14 e R$ 16 mil. Cada quilo se transforma em dez quilos de pasta de cocaína, que custam cerca de R$ 4 mil o quilo.

Segundo o diretor da Divisão de Repressão ao Entorpecente (DRE), o delegado Hennison Jacob Azevedo, de janeiro até março, a polícia apreendeu 30 quilos de pedra de oxi. “É um número expressivo. Isso prova o aquecimento do mercado no Estado. Nesse mesmo período a PF apreendeu 65 kg”, disse.

PASTA

A pasta de cocaína foi criada na fronteira do Acre com o Peru e entrou no país no começo dos anos 90. “Naquela época a droga mais usada era a cocaína, mas sempre foi cara. Os traficantes queriam vender mais e os usuários queriam algo mais forte. Quem fumava maconha e queira algo mais forte, nem sempre podia consumir a cocaína”, explicou o delegado.

O quilo da cocaína custa em média R$ 18 mil e o da maconha R$ 200. “O engraçado é que os traficantes nem querem mais ‘trabalhar’ com a maconha. Ela é barata, pouca demanda e se ele for preso vai ter a mesma pena se traficar o oxi, com o qual se lucra mais”.

CRIMES

A unidade da droga que é vendida como “peteca de pasta” custa em média R$ 5. “É um valor barato e o usuário tem uma droga forte que vicia muito rápido e dá a ele coragem para até roubar e matar. Quase todos os crimes, desde o simples furto, estão relacionados com o tráfico. As mortes por acerto de contas estão quase sempre relacionadas a droga”, observou Hennison Azevedo.

Para o delegado só a repressão não vai combater o uso das drogas, o investimento pesado na prevenção é a solução. “As drogas como a pasta de cocaína e o craque são uma realidade na nossa sociedade, por isso no segundo semestre a Polícia Civil vai atacar na prevenção com campanhas educacionais”, concluiu o delegado.

CRACK

O nome do crack vem do barulho que a droga faz quando está sendo fumada. Uns estalos provocados pela brasa.

A pedra do crack é a mesma da pasta, o oxi. A diferença está num pequeno detalhe, o querosene é substituído pelo tiner, substância usada para diluir tinta óleo.

“Ela também tem grande aceitação em nossa região, mas nada se compara com a pasta, que já se tronou uma característica daqui. É no Sul e Sudeste que ela realmente é muito consumida”, observou o delegado Hennison Jacob.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Saiba um Pouco Mais Sobre os Efeitos e Maleficios Causados Pela Cocaína

A cocaína é uma substância natural, extraída das folhas de uma planta que ocorre exclusivamente na América do Sul: a Erythroxylon coca, conhecida como coca ou epadú, este último nome dado pelos índios brasileiros. A cocaína pode chegar até o consumidor sob a forma de um sal, o cloridrato de cocaína, o "pó", "farinha", "neve" ou "branquinha" que é solúvel em água e, portanto, serve para ser aspirado ("cafungado") ou dissolvido em água para uso endovenoso ("pelos canos"); ou sob a forma de uma base, o crack que é pouco solúvel em água mas que se volatiliza quando aquecida e, portanto, é fumada em "cachimbos".

Também sob a forma base, a merla (mela, mel ou melado) preparada de forma diferente do crack, também é fumada. Enquanto o crack ganhou popularidade em São Paulo, Brasília foi a cidade vítima da merla. De fato, pesquisa recente mostra que mais de 50% dos usuários de drogas da nossa Capital Federal fazem uso de merla e apenas 2% de crack.Por apresentar um aspecto de "pedra" no caso do crack e "pasta" no caso da merla, não podendo ser transformado num pó fino, tanto o crack como a merla não podem ser aspirados como é o caso da cocaína pó ("farinha"), e por não serem solúveis em água também não podem ser injetados. Por outro lado, para passar do estado sólido ao de vapor quando aquecido, o crack necessita de uma temperatura relativamente baixa (95° C) o mesmo ocorrendo com a merla, ao passo que o "pó" necessita de 195° C, por esse motivo que o crack e a merla podem ser fumados e o "pó" não. Há ainda a pasta de coca que é um produto grosseiro, obtido das primeiras fases de separação de cocaína das folhas da planta quando estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina e ácido sulfúrico. Esta pasta contém muitas impurezas tóxicas e é fumada em cigarros chamados "basukos". Antes de se conhecer e de se isolar cocaína da planta, esta era muito usada sob forma de chá. Ainda hoje este chá é bastante comum em certos países como Peru e Bolívia, sendo que neste primeiro é permitido por lei, havendo até um órgão do Governo o "Instituto Peruano da Coca" que controla a qualidade das folhas vendidas no comércio. Este chá é até servido aos hóspedes nos hotéis. Acontece que sob a forma de chá, pouca cocaína é extraída das folhas; além do mais, ingere-se (toma-se pela boca) o tal chá, e pouca cocaína é absorvida pelos intestinos e ainda mais ela já começa a ser metabolizada pelo sangue e indo ao fígado é em boa medida destruída antes de chegar ao cérebro. Em outras palavras quando a planta é ingerida sob a forma de chá, muito pouca cocaína chega ao cérebro. Todo mundo comenta que vivemos hoje em dia uma epidemia de uso de cocaína, como se isto estivesse acontecendo pela primeira vez.

Mesmo nos Estados Unidos onde sem dúvida houve uma explosão de uso nestes últimos anos, já houve fenômeno semelhante no passado. E no Brasil também há cerca de 60-70 anos utilizou-se aqui muita cocaína. Tanto que o jornal "O Estado de São Paulo" publicava esta notícia em 1914: "há hoje em nossa cidade muitos filhos de família cujo grande prazer é tomar cocaína e deixar-se arrastar até aos declives mais perigosos deste vício. Quando...atentam... é tarde demais para um recuo".

Efeitos no Cérebro:

Tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto todos os efeitos provocados pela cocaína também ocorrem com o crack e a merla. Porém, a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambos são fumados) faz toda a diferença do crack e da merla com o "pó". Assim que o crack e a merla são fumados alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral chegando rapidamente ao cérebro. Com isto, pela via pulmonar o crack e a merla "encurtam" o caminho para chegar no cérebro, aparecendo os efeitos da cocaína muito mais rápido do que outras vias. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto que os efeitos após cheirar o "pó" acontecem após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a 5 minutos. Essa característica faz do crack uma droga "poderosa" do ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase que instantaneamente após uma "pipada". Porém a duração dos efeitos do crack é muito rápida. Em média duram em torno de 5 minutos, enquanto que após injetar ou cheirar, em torno de 20 e 45 minutos, respectivamente. Essa pouca duração dos efeitos faz com que o usuário volte a utilizar a droga com mais freqüência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos) levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários da cocaína por outras vias (nasal, endovenosa).

Logo após a "pipada" o usuário sente uma sensação de grande prazer, intensa euforia e poder. É tão agradável, que logo após o desaparecimento desse efeito (e isso ocorre muito rapidamente, em 5 min), ele volta a usar a droga, fazendo isso inúmeras vezes até acabar todo o estoque que possui ou o dinheiro para conseguí-lo. A essa compulsão para utilizar a droga repetidamente, dá-se o nome popular de "fissura" que é uma vontade incontrolável de sentir os efeitos de "prazer" que a droga provoca. A "fissura" no caso do crack e merla é avassaladora, já que os efeitos da droga são muito rápidos e intensos. Além desse "prazer" indescritível, que muitos comparam a um orgasmo, o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite. Este último efeito é muito característico do usuário de crack e merla. Em menos de um mês ele perde muito peso (8 a 10 Kg) e num tempo um pouco maior de uso ele perde todas as noções básicas de higiene ficando com um aspecto deplorável. Por essas características os usuários de crack (craqueros) ou de merla são facilmente identificados. Após ao uso intenso e repetitivo o usuário experimenta sensações muito desagradáveis como cansaço e intensa depressão.

Efeitos tóxicos:

A tendência do usuário é aumentar a dose de uso na tentativa de sentir efeitos mais intensos. Porém essas quantidades maiores acabam por levar o usuário a comportamento violento, irritabilidade, tremores e atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranóia (chamada entre eles de "nóia" ). Esse efeito provoca um grande medo nos craqueros, que passam a vigiar o local onde estão usando a droga e passam a ter uma grande desconfiança uns dos outros o que acaba levando-os à situações extremas de agressividade. Eventualmente podem ter alucinações e delírios. A esse conjunto de sintomas dá-se o nome de "psicose cocaínica". Além desses sintomas descritos, o craquero e o usuário de merla perdem de forma muito marcante o interesse sexual.

Efeitos sobre outras partes do Corpo:

Os efeitos são os mesmos provocados pela cocaína utilizada por outras vias. Assim, o crack e a merla podem produzir um aumento das pupilas (midríase), afetando a visão que fica prejudicada, a chamada "visão borrada". Ainda pode provocar dor no peito, contrações musculares, convulsões e até coma. Mas é sobre o sistema cardiovascular que os efeitos são mais intensos. A pressão arterial pode elevar-se e o coração pode bater muito mais rapidamente (taquicardia). Em casos extremos chega a produzir uma parada do coração por fibrilação ventricular. A morte também pode ocorrer devido a diminuição de atividade de centros cerebrais que controlam a respiração. O uso crônico da cocaína pode levar a uma degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise.

Efeitos e Maleficios Causados Pela Maconha

A maconha é o nome dado aqui no Brasil a uma planta chamada cientificamente de Cannabis Sativa. Em outros países ela recebe diferentes nomes como os mencionados no título deste folheto. Ela já era conhecida há pelo menos 5.000 anos, sendo utilizada quer para fins medicinais quer para "produzir risos". Talvez a primeira menção da maconha na nossa língua tenha sido um escrito de 1.548 onde está dito no português daquela época: "e já ouvi a muitas mulheres que, quando iam ver algum homem, para estar choquareiras e graciosas a tomavam".

Até o início do presente século, a maconha era considerada em vários países, inclusive no Brasil, como um medicamento útil para vários males. Mas também era já utilizada para fins não médicos por pessoas desejosas de sentir "coisas diferentes", ou mesmo utilizavam-na abusivamente. Conseqüência deste abuso, e de um certo exagero sobre os seus efeitos maléficos, a planta foi proibida em praticamente todo mundo ocidental, nos últimos 50-60 anos. Mas atualmente, graças às pesquisas recentes, a maconha (ou substâncias dela extraídas) é reconhecida como medicamento em pelo menos duas condições clínicas: reduz ou abole as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos anticâncer e tem efeito benéfico em alguns casos de epilepsia (doença que se caracteriza por convulsões ou "ataques"). Entretanto, é bom lembrar que a maconha (ou as substâncias extraídas da planta) tem também efeitos indesejáveis que podem prejudicar uma pessoa.O THC (tetrahidrocanabinol) é uma substância química fabricada pela própria maconha, sendo o principal responsável pelos efeitos da planta.

Assim, dependendo da quantidade de THC presente (o que pode variar de acordo com o solo, clima, estação do ano, época de colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso) a maconha pode ter potência diferente, isto é, produzir mais ou menos efeitos. Esta variação nos efeitos depende também da própria pessoa que fuma a planta: todos nós sabemos que há grande variação entre as pessoas; de fato, ninguém é igual a ninguém! Assim, a dose de maconha que é insuficiente para um pode produzir efeito nítido em outro e até uma forte intoxicação num terceiro.

Efeitos da Maconha:

Para bom entendimento é melhor dividir os efeitos que a maconha produz sobre o homem em físicos (ação sobre o próprio corpo ou partes dele) e psíquicos (ação sobre a mente). Esses efeitos físicos e psíquicos sofrerão mudanças de acordo com o tempo de uso que se considera, ou seja, os efeitos são agudos (isto é, quando decorre apenas por algumas horas após fumar) e crônicos (conseqüências que aparecem após o uso continuado por semanas, ou meses ou mesmo anos).

Físicos Crônicos

Os efeitos físicos crônicos da maconha já são de maior monta. De fato, com o continuar do uso, vários órgãos do nosso corpo são afetados. Os pulmões são um exemplo disso. Não é difícil imaginar como irão ficar estes órgãos quando passam a receber cronicamente uma fumaça que é muito irritante, dado ser proveniente de um vegetal que nem chega a ser tratado como é o tabaco comum. Esta irritação constante leva a problemas respiratórios (bronquites), aliás como ocorre também com o cigarro comum. Mas o pior é que a fumaça de maconha contêm alto teor de alcatrão (maior mesmo que na do cigarro comum) e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno; ainda não está provado cientificamente que a pessoa que fuma maconha cronicamente está sujeita a contrair câncer dos pulmões com maior facilidade, mas os indícios em animais de laboratório de que assim pode ser são cada vez mais fortes.

Outro efeito físico adverso (indesejável) do uso crônico da maconha refere-se à testosterona. Esta é o hormônio masculino; como tal confere ao homem maior quantidade de músculos, a voz mais grossa, a barba, também é responsável pela fabricação de espermatozóides pelos testículos. Já existem muitas provas que a maconha diminui em até 50-60 % a quantidade de testosterona. Conseqüentemente o homem apresenta um número bem reduzido de espermatozóides no líquido espermático (medicamente esta diminuição chama-se oligospermia) o que leva a uma infertilidade. Ou seja, o homem terá mais dificuldade de gerar filhos. Este é um efeito que desaparece quando a pessoa deixa de fumar a planta. É também importante dizer que o homem não fica impotente ou perde o desejo sexual; ele fica somente com uma esterilidade, isto é, fica incapacitado de engravidar sua companheira. Há ainda a considerar os efeitos psíquicos crônicos produzidos pela maconha. Sabe-se que o uso continuado da maconha interfere com a capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir um estado de amotivação, isto é, não sentir vontade de fazer mais nada, pois tudo fica sem graça e importância. Este efeito crônico da maconha é chamado de síndrome amotivacional. Além disso a maconha pode levar algumas pessoas a um estado de dependência, isto é, elas passam a organizar sua vida de maneira a facilitar o uso de maconha, sendo que tudo o mais perde o seu real valor. Finalmente, há provas científicas de que se a pessoa tem uma doença psíquica qualquer, mas que ainda não está evidente (a pessoa consegue "se controlar") ou a doença já apareceu, mas está controlada com medicamentos adequados, a maconha piora o quadro. Ou faz surgir à doença, isto é, a pessoa não consegue mais "se controlar" ou neutraliza o efeito do medicamento e a pessoa passa a apresentar de novo os sintomas da doença. Este fato tem sido descrito com freqüência na doença mental chamada esquizofrenia. Em um levantamento feito entre os estudantes do 1º e 2º graus das 10 maiores cidades do país, em 1997, 7,6% declararam que já haviam experimentado a maconha e 1,7% declararam fazer uso de pelo menos 6 vezes por mês.

Físicos Agudos

Os efeitos físicos agudos são muito poucos: os olhos ficam meio avermelhados (o que em linguagem médica chama-se hipermia das conjuntivas), a boca fica seca (e lá vai outra palavrinha médica antipática: xerostomia - é o nome difícil que o médico dá para boca seca) e o coração dispara, de 60-80 batimentos por minuto pode chegar a 120-140 ou até mesmo mais (é o que o médico chama de taquicardia).

Psíquicos Agudos

Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para uma parte das pessoas os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, sentir-se menos fatigado, vontade de rir (hilaridade). Para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas, suando. É o que comumente chamam de "má viagem" ou "bode". Há ainda evidente perturbação na capacidade da pessoa em calcular tempo e espaço e um prejuízo na memória e atenção. Assim sob a ação da maconha a pessoa erra grosseiramente na discriminação do tempo tendo a sensação que se passaram horas quando na realidade foram alguns minutos; um túnel com 10 metros de comprimento pode parecer ter 50 ou 100 metros. Quanto aos efeitos na memória eles se manifestam principalmente na chamada memória a curto prazo, ou seja, aquela que nos é importante por alguns instantes. Dois exemplos verídicos auxiliam a entender este efeito: uma telefonista de PABX em um hotel (que ouvia um dado número pelo fone e no instante seguinte fazia a ligação) quando sob ação da maconha não era mais capaz de lembrar-se do número que acabara de ouvir.

O outro caso, um bancário que lia numa lista o número de um documento que tinha que retirar de um arquivo; quando sob ação da maconha já havia esquecido do número quando chegava em frente ao arquivo. Pessoas sob esses efeitos não conseguem, ou melhor, não deveriam executar tarefas que dependem da atenção, bom senso e discernimento, pois correm o risco de prejudicar outros e/ou a si próprio. Como exemplo disso: dirigir carro, operar máquinas potencialmente perigosas. Aumentando-se a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais evidentes, com predominância de delírios e alucinações. Delírio é uma manifestação mental pela qual a pessoa faz um juízo errado do que vê ou ouve; por exemplo, sob ação da maconha uma pessoa ouve a sirene de uma ambulância e julga que é a polícia que vem prendê-la; ou vê duas pessoas conversando e pensa que ambas estão falando mal ou mesmo tramando um atentado contra ela. Em ambos os casos, esta mania de perseguição (delírios persecutórios) pode levar ao pânico e, conseqüentemente, a atitudes perigosas ("fugir pela janela", agredir as pessoas conversando em "defesa" antecipada contra a agressão que julga estar sendo tramada). Já a alucinação é uma percepção sem objeto, isto é, a pessoa pode ouvir a sirene da polícia ou vê duas pessoas conversando quando não existe quer a sirene quer as pessoas. As alucinações podem também ter fundo agradável ou terrificante.

Mulheres fumantes na pós-menopausa correm risco 16% maior de terem câncer

Zero Hora
O estudo foi realizado com quase 80 mil mulheres americanas durante 10 anos.

Dois estudos publicados recentemente mostram claramente os riscos e benefícios do estilo de vida no combate ao câncer, destacando os perigos do tabagismo para mulheres na pós-menopausa e os efeitos protetores dos exercícios no intestino. As mulheres na pós-menopausa que fumam ou costumavam fumar correm um risco até 16% maior de desenvolver câncer de mama do que aquelas que nunca fumaram, destacou um artigo publicado na edição online do British Medical Journal (BMJ).

As mulheres que foram extensivamente expostas ao fumo passivo, tanto na infância quanto na idade adulta, também podem correr mais riscos de desenvolver câncer de mama, acrescentaram. No entanto, esse risco aparente não se aplica a mulheres apenas moderadamente expostas ao fumo passivo.

O estudo foi realizado com quase 80 mil mulheres americanas, entre 50 e 79 anos. Todas foram acompanhadas por 10 anos.

Outra pesquisa separada, publicada pelo British Journal of Cancer, demonstrou que pessoas com estilo de vida mais ativo corriam pelo menos três vezes menos riscos de desenvolver grandes tumores nos intestinos, conhecidos como pólipos, que costumam ser precursores de câncer. A conclusão se baseia em um apanhado de 20 estudos publicados.

— Há muito sabemos que um estilo de vida ativo pode proteger contra o câncer de intestino, mas esse estudo é o primeiro a examinar todas as evidências disponíveis e demonstrar que uma redução dos pólipos intestinais é a explicação mais provável para isso — disse a principal autora do estudo, Kathleen Wolin, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Saint Louis, no Missouri.

Segundo ela, a prática de exercícios traz muitos benefícios, inclusive o fortalecimento do sistema imunológico, reduzindo a inflamação nos intestinos e ajudando a reduzir os níveis de insulina, todos fatores propensos a influenciar o risco de desenvolvimento de pólipos. Meia hora de exercícios moderados por dia — qualquer um que provoque perda de fôlego suave — e a manutenção de um peso razoável são chaves para reduzir os riscos de câncer de intestino, destacou o Cancer Research UK, que publica o jornal.

O que dizem os estudos

:: As mulheres na pós-menopausa que fumam ou costumavam fumar correm um risco até 16% maior de desenvolver câncer de mama do que aquelas que nunca fumaram

:: Meia hora de exercícios moderados por dia — qualquer um que provoque perda de fôlego suave — e a manutenção de um peso razoável são chaves para reduzir os riscos de câncer de intestino.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Conheça os cinco passos para parar de fumar

R7
Marque uma data para largar o vício e leve adiante esse desafio.

Marque uma data para parar de fumar e informe sua família e amigos. Esse é o primeiro passo para quem quer parar de fumar.

De acordo com o especialista Antonio Sproesser, é sempre mais difícil largar o cigarro quando o fumante é radical e tenta parar de um dia para o outro. O melhor, diz ele, é estabelecer uma data e mudar a rotina e o estilo de vida até chegar o grande dia.

O segundo passo é se livrar dos objetos do cigarro no dia em que você começa a largar o vício. Deixe de lado isqueiros e cinzeiros e evite, por um tempo, encontros que podem levar você novamente ao cigarro.

O terceiro, diz Sproesser, é controlar a vontade de fumar.

- Quando o desejo chegar, masque um pedaço de gengibre ou beba água.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Cigarro danifica o DNA em meia hora

Diário do Grande ABC
Os danos causados pelo cigarro são mais rápidos do que se supunha.

De acordo com um estudo encomendado pelo Instituto do Câncer dos Estados Unidos, o fumo leva 30 minutos para danificar o DNA, responsável pelo código genético. O estudo analisou a ação de substâncias tóxicas do cigarro em 12 voluntários. Esses participantes apresentaram níveis máximos de PAHs (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos), presentes na fumaça em apenas meia hora. Essas substâncias têm um alto poder cancerígeno e podem causar mutações que formam vários tipos de tumores malignos. O total de mortes devido ao tabaco já supera 4,9 milhões ao ano. No Brasil, morrem 200 mil pessoas por causa do cigarro. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O total de óbitos devido ao uso do tabaco é de 4,9 milhões de pessoas, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Segundo pesquisa a esquizofrenia está relacionada ao uso de maconha

Ao desvendar os mecanismos de ação da maconha no cérebro, cientistas da Universidade de Western Ontario, no Canadá, descobriram que o uso da droga pode levar à esquizofrenia. A equipe do especialista em biologia celular da Faculdade de Medicina Steve Laviolette identificou como os receptores cerebrais da Cannabis sativa, os canabinoides, agem quando a erva é consumida, provocando alterações nas emoções do usuário. De acordo com Laviolette, as mesmas áreas envolvidas com a esquizofrenia — o córtex pré-frontal e a amígdala basolateral — são ativadas pela maconha.

Usando um modelo animal, os pesquisadores descobriram que a ativação dos canabinoides na amígdala amplia o grau de como as experiências são sentidas. Por exemplo, ratos que receberam doses de maconha exibiram um medo desproporcional diante das situações de médio risco às quais foram expostos. “Já quando bloqueamos esses receptores, conseguimos interromper o processo”, contou Laviolette em entrevista ao Correio. “Na amígdala, os efeitos dos canabionoides relacionados às emoções dependem do córtex pré-frontal, demonstrando uma ligação crítica entre essas duas áreas cerebrais”, explica o especialista, cujo artigo foi publicado na edição de ontem do Journal of Neurology.

De acordo com Laviolette, evidências clínicas recentes têm sugerido que o uso da maconha a longo prazo durante a adolescência, quando o cérebro está se desenvolvendo, pode aumentar o risco de esquizofrenia na idade adulta. “Esse tipo de prova é de certa forma controversa, já que é difícil estabelecer relações de causa e efeito em estudos longitudinais. Porém há outras provas fortes que ligam a cannabis à esquizofrenia. Por exemplo, altas doses de drogas derivadas da planta induzem surtos psicóticos. Além disso, estudos clínicos que examinaram post mortem o tecido cerebral de pessoas esquizofrênicas descobriram níveis anormais de receptores canabinoides, principalmente na área do córtex pré-frontal”, diz.
Autor:
OBID Fonte: Correio Braziliense

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Afogar “mágoas” com bebida leva jovens ao alcoolismo mais depressa

R7
Diego Maldonado, o menino bonito e rico da novela Rebelde, usa a bebida como “válvula de escape” para esquecer a tumultuada relação que tem com o pai, um poderoso empresário que não aceita o lado artístico do filho.
Quem diz isso é o próprio Arthur Aguiar, o intérprete do protagonista, em entrevista exclusiva ao R7.
Diego nasceu em uma poderosa família de políticos e empresários bem-sucedidos. Com uma vida bastante confortável, teria tudo o que quisesse se não fosse desprezado pelo pai – um homem poderoso que não tem tempo para ele, nem para a mulher.
Além da distância física, Diego sente também o desgosto do pai pela sua personalidade. Ele quer que o filho siga seus passos, mas Diego gosta de música, não de negócios. Para tentar atrair o pai, o rapaz passou a exagerar na bebida alcoólica e viver situações perigosas.
- Ele bebe para chamar a atenção do pai. Pode ver, sempre quando ele é desprezado pelo pai, ele bebe.

Arthur, que tem 22 anos, e é bem diferente de seu personagem, diz que nota vários “Diegos” em outros jovens. Para encarar o mauricinho, tem ido aos bares cariocas com os amigos para observar como meninos e meninas se comportam a mesa. Exageros, segundo ele, dão o tom na maioria.
- Os jovens hoje bebem demais por qualquer coisa e acham que só podem se divertir assim. Eu não preciso beber para me divertir, bebo só socialmente e nem em todos os fins de semana, como a maioria faz.
Ex-nadador profissional, o carioca acha o comportamento de Diego preocupante, mas entende que o problema é emocional.
- Talvez se o pai desse atenção para ele, o Diego não precisaria fazer tudo aquilo. Ele já tem feito coisas perigosas, como pegar o carro bêbado e bater.

Arthur não sabe ainda se Diego se tornará um alcoólatra, mas assegura que seu personagem vai aprontar muito mais por aí.
Alcoolismo na juventude
Ser um alcoólatra quando jovem implica em problemas até mais graves do que quando se é adulto. Isso porque o abuso do álcool pode alterar o sistema nervoso que ainda está em formação. O resultado: causa dependência de forma mais rápida e destruidora do que em pessoas maiores de 21 anos, segundo Sérgio Duailib, especialista em dependência química e doutor pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
- Quanto mais precoce se inicia o consumo de álcool, mais cedo a bebida vai atingir o sistema nervoso. Essa estimulação precoce leva à repetição do comportamento de forma bem mais frequente do que em um cérebro de um adulto, que já está totalmente formado e preparado para receber e reagir a esses estímulos.
O resultado das bebedeiras tende a influenciar de forma crítica o aprendizado e a vida social desse jovem.
- A dependência leva à tolerância da bebida e esse jovem vai precisar cada vez mais dela para conseguir o mesmo efeito. Isso vai levar à queda do rendimento escolar e alteração do comportamento.
Qual é o limite?
O limite entre beber muito para se divertir ou para afogar as mágoas é bem tênue se comparado entre pessoas que bebem por vício, como um alcoólatra, explica o psiquiatra Pedro Katz, diretor técnico do SAID (Serviço de Atenção Integral ao Dependente), do Hospital Samaritano em conjunto com a Prefeitura de São Paulo.
Segundo o especialista, beber várias vezes por semana, ou voltar alcoolizado das últimas reuniões com amigos, já podem ser considerados fortes indícios de abuso do álcool.
Entender como isso acontece nem sempre é fácil. São vários os fatores que levam os jovens a beber demais e, por consequência, se tornarem alcoólatras. Um deles, segundo Katz, é achar que o uso esporádico do álcool é normal até dentro de casa. Isto é, assim como Diego, a família pode ter papel importante nesse comportamento.
- É a banalização do consumo que mais preocupa. Um exemplo é a apresentação da bebida pelos próprios pais ou por amigos cujos pais autorizam e incentivam, sem lembrar que o jovem busca sensações de prazer ou vive sob pressão de um grupo.
É comum também, segundo ele, jovens abusarem da bebida para ficar mais desinibidos, preencher vazios existenciais, quadros de ansiedade, e mesmo uma depressão. E quanto maior for a frequência, maior a chance desse jovem se tornar dependente.
Diante desses fatores, Katz orienta aos pais a ficarem atentos ao comportamento dos filhos e saber quem são seus amigos.
Tratamento
O alcoolismo juvenil deve ser tratado. O ideal é procurar um médico psiquiatra, que tem condição de analisar o comportamento e administrar medicação adequada, da mesma forma como são tratados alcoólatras de qualquer idade. O diferencial, nesses casos, no entanto, é saber como lidar com um paciente mais jovem. Por isso, Katz indica aos pais a procura por especialistas em tratamento de adolescentes.
- O adolescente é muito mais impulso do que emoção. Com eles tem que se buscar primeiro uma questão motivacional, trabalhar com reforços positivos, e descobrir se ele sofre de outros quadros como ansiedade, déficit de atenção ou depressão, antes de tratar.