sábado, 29 de junho de 2013

Por que as mulheres estão bebendo cada vez mais?

94 FM Dourados A tendência é de aumento crescente não só no volume de álcool ingerido, mas também na frequência A porcentagem de mulheres que ingerem grandes quantidades de álcool tem aumentado pelo menos duas vezes mais rápido que entre os homens. Essa é a conclusão do último levantamento do Ministério da Saúde que abordou o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, o Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), de 2011. Para o Ministério da Saúde, consumo abusivo de bebida alcoólica é aquele que ultrapassa, para homens, cinco ou mais doses numa mesma ocasião em um único mês ou, para as mulheres, quatro ou mais doses. A tendência é de aumento crescente não só no volume de álcool ingerido, mas também na frequência com que elas bebem doses comprometedoras. "O aumento é mais expressivo nas regiões Sul e Sudeste, e nas classes de maior poder aquisitivo", diz Stella Pereira de Almeida, psicóloga pós-doutorada pela USP e especialista em tratamento e prevenção do uso de álcool. Para a psicóloga, é urgente que o poder público invista em campanhas de prevenção e divulgação de informações sobre os riscos do alcoolismo para a mulher. Riscos para elas Os efeitos do alcoolismo para as mulheres podem variar de acordo com o histórico médico e as condições biopsicossociais de cada uma, indo da dependência química e da cirrose hepática a condições crônicas (câncer de boca, de mama, de orofaringe, ou abortos espontâneos) e agudas derivadas de acidentes, quedas, violência ou mesmo sexo desprotegido. "Quando jovens, a presença do álcool faz desenvolver deficiências em vários sistemas do organismo, como neuropatias periféricas (dificuldades de reposição da bainha de mielina, nos neurônios), miocardiopatia alcoólica (inchaço no coração e insuficiência cardiovascular), além de síndrome fetal alcoólica (quando o bebê nasce abaixo do peso, apresenta retardo de crescimento ou mental, ou alterações faciais", diz Arthur Guerra, psiquiatra da USP e presidente executivo do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool). Neste último caso, a criança de mãe que bebeu durante a gravidez já nasce com abstinência da bebida, apresentando irritação excessiva, ansiedade e insônia. Por que elas estão bebendo mais? "Não há dúvida de que a disponibilidade e o aumento da renda própria, com melhora da situação financeira da mulher faz com que ela saia mais para beber com amigos", afirma o gastroenterologista Joaquim Melo, consultor em dependência química e presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas). Segundo o antropólogo Mauricio Fiore, do NEIP (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos), com a quebra das barreiras de gênero, antigos hábitos masculinos também passam a fazer parte do cotidiano das mulheres. "A partir do momento em que as mulheres passaram a gozar de autonomia, velhos hábitos associados aos homens ficam à disposição, até mesmo aqueles que trazem danos ou perigoso à saúde", afirma. Não basta ser uma boa profissional. No trabalho, a mulher acaba tendo que superar os homens --e, apesar disso, ainda aceitar salários menores que os deles. Quando volta para casa, muitas ainda têm que se preocupar com limpeza, arrumação, alimentação e educação dos filhos. Para o psiquiatra da USP Arthur Guerra, tamanha carga de responsabilidades e cobranças pode levar à busca por uma válvula de escape: o álcool. Muitas passam a ter no álcool e em seus efeitos um antídoto para se apartarem de sofrimentos, angústias e frustrações. "O álcool tem efeitos ansiolíticos, portanto, pode ser consumido como substância que alivia a tensão, o estresse e a ansiedade", diz Stella Pereira. Porém, a bebida ou qualquer outra droga como muleta não ajuda a resolver o cerne da questão geradora dos conflitos internos. Pior: ainda pode criar um problema ainda maior, o alcoolismo.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Álcool e drogas afastam mais de 40 trabalhadores por mês no ES

G1 Segundo INSS, empresas alegam alterações de comportamento. Instituições apostam em ações preventivas e de auxílio aos que precisam. Uma média de 43 trabalhadores são afastados todos os meses, no Espírito Santo, por conta de problemas com álcool e outras drogas, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do estado. As alterações de comportamento provocadas pelo vício são as causas de demissão e afastamento alegadas pelas empresas. Devido à recorrência do problema, instituições apostam em ações preventivas, com participação familiar e acompanhamento médico. Dominado pelo vício, um trabalhador que preferiu não se identificar relata ter sido tomado pela agressividade e reagido de forma feroz em serviço. "Uma vez, o serviço estava atrasado, mas eu fui ao bar comer um salgado e ingeri mais bebida alcoólica do que deveria, porque eu ainda estava em horário de serviço. Quando eu voltei, o gerente de serviço me admoestou e eu o mandei para o inferno. Fui demitido. Se eu não tivesse bebido, seria outra coisa, porque a bebida torna a pessoa muito agressiva", falou. Apesar de curado do vício, o homem afirma que as marcas vão ficar para a vida toda. "Hoje, eu estaria aposentado, recebendo uma faixa de cinco salários mínimos, enquanto hoje eu recebo apenas um salário mínimo", disse. Por conta dos problemas causados pelo alcoolismo, como o afastamento do emprego ou até a demissão, empresas começaram a investir em ações preventivas e auxiliadoras para aqueles que necessitam. "Elas tem tomado dois tipos de posicionamento. O primeiro é fazer algum tipo de ação preventiva, de conscientizar os colaboradores, com palestras e ações que trazem a família. Por um outro lado, quando já foi identificada uma situação mais crítica, aí fazem uma ação um pouco mais próxima, de acompanhar e indicar para algum tipo de tratamento", explicou presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo, Danielle Quintanilha. Vítima de alcoolismo, um funcionário conta que o apoio recebido pela instituição em que trabalhava foi fundamental para a recuperação. "Um certo dia, eu já cheguei um pouco alterado no trabalho e lá fiz mais uso de álcool. Então, encostei para descansar um pouco e adormeci. Fui punido com três dias de suspensão, mas não fui demitido. Fui chamado na assistência social e ela me orientou que eu fosse para uma clínica de recuperação no Rio de Janeiro. Já recuperado, procurei um grupo de alcoólicos anônimos e continuei na mesma empresa, onde eu fui reconhecido e consegui até me aposentar", relatou. Como voluntários do grupo Alcoólicos Anônimos, os trabalhadores buscam, hoje, direcionar os que sofrem com o vício e mostrar a possibilidade de retomar o controle da própria vida. "Um dia de cada vez, evitamos o primeiro gole", declarou.

Mais da metade dos estudantes de 13 e 15 anos já ingeriu bebida alcoólica

Bom Dia Brasil A pesquisa, realizada pelo IBGE, revelou também que 7% desses jovens já experimentaram drogas, e que as meninas consomem mais álcool. Uma pesquisa nacional feita com estudantes de 13 a 15 anos revela dados preocupantes. Mesmo nessa idade, mais da metade dessas quase crianças já experimentou bebidas alcóolicas. E muitos já ficaram bêbados. “Hoje em dia é muito fácil, a maioria das festas são open bar, aí você consegue bebida fácil, e quando não é, muitas vezes as pessoas já chegam na festa bêbadas, ou levam bebida”, declara a estudante Juliana Fogel. Toda vez que sai à noite com os amigos, Juliana, de 15 anos, deixa a mãe preocupada. “As adolescentes estão bebendo muito, estão ido para as festas, e está tudo liberado. Eu tenho três filhos, então eu tenho realmente uma atenção dobrada, porque eles vão estar nestas festas, vão estar nesses ambientes, então é um desafio”, diz Cristiana Fogel, autônoma. Bruno também tem 15 anos e já viu muitos colegas testarem os próprios limites com a bebida. “É comum, tem gente que já chega assim na festa, maluco. Já chega quase caindo na festa”, diz o estudante Bruno, Segundo o IBGE, mais da metade dos estudantes brasileiros com idade entre 13 e 15 anos já ingeriu pelo menos uma dose de bebida alcoólica. De acordo com o instituto, isso equivale a uma lata de cerveja ou uma taça de vinho, por exemplo. Vinte por cento desses jovens já ficaram bêbados alguma vez. A pesquisa revela que há mais meninas consumido álcool do que meninos. Mais de 30% dos estudantes tiveram o primeiro contato com a bebida com 13 anos de idade ou menos. Mais de 7% já experimentaram drogas ilícitas. Para uma psicóloga, os pais precisam acompanhar com mais atenção a vida dos filhos. “Se eu percebo uma conduta abusiva, eu tenho que oferecer alguma conseqüência. Ele não tem que ir à próxima festa para aprender que ele tem que ter um autocontrole e um freio interno”, orienta a psicóloga Elizabeth Carneiro.

Pesquisa mostra que 15 mil estudantes entre 13 e 15 anos já fumaram crack

SIS Saúde De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados já experimentaram álcool Aproximadamente 75 mil alunos do último ano do Ensino Fundamental nas escolas brasileiras fumavam maconha e 15 mil fumavam crack no ano passado, de acordo com dados da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) 2012, divulgada nesta quarta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar dos números representarem 2,5% e 0,5%, respectivamente, dos cerca de 3,15 milhões de escolares do 9º ano, a situação serve de alerta para as autoridades e a sociedade, de acordo com o gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE, Marco Antonio Andreazzi. —Estamos falando de adolescentes, em sua maioria, entre 13 e 15 anos de idade, que frequentam a escola, que relataram ter usado essas drogas nos últimos 30 dias. Ele demonstrou maior preocupação em relação ao crack. —Esse percentual de 0,5%, embora pareça bastante pequeno, merece cuidado e análise mais aprofundada: o crack é uma droga debilitante, que provoca o afastamento da escola, da família e do convívio social. O estudo aponta que quase metade (45,5%) dos alunos nesse ano escolar tinha 14 anos de idade. Entre os entrevistados, 7,3% disseram ter experimentado algum tipo de droga ilícita como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume e ecstasy. Desse total, 2,6% tinham menos de 13 anos. Dentre os entrevistados, 34,5% haviam provado maconha e 6,4%, crack. O Centro-Oeste é a região com o maior percentual de alunos do 9º ano que haviam experimentado alguma droga, com 9,3%. A Região Nordeste aparece com o menor percentual. Analisando os resultados por capitais, o maior percentual foi encontrado em Florianópolis (17,5%), Curitiba (14,4%) e os menores em Palmas e Macapá (5,7% em ambas). Álcool Em relação ao álcool, 50,3% dos entrevistados disseram ter experimentado uma dose de bebida alcoólica na vida e 26,1% disseram ter consumido álcool nos últimos trinta dias, com destaque para Porto Alegre (34,6%) e Florianópolis (34,1%). Os menores percentuais foram encontrados em Belém (17,3%) e Fortaleza (17,4%). Cerca de 22% dos estudantes disseram ter sofrido pelo menos um episódio de embriaguez. No sul, esse percentual foi 56,8% e de 47,3% no Nordeste. A proporção das meninas (51,7%) foi maior que a dos meninos (48,7%). A forma mais comum de obter bebida alcoólica foi em festas (39,7%), com amigos (21,8%), ou comprando no mercado, loja, bar ou supermercado (15,6%). E 10,2% dos escolares adquiriram bebida alcoólica para o consumo durante o período considerado, na própria casa. A psiquiatra e especialista em dependência química da ABEAD (Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas), Ana Cecília Marques, afirma que os números são alarmantes. —A mistura álcool e cocaína produz uma substancia ainda mais toxica que cada uma separadamente, um coquetel que pode lesar o tecido nervoso. A maconha, parte do coquetel, dificulta ainda mais o processo de desintoxicação e recuperação. As três subiram no ranking, sinal de que estamos perdendo a guerra. Ressalto que o impacto no cérebro do adolescente, é imprevisível e pode gerar inúmeros problemas, bem mais graves que em um adulto. Cigarro Outro dado revelado pela pesquisa no que se refere à saúde dos adolescentes é a queda no número de escolares que haviam provado tabaco nas capitais entre 2009 e 2012 (de 24,2% para 22,3%). Os dados mostram que 19,6% dos estudantes brasileiros do último ano do ensino fundamental haviam experimentado cigarro e 29,8% informaram que pelo menos um dos responsáveis era fumante. Ainda de acordo com a pesquisa, 89,3% dos escolares estudam em escolas que informaram possuir política sobre proibição do uso do tabaco. Ao comparar os dados das pesquisas de 2009 e 2012, verificou-se que o percentual de escolares que fizeram uso de cigarros nos últimos 30 dias manteve-se estável, em torno de 6%. As cidades com maiores proporções de escolares fumantes no período foram Campo Grande com 12,4% e Florianópolis com 9,7%