quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Na trilha maligna do crack

*Archimedes Marques
Para produzir o crack, usam-se a borra da pasta base da cocaína, ou seja, o lixo da cocaína que é diluída em solventes e misturada a outros produtos químicos. O ácido sulfúrico está entre eles. Outra substância com capacidade parecida de destruição é o ácido clorídrico que, quando inalado, pode causar ferimentos graves na garganta e na boca do usuário. Também são usados bicarbonato de sódio ou amônia, a cal virgem e a gasolina ou querosene que manipulados se transformam em uma espécie de pedra meio tenra facilmente quebrável, de cor branca caramelizada e de boa combustão, para daí entrar no comércio negro do tráfico de drogas ilícitas e proibidas.

O usuário ao fumar toda essa parafernália aspira o vapor venenoso para dentro de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente sanguínea. Como o crack é inalado na forma de fumaça e possui toda essa gama de produtos químicos altamente nocivos à saúde de qualquer ser vivo, ele chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína ou de qualquer outra droga, causando também um malefício mais abrangente para o usuário que sempre vicia a partir do primeiro experimento.

A ação do crack atua sobre o sistema nervoso central, provocando aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação. Os usuários apresentam problemas no sistema respiratório como congestão nasal, tosse e sérios danos nos pulmões. A droga também pode afetar o trato digestivo, causando náuseas, dores abdominais, perda de apetite com conseqüente excessiva eliminação de peso e desnutrição.

Os efeitos psicológicos imediatos do crack são a euforia e a sensação de poder. Com o uso constante da droga, aparecem cansaço intenso, forte depressão e desinteresse sexual. Em grande quantidade, o crack pode deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e fora da realidade, como se estivesse em outro mundo, noutra vida. O cuidado pessoal do usuário passa a não mais existir e sua autoestima rasteja aos mais baixos níveis.

A droga destrói os neurônios e promove a degeneração dos músculos do corpo, fenômeno conhecido na medicina como rabdomiólise, causando a aparência esquelética no indivíduo, com ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.

O usuário do crack pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca e enfim, a morte. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio físico é assolador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta e traquéia, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.

O crack vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o contato com o mundo externo, se tornando uma espécie de zumbi, ou morto-vivo, movido pela compulsão à droga que é intensa e intermitente. Como os efeitos alucinógenos têm curta duração, o usuário dela faz uso com muita freqüência e a sua vida passa a ser somente em função da droga.

Além dos citados problemas de saúde que recaem para os usuários do crack, as ocorrências no seu terreno familiar e social sempre passam para a área criminal e vão caminhando rapidamente em largas vertentes para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece sempre transpor os inimagináveis pesadelos, pois do crack e pelo crack são capazes de praticar qualquer crime.

Na trilha maligna do crack, o seu usuário encontra o desencanto, a dor, a violência, o crime, a cadeia, a desgraça e o cemitério precocemente. O crack traz o ápice da insanidade humana. Alguns que se recuperaram do poder aniquilador do crack disseram que dele sentiram o gosto do inferno.
Por sua vez, apesar de tudo isso, apesar dessa realidade brutal e com perspectivas de piorar ainda mais com a sua crescente problemática, sentimos o poder público ainda meio tímido, sem verdadeira vontade política para debelar tal situação, assertivas essas comprovadas pelo andamento de alguns projetos que já se mostraram ineficientes e outros que se mostram apenas paliativos em ação.

É fácil de concluir que o perfil da sociedade brasileira se transformou e os problemas familiares, sociais, da saúde e da segurança pública mudaram consideravelmente para pior a partir do advento do crack. Dentro desse contexto também cresceram e continuam crescendo todos os índices de crimes possíveis, destarte os crimes de furto, roubo, latrocínio e homicídio.

Assim, por justo o povo clama por solução adequada, por remédio curativo, não paliativo. Projetos verdadeiros e efetivos devem entrar em ação com urgência urgentíssima, pois os problemas deixados na maligna trilha do crack crescem em proporções geométricas e atingem em cheio a nossa sociedade.
(Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

Quadro demencial pode estar relacionado com alcoolismo crônico

O Jornal (AL)
Esquecimento de fatos recentes é um dos problemas cognitivos estudados em ex-alcoólicos, segundo pesquisa coordenada pelo Dr. Emílio Herrera Júnior, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

De acordo com o neurologista da ABN, 91% dos indivíduos entrevistados tiveram dificuldades em recordar algo ocorrido após cinco minutos de conversa, resultado de problemas na formação de raciocínio dos ex-consumidores de álcool, diretamente relacionados à frequência e ao tempo de consumo da droga.

“A região mais afetada do cérebro pelo álcool é o córtex pré-frontal, responsável pelas funções intelectuais, principalmente o raciocínio. Os estudos mostram que quanto maior a quantidade de álcool consumida ao longo do tempo, maior será a lesão desse órgão. O hipocampo, que é responsável pela memória, e o cerebelo, que é responsável pela coordenação motora e equilíbrio, também são afetados”, revela a Dra. Célia Roesler, membro da ABN.

Segundo o I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, feito pelo governo federal em 2007, 52% dos brasileiros acima dos 18 anos bebem. Desse total, 65% são homens e 11% deles bebem todos os dias. “O cérebro começa a ser afetado de acordo com a quantidade, frequência, idade de início e o tempo de consumo”, ressalta a Dra. Célia Roesler. Ainda segundo o levantamento, é cada vez mais precoce a ingestão de bebidas alcoólicas por adolescentes: 13,9% iniciam o consumo de álcool entre 14 e 17 anos e 15,3% começam a beber entre 18 e 25 anos, sendo que esta última faixa etária é a que mais consome regularmente bebidas.

Dentre as bebidas mais consumidas pelos jovens brasileiros está a cerveja, para 61%, porém os destilados também fazem parte do cardápio. A cachaça, com 66% do consumo, é a bebida alcoólica mais consumida no País. “As bebidas fermentadas como a cerveja ou o vinho têm um teor alcoólico em torno de 15% enquanto que as destiladas, que passam por mais um processo, que é a destilação, chegam a atingir 60% a 70% de álcool”, avisa a Dra. Célia Roesler. Quanto maior o teor alcoólico, mais agressivas serão as lesões no córtex e no cerebelo. Assim, o indivíduo que consome ao longo da vida cachaça, vodca e bebidas “ice” terá um efeito mais nocivo e precoce do álcool no organismo.

Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um problema de saúde pública, o uso de álcool é muito mais prejudicial para o cérebro do jovem, que está em fase de formação, do que para o do adulto. “Por afetar o córtex cerebral, dificulta o aprendizado, faz com que tenha esquecimentos frequentes, fique depressivo, desmotivado e violento. Um adolescente que fez uso abusivo de álcool está cinco vezes mais propenso a se tornar um adulto alcoólatra”, diz Dra. Célia Roesler. Isso acontece porque a sensação de prazer associada à bebida faz com que se ingira álcool cada vez com mais frequência.

Por fim, a neurologista faz uma ressalva importante com relação à predileção por álcool por parte de jovens. “O álcool no período pré-natal leva a um maior risco de má-formação fetal. Existem estudos comprovando um maior índice de déficit de atenção, hiperatividade e ansiedade em indivíduos submetidos à exposição alcoólica na vida intra-uterina”, conclui a Dra. Célia.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Cresce o número de crianças dependentes de drogas

Diário do Nordeste
Embora haja poucos dados oficiais sobre o tema, profissionais reconhecem o aumento nos últimos anos.

Ao mesmo tempo em que Governo Federal e administrações estaduais e municipais anunciam a aplicação de recursos vultosos para conter o avanço do crack, o fácil acesso à droga permanece como um dos maiores desafios para a eficácia de medidas preventivas e repressivas. Um dos reflexos mais graves da situação é o número crescente de crianças em situação de dependência química na Capital.

Motivados pela necessidade de preencher um vazio que surge da ociosidade e da falta de perspectivas quanto ao futuro, muitos meninos encontram nos entorpecentes válvulas de escape que os arrastam para a criminalidade, em um processo que degrada sua saúde e os expõe a uma série de riscos. Para tornar-se dependente, não há idade mínima, sendo crianças de oito anos comumente encontradas por quem trabalha para recuperá-las.

Conforme o presidente do Conselho Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas (Cepod), Herman Normando, o número de garotos de até 15 anos assistidos pelo poder público e por entidades filantrópicas é bastante inferior ao total de usuários dessa faixa etária que desejam largar o vício.

Embora haja poucos dados oficiais a respeito do tema, o presidente diz ser notável o aumento do número de crianças que fazem uso de drogas. O fato pode ser observado, afirma, através da procura crescente de familiares que vão até o Conselho em busca de auxílio. "Praticamente todo dia vem gente aqui querendo internação para os filhos", comenta.

A situação se torna mais preocupante, destaca, por conta da falta de leitos onde os pequenos usuários possam ser abrigados por longos períodos e afastar-se do vício. Na Capital, a rede pública municipal de saúde não dispõe de equipamentos do gênero.

A administração do Município conta com dois Centros de Atenção Psicossocial Infantil (Capsis), os quais atendem a 45 crianças e adolescentes

Em situação de dependência química, concentrando sua atuação principalmente em atividades pedagógicas e acompanhamento psicológico.

Refúgio

Um dos poucos locais no Estado onde são acolhidas crianças em situação de dependência química, a Sociedade de Fé Esperança e Caridade abriga, em uma casa no município de Caucaia, 12 meninos de idade entre oito e 17 anos - parte deles de Fortaleza. Há cinco anos realizando o trabalho, a instituição, que sobrevive através de doações, já recebeu cerca de 100 garotos que lá encontraram refúgio contra o vício e a violência do tráfico.

Do relato de cada uma das crianças, que expõem seus sentimentos para os colegas em reuniões semanais, surgem histórias distintas, mas que tendem a preservar pontos em comum, marcados pelo envolvimento com o crime e pela degradação ou total ausência de um ambiente familiar.

Muitos dos garotos, afirma o presidente da Sociedade, Lázaro de Alencar, sentem-se desconfortáveis para falar do passado, já que isso os faz lembrar das drogas de que estiveram dependentes. Para afastar as recordações indesejadas, adotam uma rotina que envolve pequenos trabalhos manuais, momentos de lazer e de reflexão em grupo.

Uma das crianças dispostas a narrar experiências, Gabriel (nome fictício), 14, conta que começou a usar crack há cerca de um ano, motivado pelo ímpeto de experimentar alguma novidade. Por conta do acesso fácil à droga, recorda, passava quase todos os dias nas ruas, tendo abandonado a escola na sexta série. Gabriel só ficava sob algum teto à noite, quando ia dormir na casa da avó.

A saída encontrada para sustentar o vício foi praticar furtos, com a ajuda de um colega da mesma idade. Enquanto narra o passado, Gabriel move a cabeça para os lados, em sinal de negação, como se reprovasse o próprio pretérito. O garoto conta que só começou a se desligar das drogas quando foi encontrado por membros de uma igreja, que o motivaram a esquecer o vício. Hoje, diz arrepender-se do tempo destinado à vida nas ruas.

Quando sair da Sociedade, afirma, pretende ir morar com a família em Itapajé, no interior do Estado, e voltar a estudar. Quanto ao antigo companheiro de rua, Gabriel diz que não teve mais notícias colega. "Quem fica nessa vida (consumindo crack) ou acaba morrendo, ou acaba fazendo alguma besteira", comenta.

Apesar de coordenar a entidade há cinco anos, Lázaro afirma ainda se sensibilizar com os relatos das crianças. Entre alguns dos que mais lhe abalaram, cita o de uma garota de 15 anos que passou 14 dias sendo abusada por clientes de um traficante e o de um menino de 12 anos, cuja mãe, também usuária, vendeu todas as roupas do filho para sustentar o próprio vício.

Durante a visita da equipe de reportagem ao local, um dos meninos atendidos chorava no gramado que cobre o quintal da casa, atraindo a atenção de colegas que tentavam consolá-lo. O motivo da tristeza, revelou uma das crianças, foi a ausência dos pais do garoto naquela tarde, que era um dia de visita. "O apoio da família é fundamental. Eles não podem ficar aqui sentindo que foram simplesmente abandonados", destaca Lázaro.

Consequências

De acordo com o professor e médico psiquiatra Jackson Sampaio, as crianças, por terem o corpo ainda em estágio de desenvolvimento, são mais suscetíveis aos efeitos de entorpecentes como o crack. "Tanto que quando você vai dar algum medicamento a uma delas, você fraciona doses", ilustra. Além disso, aponta, elas não possuem um padrão ou modelo psicológico definido sobre a vida adulta, tornando os efeitos mais devastadores.

Segundo Herman Normando, as consequências não se restringem a danos fisiológicos, já que a saúde fragilizada e o estado precário em que vivem os meninos os tornam alvos fáceis de acidentes e da ação de traficantes. A falta de pesquisas e dados sobre o tema, acrescenta, é mais um obstáculo para a implantação de ações preventivas.

Atendimento

45 meninos em situação de dependência química são pacientes "ativos" dos Capsis na Capital. Para especialistas, cresce demanda por auxílio.

NOS CAPSIS

Profissionais lidam com baixa adesão

Embora continue se expandindo o número de meninos que precisam de tratamento contra dependência química, é baixa a adesão aos projetos e atividades oferecidos pelo Município. Desde que foi criado, em 2006, o primeiro Capsi, que abrange as regionais II, IV e VI, cerca de 200 crianças já passaram pelo núcleo de ajuda a dependentes químicos. Muitos, porém, realizaram pouco mais do que o registro de sua passagem no local.

Conforme a coordenadora do centro de assistência, Daniele Zaparoli, uma das principais dificuldades dos profissionais que trabalham na área é conseguir superar a atração que as drogas e a sensação de liberdade proporcionada pelas ruas exercem sobre as crianças. "Nessa idade, elas estão ainda deslumbradas, achando que podem tudo, que nada vai acontecer a elas", aponta Daniele.

A situação se agrava, afirma, quando os garotos convivem em ambientes familiares desestruturados, especialmente naqueles em que os pais também são usuários de drogas. Embora haja apenas 30 crianças "ativas", ou seja, visitando frequentemente o Capsi para tratar-se, Daniele reconhece o crescimento do número de garotos que carecem desse tipo de auxílio, nos últimos anos, na Capital.

Segundo o professor Jackson Sampaio, as dificuldades em tratar dos pacientes e a disparidade entre a demanda por ajuda e o número de crianças efetivamente assistidas tornam o processo de recuperação uma ação, na prática, pouco eficaz.

Para ilustrar a situação, o professor cita o mito grego de Sísifo. Conforme a mitologia, o personagem foi condenado pelos deuses a empurrar uma pedra gigantesca até o topo de uma montanha. Logo que finalizado o serviço, que lhe exigia demasiado empenho, Sísifo assistia à rocha rolar de volta ao pé da montanha, sendo necessário iniciar o trabalho novamente. Como a pedra retornava ao solo sempre que se alcançava o topo, a atividade era realizada continuamente, sem que fosse obtido qualquer resultado.

A frustração por que passa o personagem ao contemplar a pedra rolando até o solo é partilhada por aqueles que atuam no atendimento a essas crianças. Segundo Daniele, há casos nos quais os profissionais tratam de pacientes em determinado dia para, na manhã seguinte, tomarem conhecimento de que a criança participou de algum crime ou mesmo foi assassinada.

"É complicada essa questão. Tanto que nós que trabalhamos com isso fazemos terapia para aguentar a pressão", frisa.

Para Jackson, a solução para interromper o suplício de Sísifo reside principalmente em um processo de educação da população no que se refere à saúde e à cidadania. Com isso, medidas preventivas poderão se tornar mais eficazes, reduzindo a necessidade de remediar.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU (by www.zedudu.com.br)

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, assina uma coluna no The Plain Dealer, Cleveland, Ohio.

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou.


1. A vida não é justa, mas ainda é boa.

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno.

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.

10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.

12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.

20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'

27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.

29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.

36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância.

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.

39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.

44. Produza!

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Caminho de pedras (MUITO SOBRE O CRACK)

A epidemia de crack que atinge pelo menos 55 mil viciados no Rio Grande do Sul expõe a cada dia novos dramas. A história do caxiense que propositadamente cometeu um delito na tentativa de ser preso e ficar longe do vício revela o desespero de quem é dominado pelo crack.

O drama do rapaz de 22 anos que, na última sexta-feira, destruiu os vidros de uma agência do Banrisul na intenção de ser preso e ficar longe do crack expôs mais uma vez o flagelo de quem sucumbe à pedra. Nos últimos cinco anos, o metalúrgico passou por 13 tratamentos em clínicas de recuperação. Na quinta-feira, após um mês em abstinência, recaiu. Encontrou no delito uma maneira desesperada de pedir socorro.

– Tinha fumado muito desde quinta e o efeito estava acabando. Eu quis ser preso porque não aguentava mais. Queria parar com aquele negócio. Estava muito indignado comigo por ter recaído – contou, ontem, após um dia normal de trabalho em uma indústria caxiense.

Na sexta, flagrado por policiais, o jovem foi levado à delegacia. Após prestar depoimento, foi liberado.

– Foi bom eu ir para a delegacia porque arejei a cabeça, saí mais tranquilo e não voltei a usar crack. Agora pretendo seguir em frente, trabalhando, e evitar contato com pontos de tráfico e álcool.

Antes de sexta, o metalúrgico tinha apenas um registro policial por furto simples em 2006, cometido contra a própria família.

– Como ele já passou por vários tratamentos, ao se ver novamente usando certamente um filme passou pela cabeça dele e pensou: ou faço algo agora ou me perco – acredita o psiquiatra Celso Cattaneo, especialista em dependência química.

O rapaz recentemente ficou internado em uma comunidade terapêutica no interior de Caxias. Ele se manteve longe do crack até quinta, quando teve em mãos R$ 150, pagamento de uma dívida. Ao entrar em um bar para tomar uma cerveja, despertou o gatilho para a recaída. Em poucas horas trocou todo o dinheiro por crack e vendeu até tênis e roupas para poder fumar mais.

Na sexta, o jovem caminhou cerca de 10 quilômetros desde sua casa até o bairro São Pelegrino. Sentou na calçada, em frente ao Banrisul, para fumar um cigarro e então, revoltado com o próprio fracasso, teve a ideia de cometer o delito para ser preso e ficar longe do crack. Cattaneo, especialista em dependência, explica por que essa droga é tão devastadora:

– O crack destrói o “homo sapiens” do ser humano. A droga atua na área frontal do cérebro, que funciona como centro das emoções e da tomada de decisões. O viciado perde aquilo que o distingue como ser humano, como a capacidade de pensar e refletir. Em dias consecutivos de uso, passa a reagir de maneira instintiva, como animal.

O cavaleiro gaúcho Rodrigo Garcia Bass, 31, que se afundou no vício e há um ano e meio está longe da pedra, diz que, para reagir, infelizmente um viciado precisa experimentar sofrimento, e também permitir ser ajudado:

– Até eu não sofrer, ficava na mesma. Dizia que queria parar, mas continuava usando. Chegar ao fundo do poço foi o começo da minha mudança. Sabia que ou eu reagia ou seria destruído pelo crack. Conheci uma força que não sabia que existia em mim. Hoje, para não recair, preciso renunciar a muitas coisas, como baladas, o chope com os amigos. Não saio mais com os mesmos amigos, nem percorro os mesmos caminhos que antes. Não posso dar chance para a minha memória química despertar o vício.

A luta contra o vício de crack costuma ser marcada por recaídas e fracassos. Em média, 90% recaem na pedra em até cinco anos. Só 3% conseguem se livrar do vício.

O metalúrgico aconselha:

– Nunca experimentem. Eu entrei no crack por curiosidade, achava que não ia me viciar, que teria controle. A droga não tem volta.

Mais

- O crack é a droga mais devastadora que já chegou ao cérebro humano. Seu potencial de dependência está relacionado a três principais fatores: a capacidade de ativar os sistemas de reforço no cérebro, a velocidade e potência extrema com que atinge os neurônios e a curta duração do efeito, o que faz com que o indivíduo consuma ainda mais pedras.

- O crack, assim denominado porque a pedra emite pequenos estalos, é obtida da mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia. Mas não é pela sua composição e, sim, pela sua forma de consumo que a droga tem alto poder de destruição.

- Ao ser tragada, a fumaça do crack alcança o pulmão imediatamente. Como o pulmão é um órgão muito vascularizado, a droga cai rapidamente na circulação sanguínea e leva apenas de oito a 12 segundos para atingir o cérebro. Para comparar: ao ser cheirada, a cocaína leva até 10 minutos para começar a produzir efeito.

- Repetidas doses de crack reduzem as reservas de dopamina e levam os neurônios à exaustão. O cansaço do cérebro é tanto que, após passar uma noite fumando, muitos viciados caem em sono profundo, parecem desmaiados.

- Ao atingir o cérebro com tanta intensidade, o crack bloqueia a absorção da dopamina, que é o principal regulador do sistema de prazer e recompensa. Com os neurônios encharcados da substância, os sentidos são superestimulados, o que gera a sensação inicial de euforia e a urgência da repetição.

- Com o tempo de uso, o crack provoca a redução da atividade cerebral e o torna menos sensível à droga. É como um elástico que, esticado além do limite, não volta mais ao normal. Então, a sensação de prazer é substituída por alucinações. Outra consequência é que o viciado passa a não sentir prazer por outros aspectos da vida, como comida e sexo.

- A degradação ocorre rapidamente. Primeiro, o viciado emagrece rápido, uma vez que a droga inibe o apetite, depois, passa dias sem dormir e perde até mesmo a vontade de tomar banho. Ele se esquece de que existem horários e regras a cumprir. À medida que o consumo progride, chega a fase das reações paranóicas e é capaz de protagonizar agressões gratuitas.

- Não há tratamentos ou remédios que curem o viciado ou impeçam que tenha recaídas. n Para abandonar o crack, o viciado precisa de muita força de vontade. Nas clínicas e fazendas terapêuticas, o dependente poder tomar antidepressivos ou ansiolíticos. n Sessões de auto-ajuda ou espirituais servem para que o viciado consiga escapar da vontade de voltar à droga.
Fonte:Pioneiro/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Crack: A destruição da sociedade

Tribuna da Bahia
O consumo do crack tem preocupado governo e a sociedade em geral, uma droga que começou a ser consumida por crianças, adolescentes e jovens de classes menos favorecidas pelo fato do preço ser bem mais inferior que o das outras drogas.

Mas agora está atingindo todas as classes sociais e o produto, que é feito das sobras impuras da cocaína misturadas com bicarbonato de sódio, está causando um dos maiores malefícios no organismo do indivíduo viciado.

A origem do seu nome já demonstra quão perigosa é a droga, pois deriva do verbo “to crack”, que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.

O médico Andre Caribé, psiquiatra do Centro de Informação Anti-Veneno da Secretaria de Saúde do Estado (Ciave) afirma que o crack, “não é uma droga nova, ela é uma forma de apresentação da cocaína. Esta, para uso ilícito, pode ser preparada na forma de pó, pasta ou crack”, explicou.

Segundo o psiquiatra, a droga surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo e relata como é produzida: “uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) e outras substâncias, é aquecida”.

Em seu relato Caribé explica que o aquecimento separa a parte sólida da líquida. “Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo”, sinalizou.

O psiquiatra disse que quando prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. “Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”, que deriva do verbo em inglês “to crack” que significa “quebrar””, informou.

Os efeitos desta droga no organismo do indivíduo “são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. Ansiedade, paranóia, e inquietação, agitação também são frequentes”, alertou o psiquiatra. “Além do mais, por ser inalado, o crack chega rapidamente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente, em 10 a 15 segundos”, lamentou.

Por outro lado, estes efeitos duram em média 5 minutos, afirmou Caribé, explicando que este é o motivo que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente rapidamente. “Isso explica em parte o grande poder de dependência do crack, pois dentre as formas de apresentação e uso da cocaína, o crak tem um início de ação mais rápido e mais efêmero”.

A ação da droga no organismo

No cérebro, a cocaína e o crack têm mecanismo de ação complexos, mas “ de maneira geral agem como bloqueadores da recaptação de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, e noradrenalina deixando-os mais disponíveis nas fendas sinápticas para atuar nos receptores neuronais. A atuação no sistema dopaminérgico, principalmente na via mesolimbica, ativa o sistema de recompensa cerebral, fazendo com que o individuo se torne mais dependente da droga. Outros estudos, apontam também a atuação do crack e da cocaína no sistema gabaergico e glutamatergico”, discorreu.

Os órgãos mais afetados devido ao uso da droga, de acordo com o médico, “o cerébro, por questões farmacocinéticas da droga, mas também outros órgãos são afetados como pulmão, coração, vias aéreas.etc.

Como o crack está sendo usado de uma maneira assustadora, a maior preocupação da sociedade em geral é se há cura para este mal. Sobre isto, o psiquiatra revela que o “ tratamento de qualquer dependência química é complexo e demorado, mas possível, desde de que o dependente tenha acesso a serviço especializado, com a presença de psiquiatras, psicólogos, terapeutas e outros profissionais”.

Ele destaca que se deve associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico, mas é fundamental a participação ativa e o empenho do paciente, senão dificilmente ele conseguira se livrar do vício.

“Além disso em muitos casos é necessário a internação do paciente em clínica ou hospital especializado, pois nem todo dependente é possível o manejo adequado em nível ambulatorial. Porém hoje em dia no Brasil, devido às políticas públicas de saúde mental, está cada vez mais difícil se conseguir uma internação psiquiátrica adequada para quem não pode pagar uma clínica particular”.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Ter pais fumantes amplia o risco de pressão alta em crianças

Um estudo realizado na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, revelou que ter pais fumantes não prejudica apenas os pulmões das crianças, mas pode também afetar suas condições cardiovasculares futuras.

A pesquisa revelou que fumar passivamente aumenta em 21% o risco de pressão alta em crianças de 4 a 5 anos de idade, e que algumas das crianças analisadas já sofrem desse mal. Os resultados apontaram que mães fumantes tem mais impacto sobre seus filhos, provavelmente porque elas passam mais tempo fumando em casa do que os pais, que fumam mais no ambiente onde trabalham.

Os pesquisadores afirmam que ambientes livres de fumaça de tabaco ajudam a preservar a saúde cardiovascular dos adultos e também das crianças, e que esse hábito saudável deve ser incentivado principalmente em casa.
Autor:
OBID Fonte: Boa Saúde Blog

Temporada brasileira de Amy Winehouse reabre debate sobre dependência química

O Globo

Complexa, única, genial. Desde o início da carreira já dava para perceber que Amy Winehouse não usava aquele cabelo à toa.

Em sete anos ela vendeu 40 milhões de discos, fez algumas trapalhadas, terminou e voltou algumas vezes com Blake Fielder-Civil, contrariou seu maior sucesso e foi, sim, para uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Após dois anos sem fazer shows, ela veio recomeçar no Brasil e o público aplaudiu de pé. Mas, ao que tudo indica, a cantora ainda está longe da recuperação. Por quê?

- Mudar é difícil para todos nós. A diferença é que a droga perverte o sistema motivacional (formado por valores e princípios) a ponto de o dependente químico procurar o que o destrói. E o desejo é tão intenso que o dependente vai no impulso, sem pensar duas vezes - explica a psiquiatra Analice Giglioti, chefe do setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio e consultora da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas.

" Mudar é difícil para todos nós. A diferença é que a droga perverte o sistema motivacional (formado por valores e princípios) a ponto de o dependente químico procurar o que o destrói "

Não é possível analisar a fundo o caso de Amy, mas, em sua passagem pelo Rio, ela foi flagrada tomando champanhe na piscina do hotel e, no primeiro show no Rio, virou uma garrafa de cerveja num gole só: um comportamento incompatível para quem quer se livrar das drogas.

- Por mais que isso seja assunto e parte do glamour de Amy, beber sete garrafas de Veuve Clicquot não é tratar de dependência química - condena.
Vício fez da cantora uma caricatura de si própria

O médico Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Universidade de São Paulo (Unifesp), acredita que o meio onde a cantora circula não sinaliza para ela sua própria deterioração:

- Em uma sequência de fotos desde o início da carreira, dá para ver o quanto ela se deteriorou fisicamente, é quase uma caricatura de si mesma - lamenta. - Mas, se os amigos usam drogas e ela pertence a uma rede social que compartilha os mesmos valores, pode não se dar conta.

Diretor da Associação Americana de Psiquiatras, Jorge Jaber lista as quatro áreas alteradas pelo transtorno: raciocínio e memória (o doente muitas vezes não lembra de seguir o tratamento); sentimentos (a pessoa parece insensível, com dificuldade de ver os danos que causa e sem capacidade de estabelecer metas abstêmias a longo prazo); pensamento (que compromete a avaliação da realidade); e comportamento (responsável pela agressividade).

- Esse doente precisa estar em permanente contato com uma cultura de saúde, mas, com a arrogância gerada pela doença, ele tem dificuldade para aceitar o tratamento - explica. - Só que a dependência química é uma doença crônica como o diabetes: não tem cura, tem controle.

Segundo a médica Camila Magalhães Silveira, psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), algumas drogas têm mais poder de dependência que outras: uma em cada oito pessoas que experimenta álcool se torna dependente. Com o crack, associado à Amy (em 2008 o tablóide britânico "The Sun" exibiu um vídeo em que a cantora parecia estar fumando a droga), uma em cada duas ou três pessoas que experimenta fica viciada.

- A droga trabalha no circuito de recompensa do cérebro, então a experiência é lembrada como prazerosa - explica. - Como o efeito é muito forte e efêmero, os dependentes repetem o processo muitas vezes durante o uso e há um desgaste físico e mental muito grande, que tem como consequência irritabilidade e prejuízo de memória.
Lesões cerebrais podem ser permanentes

A pior notícia é que as lesões cerebrais causadas pelas drogas são permanentes e podem alterar as habilidades artísticas, como cantar. A médica cita o psiquiatra Sérgio Nicastri, do Hospital Israelita Albert Einstein, que, através do exame de ressonância magnética funcional, observou o fluxo sanguíneo cerebral em indivíduos que usam cocaína e crack. Danos neuroniais impediram que o sangue chegasse às partes afetadas pelas drogas.

- As lesões são menos importantes que o comportamento porque o cérebro pode compensar as perdas se houver abstinência - pondera Camila. - Mas o paciente tem que saber que o tratamento é constante.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

USP desenvolve método capaz de detectar crack e cocaína nas primeiras fezes do bebê

“Durante a gravidez, o uso de drogas lícitas, tais como cigarro e álcool ou ilícitas, como cocaína e crack podem prejudicar tanto a saúde da mãe quanto do feto. A análise do mecônio possibilita ao médico uma análise mais completa sobre determinados sintomas que a criança possa apresentar, como tremores, deficiências neurológicas, hipertensão arterial e síndrome da morte súbita em neonatos, mas que a falta ou a omissão de informações transmitidas pela mãe pode inviabilizar um diagnóstico mais correto”, conta a farmacêutica Marcela Nogueira Rabelo Alves.

A escolha pelo mecônio foi a busca de uma alternativa menos invasiva do que a extração de sangue ou líquido amniótico.

O método, denominado cromatografia gasosa acoplada a espectometria de massas (CG-EM), consiste no isolamento de uma parte do mecônio, retirado da fralda de bebês recém-nascidos, na purificação da amostra com cartuchos de extração em fase sólida e posterior injeção da mesma no equipamento. Toda a preparação e análise leva em média de 6 a 7 horas.

A pesquisa foi feita em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da da USP (HCFMRP), previamente avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.O trabalho envolveu a busca por voluntárias com a garantia de sigilo absoluto sobre a identidade das mesmas, um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a participação, um questionário e a análise das amostras.

Drogas na gravidez

A pesquisadora pôde constatar por meio da comparação entre o questionário feito e a conclusão de análise das amostras que ,“a maioria das usuárias quando grávidas não deixam de utilizar drogas e dificilmente informam ao médico sobre o uso de quaisquer tipos destas substâncias. Houve questionários em que a mãe negava o uso, mas análise mostrava um resultado positivo para o uso de crack ou cocaína”, aponta.

A cientista informa que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2009, estimou um crescimento de 91% de usuárias de cocaína, em 3 anos, no Estado. “Um problema de saúde pública que assusta e se agrava em casos de gravidez”, finaliza.
Autor: Com informações da Agência USP de Notícias
OBID Fonte: UOL Saúde

sábado, 15 de janeiro de 2011

Álcool está associado a 30% dos casos de violência doméstica e sexual contra mulheres

SIS Saúde
Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes.

Dados inéditos do Ministério da Saúde mostram que a suspeita de ingestão de bebida alcoólica por parte do provável agressor foi relatada por 30,3% das mulheres vítimas de violências doméstica, sexuais e outras violências, durante todo o ano de 2008. Em 62,7% dos casos de violência contra mulheres, a agressão ocorreu em residência e 39,7% delas afirmaram já terem sido agredidas anteriormente.
Do total de 8.766 vítimas atendidas em unidades de referência, 6.236 foram do sexo feminino (71,1%), incluindo crianças, adolescentes e pessoas idosas. Mulheres casadas ou que viviam em união estável representaram 25,6% das vítimas, enquanto que as solteiras responderam por 38,7% dos registros.

Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), estudo realizado em serviços de referência para atendimento de vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, em 18 municípios de 14 estados. Entre as vítimas do sexo feminino, os casos se concentraram em adolescentes e jovens na faixa dos 10 aos 19 anos (28,8%), crianças de 0 a 9 anos (21%) e mulheres dos 20 aos 29 (19,9%) e dos 30 aos 39 anos (13,9%). As menores concentrações foram identificadas nas faixas etárias de 40 a 49 (7,8%), 60 anos ou mais (4,3%) e de 50 a 59 (3,5%).
“O estudo permite ao Ministério da Saúde, aos estados e aos municípios traçar o perfil das vítimas e dos autores das agressões, para subsidiar ações de enfrentamento a esses problemas, por meio de políticas públicas de prevenção e de promoção da saúde e da cultura de paz”, avalia Marta Silva, coordenadora da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde.
AUTORIA E LOCAL – Homens foram responsáveis por 70,3% dos casos de violência sexual, doméstica e outras violências contra mulheres. Os agressores foram parceiros com quem elas mantinham relação estável/cônjuge (18,7%), ex-cônjuge (6%), namorado (2,4%) e ex-namorado (2%), o que revela a violência doméstica.
Em 14,2% dos casos, a violência foi praticada pelos pais, o que também evidencia a violência doméstica ou intrafamiliar. Pessoas desconhecidas (13,5%) e amigos (13,3%) também figuram entre os principais prováveis agressores, segundo relatos das vítimas.
Depois da residência, a escola foi o segundo local de ocorrência mais relatado (11%) de violências contra mulheres, porém com percentual menor do que as fichas sem informação (21%).

VIOLÊNCIA CONTRA HOMENS – Das 8.766 vítimas de violência sexual, doméstica e outras violências atendidas em unidades de referência, 2.530 (28,9%) foram homens, no ano de 2008. Entre eles, 30,2% tinham de 0 a 9 anos; 23,4% eram adolescentes entre 10 e 19 anos; e 16,8% tinham entre 20 e 29 anos.
A suspeita do uso de álcool por parte do agressor foi relatada por 27,7% dos homens atendidos nos serviços de referência. Em 56,6% dos casos, o agressor foi outro homem. Os principais autores das agressões foram amigos (15,7%), desconhecidos (16%) e os pais (23,4%) – o que também revela a violência doméstica.
A casa foi o local da violência em 44,5% dos casos, enquanto 20% ocorreram na escola. Em 24,1% dos registros, não havia informação sobre o local onde aconteceu a violência contra os homens. A chamada violência de repetição, quando a vítima é agredida mais de uma vez, foi observada em 26,3% dos homens atendidos.
TIPOS DE VIOLÊNCIA – A violência física foi a principal causa de atendimento (55,8%), sendo 52% em pessoas do sexo feminino e 65,1% no sexo masculino. A violência psicológica ou moral foi responsável por 41,2% dos casos – 49,5% em mulheres e 20,8% em homens.
A violência sexual foi responsável por 31,7% dos casos (39% em mulheres e 13,9% em homens). Negligência/abandono foi registrado em 13,6% do total de atendimentos (11,1% no sexo feminino e 19,6% no masculino). No entanto, em 39,3% dos atendimentos não se verificou nenhuma lesão física.

ESCOLARIDADE – Quanto à escolaridade, considerando o total de pessoas atendidas que sofreram violências, 24,5% das pessoas declararam ter entre 5 e 8 anos de estudo; 21% tinham de 0 a 4 anos de estudo; e 16%, de 9 a 11 anos de frequência na escola.
RAÇA E COR – A análise mostra que 4.026 pessoas (45,9%) declararam ser de cor branca e 3.132 (35,7%), de cor parda. As pessoas que se declararam de cor da pele parda e preta, que representam os negros, totalizaram 43,6% das vítimas de violências. As menores proporções foram encontradas entre amarelos e indígenas (0,6%, cada). As fichas sem informação somam 9,3%.
ENCAMINHAMENTOS – As mulheres foram encaminhadas para os Conselhos Tutelares em 30,8% dos atendimentos e em 25,6% para Delegacia Especializada da Mulher. Quanto ao encaminhamento dos homens, 29,9% foram para os Conselhos Tutelares e em 20% para outras delegacias.
AÇÕES DO MINISTÉRIO – Para estimular o enfrentamento dos acidentes e violências, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo, junto com as Secretarias de Saúde de estados, de municípios e do Distrito Federal, ações que seguem as Políticas Nacionais de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências e de Promoção da Saúde.
Destaque para os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde, presentes em 450 municípios, de todos os estados, com investimento anual de R$ 34 milhões. Eles têm papel fundamental na articulação e implementação de redes de atenção e proteção às vítimas de violência e suas famílias. Desenvolvidas em parceria com outros setores, como assistência social, educação, direitos humanos e segurança pública, as ações são voltadas para a prevenção das violências (incluindo a doméstica e a sexual) entre jovens, mulheres e idosos.
Também são importantes as ações de prevenção do Programa Saúde nas Escolas – uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, presente em 2.549 municípios, em todos os estados. Em 2009 e 2010, foram investidos R$ 93,6 milhões.
Outra iniciativa é a parceria com o Ministério da Justiça, por meio do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), em articulação com as Unidades de Saúde da Família, e da Campanha Nacional do Desarmamento.
A redução do uso abusivo de álcool e outras drogas também tem sido uma prioridade no setor saúde para a prevenção das violências, por meio de medidas de educação permanente, campanhas, acesso a tratamento de dependentes e medidas de fiscalização e controle, definidas na Política Nacional sobre o Álcool, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e o Ministério da Justiça.

Nessa área, também se destaca o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010), elaborado pelos Ministérios da Saúde e da Justiça e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

“Todas essas ações são desenvolvidas em articulação com outros setores do governo, organizações não-governamentais e setor privado, seja por meio de campanhas que busquem a promoção de comportamentos, hábitos e ambientes seguros e saudáveis, bem como a mobilização e participação da sociedade”, comenta Marta Silva.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Crack: A destruição da sociedade

Tribuna da Bahia
O consumo do crack tem preocupado governo e a sociedade em geral, uma droga que começou a ser consumida por crianças, adolescentes e jovens de classes menos favorecidas pelo fato do preço ser bem mais inferior que o das outras drogas.

Mas agora está atingindo todas as classes sociais e o produto, que é feito das sobras impuras da cocaína misturadas com bicarbonato de sódio, está causando um dos maiores malefícios no organismo do indivíduo viciado.

A origem do seu nome já demonstra quão perigosa é a droga, pois deriva do verbo “to crack”, que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.

O médico Andre Caribé, psiquiatra do Centro de Informação Anti-Veneno da Secretaria de Saúde do Estado (Ciave) afirma que o crack, “não é uma droga nova, ela é uma forma de apresentação da cocaína. Esta, para uso ilícito, pode ser preparada na forma de pó, pasta ou crack”, explicou.

Segundo o psiquiatra, a droga surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo e relata como é produzida: “uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) e outras substâncias, é aquecida”.

Em seu relato Caribé explica que o aquecimento separa a parte sólida da líquida. “Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo”, sinalizou.

O psiquiatra disse que quando prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. “Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”, que deriva do verbo em inglês “to crack” que significa “quebrar””, informou.

Os efeitos desta droga no organismo do indivíduo “são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. Ansiedade, paranóia, e inquietação, agitação também são frequentes”, alertou o psiquiatra. “Além do mais, por ser inalado, o crack chega rapidamente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente, em 10 a 15 segundos”, lamentou.

Por outro lado, estes efeitos duram em média 5 minutos, afirmou Caribé, explicando que este é o motivo que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente rapidamente. “Isso explica em parte o grande poder de dependência do crack, pois dentre as formas de apresentação e uso da cocaína, o crak tem um início de ação mais rápido e mais efêmero”.

A ação da droga no organismo

No cérebro, a cocaína e o crack têm mecanismo de ação complexos, mas “ de maneira geral agem como bloqueadores da recaptação de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, e noradrenalina deixando-os mais disponíveis nas fendas sinápticas para atuar nos receptores neuronais. A atuação no sistema dopaminérgico, principalmente na via mesolimbica, ativa o sistema de recompensa cerebral, fazendo com que o individuo se torne mais dependente da droga. Outros estudos, apontam também a atuação do crack e da cocaína no sistema gabaergico e glutamatergico”, discorreu.

Os órgãos mais afetados devido ao uso da droga, de acordo com o médico, “o cerébro, por questões farmacocinéticas da droga, mas também outros órgãos são afetados como pulmão, coração, vias aéreas.etc.

Como o crack está sendo usado de uma maneira assustadora, a maior preocupação da sociedade em geral é se há cura para este mal. Sobre isto, o psiquiatra revela que o “ tratamento de qualquer dependência química é complexo e demorado, mas possível, desde de que o dependente tenha acesso a serviço especializado, com a presença de psiquiatras, psicólogos, terapeutas e outros profissionais”.

Ele destaca que se deve associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico, mas é fundamental a participação ativa e o empenho do paciente, senão dificilmente ele conseguira se livrar do vício.

“Além disso em muitos casos é necessário a internação do paciente em clínica ou hospital especializado, pois nem todo dependente é possível o manejo adequado em nível ambulatorial. Porém hoje em dia no Brasil, devido às políticas públicas de saúde mental, está cada vez mais difícil se conseguir uma internação psiquiátrica adequada para quem não pode pagar uma clínica particular”.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Pesquisa mapeia drogas do ´boa noite, Cinderela´

Diário do Grande ABC
Você está em uma festa, segura um copo de bebida e dança ao som da música.

Um estranho se aproxima, coloca um líquido no seu copo e você continua bebendo, sem se dar conta. Então, perde a consciência de seus atos, a capacidade de discernimento, apresenta dificuldade de resistir a ameaças, se sujeita a ordens de estranhos e pode até mesmo apagar. Você foi vítima do golpe conhecido do boa noite, Cinderela.

O objetivo é auxiliar a polícia na identificação das drogas utilizadas no golpe durante investigações de assalto e estupro. O aluno do curso de mestrado em Química da UFABC (Universidade Federal do ABC) Diogo Lima da Silva, 24 anos, realiza desde 2009 estudo que pretende desenvolver um teste rápido de detecção das substâncias em bebidas.

Com orientação da professora Elizabete Campos de Lima, o trabalho mapeou as três principais drogas usadas no golpe: GHB (ácido carboxílico), GBL (um derivado desse ácido) e 1,4-Butanodiol. A diluição é feita em três tipos de bebidas: água, refrigerante e energético.

As drogas foram cedidas pela Polícia Científica de Santo André ou vieram de amostras apreendidas em Mogi das Cruzes. "A eletroforese (processo de separação de substâncias) foi o método que obteve melhores resultados com as drogas quando diluídas em água. O próximo passo é fazer a separação quando a substância está diluída em refrigerante ou energético", destacou Silva.

As drogas utilizadas no boa noite, Cinderela permanecem de uma a duas horas no sangue e 12 horas na urina. "Por isso é importante desenvolver método que auxilie a polícia, permitindo que bebidas suspeitas possam ser analisadas com rapidez", explicou o pesquisador.

Perigo

Para ser vítima do golpe, basta ingerir dois gramas de qualquer uma dessas substâncias. Com 0,7 grama, porém, é possível sentir efeitos semelhantes à ingestão de álcool, como euforia e maior sociabilidade. Por isso, essas drogas são utilizadas também por jovens em raves e casas noturnas, comercializadas como ecstasy líquido.

A quantificação das drogas em amostras apreendidas pode ajudar a polícia a traçar rotas do tráfico. Uma das possíveis utilizações do trabalho desenvolvido na UFABC é determinar a origem das drogas apreendidas, por meio da composição de cada amostra.

O trabalho de Silva foi um dos 12 escolhidos para se apresentar no 2º Encontro Nacional de Química Forense, que ocorreu no início de dezembro em Ribeirão Preto e reuniu os principais pesquisadores da área do Brasil e Exterior, além de peritos federais e estaduais e estudantes.

Não largar copo na mesa ou no balcão ajuda a evitar golpe

Não há estatísticas sobre o boa noite, Cinderela no Grande ABC. A Secretaria de Segurança Pública explicou que o golpe é, geralmente, um meio para cometer delitos como sequestros, roubos, estupro, e por isso cada ocorrência é registrada conforme o crime cometido.

Segundo o especialista em segurança pública Jorge Lordello, há dois grupos básicos de ocorrências relacionadas à prática de dopar as vítimas: com fins econômicos e sexuais. "Há casos em que o criminoso pretende assaltar a vítima, roubar a casa ou o carro. Em outros, os golpistas querem dopar a pessoa para abusar sexualmente.

E o que fazer para se proteger? Para Lordello, a pessoa não deve deixar de se divertir em festas e baladas, mas precisa ficar atenta. "Não se pode abandonar o copo na mesa ou no balcão do bar e depois voltar para pegá-lo. Também é indicado segurar a bebida com uma mão e tampar o bocal com a outra, para evitar que estranhos coloquem alguma substância ali". Aceitar bebidas de outras pessoas, nem pensar.

O especialista alertou ainda que se deve ter cuidado com estranhos nas baladas. "Aceitar ou dar carona pode ser extremamente perigoso. É melhor anotar o telefone ou e-mail e conhecer melhor a pessoa antes de se relacionar", destacou.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)