quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Maioria dos agressores é usuário de drogas, diz Delegacia da Mulher

Por proteção, vítimas são levadas para abrigos do Tribunal de Justiça. Casa, que já recebeu mais de 3 mil mulheres, é vigiada pela polícia. Aumentou o número de casos de agressão a mulheres por companheiros usuários de drogas este ano em São Luís, segundo a Delegacia de Defesa da Mulher. As vítimas que mais correm riscos são levadas para a Casa Abrigo do Tribunal de Justiça até conseguirem voltar à vida normal. No local, histórias diferentes se confundem em meio aos relatos semelhantes das agressões. Em 12 anos de funcionamento, a Casa Abrigo já recebeu mais de três mil mulheres e crianças de famílias arrasadas pela violência de quem deveria protegê-las. O lugar é vigiado o tempo inteiro pela polícia. Este ano, foram registradas 5.330 ocorrências na Delegacia da Mulher, sendo a maioria ameaças e agressões físicas. As mais graves são estupro e tentativa de homicídio - crimes praticados principalmente pelos companheiros das vítimas. De acordo com a polícia, tem sido cada vez maior o número de ocorrência de mulheres que denunciam companheiros viciados em drogas. Do total de 1.181 registros feitos pelo Disque Denuncia de violência praticada contra mulheres nos últimos cinco anos no Maranhão, em 62% dos casos, o agressor era usuário de algum tipo de droga.

A maconha faz parte da armadilha

Folha de S. Paulo - RICARDO SAYEG A pretensa tendência de liberalização da maconha é um atentado contra todos. As drogas, inclusive a maconha, não devem ser nem sequer descriminalizadas. O seu uso pessoal extrapola as liberdades da intimidade e da vida privada das pessoas, por ser questão de saúde pública. De fato, é certo que o usuário de drogas não é um bandido. Antes de tudo, é vítima. A sociedade atual, voltada ao consumo material e às mídias massificadoras, sujeita as pessoas à desintegração das relações humanas e familiares, bem como ao vazio de sentido, propósitos e ideais. Os antropólogos falam da era do vazio, da era da decepção, da sociedade líquida, da antropologia da solidão. Para o desespero de Fernando Pessoa, se depender da sociedade atual, a alma será pequena. Na pequenez da alma, a terrível armadilha moderna, que está à espreita das pessoas, em especial dos jovens e mesmo das crianças: o uso pessoal de drogas, que joga o ser humano numa espiral para baixo, abrindo as portas da dor e da ruína. A droga acabou com as pessoas e com seus cérebros, arruinou sua dignidade, capturou suas almas, as conduziu para a criminalidade. No fim do poço, transformou-as naqueles zumbis da cracolândia, em condições infra-humanas. Dói só de pensar nas crianças recém-nascidas, filhas das mães do crack, sofrendo crise de abstinência e já com sequelas gravíssimas. Errado dizer que a a maconha não faz parte desta armadilha. Faz. Está comprovado que ela não é inofensiva. Aliás, o Levantamento Nacional sobre Drogas de 2010 é alarmante e demonstrou que tem relevância estatística o uso de drogas por crianças a partir de dez anos. Mostrou também que quem usa uma droga geralmente acaba usando qualquer outra. Não há humanismo em tolerar o uso pessoal de drogas. Ser indiferente ao uso próprio de drogas e deixá-lo ao critério da opção pessoal de cada um, especialmente por criar fácil acesso a jovens e crianças, é ser indiferente à saúde pública e na prática a todas essas vítimas que entregaram a sua dignidade. Inegável que a capacidade de discernimento do usuário fica prejudicada e não é ele, por si, que terá lucidez e força para pedir ajuda. Há quem defenda que se deve deixar as pessoas chegarem ao fundo do poço. Mas não dá para se omitir. Para piorar, o usuário de drogas acaba sendo refém do traficante e, ao fim e ao cabo, financia e contribui para a indústria do tráfico, na condição de consumidor final. Crime, violência e morte, tudo isso escrito pelo vermelho do sangue das vítimas, está intimamente relacionado ao império das drogas. Assim, o problema do uso próprio de drogas nunca é íntimo e privado, ainda que o consumo seja pessoal, íntimo e privado. É um problema grave e deve ser prioritariamente enfrentado pelas autoridades, com profundo respeito e consideração pelas famílias e vítimas desse mal. Isto é, mesmo o uso pessoal, íntimo e privado das drogas é um problema coletivo de saúde pública que merece resposta penal. Logo, não é o caso de descriminalizar. Não para vigiar e punir, como diria Foucault, mas para cuidar e desintoxicar, ainda que compulsoriamente. Significa que os usuários não deviam ser colocados na cadeia, muito pelo contrário, como problema de saúde pública, a resposta penal para o uso pessoal das drogas deve ser, como é, o encaminhamento para compulsório tratamento médico e desintoxicação.

sábado, 25 de agosto de 2012

Uso de drogas pesadas começa pelo álcool

Estudo americano mostra que jovens que consomem bebidas alcoólicas têm 16 vezes mais chances de utilizar outras substâncias tóxicas Outra pesquisa, da Unifesp, revela que em 70% das tentativas um menor de idade consegue comprar bebidas alcoólicas Novos argumentos trazidos por duas pesquisas – uma brasileira e outra norte-americana – devem reacender a discussão sobre a venda e o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos. Estudo da Universidade da Flórida mostra que o álcool, e não a maconha ou o cigarro, é a primeira droga experimentada pelos jovens. E um dos fatores que levam a essa experimentação precoce é revelado por pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), segundo a qual, em ao menos 70% das vezes em que um menor de 18 anos tenta comprar bebida alcoólica, ele é bem-sucedido. De acordo com o estudo feito pelo professor Adam Barry, pesquisador da Escola de Saúde e Performance Humana da Universidade da Flórida, o álcool também é a substância mais usada pelos adolescentes, com 72,2% afirmando que já o consumiram pelo menos uma vez na vida. Entre os entrevistados, 45% relataram fumar, e 43,3% disseram usar maconha. O autor analisou 14.577 questionários preenchidos por jovens do ensino médio de 120 escolas públicas e privadas dos Estados Unidos. Eles responderam se já haviam usado pelo menos uma de 11 substâncias, dentre elas, álcool e tabaco, assim como drogas ilícitas, como maconha, cocaína, heroína, LSD, anfetaminas, tranquilizantes e outros narcóticos. Esses dados comprovam, na opinião do pesquisador, que drogas lícitas e aceitáveis socialmente, como o álcool e o tabaco, são as primeiras substâncias tóxicas a serem consumidas pelos jovens. A partir daí, eles passam para a maconha e depois para as drogas ilegais mais pesadas. Mais do que isso, o levantamento revela que os estudantes que usaram álcool demonstraram ter uma probabilidade até 16 vezes maior de uso de outras drogas. “Existe muita informação errada em relação às drogas em geral; inconscientemente passa-se a mensagem de que o álcool não é droga. O que acontece é que o lobby do cigarro e o da bebida são muito fortes. Por isso se passa uma má impressão de que realmente o grande problema é a maconha, quando na realidade não ɔ, explica o professor de Psiquiatria Dagoberto Hungria Requião, do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Influência Há vários fatores que incentivam o consumo de álcool por adolescentes, segundo artigo dos pesquisadores Sérgio Duailibi e Ronaldo Laranjeira, do Instituto Nacional para Políticas Públicas do Álcool e Drogas do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. Entre eles, a propaganda direcionada a esse público, a disponibilidade da bebida em locais de fácil acesso, como postos de gasolina, e promoções do tipo open bar (com bebida liberada a partir do pagamento de entrada). No caso do álcool e do cigarro, que são substâncias legalizadas, mesmo havendo leis que proíbam a comercialização a menores de 18 anos, os adolescentes acabam tendo acesso a ambos. Além disso, o preço é baixo: com R$ 5, é possível comprar uma caixa de cigarros e uma dose de cachaça em um bar de rua de Curitiba. Outro fator que contribui para o consumo é a aceitação dentro de casa. “Festa de 1 ano de criança tem bebida? Tem, a pretexto de servir aos pais. É nesse tipo de festa que ocorrem os primeiros usos, sob o olhar complacente ou sob a ignorância dos pais”, diz o psiquiatra Carlos Salgado, conselheiro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead). Movimentos sociais ajudam a diminuir consumo Nos Estados Unidos, em 1980, foi fundada a organização não governamental MADD (Mothers Against Drunk Driving, ou “mães contra a direção alcoolizada”, em tradução livre). A missão do grupo hoje é acabar com a condução de veículos por pessoas alcoolizadas, apoiar as vítimas que sofrem com esse tipo de crime e evitar que menores de 21 anos bebam, como proíbe a lei federal do país. No Brasil, já há movimentos que lutam para tornar mais duras as punições contra quem dirige bêbado, como o liderado por Christiane Yared, mãe de Gilmar Yared, vítima de um grave acidente de carro ocorrido em 2009 em Curitiba e provocado pelo ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, que estava embriagado. Mas ainda não há nada tão representativo para acabar com a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. “A letra da lei [que proíbe a venda a menores] pode estar morta, mas as crianças estão morrendo. Num país onde existe a lei, o que precisa é simplesmente cumpri-la”, diz o professor de Psiquiatria Dagoberto Hungria Requião. Os pais têm papel fundamental para evitar que o consumo da substância se inicie precocemente. “A resposta começa com a fiscalização primordial dentro de casa”, diz o psiquiatra Carlos Salgado, da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Boa Noite Cinderela! Você está numa festa e aceita uma bebida de um estranho e de repente fica tudo escuro, você acorda em um lugar totalmente diferente, pensa em ligar pra alguém e... epa! Cadê o celular e a carteira? Então percebe que foi vítima de um golpe: o Boa Noite Cinderela. Pessoas que já sofreram esse golpe relatam os sintomas após ingerirem a misteriosa bebida. A sensação é de estar meio grogue e os sentidos vão sendo recobrados lentamente, a voz fica sonolenta e as palavras saem enroladas. Em virtude dos efeitos apresentados, essas substâncias são utilizadas frequentemente por assaltantes e agressores que dopam a vítima a fim de assaltá-la ou abusá-la sexualmente, sendo, portanto, chamadas também de “rape drugs” (drogas de estupro). Mas quais substâncias são responsáveis por causar essas alterações no organismo? Não existe uma fórmula pronta, o que acontece é um verdadeiro coquetel de medicamentos encontrados em farmácias: o flunitrazepam, ácido gama hidroxibutírico (GHB) e cetamida. Essas substâncias são misturadas em bebidas alcoólicas e atingem o sistema nervoso central de quem as ingere, causando sonolência. No começo dos efeitos, a vítima, por estar atordoada, pode até fornecer informações pessoais ao criminoso e, dependendo da dose e da substância, ela cai em sono profundo que pode durar 24 horas. Vejamos a ação de cada substância no organismo: Flunitrazepam Nome comercial: Rohypnol; Princípio ativo: é um ansiolítico, usado como redutor da ansiedade, mais conhecido como calmante. Ácido gama hidroxibutírico GHB (sigla em Inglês) Nome comercial: Ecstasy líquido; Princípio ativo: é usado como droga, alucinógeno. Ketamina Nome comercial: Special K; Princípio ativo: anestésico de uso veterinário, em humanos não tem uso terapêutico e é usado indevidamente para atordoar as vítimas. Uma porção generosa de apenas um desses componentes já seria suficiente para derrubar uma pessoa, agora imaginem todos eles misturados e uma única bebida? É dose para leão, portanto tome cuidado ao ingerir bebidas de estranhos ou de amigos não confiáveis, a lesão pode ser muito maior do que a financeira: a própria morte. FONTE - http://www.aguasdepontal.com.br

Socorro! Meu filho está se drogando

Um dia alguém comenta dizendo que seu filho provavelmente está se drogando. Então você vasculha as coisas dele e confirma o seu envolvimento. Assim, sente-se invadido por uma mistura de sensações, que vai desde a de desespero, de raiva, de medo, de angustia, de culpa e até de amor. Você quer aplicar uma tremenda surra. Nesse momento, é preciso muita calma e refletir antes de agir, pois a situação é grave. Como os pais são os últimos a saber, provavelmente seu filho está envolvido há mais de quatro anos. O que fazer? Não pense que logo vai lhe estender a mão e dizer: ajude-me por favor! Vai se fazer de desentendido e para mostrar que está ofendido por invadirem sua privacidade, sairá para a rua batendo a porta violentamente. Frases como “se elas fossem boas não se chamariam drogas” não surtem efeito algum. Naquele momento as drogas representam a maior fonte de prazer. . Deve-se deixar claro que as drogas são agradáveis apenas no início e que uma vez estabelecida a dependência, torna-se escravo da droga, pelo resto da sua vida se não buscar tratamento e elas passam a ser consumidas, não pelo prazer, mas para aliviar por algum tempo o desespero da sua privação, não poderá mais contar com a opção “não quero” e as conseqüências geralmente são desastrosas. Procure ajuda especializada e esteja preparado para uma longa batalha. Freqüente grupos de apoio. Busque informações seguras e aprenda tudo que estiver a seu alcance sobre a drogadicção. Lembre sempre que a insensatez e a ignorância caminham de mãos dadas. Uma vez instruído, converse com seu filho sobre as complicações físicas e sociais que advém do uso de drogas, evitando frases como ...no meu tempo...ou, quando eu tinha a sua idade... Os tempos mudaram! O mundo é outro! O filhos, hoje em dia, geralmente vêem os seus pais como pessoas ultrapassadas, cujas experiências, segundo eles já não são aplicáveis neste mundo moderno e globalizado. Não use frases apelativas como: você está acabando com a minha vida. As drogas deturpam o caráter e eles pouco se importam com o sofrimento dos pais e só se aborrecem com essas colocações. Não compare seu filho menosprezando em relação aos irmãos ou amigos, pois isso só vai despertar raiva que serve de justificativa para continuar se afundando cada vez mais na lama. Esteja com ele sempre que possível. Assistam juntos a filmes bem produzidos sobre a verdade das ruas - tráfico, prostituição, crimes e dependência – procurando dar ênfase às possíveis soluções para esses problemas. Procure evidenciar, com comentários gerais sobre o destino dos drogados, citando como exemplo pessoas famosas que recentemente foram vitimadas pelo consumo de drogas. É muito importante a participação dos pais na formação da personalidade dos filhos. Não beba ou não fume na presença deles. Não use drogas ilícitas em hipótese alguma e, caso as tenha experimentado na sua adolescência, nunca faça referencia sobre isso a seus filhos, pois se isso acontecer, eles vão se julgar no direito de experimentar também. Faça pelo menos uma refeição por dia com a família. Procure afastá-lo dos amigos que fumam muito, se embriagam, são maus alunos e não gostam de esportes. Sempre mantenha-o bem informado para que ele se torne um formador de opinião e menos influenciável pelas amizades e que sua capacidade de discernimento não fique prejudicada, quando em grupo, onde muitos se deixam levar pelo “embalo da moçada” e dançam conforme a música. É o que se chama de “embriaguez relacional”. Determine limites e compromissos com a casa e com a família, não estabelecendo regras diferentes para seus filhos. O que vale para um, vale para todos. Diga “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário. Na opinião dos profissionais que trabalham na área de recuperação de dependentes, as famílias e os próprios adictos em recuperação devem procurar espiritualizar-se, porque está comprovado a relevância da crença num Poder Superior para o sucesso da recuperação. Isso representa um poderoso abrigo contra o assédio constante por parte dos envolvidos com as drogas. Segundo o Padre Haroldo J. Rahm, não há recuperação sem espiritualidade!. O fundo do poço Apesar de todo o seu empenho, as coisas não melhoraram nada. A situação está pior. Seu filho continua se drogando. Está emagrecendo, tornou-se agressivo e arredio, Está evidente o envolvimento com drogas pesadas. A situação está completamente fora de controle. Como agir então? Se você tem um filho dependente, já deve ter passado pela sua cabeça idéias muito malucas, mas a melhor alternativa é convencê-lo a internar-se numa comunidade terapêutica ou clínica de recuperação e em síntese, os tratamento devem obedecer a um protocolo bem definido: 1 – Afastar o paciente das drogas, a qualquer custo. 2- Prevenir as recaídas.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Crack não dá trégua às crianças

Filhos de pais dependentes químicos são entregues à própria sorte. Ou ficam sob a tutela de alguém da família, ou se veem encaminhados para abrigos e até adoção. Os efeitos devastadores do crack não dão trégua nem aos recém-nascidos. Os filhos de pais dependentes de uma das drogas mais destruidoras que existem ficam entregues à própria sorte. Alguns se veem sob a tutela de alguém da família, outros acabam sendo encaminhados para abrigos e até para a adoção. No Paraná, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem quase três mil crianças em 131 abrigos. A estimativa é de que mais de 50% destas crianças sejam filhos de pais dependentes químicos. “A maior parte está relacionada ao uso de drogas, especialmente o crack”, diz o presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Carlos Alberto Peixoto. Para se chegar a um número concreto sobre o número de crianças abandonadas por causa do crack será realizado um levantamento em parceria com as universidades estaduais. O resultado deve ser divulgado até o final do próximo mês. “Com isso, teremos capacidade para traçar planos de ações mais eficazes. Nossa ideia é ter uma central de tratamento à mulher dependente, especialmente às gestantes”, informa. Herança trágica Enquanto projetos sobre o assunto são analisados, as crianças sentem de perto a dura realidade provocada pelo vício nas drogas. A herança de uma família desestabilizada pelo crack pode culminar em um final trágico. Na Casa do Acolhimento Pequeno Cidadão, localizado no Jardim Social, em Curitiba, dois recém-nascidos morreram recentemente pelo fato de as mães terem feito uso do crack durante a gestação. Ambos nasceram com hidrocefalia (água no cérebro), ficaram um mês internados em unidades de terapia intensiva e, posteriormente, foram encaminhados à instituição. Apesar dos esforços no tratamento, um morreu após 70 dias de vida e outro depois de 94 dias. “Estes foram os casos mais graves provocados pelo crack que recebemos”, afirma a diretora do abrigo, Sônia Scutlarek Ferreira. Por outro lado, há crianças que, apesar de sofrerem com os efeitos colaterais do entorpecente – mesmo sem nunca o ter utilizado –, conseguem a duras penas reverter o processo. Um bebê de um ano e nove meses, que ingressou no abrigo em estado grave, já está sob tutela temporária de uma funcionária da própria instituição. O processo de adoção se encontra em andamento. Atendimento Sônia explica que ao receber um bebê, cuja mãe é dependente química, é necessário realizar um tratamento médico específico. “A gente leva para unidades de saúde e hospitais para que o atendimento aconteça”, explica. Os pais, cujas crianças estão abrigadas por determinação judicial, podem visitar os filhos todo domingo. Segundo a diretora do abrigo, a maioria das mães, que deram à luz a estas crianças, encontra-se internadas para livrar-se da droga. “A grande maioria tem chance de voltar à guarda da mãe depois que o tratamento for concluído. Claro que, para isso, é realizado um monitoramento de como está a situação da família e como a criança está sendo tratada”, explica Sônia. Além de atender filhos de dependentes químicos, a instituição também abriga crianças até 12 anos que sofreram abusos sexuais ou foram abandonadas pela família por outras razões. Curitiba possui oito instituições ligadas à Fundação de Ação Social (FAS) que realizam trabalho semelhante. Tratamento ajuda a evitar a destituição Por determinação legal, hospitais e maternidades devem comunicar à Justiça quando identificarem que as mães são dependentes químicas. Do hospital, estes recém-nascidos vão direto para uma instituição de acolhimento, onde permanecem até o Poder Judiciário decidir sobre a guarda. No abrigo de proteção, elas ficam no máximo dois anos, de acordo com o determinado pela lei, exceto se houver alguma recomendação judicial. O tratamento dos pais dependentes, principalmente da mãe, é fator determinante para que o resultado deste processo não seja a destituição do poder familiar. O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ressalta que o próprio ECA, no artigo 19, determina que toda criança tem o direito de ser criada no seio familiar, em ambiente livre de pessoas dependentes em substâncias químicas. “Não tenho dúvidas que é necessário oferecer um tratamento à mãe, além de políticas públicas de inserção ao mercado de trabalho”, afirma. O presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Carlos Alberto Peixoto, defende que sejam realizadas medidas para evitar a destituição do poder familiar. “Uma mãe acometida pelo vício não tem condições de criar um filho. Mas ela precisa de tratamento para cuidar da criança de forma responsável. Muitas vezes, após se tratar, é possível conseguir a guarda de seu filho”, ressalta. Em casos assim, a guarda da criança é suspensa em caráter temporário até a mãe se recuperar do vício. Neste período, o bebê fica em algum abrigo. A destituição do poder familiar passa a ser a última possibilidade de decisão a ser tomada. “Sempre devemos trabalhar para a manutenção dos laços familiares. Se todas as possibilidades com os entes familiares forem esgotados, daí se coloca para adoção”, explica o procurador. Ou seja, caso seja constatado que a mãe não obteve êxito na recuperação da dependência química e nenhum outro familiar possa ficar com a criança, ela será encaminhada para adoção. De acordo com Maior Neto, é recomendável que a cada seis meses seja realizada uma avaliação da possibilidade de o bebê ser “devolvido” à família. “Se em seis meses não há uma visita familiar ao bebê é possível acontecer a destituição”, alerta. Consequências Efeitos da droga são ainda piores para bebê Se o consumo de cigarro e o uso de bebidas alcoólicas na gestação comprometem o desenvolvimento dos bebês, a situação é ainda pior quando a substância em questão é o crack. Além do risco de abortos espontâneos e descolamento de placenta, há chances de óbito do bebê logo após o nascimento. A médica Marina Barros, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que o consumo de crack na gestação provoca maior frequência de recém-nascidos prematuros e de asfixia pós-parto, com a necessidade de maior número de manobras de reanimação. “Malformações congênitas também estão associadas ao consumo de crack durante a gravidez”, afirma. Segundo ela, são vários os estudos que mostram a associação entre o consumo de crack na gestação e o baixo peso – inferior a 2,5 mil gramas –, além dos bebês apresentarem menores comprimentos e perímetros cefálicos. “Os filhos de mães usuárias de crack apresentam com maior frequência a hipertensão pulmonar, doença inflamatória do trato gastrintestinal, parada respiratória e síndrome da morte súbita”, alerta Marina. Comportamento A médica afirma que bebês de mães usuárias de crack não nascem viciados, mas podem apresentar alterações comportamentais. “Apresentam menor capacidade de controle do estado de sono, maior dificuldade em despertar, maior instabilidade de estado, menor capacidade de habituação a estímulos adversos, menor capacidade de se orientar a estímulos externos, pior comportamento interativo, pior desempenho motor, maior irritabilidade, além de apresentarem mais tremores”, detalha. Fonte: Gazeta do Povo – Diego Antonelli

CRACK - OXI

O final dos anos 80 marca a chegada da pedra no Brasil, mais precisamente na periferia da capital de São Paulo. Ninguém poderia imaginar que trinta anos depois o país todo, até nos mais longínquos lugarejos, a droga estaria presente de forma tão devastadora. Muitos são os estudiosos que tentam compreender o efeito impressionante do crack. Reação em segundos, efeito de poucos minutos. Somente a primeira “pipada” é alucinante. A segunda nem tanto. Daí em diante, a busca insana pela sensação louca da primeira vez. Mais pedra, mais loucura, mais mortes e não há vislumbre de conter a pandemia. Enquanto o preço do Crack chega a R$ 10,00 a pedra, surge no mercado nova pedra – OXI – mais barata e mais mortal. Usuário de crack, ao provar oxi sentiu que sua vida estava em risco. Pedro tinha 8 anos quando começou a fumar maconha. Aos 14, experimentou cocaína. Com 19, foi apresentado ao crack. “Eu fumava cinco pedras e bebia até 12 copos de pinga.” Em janeiro deste ano, seu fornecedor de drogas, em Brasília, passou a oferecer pedras diferentes, com cheiro de querosene e consistência mais mole. Pedro estranhou. “Dizia a ele que a pedra estava batizada, que não era boa. O cara me dizia que era o que tinha e ainda me daria umas (pedras) a mais.” Não demorou para Pedro notar a diferença no efeito. A nova pedra era mais viciante. Para não sofrer com crises de abstinência, dobrou o consumo para até dez pedras por dia. Descobriu então que, em vez de crack, estava fumando uma droga chamada oxi. “Quando soube, vi que estava botando um veneno ainda maior no meu corpo. Fiquei com medo de morrer.” Aos 27 anos, depois de quase duas décadas de dependência química, Pedro sentiu que tinha ido longe demais e internou-se numa clínica. A história de Pedro (nome fictício) ilustra o terror provocado pelo oxi, droga que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. O oxi está sendo tratado pelos médicos como algo mais letal que o crack, considerado até agora a mais devastadora das drogas. Mas é consumido por pessoas que não sabem disso, porque é vendido em bocas de fumo como se fosse crack. “O oxi invadiu os postos de venda tradicionais. Isso preocupa”, diz o delegado Reinaldo Correa, titular da Divisão de Prevenção e Educação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo. (Fonte G 1). O crack é feito com pasta-base de cocaína, misturada com bicarbonato de sódio e um solvente, que pode ser éter ou amoníaco. É difícil obter grandes quantidades dessas substâncias, porque a venda é controlada pela Polícia Federal. Já o oxi é feito com pasta-base de coca misturada a cal virgem e a gasolina ou a querosene. “O refinamento do crack demanda uma cozinha e um processo laboratorial mais complexo”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Para fabricar o oxi, basta misturar a pasta-base com um derivado de petróleo em qualquer panela. Pode ser feito no fundo de um quintal.” O resultado é que os traficantes podem cobrar preço menor. Se uma pedra de crack custa ao viciado entre R$ 7 e R$ 10, o oxi sai por cerca de R$ 2. Esse valor torna a droga acessível a um público muito maior. “Dependentes buscam o que é mais barato”, diz Luiz Alberto Chaves de Oliveira, chefe da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Prefeitura de São Paulo. Também procuram o que tem efeito mais forte e mais rápido. O oxi, ao que parece, atende a essas necessidades. E tem tanto ou mais poder de viciar que o crack. “O oxi parece gerar ainda mais dependência. É potencialmente mais forte que o crack, que já é muito destrutivo”, diz Cláudio Alexandre, psicólogo do Grupo Viva, que atende dependentes de drogas. Enquanto insistirmos em concentrar os esforços na "guerra contra as drogas", sem nos preocuparmos em reduzir o número de usuários que formam o mercado consumidor, com programas consistentes de prevenção, continuaremos ao sabor da droga da moda, cada vez mais barata, compulsiva e destruidora.

Um crack no cérebro

A dependência física da 'pedra' acontece, não raro, na primeira "pipada" e pode levar à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central Por Rosana Faria de Freita – Ilustração MG Studio O efeito do crack dura, em média, cinco minutos. Mas o resultado é devastador, pois os pulmões absorvem quase 100% da droga inalada. As primeiras reações do crack são uma euforia plena, que some repentinamente depois que o "barato" da droga passa, seguida por depressão, inquietação e ansiedade. Por isso, "as pessoas sentem um desejo incontrolável de usá-la novamente, para manter o organismo em ritmo acelerado, prolongar o prazer e afastar os sinais desconfortáveis da abstinência. Tudo isso, no entanto, favorece uma rápida dependência física", explica Hamer Nastasy Palhares Alves, responsável pelo Ambulatório de Crack e Cocaína da Unidade de Dependência de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"O grande desafio do tratamento é manter o paciente motivado em permanecer abstêmio, e para isso ele deve evitar o álcool - que é um frequente gatilho para o consumo do crack - e mudar o seu estilo de vida", esclarece o especialista. O que é? O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Pode também ser obtido a partir da pasta de cocaína. A droga se apresenta na forma de pequeninas pedras e é até cinco vezes mais potente do que esta última. É mais barato do que ela e, por isso, se difundiu tão rapidamente em todo o mundo. Como é consumido? A principal forma é pela inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. Para fumar, é necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo - mas muitos usuários, na ausência deste, usam latas, garrafas plásticas, canudos ou canetas. RECONHEÇA OS SINAIS DE DEPENDÊNCIA Lábios, língua e garganta ressecados. Tosse, congestão nasal (nariz entupido), expectoração de muco escuro e danos aos pulmões. Na primeira fase de uso, o usuário apresenta hiperatividade, disposição, insônia, desnutrição e perda brusca de peso. O uso constante provoca cansaço intenso, tremores, depressão, desinteresse sexual, apatia...Em alguns casos, alucinações, delírios e sintomas paranóicos (sensação de estar sendo vigiado ou perseguido). Comportamento violento e muitas vezes inadequado. Muitos abandonam hábitos de higiene e cuidados pessoais. A "fissura" para fumar novamente e adquirir mais e mais droga pode arrasar o indivíduo financeiramente. Contrações no peito, seguidas de convulsões e coma. Arritmias, derrame cerebral e aumento da pressão arterial, fator que pode aumentar o risco de um ataque cardíaco. Fonte: Revista VivaSaúde on line.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estudo britânico aponta que maconha é mais nociva que tabaco

Gazeta Online Há quem duvide, mas a maconha é tão prejudicial à saúde quanto o tabaco. E, dependendo da quantidade consumida, até mais. Mas muita gente ainda acredita que a droga não causa tantos malefícios assim, como aponta a pesquisa feita recentemente pela Fundação Britânica do Pulmão (BLF, na sigla em inglês). Eles ouviram cerca de mil pessoas e constataram que um terço dos entrevistados acredita que essa droga nem causa danos à saúde. Um resultado alarmante, de acordo com os médicos especialistas, já que a maconha causa câncer, danos à libido sexual e ainda pode antecipar uma esquizofrenia. "Mesmo com todas as químicas usadas durante a produção do cigarro de tabaco, o de maconha ainda consegue ser mais danoso à nossa saúde, ainda mais se for considerada a quantidade que se fuma. O malefício de um baseado pode ser comparado com o dano provocado por um maço inteiro de cigarro comum", alerta o médico João Chequer, especialista em dependência química de álcool e outras drogas. Quantidade No cigarro de maconha, encontra-se cinco vezes mais monóxido de carbono e quatro vezes mais alcatrão, segundo o estudo levantado pelo BLF, do que no de tabaco. Além disso, ao se fumar a maconha, a inalação da fumaça é bem mais profunda, se comparada com a inalação do outro cigarro. Esse contato mais prolongado potencializa a intoxicação. "Além de bronquite, tuberculose e câncer de pulmão, a maconha ainda pode atrofiar os testículos e os ovários, reduzir a libido e causar esterilidade masculina e feminina. Em casos mais extremos, até antecipar a esquizofrenia de quem tem tendência à doença", frisa Chequer. Dados Mesmo com todos esses riscos à saúde, o reconhecimento desses malefícios ainda é pequeno por parte da população. A mesma pesquisa feita pela BLF apontou que 88% dos entrevistados pensavam que o tabaco seria mais prejudicial que a maconha, sendo que é o oposto. O desconhecimento ainda é maior entre os jovens, principalmente os que têm até 35 anos de idade. O estudo mostrou que 40% deles acreditam que maconha não faz mal algum ao organismo. Os malefícios Doenças do pulmão Assim como o cigarro feito de tabaco, a maconha também causa câncer de pulmão, tuberculose e demais complicações respiratórias Mais tóxico O cigarro de maconha tem cinco vezes mais monóxido de carbono e quatro vezes mais alcatrão do que o cigarro de tabaco Exposição ao uso Além disso, uma tragada do cigarro de maconha mantém a fumaça por muito mais tempo preso no organismo em comparação à do cigarro comum Quantidade Por esse motivo, acredita-se que um cigarro de maconha tenha o mesmo grau tóxico que um maço inteiro, com 20 cigarros de tabaco Esterilidade Além de cancerígena, a maconha ainda pode causar esterilidade, principalmente nos homens. A droga também atrofia testículos e ovários, além de reduzir a libido Esquizofrenia O uso dessa droga também pode disparar a esquizofrenia em pessoas com tendência a ter a doença Estudo de Londres O desconhecimento dos malefícios da maconha foram apresentados pela Fundação Britânica do Pulmão (BLF, na sigla em inglês), que ouviu cerca de mil pessoas, em pesquisa recente 88% dos entrevistados disseram à Fundação Britânica do Pulmão que o tabaco é mais prejudicial. 40% com até 35 anos acreditam e defendem que a maconha não é prejudicial à saúde. Fonte: A Gazeta

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uso precoce de álcool estimula dependência, aponta pesquisa

UOL A dependência do álcool em pessoas com menos de 35 anos de idade na Região Metropolitana de São Paulo está associada ao consumo da substância iniciado na adolescência. A maioria dos indivíduos que desenvolveram o problema nessa faixa etária teve o primeiro contato com as bebidas alcoólicas por volta dos 17 anos, segundo um novo recorte de dados do estudo São Paulo Megacity, apresentado pelo Jornal da Tarde em março, quando a pesquisa foi publicada pela revista científica Clinics. O trabalho, conduzido pela psiquiatra Camila Magalhães Silveira, do Instituto de Psiquiatria dos Hospital das Clínicas (IPq-HC), ouviu mais de 5 mil adultos na região metropolitana de São Paulo, com idade entre 18 e 65 anos. Segundo a autora, chama a atenção entre os dados também o abuso precoce do álcool. “Verificamos que 54% dos entrevistados alegaram ter abusado do consumo do álcool antes dos 24 anos de idade. O abuso já pode ser um diagnóstico de problemas importantes com as bebidas”, afirma a pesquisadora. As informações são do Jornal da Tarde.

Dependentes químicos abandonam tratamento em 77% das internações

Estudo foi feito em 2011 com seis comunidades que atenderam 500 pessoas. Apesar de elevado, índice caiu em relação a 2010, quando atingiu 95%. Do G1 Araraquara e Região Um levantamento do Conselho Municipal Antidrogas (Comad), de Araraquara (SP), revela que 77% dos dependentes químicos não conseguem finalizar o tratamento que dura nove meses. Apesar de elevado, o índice registrado é menor que em 2010, quando atingiu 95%. Com esses dados, o conselho prende traçar novas estratégias para que mais pessoas consigam terminar o tratamento. A pesquisa foi feita de janeiro a dezembro de 2011. Foram ouvidas seis comunidades terapêuticas, que atenderam mais de 500 pessoas no período. O levantamento mostra ainda que a maioria dos internos tinha entre 25 e 27 anos. Crack foi a droga mais consumida com 55%. Mas o uso combinado de drogas, principalmente com o álcool, teve a mesma porcentagem (55%). “O crack é uma droga que dá uma dependência mais rápido. E a abstinência dói mais”, explica a assistente social Eliana David de Góes. Outro dado preocupante é a existência de crianças de 8 a 12 anos, entre os dependentes químicos. Das 25 internadas, apenas 12 terminaram o treinamento. “É um público que não deveria existir”, destaca Márcio Servino, coordenador Comad. Uma das medidas pra diminuir essa desistência foi a capacitação dos funcionários. Com profissionais preparados, o centro conseguiu melhorar o índice de um ano para o outro. Ana Cláudia Aquino Silveira é psicóloga, fez alguns cursos e agora está na especialização em dependência química da USP. “Com a capacitação, você consegue lidar de forma diferente, abordar o paciente de forma diferente. Sem a capacitação, não teria como”, observa. Jeferson foi dependente por 30 anos. Passou por tratamento, abandonou e, na segunda vez, conseguiu se recuperar. Faz cinco anos que sobrevive sem as drogas. E hoje trabalha numa comunidade ajudando outros jovens. “Precisa ter fé em Deus, força de vontade, perseverança e um grupo”, ressalta. Um dependente que não quis se identificar veio de uma família de classe média e chegou a estudar na USP. Mas por influência dos amigos, caiu na armadilha das drogas. Do vício da cocaína passou para o crack. Já são seis anos de dependência e de recaídas. “Estou novamente aqui, mas agora com a diferença de entrega total. Estou procurando isso diariamente”, diz ele.

Doenças causadas pelo cigarro matam 357 por dia no país

Folha de São Paulo A cada dia, 357 fumantes ou ex-fumantes morrem no Brasil das principais doenças ligadas ao tabagismo, especialmente enfermidades cardíacas, pulmonares e câncer. Tratar doenças decorrentes do fumo custa R$ 21 bilhões anuais às redes de saúde pública e privada do país --sem contar o fumo passivo. Esse valor é cerca de cinco vezes o que o governo federal vai gastar, até 2014, no plano de combate ao crack. As estimativas são de um estudo encomendado pela ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) à Fiocruz e que será apresentado hoje, em evento de comemoração do Dia Mundial sem Tabaco. O trabalho se baseia em dados de 2008 sobre doenças e mortes e, a partir de um modelo matemático, estima o impacto do fumo e seu custo. Apesar de o número de fumantes no país ter caído nas últimas décadas --hoje 14,8% dos adultos fumam--, o cigarro é responsável por 13% das mortes, segundo o estudo. Essa fatia é equiparável à das mortes por causas externas, incluindo homicídios e acidentes. Estima-se que, em 2008, 130.152 pessoas morreram das 15 principais doenças atribuídas ao fumo (de um total de 150 ligadas ao tabaco). O Ministério da Saúde diz que, em 2009, 37,6 mil pessoas morreram de acidentes terrestres e 52 mil de homicídio. "A carga é muito pesada. Você tem um fator de risco, o fumo, que toma 0,5% do PIB, da sua riqueza", diz Márcia Pinto, economista da Fiocruz que coordenou o estudo com um instituto argentino. O trabalho avalia quantos anos de vida e de atividade social e produtiva se perdem por conta do tabagismo. A estimativa média é que o consumo do tabaco encurte em 4,5 anos a vida de uma mulher fumante e em cinco anos a vida de um homem. Embora a presença do cigarro esteja ficando mais forte entre as mulheres, os homens ainda são os que mais fumam e que mais adoecem. SÓ ÔNUS Para Paula Johns, diretora executiva da ACT, o estudo desconstrói o discurso do setor fumageiro sobre a importância da arrecadação de impostos. A ONG calcula que o tabaco custe para a saúde 3,3 vezes o que o governo arrecada de impostos com o setor. "É impactante olhar para os R$ 21 bilhões e para outras coisas que poderiam ser financiadas. Os ônus são para todos, mas os lucros vão para os acionistas", diz ela. O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse à Folha que o estudo reforça decisões recentes de cerco ao tabaco, como a proibição de aditivos e do fumo em locais fechados. "Isso reafirma a avaliação de que o cigarro é um dano econômico à saúde, na medida em que o custo das internações é muito superior à arrecadação feita pelo setor." OUTRO LADO Romeu Schneider, presidente da câmara setorial do tabaco, classifica os números de "chute" e questiona a possibilidade de isolar o cigarro como causa das doenças. "Deveriam usar números reais, como os que usamos. Nosso faturamento é superior a R$ 17 bilhões, mais de R$ 10 bilhões em impostos." A Abifumo (que reúne a indústria do tabaco) foi procurada, mas não se pronunciou.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nasce um bebê por hora nos EUA com sintomas de vício, diz estudo

A cada hora, nasce um bebê, nos Estados Unidos, com sintomas de dependência de opiáceos, segundo um estudo publicado na revista científica da American Medical Association. Entre 1999 e 2009, triplicou o número de recém-nascidos com síndrome de abstinência no país, devido a um grande aumento na incidência de grávidas dependentes em substâncias legais e ilegais derivadas do ópio. Segundo os autores do estudo, baseado em dados de mais de 4.000 hospitais, grande parte do problema é a dependência em remédios para dor, entre eles oxicodona e codeína. Só em 2009, 13.5000 bebês teriam nascido no país com síndrome de abstinência neonatal. DEPENDÊNCIA Logo após o nascimento, a bebê Savannah Dannelley teve de ficar internada na unidade neonatal de um hospital em Illinois, ligada a máquinas que monitoravam sua respiração e batimentos cardíacos. Ela chorava muito, tinha diarreia e dificuldade de se alimentar, problemas típicos em bebês com abstinência. Alguns também têm problemas respiratórios, baixo peso e convulsões. Sua mãe, Aileen, de 25 anos, parou de tomar analgésicos no início na gravidez, substituindo os remédios por metadona sob supervisão médica. Agora, tanto ela como a bebê passam por um tratamento para combater a dependência. "É muito duro, todo dia, emocionalmente e fisicamente", disse Aileen Dannelley à agência Associated Press. ALTOS CUSTOS Não se sabe ao certo quais são os impactos de longo prazo para a saúde de bebês que nascem com sintomas de dependência, mas reagem bem durante as primeiras semanas de vida. Algumas pesquisas científicas, mas não todas, apontam um risco mais alto de problemas de desenvolvimento. O que fica claro, segundo o novo estudo, é que os custos médicos são muito mais altos com bebês que nascem com o problema. "Bebês com síndrome de abstinência neonatal precisam de hospitalizações iniciais mais longas, frequentemente mais complexas e mais custosas", conclui o estudo. Em média, um recém-nascido com sintomas de dependência passa 16 dias no hospital, comparado com apenas três para os demais bebês. Para Stephen Patrick, um dos autores da pesquisa, "os opiáceos estão se tornando um grande problema nos Estados Unidos". Marie Hayes, da Universidade do Maine, diz que em 85% dos casos de bebês com síndrome de dependência, as mães eram dependentes em remédios normalmente vendidos com receita médica e, em poucos casos, as mães eram dependentes de heroína ou estavam tomando remédios por necessidade, após um acidente de carro, por exemplo. Um editorial da revista que acompanha o estudo diz que enquanto "os opiáceos oferecem um controle de dor superior", eles também tem sido "receitados de forma exagerada, desviados e vendidos ilegalmente, o que cria um novo caminho para o dependente em opiáceos e um problema de saúde pública materna e infantil". Autor: OBID Fonte: Uol Ciência e sáude

Fumar maconha antes de dirigir dobra o risco de acidentes no trânsito

As 50 mil pessoas analisadas viviam em países diferentes e todas já haviam se envolvido em acidentes de carro. Um dos estudos mais amplos feitos sobre a maconha fez uma constatação curiosa. Depois de analisar mais de 50 mil motoristas usuários da droga, os cientistas chegaram a conclusão que aqueles que fumam maconha três horas antes de dirigir têm o dobro de chances de causar um acidente do que aqueles que consumiram álcool ou outras drogas. O estudo foi feito por pesquisadores da universidade Dallhouse, em Halifax, no Canadá. As 50 mil pessoas analisadas viviam em países diferentes e todas já haviam se envolvido em acidentes de carro. Para chegar a essa conclusão os cientistas realizaram exames de sangue nos voluntários. Eles tiveram medido o nível de THC, substância ativa da maconha. O resultado da pesquisa é que a droga prejudica o desempenho de funções cognitivas e motoras que são essenciais para a condução segura de um veículo. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Bebidas alcoólicas e cigarro podem levar ao uso de outras substâncias

O Estado RJ Segundo a ONU, Brasil é o terceiro país da América Latina com o maior número de jovens que consomem álcool. É comum todo adolescente ter curiosidade de conhecer novidades. É exatamente esse desejo que leva os jovens a embarcarem em um universo muitas vezes perigoso. O alcoolismo e tabagismo é um deles, que em excesso pode ocasionar vícios gravíssimos. Um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no consumo de álcool entre os adolescentes. A pesquisa foi feita com estudantes do Ensino Médio e incluiu 347.771 meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Uruguai, Colômbia e Paraguai. Entre os brasileiros, 48% admitiram consumir álcool. Os adolescentes passam por mudanças significativas na vida, por exemplo, a transição para vida adulta. É nessa fase que os pais têm um papel importante para ajudar os jovens a terem limites em suas atitudes e vontades. Muitas vezes o álcool e o tabaco são a porta de entrada para outros tipos de substâncias. De acordo com Ana Cristina de Melo e Souza, psicóloga e Secretária da ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras drogas), o adolescente fica propenso a usar outras drogas devido a facilidade em encontrar essas substâncias. “Os pais estão menos presentes na vida de seus filhos e quando o jovem já não tem um limite dentro de casa, ele acaba perdendo a noção do certo e errado. Quando ele bebe e fuma, automaticamente, ele aumenta sua censura e daí em diante ele já não sabe seus limites e pode vir a consumir outros tipos de substâncias, como a droga”, conta a psicóloga. É exatamente esse limite que a auxiliar de administração Ana Cláudia do Nascimento tenta passar a seu filho. O estudante Renan de 15 anos, filho de Ana Cláudia, ainda não experimentou nenhum tipo de bebida alcoólica ou cigarro. “Nunca bebi nada que tenha álcool. Curiosidade eu tenho, mas além da minha mãe pegar muito no meu pé eu não sinto a necessidade de ser agora” afirma o jovem. Já a auxiliar diz que essa curiosidade é normal, mas não tem como os pais não sentirem medo da liberdade que os filhos vão adquirindo com o tempo. “Não dá para proibi-los de beber ou fumar. O que nós pais podemos fazer é conversar muito com nossos filhos e orientá-los dos perigos que a bebida e o cigarro podem trazer para a saúde", explica. Os benefícios da prática de atividades fisicas A prática regular de exercícios físicos é acompanhada por benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo. Pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no ambiente de trabalho quanto no familiar. A inserção em ambientes educativos como a prática de esportes também é uma das sugestões da psicóloga Ana Cristina para manter os jovens longe do álcool e tabaco. “Além de ser ótimo para a saúde dos adolescentes, o esporte faz com que o jovem mantenha uma disciplina tanto na atividade, quando na vida social. Já que quem prática atividades esportivas não pode beber ou fumar com frequência, por atrapalhar o rendimento do atleta, sendo ele profissional ou não”, salienta a psicóloga. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Vício em álcool está ligado à liberação de endorfinas no cérebro

Revista Exame Pela primeira vez, estudo feito com seres humanos comprova que vício em álcool está ligado à liberação de endorfinas no cérebro. Um estudo realizado pela Ernest Gallo Clinic e pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, esclareceu o mecanismo do vício em álcool. Pela primeira vez, ele comprovou em seres humanos que a liberação de endorfinas, substâncias que o cérebro produz responsáveis pelo prazer, é a principal causa do problema. Os estudiosos identificaram ainda as regiões do cérebro onde a endorfina é liberada. Até hoje, as experiências só haviam mostrado os efeitos da bebida em animais, sem grande detalhamento. De acordo com a pesquisa, publicada no periódico Science Translational Medicine, as endorfinas são liberadas nas regiões cerebrais do núcleo accumbens, ligado ao prazer, e do córtex órbito-frontal, parte do córtex pré-frontal responsável por processos cognitivos e de tomada de decisão. Os testes foram feitos em dois grupos, um com 13 alcóolatras e 12 bebedores ocasionais, que se submeteram a tomografias para verificar a atividade cerebral durante o consumo de álcool. Assim, eles perceberam que, além de dar prazer, a bebida é capaz de modificar o cérebro de quem bebe regularmente, proporcionando cada vez mais prazer e, por consequência, levando à dependência. Os estudiosos chegaram a essa conclusão ao ver que, quanto maior a quantidade de endorfina liberada no núcleo accumbens, maior era a sensação de prazer em ambos os grupos. Mas, quanto mais liberada no córtex órbito-frontal, mais o grupo alcoólatra ficava embriagado, fato que não ocorreu no grupo de bebedores com menor frequência. Essa novidade pode ajudar na criação de novos remédios para tratar o alcoolismo com mais eficácia do que a naltrexona, usada atualmente para combater o vício. Segundo os pesquisadores, o problema desse medicamento é que ele não bloqueia as substâncias prazerosas liberadas apenas pelo álcool e, por isso, muitos pacientes abandonam o tratamento por causa da sensação que o remédio causa. Ao descobrir onde a dependência começa, poderá ser mais fácil encontrar um fim para ela. Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

quarta-feira, 14 de março de 2012

Cigarros com sabor serão retirados do mercado nacional

Cigarros com sabor serão retirados do mercado brasileiro em dois anos. É o que decidiu, por unanimidade, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), terça-feira, 13, em Brasília, após mais de um ano de debate sobre tema. A norma da Anvisa, aprovada em reunião pública da diretoria colegiada do órgão, restringe o uso de aditivos que conferem sabor e aroma aos produtos fumígenos comercializados no Brasil. Os aditivos utilizados no processo de fabricação dos derivados de tabaco que não conferem aroma e sabor aos produtos não foram banidos. A norma apresenta uma lista positiva de oito substâncias que poderão ser empregadas nessa fase. Durante a reunião, foi lida a manifestação do INCA que repudia os argumentos a favor dos aditivos da indústria do tabaco publicados em informe publicitário na grande mídia nacional nos dias que antecederam a audiência. O diretor-geral INCA, Luiz Antonio Santini, parabenizou a Anvisa que, apesar da enorme pressão exercida por setores da indústria do tabaco, manteve-se firme na condução das audiências. “Foi mais uma vitória da saúde pública. Com a decisão, o Brasil dá mais um passo para reduzir o risco do tabagismo em prol do bem-estar da população. Principalmente, para diminuir a iniciação dos adolescentes ao fumo. Um em cada dois consumidores morrem no país vitimas de doenças tabacorrelacionadas”, ressaltou o diretor. O açúcar continuará permitido exclusivamente com a finalidade de recompor o que foi perdido no processo de secagem das folhas de tabaco. Os prazos para adequação da indústria às novas regras, contados a partir da publicação da resolução, são de 18 meses para os cigarros e 24 meses para os demais derivados do tabaco, como charutos e cigarrilhas. De acordo com a representante da Aliança de Controle do Tabagismo Paula Johns, o cravo e o mentol são os principais aditivos utilizados nos produtos derivados do tabaco para conquistar novos fumantes. “A maioria dos jovens, cerca de 60%, experimentam cigarros com sabor. O cravo e o mentol são os principais aditivos consumidos pelos jovens”, apontou Paula. Fonte:INCA - Instituto Nacional de Câncer, Ministério da Saúde

Vício em álcool está ligado à liberação de endorfinas no cérebro.

Revista Exame Pela primeira vez, estudo feito com seres humanos comprova que vício em álcool está ligado à liberação de endorfinas no cérebro. Um estudo realizado pela Ernest Gallo Clinic e pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, esclareceu o mecanismo do vício em álcool. Pela primeira vez, ele comprovou em seres humanos que a liberação de endorfinas, substâncias que o cérebro produz responsáveis pelo prazer, é a principal causa do problema. Os estudiosos identificaram ainda as regiões do cérebro onde a endorfina é liberada. Até hoje, as experiências só haviam mostrado os efeitos da bebida em animais, sem grande detalhamento. De acordo com a pesquisa, publicada no periódico Science Translational Medicine, as endorfinas são liberadas nas regiões cerebrais do núcleo accumbens, ligado ao prazer, e do córtex órbito-frontal, parte do córtex pré-frontal responsável por processos cognitivos e de tomada de decisão. Os testes foram feitos em dois grupos, um com 13 alcóolatras e 12 bebedores ocasionais, que se submeteram a tomografias para verificar a atividade cerebral durante o consumo de álcool. Assim, eles perceberam que, além de dar prazer, a bebida é capaz de modificar o cérebro de quem bebe regularmente, proporcionando cada vez mais prazer e, por consequência, levando à dependência. Os estudiosos chegaram a essa conclusão ao ver que, quanto maior a quantidade de endorfina liberada no núcleo accumbens, maior era a sensação de prazer em ambos os grupos. Mas, quanto mais liberada no córtex órbito-frontal, mais o grupo alcoólatra ficava embriagado, fato que não ocorreu no grupo de bebedores com menor frequência. Essa novidade pode ajudar na criação de novos remédios para tratar o alcoolismo com mais eficácia do que a naltrexona, usada atualmente para combater o vício. Segundo os pesquisadores, o problema desse medicamento é que ele não bloqueia as substâncias prazerosas liberadas apenas pelo álcool e, por isso, muitos pacientes abandonam o tratamento por causa da sensação que o remédio causa. Ao descobrir onde a dependência começa, poderá ser mais fácil encontrar um fim para ela. Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

terça-feira, 6 de março de 2012

Pílulas para dormir são vinculadas a risco maior de morte

Pílulas para dormir prescritas comumente estão relacionadas com um risco três vezes maior de morte prematura, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na última segunda-feira (27) no periódico BMJ Open. Em doses elevadas, estes medicamentos também estiveram associados a um risco 35% maior de câncer em comparação com indivíduos que não os ingerem, mas as razões para isto não ficaram claras. Médicos chefiados por Daniel Kripke, do Centro de Sono da Família Scripps Clinic Viterbi em La Jolla, Califórnia, analisaram os registros médicos de mais de 10.500 adultos residentes na Pensilvânia que tomavam remédios para dormir prescritos. Eles foram comparados com mais de 23.600 colegas, segundo idade, saúde e histórico e que não fizeram uso destes medicamentos. O estudo foi feito durante dois anos e meio com pílulas para dormir amplamente prescritas, incluindo benzodiazepínicos, não benzodiazepínicos, barbitúricos e sedativos. O número total de mortes registradas neste período foi pequeno nos dois grupos, correspondendo a menos de mil. Mas houve uma diferença grande na mortalidade, afirmaram os cientistas. Aqueles que ingeriram entre 18 e 132 doses de pílulas ao ano mostraram-se 4,6 vezes mais propensos a morrer do que o grupo de controle. Mesmo aqueles que tomaram menos de 18 doses anuais mostraram-se 3,5 vezes mais propensos a morrer. Detalhes de como os indivíduos morreram não foram revelados e os autores reforçam ter encontrado um vínculo estatístico, mas não uma causa. No entanto, eles decidiram soar o alerta, devido ao grande número de pessoas que faz uso destes medicamentos. Autor: OBID Fonte: UOL - Ciência e Saúde

Pesquisa revela por que o álcool vicia

Revista Exame Pela primeira vez, estudo feito com seres humanos comprova que vício em álcool está ligado à liberação de endorfinas no cérebro. Um estudo realizado pela Ernest Gallo Clinic e pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, esclareceu o mecanismo do vício em álcool. Pela primeira vez, ele comprovou em seres humanos que a liberação de endorfinas, substâncias que o cérebro produz responsáveis pelo prazer, é a principal causa do problema. Os estudiosos identificaram ainda as regiões do cérebro onde a endorfina é liberada. Até hoje, as experiências só haviam mostrado os efeitos da bebida em animais, sem grande detalhamento. De acordo com a pesquisa, publicada no periódico Science Translational Medicine, as endorfinas são liberadas nas regiões cerebrais do núcleo accumbens, ligado ao prazer, e do córtex órbito-frontal, parte do córtex pré-frontal responsável por processos cognitivos e de tomada de decisão. Os testes foram feitos em dois grupos, um com 13 alcóolatras e 12 bebedores ocasionais, que se submeteram a tomografias para verificar a atividade cerebral durante o consumo de álcool. Assim, eles perceberam que, além de dar prazer, a bebida é capaz de modificar o cérebro de quem bebe regularmente, proporcionando cada vez mais prazer e, por consequência, levando à dependência. Os estudiosos chegaram a essa conclusão ao ver que, quanto maior a quantidade de endorfina liberada no núcleo accumbens, maior era a sensação de prazer em ambos os grupos. Mas, quanto mais liberada no córtex órbito-frontal, mais o grupo alcoólatra ficava embriagado, fato que não ocorreu no grupo de bebedores com menor frequência. Essa novidade pode ajudar na criação de novos remédios para tratar o alcoolismo com mais eficácia do que a naltrexona, usada atualmente para combater o vício. Segundo os pesquisadores, o problema desse medicamento é que ele não bloqueia as substâncias prazerosas liberadas apenas pelo álcool e, por isso, muitos pacientes abandonam o tratamento por causa da sensação que o remédio causa. Ao descobrir onde a dependência começa, poderá ser mais fácil encontrar um fim para ela. Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

Álcool durante a gestação compromete formação do feto

Pesquisa da Uniad aponta que dentre mil grávidas, 1,6% apresentam dependência química. Mesmo que a gravidez seja considerada algo sublime pela maioria das mulheres, existem também as que não desejam passar por essa experiência e são pegas de surpresa quando se descobrem grávidas. O impacto é ainda maior quando as futuras mães são ainda adolescentes. No entanto, o choque emocional pode ser por elas absorvido com mais naturalidade quando consomem bebidas alcoólicas. Mais comum do que se imagina, muitas garotas tornam-se mães e mesmo assim não abandonam a dependência química. A Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) conduziu, em 2002, um estudo coordenado pelos Drs. Ronaldo Laranjeira, Sandro Sendin Misuhiro e Elisa Chalem, no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, e constatou que, dentre as mil adolescentes grávidas participantes do levantamento, 1,6% apresentou diagnóstico de dependência química ou uso nocivo do álcool. Ainda que a pesquisa tenha sido realizada há 10 anos, não existem outros relatos bibliográficos com este tipo de informação no País. Portanto, é possível que as estatísticas tenham crescido e dentro do índice da pesquisa, 0,9% destas jovens preencheram os critérios avaliados para a dependência do álcool. Para o psiquiatra Sandro Sendin Misuhiro, um dos coordenadores do estudo, "é provável que boa parte dessas adolescentes tenha se tornado alcoólatra já durante a gestação". É fato que o consumo de bebida alcoólica é nocivo à saúde, mas os danos provocados podem ser irreversíveis ao bebê. Nas mães, o excesso causa alterações no fígado, como a gastrite e úlcera. No feto, a Síndrome Fetal do Álcool, conhecida como um conjunto de alterações que facilitam a má formação da criança, pode ocorrer o retardo de crescimento intrauterino e após o nascimento,o peso baixo ao nascer, o lábio superior fino, as anomalias na pálpebra, as disfunções no sistema nervoso central como o atraso no desenvolvimento de habilidade motores e sociais e os distúrbios comportamentais, como irritabilidade. Amamentação Pelos efeitos que o álcool provoca durante a gestação, é prejudicial o seu consumo em qualquer quantidade, por menor que seja. "Cinco doses ou mais por semana durante a gravidez está relacionado com peso baixo ao nascer o bebê, parto prematuro e abortamento espontâneo", alerta o Dr. Sandro Sendin Misuhiro. A contraindicação é severa, uma vez que o álcool presente no organismo da mãe pode ser evacuado no leite e "isso significa que o álcool consumido pela mãe lactante será ingerido pelo bebê lactente", diz o médico. Influência familiar "A disponibilidade de bebida alcoolica e o nível de aceitação de seu consumo em determinado meio são fatores que aumentam a probabilidade de uso. Se essas condições forem encontradas em uma família, a chance dessas jovens beberem será maior", adverte o psiquiatra. A responsabilidade das adolescentes ao criar um filho, ainda que tão jovens, não impede que as famílias atuem como orientadores no alerta para este comportamento juvenil. A melhor arma contra o problema é uma boa conversa, aliada à limitação e fiscalização do consumo das substâncias etílicas. Mesmo que não seja determinante, os filhos de mães dependentes podem adquirir, futuramente, o mesmo hábito. O Dr. Sandro salienta os riscos: "Mesmo que o bebê exposto ao álcool na gravidez não tenha alterações físicas profundas como as observadas na Síndrome Fetal pelo Álcool, alterações mais sutis, porém graves o suficiente para comprometer a funcionalidade dessas crianças, podem ocorrer". Por isso, evite o álcool não somente durante a gestação, mas em qualquer ocasião, adverte o médico. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Saiba quais as consequências do fumo passivo

Bonde "Fumo de terceira mão" causa alergia, asma e outras doenças respiratórias. Não somente aspirar a fumaça do cigarro de quem está próximo pode ocasionar danos à saúde. O contato com objetos que contenham as substâncias químicas oriundas do tabaco também podem contribuir para agredir o organismo. Chamado de "fumo de terceira mão", o mal atinge aqueles que convivem com a fumaça e com o cheiro dos derivados do cigarro presente em ambientes e nos sofás, carros, cabelos, roupas, telefone, carpetes, cortinas e até na poeira. Assim, as consequências do fumo passivo, sobretudo, tornam-se cada vez mais prejudiciais ao indivíduo que não fuma, mas está exposto à fumaça e aos danos que a substância provoca. Segundo o Dr. Oliver Nascimento, pneumologista e membro da Sociedade Paulista de Pneumologia, a fumaça do tabaco é composta por derivados do alcatrão, gases e partículas que inclui metais pesados e substâncias cancerígenas, como o arsênico, o chumbo e o cianeto. Trazida pelo vento, a fumaça penetra as vias respiratórias e quem a inala pode sofrer sintomas alérgicos, contrair asma ou ainda várias outras doenças respiratórias. As consequências ao organismo dependerão de pessoa para pessoa, sendo que alguns já possuem uma predisposição aos problemas de respiração. Ainda de acordo com o especialista, não há o que fazer para tirar o cheiro ou as partículas do ambiente, uma vez que a fumaça penetra de tal maneira que é impossível removê-la por completo. A recomendação para ambientes impactados diretamente pela fumaça do cigarro é a troca, de tempos em tempos, dos móveis, carpetes, cortinas, do gesso das paredes, e de qualquer outro objeto exposto às baforadas dos fumantes. Para evitar a contaminação, o pneumologista recomenda lavar as mãos constantemente, pois qualquer lugar está passível a conter algum material orgânico químico nocivo, proveniente do agressor. Todo ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem no mundo por doenças relacionadas ao cigarro, e no Brasil, mais de 200 mil fumantes sofrem infartos. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Cérebro de dependente quimico e de seus parentes têm alterações similares

Um estudo feito por pesquisadores britânicos concluiu que as anormalidades cerebrais são preexistentes, o que ajuda a explicar por que casos de dependência química tendem a ser comuns na mesma família. A informação é de Ricardo Bonalume Neto, em reportagem publicada na Folha(disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). Os pesquisadores, que publicaram seus resultados na edição de hoje da revista "Science", testaram 50 pares de irmãos que incluíam um depedente quimico e outro saudável. Como grupo-controle, foram analisados 50 outros voluntários com idades e quociente de inteligência semelhantes. O resultado deixou claro que os pares de irmãos tinham certas características anormais no cérebro que os distinguiam do grupo-controle. Imagens de ressonância magnética do cérebro revelaram alterações na substância branca dos pares de irmãos em comparação aos voluntários saudáveis. O tamanho de estruturas cerebrais ligadas ao controle de impulsos estava modificado nos dependentes e em seus irmãos. Autor: OBID Fonte: Hoje na folha

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estudo explica ação de cogumelo alucinógeno no cérebro

Folha de São Paulo Cientistas dizem ter mapeado os caminhos que levam à ação dos cogumelos alucinógenos no cérebro A chamada "viagem" provocada por certos tipos desse fungo seriam causadas por alterações na oxigenação e no fluxo de sangue em regiões do cérebro. Uma consequência da psilocibina, o princípio ativo dos "cogumelos mágicos". Trabalhos anteriores sugerem o uso terapêutico da substância --que alegadamente leva a experiências existenciais profundas. David Nutt e colegas fizeram imagens detalhadas do cérebro de dois grupos de 15 adultos saudáveis durante vários estágios: da consciência à psicodelia. Os voluntários receberam injeções intravenosas de psilocibina. A intensidade dos efeitos alucinógenos subjetivos descritos pelos participantes --como a visão de padrões geométricos e a alteração da percepção de espaço e tempo-- coincidiu com uma diminuição do fluxo de oxigênio e sangue em regiões do cérebro em que as conexões neurais são mais densas, o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado. Acredita-se que esses "hubs" do cérebro acelerem o fluxo de informação pelo órgão. A redução de atividade nesses pontos que a psilocibina causa poderia ser responsável, portanto, pelos profundos efeitos da droga na consciência, dizem seus autores. Atividade acima do normal no córtex pré-frontal medial já foi relacionada à depressão. Segundo os pesquisadores, isso pode indicar como os supostos efeitos antidepressivos da psilocibina ocorreriam. O trabalho foi publicado na revista científica "PNAS". Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Uma epidemia nacional

Folha de Londrina Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios comprovou que o crack assombra grandes e pequenas cidades Praticamente todos os municípios brasileiros (98%) enfrentam problemas de consumo e circulação do crack. A preocupante onstatação foi feita por pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) no final do ano passado. A entidade também lançou o portal Observatório Nacional Sobre o Crack, com o objetivo de acompanhar o problema nas grandes e pequenas cidades, com informações sobre o consumo, os investimentos e os resultados das ações de combate à droga. De acordo com o levantamento feito pela CNM, apenas 333 municípios do País (o equivalente a 8,4%) declararam possuir um programa municipal de combate ao crack. A maioria deles, porém, não recebe apoio financeiro de órgãos públicos. No total, foram pesquisados 4.380 municípios do país; destes, 4.114 declararam ter problemas com usuários de drogas. No Paraná, foram pesquisados 349 municípios. Destes, 319 declararam ter circulação de drogas. Pouco mais da metade (177) informou que executa ações de enfrentamento ao crack e outras drogas. O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Joaquim Melo, elogia o esforço da CNM para mapear o problema, pois, segundo ele, o País é pobre em pesquisas na área. Para Melo, as soluções só virão por meio de ações integradas e intersetoriais realizadas nas frentes da prevenção, tratamento e combate ao tráfico, com a participação das três esferas de governo. ‘‘É importante também que a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e o Ministério da Saúde adotem uma política única e bem articulada’’, ressalta. Melo observa que o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, anunciado pelo governo federal em dezembro, é uma boa proposta e tende a dar bons resultados caso seja implantado de fato. ‘‘O investimento anunciado é de R$ 4 bilhões. Resta saber se o plano vai mesmo ser colocado em ação como está previsto.’’ Nos dados da Confederação dos Municípios, dos R$ 410 milhões anunciados em 2010, apenas R$ 80 milhões (menos de 20%) foram usados para o combate ao uso de drogas. ‘‘Uma questão que também preocupa é a forma como os dependentes serão tratados. Fala-se em criar enfermarias especializadas em hospitais gerais do SUS, quando o mais correto seria construir comunidades terapêuticas ou fazer convênios com aquelas comunidades que trabalham de maneira adequada’’, defende o médico. Segundo ele, os melhores resultados obtidos com usuários de crack são por meio da internação por um período mínimo de três meses. "‘Hospitais-dia, para estas pessoas, nem sempre funcionam. O que se fez recentemente na cracolândia de São Paulo, por exemplo, foi uma ação sem pesquisa. Não adianta espalhar os usuários e não tratá-los.’’ Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Consumo de álcool entre meninas chega a 55%

Bonde Em grandes metrópoles como São Paulo, as jovens com idade entre 15 e 17 anos já bebem mais que os meninos Foi-se o tempo em que os clientes assíduos dos bares eram exclusivamente do público masculino. Ao reinvidicar os "direitos iguais" perante os homens, a conduta da mulher contemporânea que segue um padrão considerado masculino: o consumo demasiado de bebidas alcoólicas. Já é possível afirmar que as mulheres frequentam bares com a mesma constância que os homens, e acabam exagerando na quantidade da bebida, contribuindo para o aumento das estatísticas. Uma pesquisa realizada há 15 anos e atualizada a cada dois anos pela Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG), revela que dentre as mais de 50 mil pessoas entrevistadas, as jovens entre 10 e 18 anos lideram o ranking dos consumidores de substâncias etílicas. O coordenador do estudo e professor de Neurociência da UFMG, Amadeu Roselli Cruz, acredita que um conjunto de fatores culturais e sociais favorece esse comportamento. "Hoje, as mulheres ocupam cargos importantes, são empresárias e sustentam a família. Logo, as jovens visualizam esse novo perfil e consomem bebidas alcoólicas cada vez mais cedo", revela. O Brasil segue a tendência mundial e registra índices alarmantes. Neste estudo, o critério adotado para a análise dos entrevistados foi a frequência e quantidade de bebida ingerida entre as jovens. As meninas com idade entre 10 e 14 anos representam um percentual um pouco mais baixo, cerca de 30%. Já as jovens de 15 a 17 anos disparam com 55% e já é possível afirmar que as garotas já bebem mais do que os meninos da mesma faixa etária. Em grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, o índice do alcoolismo entre as jovens é mais alto do que em cidades menores. Isto porque o fácil acesso à estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas permite às jovens comprar em excesso o tipo e quantidade desejada. "Hoje, tanto as adolescentes quanto as adultas bebem sozinhas pelo simples fato de buscarem diversão e, se não há companhia, se alegram da mesma forma, desde que a bebida seja sua companheira da vez", explica o Prof. Amadeu Cruz. Alcoólatras do futuro O comportamento adotado pelas jovens brasileiras tende a refletir as futuras estatísticas. Assim como os homens, as mulheres têm encontrado pretextos para beber e seja um promoção no trabalho, o término de um relacionamento ou algum outro acontecimento pouco relevante é motivo para sair para beber. Segundo o especialista, o fator "independência" é o que tem mais chamado a atenção na pesquisa e revela também que, não existe correlação entre o hábito do consumo alcoólico e indícios sociais, como situação financeira, escolar e cultural. "Não há distinção entre os tipos de jovens e mulheres que bebem. Inclusive, a maioria delas apresenta comportamentos saudáveis. A maior questão envolvida é realmente o desejo de ostentar este âmbito masculino", diz. Na tentativa de restringir a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, a cidade de São Paulo intensificou a fiscalização em bares, padarias, supermercados, restaurantes, entre outros. Mediante o flagrante do responsável por esses locais, será cobrada uma multa e interdição de 30 dias do estabelecimento. Ações como essa visam reduzir o consumo de álcool entre os mais jovens e suscetíveis alcoólatras de amanhã. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Família com histórico de alcoolismo afeta cérebro de adolescente

Adolescentes que vivem em um ambiente familiar com casos de alcoolismo estão mais propensos a ter o cérebro afetado e podem desenvolver o mesmo vício no futuro, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (17). A pesquisa foi desenvolvida por um grupo de cientistas norte-americanos da Universidade Oregon Health & Science. O trabalho reuniu 31 jovens entre 13 e 15 anos. Dezoito deles apresentava histórico de alcoolismo familiar. O restante foi usado para comparar resultado e era composto por adolescentes livres do problema. Antes do estudo, todos os participantes alegaram não ter envolvimento com o uso constante de bebida alcoólica. lCom uso de imagens por ressonância magnética, os pesquisadores estudaram a resposta dos adolescentes para tomar decisões rápidas, simulando como eles se comportariam se estivessem em uma situação de risco e que envolvesse grandes quantias de dinheiro. Estruturas como o cerebelo e o córtex pré-frontal foram as mais afetadas, segundo os especialistas. Eles também descobriram que os jovens com casos de excesso de bebida entre os parentes apresentaram uma inibição no comportamento e diferenças na ação cerebral, mesmo quando desempenhavam as mesmas atividades do que os adolescentes livres do drama. Para a equipe responsável pelo trabalho, essa mudança nas funções do cérebro pode afetar a tomada de decisões dos adolescentes com histórico familiar de alcoolismo. Os jovens passariam a fazer escolhas piores por conta de problemas de atenção e memória. Os resultados finais do estudo serão publicados na revista "Alcoholism: Clinical & Experimental Research" em abril de 2012. Os cientistas acreditam que os dados poderão servir para orientar programas de combate ao alcoolismo no mundo. Mas mesmo com os resultados, os cientistas afirmam que o histórico familiar é apenas um dos fatores que podem levar um jovem a ser dependente químico em relação à bebiba alcoólica no futuro. O ambiente onde a adolescente vive e fatores genéticos também devem ser levados em conta, segundo os pesquisadores. Autor: OBID Fonte: G1

Energético equivale a 20 xícaras de café; Misturar com álcool pode causar overdose

Especialistas australianos pediram que as bebidas energéticas incluam avisos sobre danos após detectarem um aumento nos casos de toxicidade entre jovens consumidores. Uma pesquisa publicada na Revista Médica da Austrália mostra que 65 pessoas entraram em contato com o centro de venenos do estado de Nova Gales do Sul por problemas causados por bebidas energéticas em 2010 - em 2004 foram apenas 12 casos. A média de idade dessas pessoas era 17 anos, principalmente homens, de acordo com a investigação. A maioria dos casos de overdose reportados aconteceram quando as pessoas ingeriram esse produto em situações recreativas como festas juntamente com bebidas alcoólicas, cafeína ou substâncias ilícitas. Os sintomas mais comuns foram palpitações, agitação, tremores e moléstias gastrointestinais. Em alguns casos ocorreram alucinações e problemas cardíacos. O diretor médico do centro de venenos, Naren Gunja, disse que "as pessoas acreditam que as bebidas energéticas são boas pela marca, mas elas podem causar o mesmo problema que 20 xícaras de café", disse a emissora local ABC. Gunja solicitou mais regulamentação na venda das bebidas e que, por exemplo, fique claro quanta cafeína elas contêm, quantas podem ser compradas de uma só vez e com qual idade pode-se adquiri-las. Mas o diretor executivo do Conselho Australiano de Bebidas, Geoff Parker, assegurou em comunicado que essas bebidas estão fortemente regulamentadas e que incluem informações sobre quantidade de cafeína. Parker ressaltou a "responsabilidade pessoal" para não consumir o produto, que é "perfeitamente seguro", em excesso. No Canadá, as autoridades obrigam os produtores de bebidas energéticas a limitar a quantidade de cafeína em cada lata e incluir no rótulo advertências sobre possíveis efeitos nocivos. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Repressão, dor e lições

Jornal O Diário de S. Paulo 18/01/2012 José Ricardo Dias Uma expectativa desanimadora sobre o futuro dos dependentes químicos, antes se concentrados na Cracolândia, é predominante para aqueles que assistiram à operação da Polícia Militar. Afinal, a abordagem, iniciada no dia 03, não apenas se limitou a ser repressiva como também desordenada. Isso porque se antes a distribuição de drogas era concentrada em um local, agora os diversos dependentes e traficantes se espalharam para todos os lados do centro da cidade de São Paulo, assim agravando a sensação de insegurança aos munícipes. Não se questiona a necessidade de intervir na Cracolândia, que desde a década de 90 age como o comércio do crime em céu aberto. Contudo, sem uma convergência de esforços entre Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado e Governo Federal, todos unindo as pastas de Segurança e Saúde, a ação se torna inócua. Inclusive, avalio como, ilusório pensar que os usuários busquem o tratamento com base na “dor e sofrimento”. Um dependente de Crack, cuja vida está dilacerada em decorrência da substância, dificilmente terá discernimento em avaliar se o tratamento é o melhor caminho a ser tomado. Pelo contrário, a tendência é testemunharmos reações violentas por parte de usuários e a procura pelo produto em diversos pontos da cidade. E convenhamos: há muitos locais que comercializam drogas em nossas cidades, inclusive, no ABC Paulista. Sobretudo, os arredores da Cracolândia não têm sequer um Centro de Reabilitação para Dependentes Químicos. Ao invés de uma mera ocupação da PM, o Poder Público precisa adotar uma série de medidas para cortar o mal pela raiz. Primeiro é saber de onde vem essa droga para impedir que chegue ao seu destino final, que geralmente é uma grande cidade (e o ABC Paulista se encontra neste cenário). Segundo, a ocupação da Cracolândia deveria ser acompanhada por profissionais da área da saúde. No entanto, dias após o início do projeto, não vemos um cenário animador. José Ricardo Dias é vereador de Santo André pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vício em crack e outras drogas faz mulheres buscarem laqueadura

Folha de São Paulo O avanço do crack e outras drogas entre grávidas tem feito hospitais brasileiros realizarem laqueaduras a pedido das mulheres. A Folha ouviu cinco maternidades que adotam a prática -- duas no interior de São Paulo, duas na capital e uma em Porto Alegre (RS). Por lei, a laqueadura só pode ser feita em mulheres com mais de 25 anos ou com mais de dois filhos. Ela deve expressar por escrito a vontade, e é proibida a indução à prática. Maternidades ouvidas pela Folha, porém, confirmam que a prática existe e que é cada vez mais comum nos partos ver mães que estão sob o vício do crack. A gravidez, muitas vezes, é resultado de abuso sofrido na rua, enquanto a mulher usava a droga. Na capital, a maternidade estadual Leonor Mendes de Barros faz em média por ano 6.500 partos. Neste ano, 39 grávidas eram usuárias. O hospital não tem levantamento das laqueaduras só em viciadas, mas a operação é feita uma ou duas vezes por mês em casos especiais --viciadas com algum distúrbio psiquiátrico ou soropositivas. Apesar de depender da vontade da mulher, a pressão da família pesa na decisão. "Tenho impressão de que ela é convencida. Geralmente, vem a mãe dela e nos diz "ela engravidou de novo e não se cuida, eu que cuido dos filhos dela", disse a supervisora do Planejamento Familiar Cristina Helena Rama. Próximo à cracolândia, a Santa Casa de SP atende por mês de duas a três grávidas usuárias de crack, em geral jovens de 20 a 30 anos, andarilhas, sem pré-natal, levadas pelo resgate em trabalho de parto e sob efeito da droga. Segundo a médica Sonia Tamanaha, do setor de planejamento familiar, são mulheres que sequer conseguem informar dados pessoais. A Santa Casa não sabe estimar quantas delas passaram pela laqueadura. Em Araraquara (273 km de SP), a Santa Casa teve três casos de bebês que nasceram neste ano e em 2010 com crise de abstinência de cocaína, devido ao vício das mães. Neste ano, foram cinco viciadas em crack. Diretor da maternidade da Santa Casa, Leonardo Alberto Cunha diz não ter dados das esterilizações, mas que ele já fez duas laqueaduras em dependentes químicas. "As famílias nos procuram. Não é rotina, mas nesses casos eu executo, porque são casos de alta dependência. A mulher já tem dois, três bebês, um de cada pai." O procedimento ocorre, diz, com a avaliação de outros médicos. Há casos também em Porto Alegre, no Grupo Hospitalar Conceição. Neste ano, em uma das maternidades do grupo, três de 111 grávidas viciadas passaram por laqueadura. Segundo o diretor-técnico Neio Lúcio Fraga Pereira, há consultório de rua que aborda pessoas com crack --entre elas, há grávidas. Na Mater, em Ribeirão Preto (313 km de SP), um estudo mostrou que 23% das grávidas consumiam álcool. De janeiro a novembro deste ano, foram 357 laqueaduras --não há dados de usuárias. REVERSÃO Segundo o Ministério da Saúde, a laqueadura tubária é irreversível em 95% dos casos. A escolha tem partido das mulheres, convencidas pela família ou após orientação médica. Em 2010, foram 38.752 laqueaduras via SUS, número em queda desde 2007. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

A cada ano, cerca de 200 milhões de pessoas usam drogas ilícitas no mundo

O Estado de São Paulo Uso é maior nos países desenvolvidos, onde as pessoas têm renda mais alta Um novo estudo da revista médica britânica ´The Lancet` aponta que o grande número de doenças no planeta está ligado ao uso de drogas ilícitas. Fundamentada na estimativa de que cerca de 200 milhões de pessoas utilizam substâncias proibidas todo ano, a pesquisa aponta que existe um usuário de drogas a cada 20 pessoas com idades entre 15 e 64 anos. E que o uso é maior nos países desenvolvidos, em que as pessoas têm renda mais alta. Realizado pela equipe da professora Louisa Degenhardt, do Centro de Pesquisa Nacional de Drogas e Álcool, da Universidade de New South Wales, em Sydney, na Austrália, e do professor Wayne Hall, do Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de Queensland, em Brisbane, o estudo mostra que a ilegalidade das substâncias derivadas do ópio (opióides), as anfetaminas, a cocaína e a cannabis (maconha) impedem que se chegue ao número exato de usuários. Além disso, também não é possível especificar quantas dessas pessoas têm problemas com as drogas, incluindo aqui os dependentes. Os estudiosos ainda apontam que, devido às limitações dos dados sobre a extensão do uso e a natureza dos danos relacionados, não há como fazer estimativas de drogas como o ecstasy, as alucinógenas, os inalantes, as substâncias benzodiazepínicas, como o Valium, e os anabolizantes esteroides. De acordo com relatórios sobre Drogas e Crime, feitos pelas Nações Unidas, o consumo de cannabis parece ser maior na Oceania (Austrália e Nova Zelândia) em que cerca de 15% das pessoas, entre 15 e 64 anos, são usuários da droga. Já o uso de opióides, incluindo a heroína, é maior no Oriente Médio (até 1,4%). No caso das anfetaminas, a Oceania também aparece no topo do ranking, com até 2,8% dessa faixa etária fazendo uso de drogas como a metanfetamina cristal - mas aqui sem incluir o ecstasy. A cocaína é a substância mais consumida na América do Norte, com 1,9%. Apesar dos números, os pesquisadores destacam que nenhum método estimativo é ideal para avaliar todas as drogas ou todos os países. Existem quatro grandes tipos de efeitos adversos à saúde do uso de drogas ilícitas: efeitos tóxicos agudos, incluindo overdose; efeitos agudos de intoxicação, tais como lesões acidentais e violência; desenvolvimento de dependência e efeitos adversos de uso sustentado, tais como doenças físicas. De acordo com o estudo, a maconha é responsável por poucas mortes, sendo que as que ocorrem geralmente são acidentais. No entanto, a droga provoca dependência e contribui para o surgimento de transtornos mentais. Já os opióides ocasionam quatro tipos de efeitos: oferecem maior risco de dependência, talvez afetando 1 em cada 4 usuários, e são os principais contribuintes para a morte prematura devido a overdoses, muitas vezes em combinação com outras drogas, bem como acidentes, suicídios e violência, além do desenvolvimento de aids e hepatite. Eles também são responsáveis por dependência, infecções crônicas e doenças do fígado. Segundo os pesquisadores, não há como conseguir respostas inteligentes para os problemas das drogas sem dados concretos e mais precisos. "Esta necessidade é especialmente urgente em países de alta renda, com taxas substanciais de uso de drogas ilícitas, e em países de baixa e média renda, que estão perto de áreas de produção de drogas ilícitas", dizem. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Compostos da maconha podem ter efeitos contrários no cérebro

Hype Science Dois componentes da maconha têm efeitos opostos em algumas regiões do cérebro. Um produto químico, chamado tetraidrocanabinol (THC), aumenta os processos cerebrais que podem levar a sintomas de psicose – como alucinações ou delírios. Enquanto isso, outro composto, chamado canabidiol (CBD), pode “negar” esses sintomas, como indica um novo estudo. Os resultados do novo estudo realizado em Londres são os primeiros a usar imagens cerebrais para demonstrar a razão pela qual sintomas de psicose surgem em usuários de maconha. De acordo com pesquisadores, o principal motivo disso acontecer pode ser o THC, que interfere na capacidade cerebral de distinguir quais são os estímulos importantes – o que os pesquisadores chamam de uma anormal atribuição de relevância. Pesquisas anteriores descobriram que o THC pode induzir sintomas de psicose em pessoas saudáveis e piorar os sintomas em pessoas que já tem problemas psiquiátricos. O novo estudo ainda indica que, a longo prazo, o consumo de maconha pode estar associado ao aumento do risco de esquizofrenia. O estudo mostrou que homens que ingerem THC apresentam aumento da atividade cerebral na região chamada de córtex pré-frontal, mas menor atividade na região do corpo estriado. É possível que essas mudanças aconteçam porque os níveis de THC alteram o neurotransmissor dopamina. Essas alterações parecem ser decisivas nas características fisiopatológicas da psicose, segundo os pesquisadores. Isso é consistente com evidências de que o corpo estriado e o córtex pré-frontal são alterados durante o processamento de pacientes com psicose, indivíduos com risco altíssimo de psicose e pessoas em estado psicótico induzido por drogas. Por outro lado, os efeitos que o CBD ocasionava no cérebro sugerem o oposto sobre os sintomas psicóticos. De acordo com outros estudos, os resultados sugerem que o composto pode ter potencial para ser um antipsicótico, influenciando a circulação sanguínea no cérebro. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Álcool é uma das principais causas de morte no mundo

Jornal do Brasil Cerca de 15% dos alcoólatras morrerão de cirrose e 20% a 30% dos casos de câncer estão associados ao consumo do álcool, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Unifesp. Esse número ganha proporções ainda mais preocupantes se levarmos em conta que o Brasil ocupa, hoje, o 4º lugar no ranking dos países que mais consomem bebidas alcoólicas o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Considerada uma droga lícita, o álcool figura entre os quatro fatores de risco que desencadeiam doenças crônicas levando à morte, segundo relatório recém divulgado pela OMS. O cigarro, a má alimentação e o sedentarismo são as outras causas apontadas pelo órgão, o que significa que os aspectos comportamentais configuram os principais motivos de mortes no mundo. “A carga de doença ocasionada pelo álcool é muito alta, de 10% a 12% no Brasil, maior que o cigarro”, ressalta o especialista. Segundo ele, não há um controle social do álcool no País, onde existem aproximadamente 1 milhão de pontos de venda, e as propagandas comerciais são descontroladas, o que leva a um aumento do custo das doenças provocadas pela droga. Dentro deste cenário, a nova lei adotada pelo estado de São Paulo que proíbe o consumo e venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos representa uma medida positiva para a população, uma vez que nove em cada dez alcoólatras começam a beber ainda na adolescência. Mas para o psiquiatra ainda não é o suficiente, outra atitude "é a proibição da propaganda nos meios de comunicação, cujo projeto de lei tramita no Congresso”, comemora. Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)