quarta-feira, 27 de julho de 2011

Entenda por que é tão difícil o tratamento de dependência química

Idas e vindas de Amy Winehouse no tratamento, mostra como ele é complexo, demorado e exige participação da família e dos amigos.

Drogas e álcool. Combinação quase sempre letal. Por que é tão difícil para um usuário se tratar? Que força destrutiva é essa que leva alguém a abandonar amigos, parentes e trabalho para viver no caos? O Bom Dia Brasil foi ouvir os especialistas.

Todos acompanharam as idas e vindas de Amy Winehouse no tratamento, que é complexo, demorado, exige participação da família e dos amigos. A vítima do vício sabe que está acabando com a vida, mas não consegue escapar sozinha. Só na capital paulista, quarenta mil pessoas buscam ajuda nos centros de atenção da prefeitura.

Um homem tem 50 anos e usa drogas desde os 13. Procurou tratamento depois de perder a saúde e a família. “Eu queria ter criado os meus filhos e não consegui. Estou lutando para deixar [o vício]”, disse.

“No momento que ela depende daquela droga, que ela passa a ser uma pessoa que usa a droga para buscar prazer, bem estar e adaptação social, isso faz parte da vida dela. Quanto mais faz parte da vida dela, mais difícil ela se liberar daquela situação”, afirma coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas, Rosângela Elias.

“A relação que cria entre o indivíduo com a substância psicoativa é complexa, multifatorial, que cria a dependência e o tratamento também tem que ter. Se fosse só a questão das medicações, não teria tantos dependentes químicos. A gente sairia distribuindo na crackolândia e todo mundo pararia. Não é isso”, explica o psiquiatra Crisanto Muniz, do Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em São Paulo..

“Para alguns indivíduos, é o alívio de um sofrimento. Para outros, é um estado melhorado de viver. Enfim, é individual essa resposta, mas o indivíduo se adapta a esse efeito e ele não tem condição de ficar sem a droga”, aponta a psiquiatra Ana Cecília Rondeli Marques.

Um chopinho com os amigos, nada de mais. O problema é quando beber se torna uma necessidade, e as doses só aumentam. “A linha é muito tênue do uso recreacional de substâncias psicoativas da dependência química. O problema é que o álcool é em longo prazo. Você vai sentir as alterações na segunda década de uso, e aí é o momento que o paciente vem procurar ajuda. Já quebrou familiares e tem problemas psicossociais importantes. Diferente do crack, que é uma droga que a curto prazo, o paciente já percebe as perdas fisiológicas, como a dificuldade de respiração, então ele procura mais cedo”, afirma o psiquiatra Crisanto Muniz.

Ao longo dos anos, as drogas mudaram a aparência da cantora Amy Winehouse, morta no último sábado (25). Os abusos eram evidentes. Durante os shows, ela errava letras e não parava em pé. “Uma pessoa que se apresenta publicamente intoxicada, doente em função da droga, ela já perdeu a capacidade de decidir. Perdeu a critica, o controle sobre a própria doença”, avalia a psiquiatra Ana Cecília Rondeli Marques.

Pelo que se via nos palcos, psiquiatras dizem que a cantora já não tinha mais condições de se recuperar sozinha. Acreditam que a carreira deveria ter sido interrompida para que ela pudesse iniciar um tratamento. A participação da família é decisiva. “É fundamental para o tratamento do dependente de qualquer droga a participação da família, do entorno desse indivíduo”, observa a psiquiatra Ana Cecília Rondeli Marques.

“Eu trato prazer oferecendo prazer. Não adianta eu manter o paciente isolado daquela substância psicoativa 3 ou 6 meses e depois jogá-lo na rua novamente”, conta Crisanto.

O último levantamento feito pela Secretaria Nacional Antidrogas, mostrou que 12% da população entre 12 e 65 anos são dependentes de álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Até 24% das mulheres continuam fumando na gravidez, diz pesquisa

De acordo a pesquisa, 12% a 24% das mulheres grávidas continuam a usar o tabaco.

Todo mundo já tem consciência de que não é saudável fumar durante a gravidez, mas uma pesquisa realizada nos Estados Unidos informou que 12% a 24% das mulheres grávidas continuam a usar o tabaco, de acordo com dados coletados naquele país.

De acordo com novas evidências descobertas por um pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, a exposição do feto à nicotina pode estar associada ao aumento da pressão arterial das crianças e posteriormente aos adultos. O estudo mediu os efeitos da nicotina nos fetos de ratos, ao invés de seres humanos em desenvolvimento. Mas quando a associação é feita em seres humanos é preciso ficar atento a possíveis doenças de coração e aumento da pressão arterial de crianças.

Estudos anteriores em humanos mostraram que crianças nascidas de mães fumantes sofrem danos vasculares ou dos vasos sanguíneos. No entanto, ainda é impossível provar a correlação dada.

Professor assistente de pesquisa de ciências básicas em Loma Linda, Da Liao Xiao começou a testar a associação em ratos. Em um experimento, ele deu a 12 ratas grávidas uma dose diária de nicotina por via intravenosa. Em outras 13 diferentes ratas grávidas foi aplicado um placebo salino. Os filhotes foram monitorados por até cinco meses para verificar sinais de danos cardíacos ou outros problemas de circulação. Após cinco meses, os ratinhos nascidos dos ratos que receberam nicotina tinha dois sinais clássicos de risco cardíaco elevado: aumento do estresse oxidativo e hipertensão.

Uma outra pesquisa realizada no Reino Unido comparava outros males do fumo na gravidez. O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Londres, analisou pesquisas feitas nos últimos 50 anos sobre o mal do cigarro durante o período de gestação e obteve evidências de que a nicotina e outros componenentes químicos do fumo podem causar fissuras orais, deformidades nos membros, pé torto e distúrbios gastrointestinais e óticos, mortes durante o parto ou nascimento prematuro.

Em todo o mundo, 250 milhões de mulheres fumam por dia, segundo estatísticas da 14ª Conferência Mundial em Tabaco ou Saúde, realizada em 2009 em Mumbai.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Estresse e álcool: ligação perigosa

Tomar uma cervejinha para relaxar depois de um dia estressante de trabalho pode até parecer uma boa ideia. Mas, na medida em que o estresse altera as reações psíquicas e fisiológicas em relação ao álcool, a pessoa pode ser levada a beber além da conta e ainda ver seu problema tornar-se crônico.

Uma pesquisa da Universidade de Chicago, que será publicada na edição de outubro da revista científica Alcoholism: Clinical & Experimental Research, indica que a relação entre álcool e estresse é intensa e bidirecional: tanto o estresse pode estimular o aumento de consumo de álcool, como o álcool expõe quem o consume ao risco de desenvolver distúrbios permanentes de estresse.

Na opinião da psiquiatra Ana Cecília Marques, da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo confirma uma ideia que vinha sendo sugerida por pesquisas anteriores. “Essa relação é realmente muito forte. Outros estudos mostram que as doenças que mais vêm associadas ao abuso de álcool ou alcoolismo são as dos transtornos de ansiedade”, comenta.

O estudo norte-americano submeteu 25 homens saudáveis, entre 18 e 32 anos, a duas tarefas: uma estressante e outra livre de estresse. Após cada atividade, os participantes recebiam uma dose de álcool por via intravenosa, equivalente a dois drinques. A reação variou de um indivíduo para outro. Nos participantes em que o álcool normalmente exercia um efeito estimulante, a presença do estresse diminuiu esse estímulo e aumentou a sensação de sedação.

Já nos homens que relataram não sentir estimulação por meio do álcool, o estresse diminuiu a sedação e aumentou a vontade de ingerir mais álcool. Em todos os participantes, o álcool injetado logo depois da situação estressante bloqueou o aumento do hormônio cortisol, fator diretamente relacionado ao estresse.
Segundo a autora do estudo, Emma Childs, os achados ilustram uma interação complexa entre estresse e álcool.

“O álcool diminui a resposta hormonal ao estresse, mas também estende a experiência negativa do evento”, afirma. Segundo ela, as respostas do estresse são benéficas porque ajudam o indivíduo a reagir contra eventos adversos. Assim, alterando o modo como o corpo lida com essa sensação, seria possível interferir no risco de desenvolver doenças relacionadas ao estresse. “Por outro lado, o estresse pode também mudar o modo como o álcool nos faz sentir, de forma que ficamos mais propensos a consumir mais álcool.”

Segundo o psiquiatra Vladmir Bernik, coordenador da Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, usar o álcool para amenizar o estresse é uma forma de fugir dos problemas. “Quando o indivíduo está inapto para lutar, ele foge, tanto usando ansiolíticos como consumindo álcool”. Para ele, a bebida tende a aliviar os sintomas psíquicos e físicos do estresse, mas quando existe um abuso, a substância interfere no ciclo do hipotálamo, no cérebro, e produz uma resposta paradoxal: em vez de relaxar, a pessoa passa a ter sintomas de ansiedade e depressão.

“Pessoas altamente estressadas usam a bebida como se fosse um remédio, pois ela desliga a chavinha da ansiedade”, diz Ana Cecília, da Unifesp. “Mas indivíduos dependentes podem apresentar distúrbios. Como a substância age nas mesmas vias do estresse, ela pode desregular essas vias.”
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Estresse e álcool: ligação perigosa

Tomar uma cervejinha para relaxar depois de um dia estressante de trabalho pode até parecer uma boa ideia. Mas, na medida em que o estresse altera as reações psíquicas e fisiológicas em relação ao álcool, a pessoa pode ser levada a beber além da conta e ainda ver seu problema tornar-se crônico.

Uma pesquisa da Universidade de Chicago, que será publicada na edição de outubro da revista científica Alcoholism: Clinical & Experimental Research, indica que a relação entre álcool e estresse é intensa e bidirecional: tanto o estresse pode estimular o aumento de consumo de álcool, como o álcool expõe quem o consume ao risco de desenvolver distúrbios permanentes de estresse.

Na opinião da psiquiatra Ana Cecília Marques, da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo confirma uma ideia que vinha sendo sugerida por pesquisas anteriores. “Essa relação é realmente muito forte. Outros estudos mostram que as doenças que mais vêm associadas ao abuso de álcool ou alcoolismo são as dos transtornos de ansiedade”, comenta.

O estudo norte-americano submeteu 25 homens saudáveis, entre 18 e 32 anos, a duas tarefas: uma estressante e outra livre de estresse. Após cada atividade, os participantes recebiam uma dose de álcool por via intravenosa, equivalente a dois drinques. A reação variou de um indivíduo para outro. Nos participantes em que o álcool normalmente exercia um efeito estimulante, a presença do estresse diminuiu esse estímulo e aumentou a sensação de sedação.

Já nos homens que relataram não sentir estimulação por meio do álcool, o estresse diminuiu a sedação e aumentou a vontade de ingerir mais álcool. Em todos os participantes, o álcool injetado logo depois da situação estressante bloqueou o aumento do hormônio cortisol, fator diretamente relacionado ao estresse.
Segundo a autora do estudo, Emma Childs, os achados ilustram uma interação complexa entre estresse e álcool.

“O álcool diminui a resposta hormonal ao estresse, mas também estende a experiência negativa do evento”, afirma. Segundo ela, as respostas do estresse são benéficas porque ajudam o indivíduo a reagir contra eventos adversos. Assim, alterando o modo como o corpo lida com essa sensação, seria possível interferir no risco de desenvolver doenças relacionadas ao estresse. “Por outro lado, o estresse pode também mudar o modo como o álcool nos faz sentir, de forma que ficamos mais propensos a consumir mais álcool.”

Segundo o psiquiatra Vladmir Bernik, coordenador da Psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, usar o álcool para amenizar o estresse é uma forma de fugir dos problemas. “Quando o indivíduo está inapto para lutar, ele foge, tanto usando ansiolíticos como consumindo álcool”. Para ele, a bebida tende a aliviar os sintomas psíquicos e físicos do estresse, mas quando existe um abuso, a substância interfere no ciclo do hipotálamo, no cérebro, e produz uma resposta paradoxal: em vez de relaxar, a pessoa passa a ter sintomas de ansiedade e depressão.

“Pessoas altamente estressadas usam a bebida como se fosse um remédio, pois ela desliga a chavinha da ansiedade”, diz Ana Cecília, da Unifesp. “Mas indivíduos dependentes podem apresentar distúrbios. Como a substância age nas mesmas vias do estresse, ela pode desregular essas vias.”
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Entenda como o crack vicia e saiba como tratar um dependente

Reconhecer que o viciado tem uma doença é o primeiro passo para se livrar do problema.

O crack é uma pasta de cocaína misturada a éter e bicarbonato de sódio. Essa mistura é feita sob água quente. Quando resfriada, ela empedra. Por isso, a droga é fumada em cachimbo. Assim como a cocaína, o crack aumenta a produção e a liberação de dopamina, o neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Por ser fumado, o crack chega mais rápido ao cérebro e vicia mais rápido também, pois seu efeito é mais intenso.

Quando cheirada, a cocaína passa pelo nariz e pelo sistema respiratório. Algumas partículas se perdem durante esse percurso. "No crack, a cocaína vai imediatamente para os pulmões, onde os alvéolos jogam a droga direto no sangue e no cérebro", diz o psiquiatra Thiago Fidalgo, da Universidade Federal de São Paulo.

A droga é aspirada e chega aos alvéolos do pulmão, que a empurram para as vias sanguíneas. Em 15 segundos, ela chega ao cérebro. Lá, o crack aumenta a produção de dopamina e libera de uma só vez todo o estoque desse neurotransmissor. Essa "overdose" provoca euforia.

Quando o efeito passa, dez minutos depois da tragada, os estoques de dopamina no cérebro ficam reduzidos. Aí, o cérebro sente a necessidade de voltar à euforia alcançada antes. É a dependência.

Como ajudar um dependente de crack

· Reconheça que o outro tem uma doença e não apenas um desvio de comportamento. Às vezes, o próprio viciado não procura ajuda porque tem vergonha. Não o julgue para não bloquear essa comunicação.

· Procure ajuda profissonal: o consumo de drogas muitas vezes é uma válvula de escape. Por isso, o dependente e os familiares devem conversar entre si e com especialistas para entender as causas do vício. Entidades como os Centros de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) oferecem ajuda de graça nas principais cidades. Os endereços podem ser obtidos pelo telefone 0800-611997.

· Estabeleça uma rotina: uma vez que o dependente químico passou por um tratamento, ele precisa ser readaptado. Determine horários para ele acordar, dormir e comer, até que reaprenda o limite dos seus atos. É importante discutir essas regras com o dependente para garantir que ele as siga.

· Ocupe a mente dele: isso reduz as chances de o viciado voltar a pensar na droga e consumi-la de novo. É importante que ele encontre um trabalho e se sinta útil novamente para que a rotina estabelecida no passo anterior funcione.

· Conversem sobre o assunto: ouvir o depoimento de superação de outras pessoas em grupos de ajuda mútua dá ao ex-dependente mais forças para vencer o vício. Os maiores no Brasil são os grupos Narcóticos Anônimos e o Amor Exigente.

· Seja persistente: em todo tratamento, há o risco de recaídas. É importante manter a calma e não pensar que foi tempo perdido ou que faltou força de vontade por parte do dependente ou dos familiares. Nessas horas, ouça o dependente e mostre que a família estará do lado dele sempre que ele quiser retomar o tratamento.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Afastamento do trabalho por uso de droga cresce 22% em 2011

Folha de São Paulo - MARCOS DE VASCONCELLOS
DE SÃO PAULO

Há quatro meses, Daniel Meana, 33, levou um ultimato dos donos da empresa que gerencia: ou parava de usar drogas ou seria demitido.

Ele prometeu deixar o vício. A doença, no entanto, foi mais forte, desabafa Meana.

Gastou R$ 900 de um adiantamento em menos de um dia -saiu da companhia às 14h de sábado e voltou para casa às 2h de domingo. "Fiquei bebendo cerveja e cheirando cocaína", lembra.

A perda de controle gerada pela experiência e uma briga o fizeram parar. O profissional decidiu buscar ajuda em clínica de reabilitação.

Depois de um mês internado, voltou à empresa e teve seu cargo de volta. O rendimento profissional melhorou tanto que recebeu aumento.

Histórias como a do gerente têm se repetido no Brasil. No primeiro semestre de 2011, 21.273 trabalhadores foram afastados de seus postos para tratar transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas -que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição.

ALTA DE 22%

O número representa crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2010 (17.454). São licenças concedidas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por problemas causados por uso de drogas ilícitas como cocaína e abuso de remédios sedativos e estimulantes, como antidepressivos e ansiolíticos (para controle da ansiedade).

Dos executivos, 15% usam substâncias psicoativas, segundo pesquisa do HCor (Hospital do Coração) com 829 pessoas de abril de 2009 a março de 2010, obtida com exclusividade pela Folha.

Competitividade, pressão por resultados e solidão são uma combinação explosiva entre executivos. Com receio de perder o posto e impelidos a trazer retorno para a companhia, muitos escondem o uso de drogas -sejam ansiolíticos sejam drogas ilícitas.

"O executivo é muito solitário, e o ambiente é altamente competitivo. A demonstração de fraquezas é duramente tratada", afirma Antonio Carlos Worms Till, diretor da clínica Vita Check-Up.

A imagem que as corporações têm dos profissionais que compõem o alto escalão é a de heróis. "Se ele não for o super-homem, será preterido em relação a outros e malvisto politicamente", frisa.

O cenário torna a identificação de executivos para tratamento e auxílio dentro das companhias uma tarefa hercúlea. A dificuldade é sentida até mesmo em hospitais.

As psicólogas Mariana Guarize e Janaína Xavier Santos, que coletaram dados sobre uso de remédios controlados e drogas ilícitas para pesquisa no HCor, contam que, frequentemente, o profissional só assume o uso de psicotrópicos em entrevista, não em formulários.

Craqueiras e craqueiros

Folha de São Paulo - DRAUZIO VARELLA

Não seria mais sensato construir clínicas pelo país com pessoal treinado para lidar com dependentes?

A CONTRAGOSTO, sou daqueles a favor da internação compulsória dos dependentes de crack.
Peço a você, leitor apressado, que me deixe explicar, antes de me xingar de fascista, de me acusar de defensor dos hospícios medievais ou de se referir à minha progenitora sem o devido respeito.
A epidemia de crack partiu dos grandes centros urbanos e chegou às cidades pequenas; difícil encontrar um lugarejo livre dessa praga.
Embora todos concordem que é preciso combatê-la, até aqui fomos incapazes de elaborar uma estratégia nacional destinada a recuperar os usuários para reintegrá-los à sociedade.
De acordo com a legislação atual, o dependente só pode ser internado por iniciativa própria. Tudo bem, parece democrático respeitar a vontade do cidadão que prefere viver na rua do que ser levado para onde não deseja ir. No caso de quem fuma crack, no entanto, o que parece certo talvez não o seja.


No crack, como em outras drogas inala das, a absorção no interior dos alvéolos pulmonares é muito rápida: do cachimbo ao cérebro a cocaína tragada leva de seis a dez segundos. Essa ação quase instantânea provoca uma onda de prazer avassalador, mas de curta duração, combinação de características que aprisiona o usuário nas garras do traficante.
Como a repetição do uso de qualquer droga psicoativa induz tolerância, o barato se torna cada vez menos intenso e mais fugaz. Paradoxalmente, entretanto, os circuitos cerebrais que nos incitam a buscar as sensações agradáveis que o corpo já experimentou permanecem ativados, instigando o usuário a fumar a pedra seguinte, mesmo que a recompensa seja ínfima; mesmo que desperte a paranoia persecutória de imaginar que os inimigos entrarão por baixo da porta.
A simples visão da droga enlouquece o dependente: o coração dispara, as mãos congelam, os intestinos se contorcem em cólicas e a ansiedade toma o corpo todo; podem surgir náuseas, vômitos e diarreia.
Quebrar essa sequência perversa de eventos neuroquímicos não é tão difícil: basta manter o usuário longe da droga, dos locais em que ele a consumia e do contato com pessoas sob o efeito dela. A cocaína não tem o poder de adição que muitos supõem, não é como o cigarro cuja abstinência leva o fumante ao desespero esteja onde estiver.
Vale a pena chegar perto de uma cracolândia para entender como é primária a ideia de que o craqueiro pode decidir em sã consciência o melhor caminho para a sua vida. Com o crack ao alcance da mão, ele é um farrapo automatizado sem outro desejo senão o de conseguir mais uma pedra.
Veja a hipocrisia: não podemos interná-lo contra a vontade, mas devemos mandá-lo para a cadeia assim que ele roubar o primeiro transeunte.
A facção que domina a maioria dos presídios de São Paulo proíbe o uso de crack: prejudica os negócios. O preso que for surpreendido fumando apanha de pau; aquele que traficar morre. Com leis tão persuasivas, o crack foi banido: craqueiras e craqueiros presos que se curem da dependência por conta própria.
Não seria mais sensato construirmos clínicas pelo país inteiro com pessoal treinado para lidar com dependentes? Não sairia mais em conta do que arcar com os custos materiais e sociais da epidemia?
É claro que não sou ingênuo a ponto de acreditar que, ao sair desses centros de tratamento, o ex-usuário se tornaria cidadão exemplar; a doença é recidivante. Mas pelo menos ele teria uma chance. E se continuasse na cracolândia?
E, se ao receber alta contasse com apoio psicológico e oferta de um trabalho decente, desde que se mantivesse de cara limpa documentada por exames periódicos rigorosos, não aumentaria a probabilidade de permanecer em abstinência?
Países, como a Suíça, que permitiam o uso livre de drogas em espaços públicos, abandonaram a prática ao perceber que a mortalidade aumenta. Nós convivemos com cracolândias a céu aberto sem poder internar seus habitantes para tratá-los, mas exigimos que a polícia os prenda quando nos incomodam. Existe estratégia mais estúpida?
Faço uma pergunta a você, leitor, que discordou de tudo o que acabo de dizer: se fosse seu filho, você o deixaria de cobertorzinho nas costas dormindo na sarjeta?

CRACK - Bobagem?

Folha de S. Paulo - TENDÊNCIAS/DEBATES

OSMAR TERRA
Hoje, já morrem mais vítimas da epidemia do crack do que de todas as demais epidemias virais somadas, o que mostra que ela não é uma bobagem

O crack não é uma droga igual às outras. O dano que causa ao organismo, em particular ao cérebro, é rápido e praticamente irreversível.

Em poucas semanas, muda as conexões cerebrais e a memória do prazer, passando a comandar a motivação e o desejo de forma avassaladora. O dependente sem tratamento morre cedo; quando tratado, torna-se um doente crônico, com frequentes recaídas.

Nos últimos anos, ocorreu uma explosão no uso do crack no Brasil.

Ela vem sendo detectada por milhares de prefeituras, pelos ambulatórios, pelos hospitais e por profissionais de diversas áreas.

Mas, apesar das evidências, fomos surpreendidos pelas declarações da secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, afirmando que a epidemia do crack "é uma bobagem".

Sendo dirigente do órgão do governo federal responsável pelo enfrentamento do problema, a palavra "bobagem" dita pela secretária poderá ter consequências trágicas.

Hoje, já morrem mais vítimas da epidemia do crack do que de todas as demais epidemias virais somadas. Pelas amostragens municipais, podemos inferir que 1% da nossa população está dependente da droga. São quase 2 milhões de brasileiros! Nos Estados Unidos, onde circula há mais tempo, chegou a 4% de dependentes.

Os sinais da epidemia estão em toda parte. No Brasil, entre as drogas ilícitas, já é responsável pelo maior número de ocorrências policiais e de urgências médicas.

Seu tráfico já responde por quase metade dos homicídios do país!

Ignorar esse gravíssimo problema só pode ser explicado por um viés ideológico. O mesmo que, de um lado, propõe legalizar as drogas e, de outro, minimiza o problema, tratando-o de forma genérica e sem foco. A consequência dessa visão é a paralisia, que pode ser fatal para milhares de jovens.

Mais grave do que minimizar o problema, talvez seja a lentidão de como se trata a questão na prática.

Em maio de 2010, o governo federal anunciou R$ 410 milhões para enfrentar o crack. Até agora, menos de 20% disso foi liberado.

A modesta meta de criar mais 2.500 leitos para desintoxicação continua no plano das intenções.

Com o insuficiente financiamento da saúde, menos de 10% da promessa foi cumprida.

Também as limitadas ações de vigilância nas fronteiras com os países produtores de cocaína ficaram severamente comprometidas com os cortes feitos nos orçamentos de nossas Forças Armadas e da Polícia Federal.

O simples fato de a droga permanecer tendo o mesmo preço para consumo que tinha há cinco anos revela que as apreensões feitas até agora nem de longe afetaram sua oferta para um consumo que cresce geometricamente.

Temos um enorme desafio pela frente. Mas, para vencê-lo, é preciso antes de tudo reconhecer que a epidemia do crack é uma realidade.

Ignorá-la, por desconhecimento ou por ideologia, é uma bobagem que pode custar a vida de muitos brasileiros.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Holanda estuda classificar maconha como droga pesada

Bolg da Jovem Pan - Isilda Alves

Holanda já estuda classificar maconha como droga pesada, comparável à cocaína e à heroína , anunciou hoje o Ministério da Saúde holandês.
Reportagem divulgada pela agência Reuters informou:
”A Holanda, famosa por sua política liberal em relação às drogas, anunciou nesta sexta-feira, que pode classificar algumas formas de maconha altamente concentrada como droga pesada, comparável à cocaína ou heroína, em função do risco de criação de dependência.
Com muitas “coffeeshops” vendendo maconha abertamente a fregueses, além do cultivo doméstico de plantas de maconha ser tolerado no país, a Holanda atrai atenção na discussão global sobre as políticas em relação às drogas leves.


Nos últimos três anos o país vem restringindo e desencorajando o consumo e venda de drogas leves, por razões de saúde e criminalidade, e agora quer limitar o turismo de drogas, especialmente nas cidades situadas perto das fronteiras.
Agora uma comissão holandesa concluiu que o haxixe e a maconha vendidos na Holanda têm teor de THC, a substância psicoativa principal, de cerca de 18 por cento e informou à ministra da Saúde que uma concentração de THC superior a 15 por cento coloca a droga em nível semelhante à heroína ou cocaína.
“Eu me preocupo há anos com a concentração de THC, especialmente quando é tão alta. Vamos analisar essa questão seriamente”, disse à emissora pública NOS a ministra da Saúde, Edith Schippers.”As consequências, em termos de geração de dependência, são muito mais fortes e graves. Está claro que este é um fator preocupante.”

Estudo: Mães fumantes geram filhos com deformidades físicas

Terra

Uma nova pesquisa realizada na universidade College London estudou as anomalias causadas em fetos por mães que fumam durante a gravidez.

Mulheres fumantes tem até 50% mais de chance de gerar um filho com deformidades físicas, membros a menos, problemas intestinais, problemas de visão e de crânio, disse a pesquisa. As informações são do jornal britânico The Guardian.

O cigarro já foi ligado a maior risco de aborto espontâneo, nascimento prematuro e bebês abaixo do peso, mas este é o primeiro estudo a verificar a relação entre fumo e deformidades físicas. A equipe de pesquisadores revisou 172 estudos anteriores dos últimos 51 anos que relatavam 174 mil casos de bebês nascidos com problemas físicos. O professor Allan Hackshaw, coordenador da equipe, disse estar preocupado com o número de mulheres que continuam fumando durante a gravidez, especialmente alto entre mulheres com menos de 20 anos de idade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Jovens bebem muito em busca de benefícios sociais - Aprenda os sinais do ALCOOLISMO

Minha Vida
Para muitos, a perda da timidez compensa ressaca e outros efeitos negativos do álcool

Um artigo publicado na versão online da revista Psychology of Addictive Behaviors mostrou que efeitos positivos, como a perda de timidez, justificam o abuso de bebidas alcoólicas e seus efeitos negativos, como passar mal e vomitar. O estudo foi realizado por psicólogos da University of Washington, nos Estados Unidos.

A pesquisa contou com cerca de 500 universitários que completaram um formulário online que avaliava a frequência com a qual os participantes bebiam. Também fazia parte do teste saber quais prejuízos, como ressaca, desmaio e brigas, já haviam sido enfrentados pelo excesso e quais benefícios, como perda de timidez, melhor habilidade para contar piadas e energia para ficar até o fim da festa, haviam sido ganhos.

Os resultados mostraram que a maioria dos entrevistados se sujeitaria a sofrer todos os efeitos de beber em excesso novamente. Além disso, eles apontaram as experiências positivas como superiores em importância e mais prováveis de acontecer no futuro.

Segundo os psicólogos, o estudo sugere que, mesmo após experimentar as consequências negativas do excesso de bebida, a maioria das pessoas não opta por mudar o seu comportamento. Isso pode ser um alerta para que pais tentem trabalhar uma forma de abrandar os efeitos negativos do álcool em vez de simplesmente proibir seus filhos de consumi-lo.

Sinais do alcoolismo
Beber pode se tornar um hábito e, por ser socialmente aceito, você pode até não se dar conta de quão presente a bebida está em sua vida. Por isso, fique atento aos sinais abaixo para identificar a hora certa de pedir ajuda a um médico ou a alguma associação de apoio:

1. Você está bebendo muito, se é mulher, e bebe mais de três drinques em uma única vez ou mais de sete drinques na semana;

2. Você está bebendo muito, se é homem, e bebe mais de quatro drinques em uma saída ou mais de quatorze ao longo de uma semana;

3. Você desenvolveu uma tolerância, ou seja, o aumento da dose para gerar o mesmo efeito;

4. Sofre de síndrome da abstinência sem beber (a pessoa tem sudorese excessiva, tremores, insônia, náuseas e vômitos, convulsões, alucinações). Se eles se anulam ao beber álcool, é sinal da síndrome;

5. Tem fissura por beber a qualquer momento;

6. Tem problemas em diversas áreas da vida: no trabalho, nos relacionamentos, na saúde, tudo em função do consumo do álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Álcool triplica chance de desenvolver câncer

Diário Web
Uma pesquisa da Unesp de Rio Preto revela que o consumo de bebida alcoólica triplica a chance de desenvolver câncer no estômago.

Esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre os homens e o quinto entre as mulheres. Além disso, ocupa as mesmas posições quando o tema é a causa de morte.

Segundo o gastroenterologista Renato Silva, 20 gramas de álcool por dia já são suficientes para aumentar o risco de câncer. “O consumo de álcool e fumo estão diretamente ligados a todos os tipos de câncer”, afirma. A pesquisa de doutorado da bióloga Juliana Garcia de Oliveira, coordenada pela professora Ana Elizabete Silva, analisou 723 amostras de DNA de pacientes do Hospital de Base, colhidas ao longo de 11 anos pela equipe da Unesp de Rio Preto.

Depois de 4 anos de estudos, a bióloga descobriu que, além do consumo de álcool, outros fatores também aumentam o risco de uma pessoa desenvolver câncer de estômago. De acordo com a pesquisa, concluída em fevereiro deste ano, homens têm quase duas vezes mais chances (1,82) de ter a doença do que as mulheres. Pessoas acima dos 60 anos têm uma chance a mais (1,65), comparado a pessoas com menos idade.

A coordenadora do projeto afirma que o fator ambiental é a principal causa da doença. “O câncer, de todos os tipos, surge devido a mutações no DNA das células. Essa mutação é provocada, geralmente, por fatores ambientais aos quais estamos expostos, como cigarro, álcool, radiação, medicamentos, drogas, etc. Nossas células estão sendo danificadas e mutadas todos os dias. Isso não significa que vamos ter câncer sempre, mas a medida que o tempo passa, vai aumentando o risco.”

Exemplo disso, é o caso de Valter Custódio Xavier Júnior, 59 anos, que recebeu o diagnóstico de câncer de estômago no final de março deste ano. Em 2006, Xavier fez tratamento para uma úlcera no Hospital de Base de Rio Preto. “Naquela época fizeram exames, mas não apareceu nada, acho que ficou mascarado”, conta. Em janeiro deste ano, a úlcera que tinha cicatrizado anos antes voltou a sangrar e ele procurou novamente o HB.

“Fiquei internado uns 20 dias, fizeram biópsia e novamente não encontraram nada, mas quando fiz o ultrassom, a médica achou que tinha algo estranho.” Diante da anomalia detectada, os médicos decidiram operar o paciente. “Eles me levaram para o centro cirúrgico antes mesmo de sair o resultado da segunda biópsia. Retiraram o tumor e enviaram para análise. Só aí fui saber que tinha câncer.”

Xavier fumou e bebeu socialmente há mais de 40 anos. “É um susto e muda a nossa vida. Sou diabético também, então minha dieta fica muito restrita, porque o que faz bem para uma doença, faz mal para a outra.” O paciente se submete a sessões de quimioterapia e radioterapia. Sem beber nem fumar desde fevereiro, ele acredita que não conseguirá remediar o estrago causado em seu organismo. “São mais de 40 anos fumando e tomando uma cervejinha no final de semana. Não adianta querer fazer tudo certo agora, tinha que ter feito lá atrás.”

Para o gastroenterologista Renato Silva, “beber socialmente” é uma ilusão. “Não existe isso, porque o socialmente de um não é igual ao do outro. Não temos uma definição exata do que é o ‘beber socialmente’. É importante. Uma latinha de cerveja por dia já é um fator agravante.”

Bactéria eleva risco da doença

Presente em aproximadamente 50% da população mundial, a bactéria Helicobacter pylori também aumenta o risco de câncer no estômago. “As pessoas contraem a bactéria por meio de alimentos e água contaminados e ainda pelo contato boca a boca”, diz o cirurgião gastroenterológico e chefe do serviço de cirurgia oncológica digestiva alta da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Aldenis Borim.

Apesar de estar associada a doenças como úlceras e gastrite, a bactéria não causa sintomas no paciente. “Temos três maneiras de diagnosticar essa bactéria. Pode ser feita uma biópsia, um exame do sulco gástrico ou um teste respiratório”, diz. O tratamento é simples, porém caro. “Antes, se o paciente tinha úlcera era feito o tratamento da bactéria, mas os médicos perceberam que não era necessário esse tratamento em todos os casos. O valor dos medicamentos varia de R$ 100 a R$ 200”

Efeito `similar à maconha´ explica gula por comidas gordurosas, diz estudo

UOL Notícias
Um estudo revelou que a gordura contida em alimentos como batatas fritas desencadeia um mecanismo biológico de gula no organismo que atua de modo similar aos efeitos da maconha.

A pesquisa, feita por cientistas da Universidade de Califórnia, descobriu que quando provaram comidas gordurosas, ratos, utilizados como cobaias na pesquisa, começaram a produzir substâncias químicas conhecidas como endocanabinóides, uma espécie de lipídios biologicamente ativos, que exercem um efeito semelhante ao da maconha sobre o indivíduo.

O processo, relata a pesquisa, tem início na língua, onde as gorduras contidas no alimento geram um sinal que viaja do cérebro, através de um feixe de nervos conhecido como nervo vago, para o intestino. Lá, ocorre o estímulo na produção de endocanabionóides, e a substância provoca uma onda de ativação celular, que induz à ingestão desenfreada de alimentos gordurosos.

"Nós sabemos que comidas gordurosas podem ter um um bom sabor, mas os mecanismo moleculares e sinais por trás dessa resposta eram desconhecidos. Agora sabemos que comidas gordurosas geram um sinal na língua que leva o intestino delgado a produzir as substâncias químicas conhecidas como a maconha natural do corpo humano, que induzem ao consumo de gordura", afirma Daniele Piomelli, que comandou a pesquisa.

A pesquisa pode indicar novos caminhos na luta para conter a obesidade e outras doenças, segundo os cientistas envolvidos no estudo.

A ampla disponibilidade de alimentos gordurosos em países industrializados é considerada um fator determinante para condições como a obesidade, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.

O estudo sugere que pode ser possível conter a compulsão de se comer alimentos gordurosos ao se obstruir atividades endocanabinóide, por meio da utilização de medicamentos que bloqueiam a ação desses lipídios.

Como tai drogas bloqueadoras não precisam penetrar no cérebro, elas não teriam porque causar efeitos colaterais, como ansiedade e depressão, que surgem quando a ação endocanabinóide é bloqueada no cérebro, conta Piomelli.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Usar maconha antes dos 15 anos reduz memória em até 30%

Efeitos persistem mesmo após um mês sem consumir a droga, diz pesquisa da Unifesp

Folha de São Paulo - GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

O uso de maconha antes dos 15 anos -quando o cérebro ainda está em processo de amadurecimento- prejudica a capacidade de recuperar as informações, reduzindo a memória dos usuários em até 30%.
Os danos são proporcionais à quantidade de droga usada: quanto mais se fuma, maiores são os estragos. E eles persistem mesmo se houver um período de abstinência de um mês.
Os resultad os são de uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo apresentada no 7º Congresso Anual de Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado (RS).
"Os usuários precoces têm resultados significativamente inferiores também em ouras áreas, como a capacidade de controlar seus impulsos", diz a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, uma das autoras do trabalho.


Se o uso se inicia após os 15 anos, no entanto, as chances de prejuízo nessas funções diminui.
"Não é que seja o consumo da maconha fique seguro, longe disso. Mas ele se torna menos nocivo, porque o cérebro já passou dessa etapa de desenvolvimento", afirmou a pesquisadora.
O estudo foi publicado na última edição do "The British Journal of Psychiatry".

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cigarro na gravidez pode predispor crianças a problemas cardíacos

iG
Filhos de mães que fumaram durante a gravidez apresentam níveis mais baixos de colesterol HDL, o "colesterol bom"

Crianças nascidas de mães que fumaram durante a gravidez apresentam níveis mais baixos de colesterol HDL, também conhecido como o "colesterol bom”, o que pode elevar os riscos de infarto e AVC ao longo da vida, é o que sugere um novo estudo australiano.

Participaram do estudo 405 crianças saudáveis de 8 anos, constatando-se que aquelas cujas mães fumaram durante a gravidez apresentaram níveis de HDL em torno de 1.3 millimoles por litro (mmol/L), em comparação ao nível normal de 1.5 mmol/L das crianças nascidas de mães não fumantes. Ainda não se sabe como o tabagismo durante a gravidez diminui os níveis de HDL das crianças.

“Nossos resultados sugerem que o tabagismo materno “carimba” um conjunto de características nas crianças enquanto elas se desenvolvem no útero, o que pode mais tarde predispô-las a infartos e AVCs. Essa influencia ou efeito aparente dura pelo menos oito anos e provavelmente até mais tempo”, disse David Celermajer, professor de cardiologia da Universidade de Sydney, que conduziu o estudo.

A equipe liderada por Celermajer observou que os índices de tabagismo entre gestantes ainda são altos – em torno de 15% na maioria dos países ocidentais. Segundo o grupo, isso representa que as novas descobertas podem ser importantes em iniciativas de prevenção de doenças cardíacas.

Leia: Gravidez semana a semana

Celermajer adverte que os filhos de mães que fumaram durante a gravidez deverão ser observados com cuidado especial quanto a outros fatores de risco coronário – como tabagismo, hipertensão e altos níveis de colesterol LDL, o “colesterol ruim”. O estudo foi publicado este mês no site do periódico European Heart Journal.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Maconha e memória

Folha de São Paulo - Gilberto Dimenstein
Seria ótimo que todos tomassem conhecimento da pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo mostrando que a maconha afeta em 30% a memória --o que é uma brutalidade-- dos jovens abaixo dos 15 anos, quando o cérebro ainda está em formação. É um alerta para os pais, educadores e especialmente para os jovens.

Sou daqueles que defendem há muito tempo a ideia de que a repressão policial ao consumo de maconha é mais prejudicial do que seu uso. Segundo os cientistas, essa droga causa menos danos do que álcool e cigarro, como sabemos.

Isso nos torna ainda mais responsáveis de divulgar, sem moralismos macabros, os perigos para a saúde do abuso da maconha, que afeta a concentração, prejudica os estudos e o trabalho. Ter a memória afetada precocemente significa danos no trabalho, cortando uma série de possibilidades.

As marchas a favor da descriminação da maconha deveriam colocar, na sua plataforma, aviso aos riscos da saúde.

Esse discurso não pode ficar restrito aos moralistas e não moralistas. Jovens diminuíram o consumo do cigarro porque objetivamente viram que ali se tirava um pedaço da vida.

Daí que não consigo engolir o uso de celebridades para estimular qualquer produto com propriedade psicoativa como o álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)