quarta-feira, 11 de março de 2009

ESTUDANTE NORTE AMERICANA



Estudante Norte Americana, presa inúmeras vezes por porte e uso de drogas, sendo a primeira vez em 1983 com 14 anos e a última em 97 com 28 anos. Ela morreu de overdose aos 30 anos.


PRÊAMBULO

Nos últimos 20 anos inúmeros progressos e avanços significativos no tratamento de problemas de dependência química têm vindo a ser feitos, e que refletem a multidisciplinaridade dos problemas que se apresentam aos profissionais de tratamento. É hoje um dado adquirido o fato de raramente se observar num doente dependente químico um consumo de uma só substância, sendo o comportamento “normal” o recurso a várias substâncias, utilizando muitas vezes as mesmas ou parecidas para atingir estados psíquicos diferentes, por vezes estados psíquicos complementares. A contínua presença do álcool em todos os dependentes químicos vem complicar o tratamento. Sendo uma substância legal e barata, acaba por ser, para muitos, uma porta complicada de fechar e uma barreira para uma recuperação substancial. É desta maneira importante que dentro da nossa metodologia não se entenda que exista alguma “cura” da dependência química, mas antes “recuperação” da mesma, visto estar comprovado que a predisposição não desaparece com o tratamento, mas ficando desta maneira “estacionária”, necessitando de ser sujeita a um controle interno (do próprio) e externo (em tratamento) atento, rigoroso e contínuo ao longo de vários anos. A dependência química pode ser considerada crônica, progressiva e potencialmente fatal, se não interrompido o processo ativo de ingestão de substâncias. É nossa experiência a doença não parar por ela mesma, sendo necessário um apoio específico, profissional e com uma estrutura competente de fazê-lo.Tradicionalmente tem-se recorrido ao internamento para se tratar de doentes dependentes químicos, no entanto uma das técnicas que se tem revelado mais útil e ao alcance de cada um para se atingir um nível satisfatório de recuperação e de se conseguir sair de um processo auto-destrutivo e destrutivo dos outros, tem sido a psicoterapia de grupo, psicoterapia individual e a terapia familiar complementar com uma freqüência que pode ser até diária e sempre acompanhado por um técnico qualificado e sempre à disposição do doente e da família. Este tratamento em regime ambulatório tem inúmeras vantagens, sendo a principal o fato de o doente ser no9sso objetivo primordial. Visto muitos adictos terem uma vida profissional muito ativa e terem recursos cognitivos bastante intactos, importante apoiá-los enquanto ainda sentem que conseguem controlar as suas vidas, as suas famílias, os seus locais de trabalho.

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NAS EMPRESAS

"Não és bom, nem és mau: és triste e humano... Vives ansiando, entre maldições e preces, Como se a arder no coração tivesses O tumulto e o clamor de um largo oceano.
(...)
E no perpétuo ideal que te devora, Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um deus que chora."
(Dualismo - Olavo Bilac)



DEPENDÊNCIA QUÍMICA, segundo dados da organização mundial de saúde, é uma doença que atinge em média cerca de 10 a 15% da população mundial e caracteriza-se pela perda da liberdade de dizer não à droga à qual o organismo se adaptou.

É uma necessidade psíquica ou física do uso de drogas (álcool, tabaco, tranqüilizante, maconha, cocaína, ecstasy, crack, heroína, etc.) e suas conseqüências, sem controle, com aumento de tolerância por um indivíduo; ou seja, um estado no qual tal indivíduo tem a necessidade de repetidas doses de uma droga para sentir-se bem ou evitar sentir-se mal.

Existe na verdade um critério de “amarração” difícil de se desvencilhar. Há uma relação alterada entre o ser humano e seu modo de consumir uma substância. E tal relação é capaz de trazer problemas de várias naturezas para o seu usuário: social, financeiro, físico e familiar, e, o mais complexo: manter o indivíduo em abstinência (sem usar drogas) e reintegra-lo à sociedade ainda preconceituosa.
Pesquisa do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) aponta que o número de dependentes no país é de 15% da população de 12 a 65 anos.

Acidentes, diminuição da produtividade, problemas de relacionamento e de segurança. Esses são alguns dos efeitos que a dependência química provoca no ambiente corporativo. O que antes era varrido para debaixo do tapete transformou-se em questão prioritária para os gestores de recursos humanos. Os números desse quadro falam por si. Para se ter uma idéia, estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que:

· Os usuários de drogas e álcool faltam ao trabalho de duas a três vezes mais do que os outros empregados.

· Funcionários com dependência química podem precisar utilizar a assistência médica ou o seguro-saúde três vezes mais que os outros empregados.

· Em algumas empresas, foi constatado que de 20% a 25% dos acidentes envolvem pessoas intoxicadas, que se machucam sozinhas ou ferem outras pessoas.


· A oferta de drogas e álcool durante o expediente contabiliza de 15% a 30% de todos os acidentes de trabalho.

Programas de prevenção e combate ao uso de drogas sempre encontram barreiras, principalmente dentro das empresas e escolas onde existe um tabu em relação ao assunto. Álcool, maconha e cocaína, entre outras drogas, são freqüentes no ambiente de trabalho em casa e escola, mas seu uso muitas vezes passa despercebido. No caso das empresas, o problema é que queda na produtividade, absenteísmo e falta de motivação nem sempre são atrelados ao uso de drogas pelos funcionários.

DROGAS - MACONHA

MACONHA.

Aspectos históricos e culturais:

Maconha é o nome dado a uma planta chamada cientificamente de Cannabis sativa, conhecida há séculos e que cresce naturalmente em várias partes do globo, podendo ser facilmente cultivada e encontrada em todos os continentes.

Era usada há cerca de 3.000 anos na China. Por volta de 1850, começou a ser usada na Europa. Seu plantio foi incentivado durante muitos séculos, devido à utilização de seus talos para a fabricação de cordas, fibras têxteis, palitos e até papel. Todavia, é das folhas, bem como de seus topos floridos, que se extrai a substância ativa THC Delta-9-Tetrahidrocanabinol.

Os produtos da Cannabis sativa podem ser consumidos por via pulmonar (fumada) ou por via oral (comidos), como ocorre nas populações indígenas.

Originária da Ásia Central, seus primeiros registros históricos são de mais de 200 anos a.C. na China, no Egito e na Índia. Mno segundo milênio a.C. era empregada com fins terapêuticos na China e descrita pelo Imperador Shen Nung como analgésico. Seu emprego medicinal corresponde a uma longa tradição entre povos africanos e asiáticos, mas também já era utilizada como desinibidora: os gregos a usavam para liberar do corpo gases intestinais e para dor de ouvido; e os indianos, há 1000 anos a.C., a utilizavam para "libertar a mente de coisas mundanas". Seu consumo é tradição secular em alguns países, principalmente naqueles onde o consumo de álcool é proibido.

Parece ter sido introduzida nas Américas pelos espanhóis, que fizeram as primeiras plantações no Chile, no século XVI. O hábito de fumar ou ingerir folhas e sementes de Cannabis é antigo, vinculado a práticas religiosas de muitos povos.

Na segunda metade do século XIX, escritores e intelectuais franceses fornecem as primeiras descrições do uso recreativo desta preparação no Ocidente. Há séculos ele fazia parte do arsenal de medicina popular em vários países e, ao final do século XIX, fez parte de vários medicamentos produzidos por respeitáveis laboratórios farmacêuticos dos Estados Unidos. Era indicada como analgésico, antiespasmódico e dilatador dos brônquios.

O interesse médico pela Cannabis diminui no início do século XX em detrimento da morfina e dos barbitúricos, que ofereciam melhores resultados. Hoje em dia, seu emprego terapêutico é quase nenhum, mas, em função de pesquisas recentes, é reconhecida como medicamento em pelo menos duas condições clínicas: reduz ou abole as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos anticâncer e tem efeito benéfico em alguns casos de epilepsia. Em algumas partes da Ásia, os médicos ainda a utilizam no tratamento de algumas afecções.

Considerada como "droga da moda" nos anos 60, no auge da contestação hippie (junto com o LSD-25), a maconha continua a ser muito fumada até hoje, em particular nas faixas jovens, mas perdeu o seu destaque em favor dos inalantes, nas classes desfavorecidas, e da cocaína, nas classes média e alta.

Na Jamaica seu uso é popular. Conhecida como "ganja", é facilmente cultivada e produzida, embora o seu consumo seja considerado ilegal. Certas seitas atribuem-lhe poderes místicos e divinos, especialmente o de afastar os maus espíritos. O operário jamaicano encontra na ganja energia para trabalhar e relaxamento após o trabalho; oferece a droga, mesmo aos filhos, para que fiquem "mais inteligentes".

Nessa população, fumar a ganja é um rito e não um fator de alienação ou desintegração social. Seu uso constitui um complexo de crenças, atitudes e costumes compartilhados por toda a comunidade. Porém, há diferença entre as classes sociais. Na população de baixa renda, a criança aprende a usar a erva muito cedo, sendo possível que se coloque chá de "ganja" até nas mamadeiras. Nas classes média e alta, no entanto, a droga é condenada, mas os adolescentes a fumam, expressando, assim, a sua oposição à geração adulta. Ela se tornou, portanto, um símbolo de curiosidade, prazer ou mesmo revolta.

No Brasil atribui-se a origem da maconha aos escravos africanos trazidos para cá, sendo utilizada inicialmente por índios e negros.

O haxixe é uma substância mais ativa, extraída da própria maconha. Enquanto a maconha contém 1% de THC, o haxixe contém até 14%. Pouco comum entre nós, é habitualmente reduzido a pó e misturado ao tabaco normal para ser fumado em cachimbo. É, em sua maior parte, produzido no norte da África, Paquistão, Nepal, Líbano e Turquia, sendo contrabandeado para os Estados Unidos e Europa, onde seu preço é elevado.

A faixa da população que usa haxixe é a mesma que usa a maconha, mas observa-se que a maconha é mais comum entre aqueles que estão se iniciando no hábito ou que o fazem esporadicamente. O haxixe é mais encontrado entre aqueles já iniciados e fumantes contumazes, que necessitam doses mais potentes da droga. É moldado em pequenas barras ou bolos de cor marrom escura e seu óleo é bem mais potente.

Diz-se que a palavra assassino parece originar-se do árabe "hashishin", designação dada a uma tribo do norte da Pérsia, na Idade Média, por volta do século XI, povoada por homens guerreiros altamente perigosos e temidos por sua grande crueldade. Sabia-se que seus homens eram "motivados" pelo consumo de certa substância despersonalizante, que os impelia ao barbarismo e delitos sádicos dos mais horrendos crimes.



Efeitos físicos e psíquicos.

Podem ser físicos (ação sobre o próprio corpo ou parte dele) e psíquicos (ação sobre a mente). Esses efeitos sofrerão mudanças de acordo com o tempo de uso que se considera. Ou seja, os efeitos são agudos (quando ocorrem apenas algumas horas após fumar) e crônicos (conseqüências que aparecem após o uso continuado por semanas, meses ou menos anos).

Os efeitos físicos são poucos: olhos avermelhados, boca seca e o coração dispara, de 60-80 batimentos por minuto podem chegar a 120-140 ou até mais.

Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para uma parte das pessoas, os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, de diminuição de fadiga e vontade de rir (boa viagem). Para outras pessoas, os efeitos são mais desagradáveis: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas e suando (má viagem). Há ainda evidente perturbação na capacidade da pessoa calcular tempo e espaço e um prejuízo da memória e atenção.

Aumentando-se a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais importantes, com predominância de delírios e alucinações. O delírio é uma manifestação mental pela qual a pessoa faz um juízo errado do que vê ou ouve. Neste caso, há mania de perseguição (delírio persecutório). A mania de perseguição pode levar ao pânico e, conseqüentemente, a atitudes perigosas, como "fugir pela janela", agredir as pessoas em "defesa" antecipada contra agressão que julga estar sendo tramada. Já a alucinação, que é uma percepção sem objeto, pode ter fundo agradável ou terrificante.

Os efeitos físicos crônicos da maconha são maiores. Com o continuar do uso, vários órgãos do co5rpo são afetados. Os pulmões são um exemplo disso, levado a problemas respiratórios (bronquites), iguais ao do cigarro comum. Porém, a maconha contém alto teor de alcatrão (maior que no cigarro comum) e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno. Ainda não está provado cientificamente que a pessoa que fuma maconha cronicamente está sujeita a contrair câncer dos pulmões com maior facilidade. Mas, os indícios de que assim possa ser são cada vez mais fortes.

Outro efeito físico indesejável do uso crônico refere-se à testosterona, ou hormônio masculino. Já existem muitas provas que a maconha diminui em até 50-60% a quantidade de testosterona. Em conseqüência, o homem apresenta um número bem reduzido de espermatozóides no líquido espermático, o que leva a infertilidade. Este efeito desaparece quando a pessoa deixa de fumar a planta.

Há ainda os efeitos psíquicos crônicos da maconha. Sabe-se que o uso continuado interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir um estado de amotivação e de dependência.

Nomes mais conhecidos: maconha, haxixe, cânhamo, bangh, ganja, diamba, marijuana, marihuana.

Nomes populares:
baseado, erva, tora, beise, fumo, bagulho, fininho.

DROGAS - COCAINA

COCAÍNA.

Aspectos históricos e culturais:
A planta da coca é originária da América do Sul e cultivada em diversos países andinos. A cocaína é extraída das folhas da planta Erytroxylon coca - ou como é popularmente conhecida, coca ou epadu - em duas fases. Primeiro, as folhas são prensadas com ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, formando a pasta de coca, a qual, por sua vez, contém até 90% de sulfato de cocaína. Em seguida, a pasta é tratada com ácido clorídrico, formando o cloridrato de cocaína em forma de pó branco. Por volta de 100 kg. De folha seca dá origem a 100 g. de pasta de coca e 800 g. do respectivo cloridrato.

Sendo uma planta tipicamente sul americana, "coquear", é um hábito tradicional que remonta vários séculos. Sua função principal é evitar a sede, a fome e o frio. Pode-se encontrar, em algumas sociedades andinas, um valor cultural e mitológico ligado à coca.

Em certas sociedades, por exemplo, é aplicada a folha no recém-nascido para secagem do cordão umbilical – que depois é enterrado com as folhas, representando um talismã para o resto da vida do indivíduo. Em certas cerimônias funerais é usada, também, mediante certos rituais, como forma de apaziguar e tranqüilizar os espíritos.

O papel sócio-cultural da coca é importante em alguns países andinos. Dois exemplos são o Peru e a Bolívia, onde é consumida também sob a forma de chá, com propriedades medicinais que auxiliam principalmente problemas digestivos. Sua importância é tal que no Peru existe um órgão encarregado de controlar a qualidade das folhas vendidas no comércio, o "Instituto Peruano da Coca".

Se em alguns países andinos a coca é um bem sócio-cultural, histórica e tradicionalmente importante, em outros países, como no Brasil, é vista como um "mal a ser combatido e exterminado de qualquer maneira". A lei taxa seu uso como ilícito e a sociedade estigmatiza o usuário como "desviante" ou "marginal".

O uso mais comum nestes casos é sob a forma de sal – o cloridrato de cocaína. É consumido via nasal, ou seja, aspirado, "cheirado". Por ser uma droga cara, seu uso é dificultado a pessoas de baixa renda.

Se o "pó", como é popularmente conhecido o sal de cloridrato de cocaína, é muito caro, favorecendo o seu uso pelas camadas mais altas da sociedade, o uso da coca tornou-se mais acessível à população de baixa renda com o advento do "crack".

CRACK:
é obtido a partir da mistura e aquecimento da pasta base de coca e da própria cocaína com bicarbonato de sódio, resultando no preparo sólido que é posteriormente quebrado para ser fumado. Seu efeito pode ser até cinco vezes mais potente que a Cocaína e dura de 5 a 10 minutos. Sua principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. É necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo para consumir a droga, muitos desses feitos artesanalmente com o auxilio de latas, pequenas garrafas plásticas e canudos ou canetas. Os pulmões conseguem absorver quase 100% do crack inalado.

Os primeiros efeitos são uma euforia plena que desaparece repentinamente depois de um curto espaço de tempo, sendo seguida por uma grande e profunda depressão. Por causa da rapidez do efeito, o usuário consome novas doses para voltar a sentir uma nova euforia e sair do estado depressivo.

O crack também provoca hiperatividade, insônia, perda da sensação de cansaço, perda de apetite e conseqüente perda de peso e desnutrição. Com o tempo e uso constante da droga, aparecem um cansaço intenso, uma forte depressão e desinteresse sexual.

Os usuários de crack apresentam um comportamento violento, são facilmente irritáveis. Tremores, paranóia e desconfiança também são causados pela droga. Normalmente, os usuários têm os lábios, a língua e a garganta queimados por causa da forma de consumo da substância. Apresentam também problemas no sistema respiratório como congestão nasal, expectoração de muco preto e sérios danos nos pulmões.

O uso mais contínuo, em muitos casos, por apenas dois anos, pode causar ataque cardíaco e derrame cerebral graças a um considerável aumento da pressão arterial. Contrações no peito seguidas de convulsões e coma também são causadas pelo consumo excessivo da droga.

Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado mental do usuário. Surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz quando está sendo queimado para ser consumido.

MERLA:
Outro subproduto da cocaína é a merla. É obtida da mistura da pasta de coca com vários agentes químicos, incluindo ácido sulfúrico, querose, cal virgem e até mesmo solução de bateria de automóveis. Um quilograma de cocaína, misturado a essas substâncias não menos tóxicas, produz até três quilos de merla.
Apresentada em forma de pasta, ela é fumada pura ou no cigarro, sendo absorvida quase que 100% pelos pulmões.

Mas existe uma outra merla ( com "eme" maiúsculo, dos desenhos infantis da "World Events Productions" norte-americana) Ela é uma rainha de super-poderes, aliada do robô Zarkon, do desenho animado Voltron.
Nessa peça ficcional, Merla é uma personagem virtual que tem algo em comum com a merla real, droga ilícita, já que ambas fazem as pessoas agirem do jeito que querem, virando suas escravas.

O uso da merla produz alucinações, depressão e sensação de medo. Ela é também chamada de "nóia", gíria derivada da palavra paranóia, numa alusão ao fato de que sob seus efeitos os usuários entram num estado maníaco de perseguição, os mesmos do crack.

Aspectos gerais: Tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto os efeitos são comuns. Porém, a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambos são fumados) faz toda a diferença com o pó.

Assim que são fumados, o crack e a merla, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral chegando rapidamente ao cérebro. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto que os efeitos após cheirar o "pó" acontecem após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a duração é muito rápida - 5 a 10 minutos – enquanto que após injetar ou cheirar, em torno de 20 a 45 minutos, respectivamente. 5 minutos.

O efeito quase que instantâneo de uma "pipada", faz do crack e da merla drogas poderosas do ponto de vista do usuário. Porém a duração dos efeitos é muito rápida, o que faz o usuário voltar a utilizar a droga com mais freqüência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos), levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários de cocaína por outras vias (nasal, endovenosa).

Além do"prazer" inicial quase indescritível, que muitos comparam a um orgasmo, o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite. Em menos de um mês perde de 8 a 10 quilos, perde também as noções de higiene, ficando com aspecto deplorável. Por essas características os usuários de crack e merla são facilmente identificados.

EFEITOS (Resumo):

Agudos:
· Inicialmente intenso bem estar, euforia, aumento da auto-confiança e sociabilidade.
· Aumento de disposição e insônia posterior.
· Diminuição do apetite.
· Coriza.
· Aumento dos batimentos cardíacos, arritmia, aumento da pressão arterial.
· Após os primeiros minutos: agitação e ansiedade.
· Depressão ou medo.

Crônico ou prolongado:
· Dores de cabeça.
· Depressão.
· Paranóia.
· Psicose.
· Complicações cardíacas e respiratórias.
· Rinite e sinusite.
· Problemas na pele e doenças infecciosas.
· Perda de peso.
· Danos cerebrais.
· Contaminação de HIV.

DROGAS - ALCOOL

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Aspectos históricos e culturais:

A palavra álcool origina-se do árabe al-kuhul que significa líquido.

As bebidas alcoólicas representam as drogas mais antigas das quais se têm conhecimento, por seu simples processo de produção. Obtidas pela fermentação de diversos vegetais, no início primitivos e depois cada vez mais sofisticados, elas já estavam presentes nas grandes culturas do Oriente Médio e são utilizadas em quase todos os grupos culturais, geralmente relacionados a momentos festivos.

Os mais antigos documentos da civilização egípcia descrevem o uso do vinho e da cerveja. A medicina egípcia, respeitada em toda a região mediterrânea, usava essências alcoólicas para uma série de moléstias, enquanto meio embriagador contra dores e como abortivo. O vinho entre os egípcios era bebido em honra à deusa Isis.

O consumo de cerveja pelos jovens era comum; muitos contos, lendas e canções de amor relatam os seus poderes afrodisíacos. O seu uso social e festivo era bem tolerado, embora, já no Egito, moralistas populares se levantassem contra o seu abuso "por desviar os jovens dos estudos". A embriaguez, no entanto, era tolerada apenas quando decorrente de celebrações religiosas, onde era considerada normal ou mesmo estimulada.

Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. Em escavações feitas em 1968 ao norte do Irã, pesquisadores norte americanos, liderados por Patrick MacGovern, descobriram um jarro de cerâmica que continha resíduos de vinho resinado feito entre 5400 e 500 a.C. Na Babilônia 500 a.C., a cerveja era ofertada aos deuses.

O consumo de álcool nas civilizações gregas e romanas é bem conhecido. Ele era utilizado tanto pelo seu valor alimentício, quanto para festividades sociais. Ressaltamos a associação entre o uso do vinho e certas práticas e concepções religiosas representadas pela popular figura do Bacchus. Durante longos períodos, o consumo de vinho era proibido para as mulheres, interdito do qual testemunham os relatos bíblicos, que também, no Gênesis, cap.9, registram um Noé plantador de videiras e que às vezes sem embriagava. Lembramos ainda que o vinho é parte integrante de cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no candomblé e em outras práticas espíritas.

O consumo de bebidas alcoólicas é amplamente difundido no Brasil, onde se consome mais álcool, per capita, do que leite.
Nos anos 20, nos Estados Unidos, houve uma proposta de coibição legal do uso de bebidas alcoólicas, chamada Lei Seca. Porém durou pouquíssimo tempo. O seu fracasso deu-se devido à pressões econômicas que fácil e vitoriosamente se interpuseram, além de que o próprio consumidor encontrou uma forma sutil e prática para alimentar suas necessidades.

Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nessa época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um grande remédio para todas as doenças, pis "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico "usquebaugh", que significa "água da vida").


ASPECTOS GERAIS.

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos, após ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.





Alcoolismo:

A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência de álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sócio cultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores. Alguns autores citam a pré disposição como outro fator de contribuição.

A Irmandade "Alcoólicos Anônimos", na sua rica literatura, tem um folheto com DOZE PERGUNTAS, assim sugeridas: "Sabemos por experiência própria que qualquer pessoa que responder SIM a QUATRO ou mais destas doze perguntas, tem claras tendências para o alcoolismo (e poderá já ser um alcoólico).
· Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
· Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?
· Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?
· Tomou algum trago pela manhã mos últimos doze meses?
· Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?
· Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
· A bebida já criou problemas no seu lar?
· Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
· Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e para quando quer?
· Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
· Já experimentou alguma vez "apagamento" durante uma bebedeira?
Já pensou alguma vez que poderia aproveitar mais a vida, se não bebesse?

Efeitos no resto do corpo:
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração) e ainda os caos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores.

Durante a gravidez:
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer conseqüências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afetados pela "Síndrome Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

BEBÊ NASCE ALCOOLIZADO

Uma polonesa alcoólatra deu à luz uma menina, que nasceu com 2,9 gramas de álcool por litro de sangue, anunciou nesta terça-feira (10) a polícia de Varsóvia.
Os médicos do hospital de Otwock, localidade na periferia da capital polonesa, alertaram a polícia na segunda-feira (9) sobre uma mulher grávida com um grave quadro de alcoolismo que havia sido hospitalizada.
"Um exame de sangue revelou que a mãe, de 38 anos, tinha 1,2 gramas de álcool em seu sangue no momento do parto", declarou uma porta-voz da polícia de Varsóvia, Dorota Tietz.
A mãe pode ser condenada a até 5 anos de prisão por ter colocado em risco a vida e a saúde de sua filha, segundo a porta-voz.
"A vida da menina não corre perigo imediato, mas os médicos temem os efeitos (do álcool) em seu desenvolvimento", afirmou.

Níveis
Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que deveria ser reduzido à metade o nível de álcool no sangue permitido pela legislação brasileira para motoristas. O Código de Trânsito Brasileiro aceita até 0,6 grama de álcool por litro de sangue, mas para os pesquisadores, um índice de 0,3 grama também é suficiente para provocar acidentes.