segunda-feira, 8 de março de 2010

Herança genética e fatores psicológicos podem causar o alcoolismo

Suas causas estão associadas direta ou indiretamente a questões genéticas e a questões psicológicas.

Segundo o psiquiatra Carlos Augusto Galvão, a genética não só transfere o chamado “gene do alcoolismo”, como também outras doenças que podem provocar a dependência. “Por ser um sedativo, o álcool traz conforto psíquico. Pessoas com depressão, pânico e disritmia cerebral podem apresentar predisposição para o consumo da droga”, afirma.

A dificuldade em lidar com alguma questão social específica também pode causar a doença. O especialista explica, “desemprego, separação conjugal e falecimento de ente querido são casos comuns que geram o alcoolismo.”

Os familiares têm um papel importante no controle e melhora da doença, já que o alcoólatra tem muita dificuldade de aceitar o diagnóstico e, muitas vezes, torna-se agressivo. Segundo o psiquiatra os familiares dos dependentes devem ter cautela, pois têm maior predisposição a desenvolverem o alcoolismo. “Há uma maior incidência da doença em parentes diretos de alcoólatras.”, alerta o psiquiatra.

Efeitos colaterais

Segundo dados do Ministério da Saúde, 11% da população brasileira entre 12 e 65 anos apresentam quadro de dependência de bebidas alcoólicas. Galvão conta que o impacto do alcoolismo é tão grande que se calcula que metade da ocupação dos leitos dos hospitais são decorrentes de doenças ocasionadas pelo consumo excessivo do álcool, como cirrose hepática, hipertensão, diabetes e alguns tipos de câncer, além de acidentes de trânsito.

Para tratar a doença, o especialista ressalta que o acompanhamento médico é essencial. “O momento de parar de beber é muito delicado. A interrupção brusca do consumo da droga pode gerar quadros de ´delirium tremins´ associados a convulsões podem levar à morte. Por isso, um médico deve ser procurado para orientar o dependente e acompanhar o tratamento”, afirma Galvão.
Fonte:Gazeta Web/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Anabolizantes poderão receber mesmo tratamento de drogas ilícitas

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6696/09, do deputado Capitão Assumção (PSB-ES), que trata de esteróides anabolizantes e substâncias similares. A proposta modifica a Lei 11.343/06, que criou o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.

Pelo texto, passa-se a considerar, como drogas, os esteróides androgênicos ou peptídeos anabólicos - conhecidos como anabolizantes hormonais - que causem dependência humana.

O projeto prevê também que receberá as mesmas penas previstas para traficantes, fabricantes e vendedores de drogas ilícitas o agente que promover a venda, oferecer, entregar ou fornecer a consumo, ainda que gratuitamente, medicamentos do grupo terapêutico dos esteróides ou peptídeos anabolizantes, sem a devida apresentação e retenção da cópia da prescrição emitida por médico ou dentista devidamente registrados nos respectivos conselhos profissionais.

Mercado da beleza
O autor afirma que, com o crescimento do "mercado da beleza" cada vez mais exibicionista e exigente para os padrões sociais, nasce a necessidade de ter um corpo aparentemente sadio e musculoso, o que impulsiona a procura por subterfúgios para o alcance rápido e sem esforço desse chamado padrão de beleza.

"Neste anseio, jovens, adultos e até idosos utilizam mecanismos rápidos para obtenção de um corpo esbelto e musculoso, como é o caso dos medicamentos do grupo terapêutico dos esteróides ou peptídeos anabolizantes", explica.

O deputado lembra que, atualmente, a venda desses esteróides ainda é feita às escuras, e até mesmo um menor de idade consegue obtê-las sem qualquer prescrição médica.

Na opinião do parlamentar, o resultado disso são os inúmeros casos de intervenções médicas pelo uso indevido ou excessivo de anabolizantes, além de altos índices de morte ocasionados pelo uso indiscriminado desses medicamentos.

Testoterona
"Os esteroides anabólicos, ou anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino testosterona que destinam-se, especialmente, a repor a falta de hormônio masculino ou de musculatura corpórea, melhorando, momentaneamente, enquanto perdurar o uso e seus efeitos, a ´performance´ dos usuários em atividades físicas", argumenta.

O parlamentar lembra que essas drogas causam dependência psicológica. O usuário não consegue mais ficar sem o seu uso contínuo. O corpo escultural passa a fazer parte da dependência psicológica, mesmo que a custo de um elevado preço, pago pelo organismo do usuário, ainda que sabidamente possa resultar em morte.

Ele acrescenta que a necessidade ou não do uso desses medicamentos depende da avaliação do profissional habilitado. "Infelizmente essas drogas anabolizantes continuam sendo vendidas ilegalmente no País e sem que exista o devido controle e punição", disse.

Assumção recorda ainda que muitas pessoas produzem anabolizantes caseiros ou misturam fórmulas para animais para uso como coadjuvantes anabólicos e colocam esses produtos à venda em diversas localidades, até mesmo na internet, sem qualquer controle sanitário.

Tramitação
A proposta será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário.
Fonte:Agência Câmara - Saulo Cruz