segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estudo britânico aponta que maconha é mais nociva que tabaco

Gazeta Online Há quem duvide, mas a maconha é tão prejudicial à saúde quanto o tabaco. E, dependendo da quantidade consumida, até mais. Mas muita gente ainda acredita que a droga não causa tantos malefícios assim, como aponta a pesquisa feita recentemente pela Fundação Britânica do Pulmão (BLF, na sigla em inglês). Eles ouviram cerca de mil pessoas e constataram que um terço dos entrevistados acredita que essa droga nem causa danos à saúde. Um resultado alarmante, de acordo com os médicos especialistas, já que a maconha causa câncer, danos à libido sexual e ainda pode antecipar uma esquizofrenia. "Mesmo com todas as químicas usadas durante a produção do cigarro de tabaco, o de maconha ainda consegue ser mais danoso à nossa saúde, ainda mais se for considerada a quantidade que se fuma. O malefício de um baseado pode ser comparado com o dano provocado por um maço inteiro de cigarro comum", alerta o médico João Chequer, especialista em dependência química de álcool e outras drogas. Quantidade No cigarro de maconha, encontra-se cinco vezes mais monóxido de carbono e quatro vezes mais alcatrão, segundo o estudo levantado pelo BLF, do que no de tabaco. Além disso, ao se fumar a maconha, a inalação da fumaça é bem mais profunda, se comparada com a inalação do outro cigarro. Esse contato mais prolongado potencializa a intoxicação. "Além de bronquite, tuberculose e câncer de pulmão, a maconha ainda pode atrofiar os testículos e os ovários, reduzir a libido e causar esterilidade masculina e feminina. Em casos mais extremos, até antecipar a esquizofrenia de quem tem tendência à doença", frisa Chequer. Dados Mesmo com todos esses riscos à saúde, o reconhecimento desses malefícios ainda é pequeno por parte da população. A mesma pesquisa feita pela BLF apontou que 88% dos entrevistados pensavam que o tabaco seria mais prejudicial que a maconha, sendo que é o oposto. O desconhecimento ainda é maior entre os jovens, principalmente os que têm até 35 anos de idade. O estudo mostrou que 40% deles acreditam que maconha não faz mal algum ao organismo. Os malefícios Doenças do pulmão Assim como o cigarro feito de tabaco, a maconha também causa câncer de pulmão, tuberculose e demais complicações respiratórias Mais tóxico O cigarro de maconha tem cinco vezes mais monóxido de carbono e quatro vezes mais alcatrão do que o cigarro de tabaco Exposição ao uso Além disso, uma tragada do cigarro de maconha mantém a fumaça por muito mais tempo preso no organismo em comparação à do cigarro comum Quantidade Por esse motivo, acredita-se que um cigarro de maconha tenha o mesmo grau tóxico que um maço inteiro, com 20 cigarros de tabaco Esterilidade Além de cancerígena, a maconha ainda pode causar esterilidade, principalmente nos homens. A droga também atrofia testículos e ovários, além de reduzir a libido Esquizofrenia O uso dessa droga também pode disparar a esquizofrenia em pessoas com tendência a ter a doença Estudo de Londres O desconhecimento dos malefícios da maconha foram apresentados pela Fundação Britânica do Pulmão (BLF, na sigla em inglês), que ouviu cerca de mil pessoas, em pesquisa recente 88% dos entrevistados disseram à Fundação Britânica do Pulmão que o tabaco é mais prejudicial. 40% com até 35 anos acreditam e defendem que a maconha não é prejudicial à saúde. Fonte: A Gazeta

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uso precoce de álcool estimula dependência, aponta pesquisa

UOL A dependência do álcool em pessoas com menos de 35 anos de idade na Região Metropolitana de São Paulo está associada ao consumo da substância iniciado na adolescência. A maioria dos indivíduos que desenvolveram o problema nessa faixa etária teve o primeiro contato com as bebidas alcoólicas por volta dos 17 anos, segundo um novo recorte de dados do estudo São Paulo Megacity, apresentado pelo Jornal da Tarde em março, quando a pesquisa foi publicada pela revista científica Clinics. O trabalho, conduzido pela psiquiatra Camila Magalhães Silveira, do Instituto de Psiquiatria dos Hospital das Clínicas (IPq-HC), ouviu mais de 5 mil adultos na região metropolitana de São Paulo, com idade entre 18 e 65 anos. Segundo a autora, chama a atenção entre os dados também o abuso precoce do álcool. “Verificamos que 54% dos entrevistados alegaram ter abusado do consumo do álcool antes dos 24 anos de idade. O abuso já pode ser um diagnóstico de problemas importantes com as bebidas”, afirma a pesquisadora. As informações são do Jornal da Tarde.

Dependentes químicos abandonam tratamento em 77% das internações

Estudo foi feito em 2011 com seis comunidades que atenderam 500 pessoas. Apesar de elevado, índice caiu em relação a 2010, quando atingiu 95%. Do G1 Araraquara e Região Um levantamento do Conselho Municipal Antidrogas (Comad), de Araraquara (SP), revela que 77% dos dependentes químicos não conseguem finalizar o tratamento que dura nove meses. Apesar de elevado, o índice registrado é menor que em 2010, quando atingiu 95%. Com esses dados, o conselho prende traçar novas estratégias para que mais pessoas consigam terminar o tratamento. A pesquisa foi feita de janeiro a dezembro de 2011. Foram ouvidas seis comunidades terapêuticas, que atenderam mais de 500 pessoas no período. O levantamento mostra ainda que a maioria dos internos tinha entre 25 e 27 anos. Crack foi a droga mais consumida com 55%. Mas o uso combinado de drogas, principalmente com o álcool, teve a mesma porcentagem (55%). “O crack é uma droga que dá uma dependência mais rápido. E a abstinência dói mais”, explica a assistente social Eliana David de Góes. Outro dado preocupante é a existência de crianças de 8 a 12 anos, entre os dependentes químicos. Das 25 internadas, apenas 12 terminaram o treinamento. “É um público que não deveria existir”, destaca Márcio Servino, coordenador Comad. Uma das medidas pra diminuir essa desistência foi a capacitação dos funcionários. Com profissionais preparados, o centro conseguiu melhorar o índice de um ano para o outro. Ana Cláudia Aquino Silveira é psicóloga, fez alguns cursos e agora está na especialização em dependência química da USP. “Com a capacitação, você consegue lidar de forma diferente, abordar o paciente de forma diferente. Sem a capacitação, não teria como”, observa. Jeferson foi dependente por 30 anos. Passou por tratamento, abandonou e, na segunda vez, conseguiu se recuperar. Faz cinco anos que sobrevive sem as drogas. E hoje trabalha numa comunidade ajudando outros jovens. “Precisa ter fé em Deus, força de vontade, perseverança e um grupo”, ressalta. Um dependente que não quis se identificar veio de uma família de classe média e chegou a estudar na USP. Mas por influência dos amigos, caiu na armadilha das drogas. Do vício da cocaína passou para o crack. Já são seis anos de dependência e de recaídas. “Estou novamente aqui, mas agora com a diferença de entrega total. Estou procurando isso diariamente”, diz ele.

Doenças causadas pelo cigarro matam 357 por dia no país

Folha de São Paulo A cada dia, 357 fumantes ou ex-fumantes morrem no Brasil das principais doenças ligadas ao tabagismo, especialmente enfermidades cardíacas, pulmonares e câncer. Tratar doenças decorrentes do fumo custa R$ 21 bilhões anuais às redes de saúde pública e privada do país --sem contar o fumo passivo. Esse valor é cerca de cinco vezes o que o governo federal vai gastar, até 2014, no plano de combate ao crack. As estimativas são de um estudo encomendado pela ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo) à Fiocruz e que será apresentado hoje, em evento de comemoração do Dia Mundial sem Tabaco. O trabalho se baseia em dados de 2008 sobre doenças e mortes e, a partir de um modelo matemático, estima o impacto do fumo e seu custo. Apesar de o número de fumantes no país ter caído nas últimas décadas --hoje 14,8% dos adultos fumam--, o cigarro é responsável por 13% das mortes, segundo o estudo. Essa fatia é equiparável à das mortes por causas externas, incluindo homicídios e acidentes. Estima-se que, em 2008, 130.152 pessoas morreram das 15 principais doenças atribuídas ao fumo (de um total de 150 ligadas ao tabaco). O Ministério da Saúde diz que, em 2009, 37,6 mil pessoas morreram de acidentes terrestres e 52 mil de homicídio. "A carga é muito pesada. Você tem um fator de risco, o fumo, que toma 0,5% do PIB, da sua riqueza", diz Márcia Pinto, economista da Fiocruz que coordenou o estudo com um instituto argentino. O trabalho avalia quantos anos de vida e de atividade social e produtiva se perdem por conta do tabagismo. A estimativa média é que o consumo do tabaco encurte em 4,5 anos a vida de uma mulher fumante e em cinco anos a vida de um homem. Embora a presença do cigarro esteja ficando mais forte entre as mulheres, os homens ainda são os que mais fumam e que mais adoecem. SÓ ÔNUS Para Paula Johns, diretora executiva da ACT, o estudo desconstrói o discurso do setor fumageiro sobre a importância da arrecadação de impostos. A ONG calcula que o tabaco custe para a saúde 3,3 vezes o que o governo arrecada de impostos com o setor. "É impactante olhar para os R$ 21 bilhões e para outras coisas que poderiam ser financiadas. Os ônus são para todos, mas os lucros vão para os acionistas", diz ela. O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse à Folha que o estudo reforça decisões recentes de cerco ao tabaco, como a proibição de aditivos e do fumo em locais fechados. "Isso reafirma a avaliação de que o cigarro é um dano econômico à saúde, na medida em que o custo das internações é muito superior à arrecadação feita pelo setor." OUTRO LADO Romeu Schneider, presidente da câmara setorial do tabaco, classifica os números de "chute" e questiona a possibilidade de isolar o cigarro como causa das doenças. "Deveriam usar números reais, como os que usamos. Nosso faturamento é superior a R$ 17 bilhões, mais de R$ 10 bilhões em impostos." A Abifumo (que reúne a indústria do tabaco) foi procurada, mas não se pronunciou.