terça-feira, 27 de setembro de 2011

Solidão aumenta riscos de morte por álcool

Na nossa sociedade atual, os laços interpessoais foram enfraquecidos. Pesquisas feitas nos Estados Unidos apontam que nas duas últimas décadas foi triplicado o número de americanos que não tem um confidente próximo. Essa tendência é observada em diversos outros países e a solidão é um fator de risco associado ao aumento das probabilidades de morte.

Outros estudos também apontam essa relação. Uma pesquisa avaliou 80% dos casos de morte que aconteceram entre os anos de 2000 e 2007 na Finlândia. Esses casos incluíram doenças ligadas ao álcool, envenenamento por álcool e violência como causas do falecimento. Entre os anos de 2000 e 2003, homens vivendo sozinhos tinham chances 3,7 vezes maiores de morrerem de doença hepática do que homens casados. Entre 2004 e 2007, homens vivendo sozinhos tinham chances cinco vezes maiores de morrerem dessas mesmas causas do que homens que viviam com outras pessoas. Os riscos também foram elevados para as mulheres.

Uma das explicações plausíveis para a conexão entre a solidão e o abuso do álcool é que pessoas que se sentem solitárias podem se automedicarem com quantidades altas da substância. Outra possibilidade aponta que casais têm um ao outro para controlarem o consumo do álcool, mantendo-o a níveis seguros. Pessoas que vivem sozinhas não têm essa alternativa.

O estudo finlandês também sugere que pessoas vivendo sozinhas são mais vulneráveis a problemas de saúde causados por uma maior disponibilidade de álcool. Mais estudos são necessários para determinar se o abuso do álcool seria uma causa ou efeito de se viver só.

A pesquisa foi desenvolvida no Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, em Helsinki.
Autor:
OBID Fonte: Bibliomed

Oxi é marketing do narcotráfico




Pedras de oxi viciam mais rápido que cocaína em pó e crack, mas não passam de pasta-base de cocaína, dizem autoridades.
Por Cristine Pires para Infosurhoy.com – 15/09/2011

Pedras de pasta-base de cocaína apreendidas como oxi e estudadas por especialistas não apresentam adição significativa de querosene, cal virgem ou gasolina. Traficantes costumam alegar que esses seriam os ingredientes que deixariam o oxi mais potente do que as demais drogas, diz a Polícia Federal. (Cortesia do 6° Batalhão da Polícia Militar do Paraná)


PORTO ALEGRE, Brasil – Mais barato e devastador que o crack, o tão falado oxi não passa de estratégia de marketing dos traficantes para despertar a curiosidade dos usuários e fazer novos dependentes.

A Polícia Federal concluiu a segunda etapa de estudo científico em pedras de oxi apreendidas no Brasil. As autoridades constataram que não se trata de uma nova droga, e sim de cocaína na sua forma livre ou pasta-base.

Com o resultado da pesquisa, a Polícia Federal alerta que, ao denominar o oxi de nova droga, os traficantes querem apenas estimular a experimentação, popularizando o consumo, assim como aconteceu com o crack.

Ao ser anunciada como uma novidade pelos criminosos, o oxi faz novos dependentes a cada dia. Isso porque seu poder de viciar é muito maior do que o crack. Além disso, o preço da pedra também é bem inferior.

O problema é que esta pasta-base chamada de oxi tem até 85% de cocaína. O percentual é muito maior do que o encontrado no crack, que tem de 29% a 47% de cocaína em sua composição. Assim, o efeito do oxi é mais forte, e a dependência química se dá de forma muito mais rápida, explica a Polícia Federal.

A conclusão foi apresentada por peritos criminais após análise de pedras recolhidas no Acre, estado considerado a porta de entrada da droga no país, na fronteira com o Peru e a Bolívia.

Foram verificadas 20 amostras obtidas pela Polícia Civil e outras 23 pela Polícia Federal entre os anos de 2010 e 2011.

Das 23 amostras da Polícia Federal, 57% eram pasta-base de cocaína e 43% pasta-base refinada (que passa por processo de oxidação para ficar mais branca e, com isso, aumentar seu preço no mercado).

Já das 20 amostras da Polícia Civil, 30% eram cocaína em pó (cloridrato), que só pode ser consumida se cheirada ou injetada. Outros 20% eram crack e os 50% restantes dividiam-se entre pasta-base refinada (15%) e não refinada (35%).

O segundo estudo, realizado com apreensões feitas em Brasília, concluiu que, das 34 pedras analisadas, apenas duas eram de pasta-base – o chamado oxi –, e quase a totalidade era de crack.

A suposta nova droga causou um fenômeno perigoso: começou a se chamar de oxi qualquer apreensão de cocaína que pudesse ser fumada, diz a Polícia Federal.

“Isso mostra que a droga entra pelas fronteiras e vai sendo adulterada conforme passa por outros estados, geralmente diluída para o consumo local”, explica o perito criminal federal Ronaldo Carneiro da Silva Junior, que participou dos estudos e assina os laudos técnicos. “Como é de se esperar nesse mercado do tráfico, o oxi é mais uma enganação para barganhar mais usuários e aumentar os lucros dos traficantes.”

O golpe dos traficantes

As pedras de pasta-base apreendidas como oxi e estudadas pelos especialistas não apresentaram adição significativa de querosene, cal virgem ou gasolina. Os traficantes costumam alegar que esses seriam os ingredientes que deixariam o oxi mais potente do que as demais drogas, diz a Polícia Federal.

“A participação desses itens é inferior a 1%, ou seja, resíduo do que é utilizado no refino para extrair a coca da folha e obter a pasta-base”, explica Silva Junior. “Quem consome a pedra do oxi morre mais rápido, e não porque tem querosene ou água de bateria, mas pela concentração da droga, que pode provocar uma overdose.”

Mas as autoridades lembram que os efeitos da cocaína são mesmo muito mais devastadores em quem fuma – caso do oxi e do crack – do que em quem cheira.

No caso do pó branco, a adulteração é comum por parte dos traficantes, que colocam outros ingredientes para fazer render mais a mistura – como fermento, pós de mármore ou amido de milho –, o que acaba diluindo o poder da droga.

Além disso, o entorpecente é absorvido pela mucosa do nariz e demora mais a entrar na corrente sanguínea.

Já a cocaína fumada, além de ter uma concentração muito maior da droga, passa por menos adulterações em processos químicos.



A Polícia Federal, que acaba de concluir uma segunda análise de pedras de oxi apreendidas no Brasil, assegura que não há nenhuma substância nova no entorpecente. A droga não passa de cocaína na sua forma livre ou pasta-base. (Cortesia da Polícia Federal)

Ao ser inalada, a droga passa direto para o pulmão, que é muito mais irrigado de vasos sanguíneos do que o nariz. Assim, a absorção é muito rápida, o que acelera o efeito do tóxico.

Dando um novo nome à pasta-base de cocaína – oxi –, os traficantes passaram a vender uma droga que já era alvo de combate da polícia como se fosse algo novo.

O termo oxi – abreviação para oxidado, do verbo oxidar, que consiste no processo químico de transformação da coca – também não é novo, garante Silva Junior.

“No final da década de 90 já se ouvia esse termo na região da fronteira, pois ele vem do processo de oxidação que a cocaína passa durante o refino”, explica.

A denominação, no entanto, foi ganhando força no Brasil nos dois últimos anos.

A pasta-base, que normalmente entra no país vinda da Bolívia e Peru, é velha conhecida da Polícia Federal.

A primeira vez que foi apresentada como oxi foi em 2005, em Rio Branco, capital do Acre.

“A pasta-base consumida em Rio Branco vem pronta da Bolívia e Peru. Elas são vendidas em pequenas pedras porque não tem laboratório de refino na região”, explica o perito.

A droga também entra por outros estados de fronteira, onde há histórico de consumo de pasta-base, segundo a polícia.

De janeiro a agosto deste ano, a Polícia Federal apreendeu 15.083,88 kg de cocaína, sendo que 76,1% desse total – o equivalente a 11.485,30 kg – foram recolhidos em sete estados que fazem fronteira com países produtores: Amazonas, Acre, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Clique aqui para conferir as apreensões por estado.


Desde que a Polícia Federal divulgou os relatórios sobre o oxi, as autoridades de segurança pública de todo o Brasil estão mais cautelosas ao divulgar apreensões.

“Aos poucos estão conseguindo reverter esse quadro de euforia”, diz Silva Junior.

Usuários de oxi se viciam mais rápido

Por conter uma grande quantidade de cocaína, as pedras de oxi provocam o vício mais rapidamente.

“Os efeitos no organismo são devastadores”, adverte o psiquiatra Pablo Roig, diretor de uma clínica de reabilitação. “O oxi provoca doenças no fígado e no coração, devido à maior toxidade da substância.”

Além disso, os usuários costumam consumir muitas bebidas alcoólicas, uma forma de fazer com que a droga seja metabolizada mais rapidamente, explica o médico.

“O oxi também causa diarreia, vômito e náuseas. O uso do álcool suaviza esses efeitos colaterais”, diz.

O oxi traz efeitos secundários que o crack não tem, completa Roig. Por ser o resíduo do refino, o oxi carrega o que há de pior da cocaína, com todas as suas impurezas.

Das mais de 500 pessoas que passam por semana no Centro de Atenção Psicossocial (CAP) em que o médico Flávio Falcone trabalha, a maioria é usuária de crack, oxi e álcool.

“Normalmente o que se vê é a associação das duas dependências”, diz o especialista, que viu o número de atendimentos aumentar muito nos CAPs das cidades de São Paulo e São Bernardo do Campo nos últimos dois anos. “O oxi é uma droga muito barata, o que tem incentivado o uso da substância.”
Fonte: Infosurhoy.com

Crack já se iguala ao álcool em nº de atendimentos em cidades médias

O Estado de São Paulo
Droga supera todas as ilícitas em registros médicos de todo o Estado; estudo revela ainda que 3% dos usuários têm entre 9 e 15 anos.

Em cidades paulistas entre 50 mil e 100 mil habitantes, o atendimento a usuários de crack já se iguala ao de viciados em álcool na rede pública de saúde (38% cada). As pedras lideram também o ranking das drogas ilícitas que levam os usuários a procurar ajuda na rede pública em todo o Estado. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 20, pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, da Assembleia Legislativa.

Todos os municípios receberam questionários. Das 645 cidades paulistas, 325 responderam às dez perguntas enviadas pelos deputados estaduais, representando 76% da população do Estado (cerca de 32 milhões de habitantes). "Temos argumentos de sobra para desenvolver estratégias contra o crack", afirma coordenador da comissão, Donisete Braga (PT).

O álcool ainda lidera o número de atendimentos no Estado como um todo, representando 49% das pessoas que buscam ajuda. Mas o crack vem logo em seguida, com 31%, seguido da cocaína (10%), maconha (9%) e das drogas sintéticas (0,59%).

A preocupação é grande porque, além da interiorização da droga, a pesquisa revela que crianças e adolescentes já fazem uso do crack. A faixa etária que vai dos 9 aos 15 anos representa 3% da população atendida nos serviços de saúde por causa do uso da pedra.

Recursos. A falta de dinheiro para combater o consumo de crack também foi apontada pelos municípios como um dos problemas a serem resolvidos. Somente 5% das prefeituras responderam que recebem recursos diretos do governo estadual para tratar seus dependentes. Apenas 12% afirmaram que o governo federal colabora nos tratamentos.

A Frente Parlamentar apresentou uma emenda de R$ 400 milhões para os próximos quatro anos ao plano plurianual do governo estadual para um programa que prevê fortalecimento do combate e da prevenção ao álcool e outras drogas. O resultado da pesquisa foi entregue ontem à Secretaria de Segurança.

Repasse. A Secretaria de Estado da Saúde afirma que os valores gastos pela pasta para a assistência a dependentes químicos no Estado não são utilizados na forma de repasse direto aos municípios, mas por meio de capacitação de profissionais dos Caps Ad (Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) municipais, internação de pacientes por doenças decorrentes do abuso de álcool e drogas, atendimento para casos agudos em hospitais estaduais e conveniados com a Secretaria e internação de dependentes em serviços de saúde financiados exclusivamente com recursos estaduais.

O Ministério da Saúde afirmou que as reivindicações devem ser discutidas, num primeiro momento, em âmbito regional, entre municípios e o Estado, para depois serem levadas até Brasília.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Álcool, cigarro e sedentarismo matam mais que doenças transmissíveis, diz OMS

R7
As doenças não transmissíveis (ENT) respondem por quase dois terços dos óbitos ocorridos no mundo, segundo relatório publicado nesta quarta-feira pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

e acordo com Douglas Bettcher, um dos responsáveis pela luta contra o fumo da OMS, "as enfermidades não transmissíveis são a principal causa de morte no mundo".

Segundo o documento, as ENT causam 36 milhões de mortes a cada ano, o que equivale a 63% do total de óbitos em todo o mundo.

Dos 36 milhões de óbitos causados anualmente pelas ENT, 9 milhões correspondem a pessoas com menos de 60 anos.

Entre as ENT, as doenças cardiovasculares são as mais perigosas, já que respondem por 48% dos óbitos, contra 21% para os vários tipos de câncer, 12% para enfermidades respiratórias e 3% para diabetes.

Os principais fatores que favorecem as ENT são bebidas alcoólicas, vida sedentária, má alimentação e cigarro. O relatório destaca ainda que as ENT estão aumentando nos países pobres, onde o número de óbitos por estas doenças cresceu com força.

A OMS informou também que as crianças com menos recursos seguem como os principais consumidores de alimentos e bebidas açucaradas, que fazem mal à saúde.

O documento afirma ainda que um crescimento de 10% das ENT em um país representa uma redução de 0,5% no seu PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo a OMS, as mulheres japonesas são o grupo menos propenso às ENT, com taxa de mortalidade anual de 178 por 100 mil indivíduos.

Entre os homens, a mais baixa taxa de mortalidade por ENT foi verificada no pequeno Estado de San Marino (Califórnia, EUA), com 308 óbitos por 100 mil indivíduos.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Pais subestimam o uso do álcool e drogas pelos filhos

Quando o assunto é drogas e álcool na adolescência, a maior parte dos pais prefere acreditar que o problema existe, mas com o vizinho, e não com os próprios filhos. Isso é o que sugere um novo estudo norte-americano, que descobriu que a maior parte dos pais crê que mais da metade dos adolescentes ingerem álcool – mas eles não incluem os próprios filhos nessa estatística.

Apenas 10% dos pais acreditam que os seus filhos ingeriram álcool no último ano, e 5% acham que seus filhos adolescentes fumaram maconha nesse período.

Esses números reduzidos contrastam com a realidade, já que um levantamento recente mostrou que 52% dos adolescentes pesquisados relataram ter ingerido bebidas alcoólicas e 28% afirmaram uso de maconha no último ano. Essa pesquisa foi realizada com cerca de 420 escolas públicas e privadas de ensino médio e ensino fundamental dos Estados Unidos, o que forneceu uma representação bastante precisa dos estudantes de diferentes níveis no país.

Mas enquanto os pais parecem acreditar que seus filhos estão longe das drogas e do álcool, eles certamente não acreditam que os colegas de seus filhos são tão inocentes assim. De acordo com o estudo, 60% dos pais afirmaram que acreditam que colegas de seus filhos beberam álcool e 40% crê que eles usaram maconha no último ano.

O quadro que indica que os pais esperam que os problemas com drogas e álcool não acontecerão dentro de casa mostra a necessidade de conscientização sobre o uso dessas substâncias na adolescência. A sugestão dos pesquisadores é a de que os pais abordem o assunto com os filhos adolescentes de uma forma não ameaçadora, e que falem com eles sobre a importância de resistir à pressão negativa dos colegas.

Os pesquisadores também sugerem que os pais acompanhem a vida dos filhos e procurem sinais do uso dessas substâncias. Mas sem exageros: se os pais descobrirem que o filho já passou por uma experiência do tipo, a oportunidade deve ser aproveitada para conversar com os adolescentes, e não para puni-los. O mais importante é sempre o diálogo e o jogo limpo – tanto da parte dos pais quanto dos filhos.
Autor:
OBID Fonte: HYPE SCIENCE

Uso de maconha é relacionada a câncer de testículo revela estudo

Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, aponta que 25% dos pacientes com câncer de testículo atendidos no setor de urologia da unidade assumem o consumo regular de maconha. As informações foram divulgadas hoje pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

O uso da droga está associado ao surgimento do câncer de testículo, provocando diversos efeitos adversos sobre os sistemas endocrinológico e reprodutivo. Mensalmente, 500 pacientes são atendidos na clínica de uro-oncologia do Icesp. Destes, 30% apresentam tumores localizados no testículo, dos quais 70% têm sinais de doença avançada (fora do testículo) no momento do diagnóstico.

As cirurgias para retirada total ou parcial dos testículos e da próstata representam um terço das 10 mil cirurgias já realizadas pelo hospital. "Evitar o uso da droga é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor. Além disso, é fundamental que os homens realizem o autoexame para o diagnóstico precoce da doença", alerta Daniel Abe, urologista do Icesp.

Cura - O câncer de testículo é altamente curável, principalmente quando detectado precocemente. A doença acomete predominantemente homens que têm entre 15 e 34 anos de idade. O diagnóstico precoce pode ser feito por meio do autoexame do órgão. Percebendo qualquer anormalidade, como nódulo indolor ou massa, sensação de peso no escroto ou dor na região inferior abdominal, deve-se procurar ajuda médica.
Autor:
OBID Fonte: INCA

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Relação entre acidentes de trânsito e álcool



Notícias de acidentes de trânsito com vítimas fatais envolvendo o uso de álcool são frequentes. Mas, apesar de a maioria da população saber da relação entre as altas taxas de mortalidade no trânsito e o consumo dessa substância, ainda persistem muitas dúvidas sobre o uso de álcool por motoristas, principalmente sobre seus efeitos no organismo e os riscos que se corre ao dirigir embriagado.

A destreza e outras habilidades necessárias para a direção, como a tomada de decisões, são prejudicadas muito antes dos sinais físicos da embriaguez começarem a aparecer. Isso porque, já nos primeiros goles, o álcool atua como estimulante e pode deixar as pessoas, temporariamente, com uma sensação de excitação. No entanto, as inibições e a capacidade de julgamento são rapidamente afetadas, aumentando a probabilidade de tomarem decisões equivocadas. O tempo de reação e reflexos também sofre alterações, comprometendo ainda mais as habilidades necessárias para o ato de dirigir. Em altas doses, a bebida alcoólica pode também causar sonolência ou até mesmo ocasionar a perda da consciência ao volante.

Com base nessas informações, um estudo norte-americano publicado na revista científica Addiction, fez um levantamento de todos os acidentes automobilísticos fatais ocorridos entre 1994 e 2008 - totalizando 1.495.667 casos - com o objetivo de analisar a relação entre consumo de álcool e acidentes de trânsito.

Segundo a pesquisa, comparado aos motoristas sóbrios, aqueles que beberam estavam mais propensos a dirigir em alta velocidade, não usar cinto de segurança e conduzir o veículo causador da colisão. Além disso, quanto maior a concentração de álcool no sangue (CAS), maior a velocidade média e a gravidade dos ferimentos causados pelo acidente. Os fatos foram observados até mesmo quando a CAS era considerada baixa; por exemplo, uma CAS de 0,01% esteve associada a um risco significativamente maior de acidentes do que a CAS de 0%.

No Brasil, de acordo com o Vigitel (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por meio de Inquérito Telefônico), 1,5% foi a frequência de adultos que conduziram veículos motorizados após o consumo abusivo de bebida alcoólica, em pelo menos uma ocasião nos 30 dias anteriores à pesquisa, em 2010.

O que é possível fazer para prevenir esses acidentes?

A melhor forma de prevenir é informar, por isso, além de apoiar e divulgar pesquisas científicas, é importante trilhar novas alternativas, com ações e campanhas de conscientização e prevenção contra a direção de veículos automotores sob a influência dos efeitos dessa substância - uma das maiores causas de acidentes de trânsito em todo o mundo.

Como exemplo de projetos de educação no trânsito, pode-se citar a parceria entre o CISA e a Rede Ipiranga na prevenção do comportamento de beber e dirigir, por meio da distribuição de materiais educativos produzidos pela ONG aos participantes da campanha "Saúde na Estrada". Para visualizar o Guia "Sinal verde para a vida: vermelho para álcool e direção" clique aqui.

Os efeitos da substância em nosso corpo são duradores e não devem ser subestimados. Em média, o álcool é metabolizado a uma velocidade de 0,15 gramas por litro por hora. Por exemplo, uma dose de 0,2g/l - o equivalente a um copo de chopp ou cerveja, uma taça de vinho, meia dose de whisky ou cachaça - leva cerca de uma hora e meia para ser totalmente eliminada. Esse tempo varia um pouco de pessoa para pessoa e de acordo com o gênero, uma vez que as mulheres são mais vulneráveis ao álcool do que os homens.

Algumas pessoas acreditam que parar de beber ou tomar um copo de café podem torná-los aptos a dirigir com segurança. A verdade é que o álcool continua a afetar o cérebro, prejudicando a coordenação e capacidade de julgamento até mesmo horas depois da ingestão da última dose. Dessa forma, alguns fatos ficam evidentes: não existe maneira de acelerar a recuperação do cérebro após a embriaguez, ou tomar boas decisões ao volante quando você já bebeu. Bebida e direção formam uma combinação perigosa e fatal, para qualquer quantidade de álcool consumida. Portanto, se beber não dirija!


Fontes:
Guia "Sinal verde para vida; vermelho para álcool e direção". Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, 2011.
NIH Publication No. 08-5639, Dezembro de 2009.
Phillips DP, Brewer KM. The relationship between serious injury and blood alcohol concentration (BAC) in fatal motor vehicle accidents: BAC = 0.01% is associated with significantly more dangerous accidents than BAC = 0.00%. Addiction. 2011.
Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. - Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool

Mulheres têm mais dificuldade para deixar as drogas do que os homens

EPTV
Faltam locais para tratamentos e, os que existem, custam mais caro para elas.

O sexo feminino tem um risco maior de se tornar refém do vício das drogas. Segundo especialistas, o tratamento é mais difícil para elas, por conta da condição física e até mesmo pela falta de locais de internação específicos.

A gerente de saúde mental da Secretaria de Saúde de Araraquara, Carina Angeline, explica que, com a emancipação feminina, a mulher também começou a consumir mais drogas e bebidas. Só em Araraquara, o número de mulheres atendidas pelo Programa de Assistência a Dependentes dobrou neste semestre em comparação ao mesmo período de 2010.

Segundo Márcio Servino, presidente do Conselho Municipal Antidrogas de Araraquara, apenas 20% das clínicas podem atender as mulheres dependentes químicas. Além do baixo número de de vagas, essas clínicas são particulares e caras, por conta da maior atenção que os profissionais precisam ter com as pacientes. Ginecologistas e clínicos, por exemplo, encarecem o tratamento.

No Estado de São Paulo há apenas uma clínica pública voltada para a internação de mulheres, na Região Metropolitana. A Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Justiça não têm um levantamento sobre o número de instituições particulares que oferecem tratamento, mas deve começar em três meses um estudo que vai mapear estas clínicas.

Em Ribeirão Preto, segundo dados do Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), no primeiro semestre de 2011 foram atendidos 1.127 pacientes, sendo 962 homens e 165 mulheres.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Recaída de dependentes químicos é influenciada pelo ambiente

Um estudo revela que as atividades e o ambiente que usuários de drogas frequentam podem influenciar na possibilidade de recaídas. A pesquisa foi feita pelo ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo).

O biólogo André Veloso Lima Rueda disse à agência USP que as memórias que determinado local carrega influem no desejo do consumo da droga e, por consequência, na recaída do paciente.

Segundo ele, “o uso de drogas leva a alterações duradouras no cérebro. Entre as alterações está a sensibilização comportamental, que permeia a dependência”. Acredita-se que em função disso, apesar de o dependente não sofrer mais com os sintomas da abstinência após deixar de consumir a droga, ele ainda pode apresentar desejo por ela.

Testes com camundongos revelaram que condições ambientais e as atividades ocupacionais são capazes de diminuir alterações relacionadas a este desejo e, possivelmente, contribuir para melhorar a qualidade de vida do dependente.

- Os testes comprovaram que o animal que estava exposto a diferentes estímulos, sensoriais e motores, sofreu modificações de comportamento e no sistema nervoso que se contrapõem às promovidas pelo tratamento com a droga.

Os animais que possuíam a possibilidade de realizar atividades físicas tiveram a sensibilização comportamental ao etanol inibida.

Um efeito comum entre as drogas é a alteração de funções cerebrais, que normalmente geram prazer ou causam vício. O caminho para a dependência química, segundo Rueda, está relacionado ao gostar, em primeiro lugar, depois ao desejo de consumir a droga (querer) e, por último, à dependência química (necessitar).

- Uma vez que a pessoa já desenvolveu a dependência e depois parou de fazer uso da droga, o desejo permanece e é alimentado por estímulos sensoriais ligados à droga. Por isso, manipulações ambientais poderiam ajudar a diminuir as possibilidades de recaída.

Rueda diz que as atividades que geram prazer para o dependente poderiam auxiliar a diminuir o valor do incentivo associado ao uso da droga.

Atividades esportivas, terapia e atividades profissionais que envolvam valores motivacionais são extremamente importantes para a qualidade de vida de um dependente recuperado, de acordo com o pesquisador.

- Ao invés de um dependente químico de etanol beber whisky religiosamente às 17h como fazia antes, agora ele pode jogar futebol com os amigos. É preciso quebrar com hábitos que gerem recaídas e trocá-los por outras atividades que proporcionem prazer para a pessoa.

Os experimentos avaliaram a atividade locomotora de dois grupos de camundongos criados em ambientes distintos. Posteriormente, associou-se o nível de atividade motora com o ambiente e com o efeito e a dependência da droga.

No primeiro experimento, os camundongos receberam injeções de etanol durante 15 dias consecutivos, e foram testados após uma semana sem receber injeções.

Os grupos foram mantidos em caixas vazias (condições padrão de laboratório) ou em caixas com brinquedos, para estimular as atividades físicas, interações sociais e parâmetros cognitivos dos animais durante todo o tratamento com a droga.

Após isso, constatou-se que o grupo que ficou em uma caixa vazia andou mais, ou seja, desenvolveu sensibilização comportamental, embora já conhecesse o local e mesmo após uma semana sem receber injeções, o que constata que as alterações cerebrais da droga são duradouras.

Em contrapartida, quando estavam na caixa com brinquedos, os camundongos não apresentaram o aumento na locomoção característico da sensibilização.
Em um segundo experimento, os grupos foram mantidos nas condições padrão e só foram expostos ao ambiente enriquecido durante a semana em que não receberam o tratamento com a droga. Nesses animais ocorreu a reversão da sensibilização comportamental que havia se desenvolvido.

Isso indica que os efeitos pós-abstinência se mostraram menos agressivos em animais que realizavam atividades físicas e possuíam formas de distração e sociabilidade.
Autor: Daia Oliver/
OBID Fonte: R7 Notícias

Crack: o problema é de todos nós

A Gazeta Online
Além de destruir famílias, droga aumenta problemas urbanos.

Alucinados, eles vagam pelas ruas e não respeitam ninguém. Suas vidas resumem-se à busca pelo seu único objeto de desejo: o crack. E eles já são tantos, que não é mais possível ignorá-los como se pertencessem a um submundo que não nos atinge. Os "noiados" ganharam áreas nobres e periferias e viraram um problema que, de uma forma ou de outra, toca a sociedade e é de responsabilidade de todos.

Além do sofrimento de famílias e amigos, a epidemia de crack - que já foi a droga dos pobres, mas hoje está em todas as classes sociais - significa aumento dos índices de violência, degradação do espaço urbano e toda uma geração perdida de crianças, que já nascem viciadas ou abandonadas pelos pais.

Somente no ano passado, o Estado gastou mais de R$ 2,3 milhões em 2.817 atendimentos e internações de viciados. Parte da verba foi destinada ao Hospital dos Ferroviários, em Vila Velha, onde funcionam, desde 2009, oito leitos destinados a crianças e adolescentes usuários de drogas.

O serviço é voltado para internação e desintoxicação, e 80% dos pacientes são meninos, com em média 16 anos. São garotos como João*, 17 anos, que aos 14, já fumava maconha e bebia.

Como tantos outros, começou pela curiosidade. E viu a vida mudar de vez quando conheceu o fristo, mistura de crack com maconha. "Eu tinha mais moral, mais conceito. Era popular. Fiquei três semanas sem ir pra escola", conta.

Hoje, depois de duas semanas de internação, o sonho é voltar a ser o menino que era o orgulho da mãe. "Quero estar na igreja, dar um culto e ver minha mãe lá na frente. Ela já sofreu muito comigo", admite.

Do lado do crime

Antes de procurar ajuda, João foi deixando as boas amizades de lado, perdeu a namorada e foi acusado de roubo dentro da escola. Chegou a ser preso, depois de encontrar no tráfico uma alternativa para sustentar o vício.

Na família, não faltaram "parcerias" para o mau caminho. "Meu primo usava pedra, e tenho um tio preso. Quase toda a família do meu pai é viciada ou já cometeu algum crime para usar droga. Queria roupa, queria dinheiro para comprar presente para a namorada. Apelei para o crime."

12 segundos

Tudo acontece em uma velocidade incontrolável. São 12 segundos de alucinação e uma vida inteira de arrependimentos depois. "A pessoa fica na compulsão e faz tudo para obter a droga. Envolve-se em situações de risco, assalto e homicídio. Fica vulnerável, subnutrida, igual a um zumbi", explica Expedito Jorge Tavares, coordenador do Núcleo de Prevenção de Drogas da Polícia Federal no Estado.

Compulsão que Juliano*, 17, sabe bem como é. "Uma vez, tomei uma cartela de diazepan, duas cachacinhas e fumei fristo. Tentei matar meu pai e meu cachorro. Dei um soco na TV. E só me controlaram depois que chamaram a polícia", lembra.

Quando mudou de cidade com a família, o garoto não se adaptou. Parou de ir à escola, começou a usar drogas. Pedro chegou a roubar para conseguir o crack. Não tinha forças, sozinho, para deixar as pedras de lado, mas pôde contar com a família.

Depois de 21 dias de internação, ele deixou o Hospital dos Ferroviários e foi direto para um projeto que conta com tratamento terapêutico. "Minha família me deu apoio quando disse que queria me tratar. Os primeiros dias foram sinistros, queria quebrar tudo."

Apoio essencial

Ter o apoio da família, como Pedro, pode fazer a diferença entre conseguir ou não derrotar o vício. "Nem sempre a família participa, o que seria fundamental para ajudar o usuário a enfrentar o mundo lá fora. Só a internação não é solução", ressalta a coordenadora da UTCA do Hospital dos Ferroviários, Bárbara de Oliveira.

Como explica a socióloga e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Marcia Rodrigues, a família deveria ser a primeira instância para dar referência a esses jovens. Mas não é isso que está ocorrendo, o que acaba produzindo uma geração perdida.

Como Simone*, 38, que hoje, após várias recaídas, comemora cinco meses sem usar o crack, mas vê seus erros cobrarem um alto preço: usou a droga durante a gravidez, abandonou os filhos pequenos por causa do vício e hoje vê a filha mais velha ir pelo mesmo caminho.

"Perdi meus filhos, né? Eles afastaram-se, e isso é muito triste. Agora vejo minha filha de 15 anos nessa. Ela usava entorpecentes escondida e só soube quando ela foi presa, há três anos", lamenta.

Na primeira vez, a menina foi detida na escola, guardando uma arma para o namorado. Na segunda, estava traficando. Chegou a engolir quatro pedras de crack para não ir para a delegacia. Acabou no hospital.

Filhos: as vítimas

A dependência de filhos de mães viciadas em crack é ainda mais perigosa. O especialista em Dependência Química João Chequer explica que, desde que estava no útero, a filha de Simone já estava acostumada a utilizar o crack.

"Quando ela usou a droga aos 12 anos, se identificou com aquilo de forma maligna. Ela sente que já usou bioquimicamente o crack e a ligação dela com a droga é imediata e definitiva. É incontrolável", diz João Chequer.

Simone espera por dias melhores, apesar de tudo. "Agora minha filha está em tratamento, assim como eu", comemora. Mas a culpa não vai embora: "Se estivesse do lado dela, poderia ter sido diferente, ela se sentiria mais segura. Eu tive culpa, sim", sentencia.

*Os nomes dos entrevistados foram trocados para preservar as identidades

R$ 10 - É o preço de uma pedra de crack, suficiente para três tragadas

33% - dos usuários de crack morrem nos primeiros 5 anos de consumo, segundo estudo da Unifesp
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Pesquisa aponta aumento no consumo de crack entre idosos


Condições de vida e abandono são alguns dos fatores que levam ao uso de drogas.

Uma pesquisa da Faculdade de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto aponta que 80% dos 191 idosos, entre 60 e 80 anos, que procuravam o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) queriam tratamento contra o alcoolismo. No entanto, a surpresa dos pesquisadores foi saber que os outros 20% eram viciados em droga.

A maioria desses idosos, com mais de 60 anos, não conseguia largar o crack. Segundo eles, o vício começou há cinco anos e, no início, o consumo era de três a quatro pedras por dia. “Uma droga foi puxando a outra. Primeiro foi a maconha e depois a cocaína”, declarou um dos dependentes químicos que não quis se identificar.

De acordo com a pesquisadora Sandra Pillon, existem vários motivos que levam os idosos ao uso de drogas. “As condições de vida da pessoa, o contexto onde vive, o abandono, o sofrimento mental, as questões de aposentadoria e o dinheiro são alguns desses fatores”, afirma.

Para o coordenador de saúde mental Alexandre de Souza Cruz, a constatação dessa pesquisa é preocupante. “O que dificulta é parar o próprio paciente, pois normalmente tem problemas físicos, é mais debilitado, tem pressão alta e diabetes, além de outros problemas que com o uso da droga se agravam”.

Um homem de 60 anos, pai de um adolescente, tenta pela sexta vez largar as drogas. Ele se sente arrependido. “O crack roubou de mim tudo o que eu tinha, a começar pela minha dignidade, minha honra destruiu todo meu caráter, me tornou um marginal", lamentou.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Alcoolismo é a terceira causa de mortes no mundo


Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma verdadeira epidemia, a ingestão excessiva de álcool é a terceira causa de mortes no mundo, atrás somente do câncer e das doenças cardíacas.

Mesmo assim, no Brasil as ações do governo, das ONGs e da sociedade civil se voltam contra o tabagismo e não há campanha O Dia Nacional sem Álcool.


Embora cause danos ao organismo, o cigarro afeta o seu consumidor, que é adulto e tem o direito de decidir se quer ou não consumir o produto. De quaquer forma, o fumo não faz outras vítimas e o indivíduo não pode ter sua liberdade cerceada pelo Estado.

No livro Alcoolismo no trabalho, publicado pela Editora Fiocruz, Magda Vaissman faz um mosaico dos trabalhos publicados pelos maiores especialistas mundiais no tema. A autora enumera os problemas que a doença pode acarretar no ambiente de trabalho e analisa os métodos assistenciais empregados no seu tratamento.

No Brasil, o alcoolismo é o terceiro motivo para faltas e a causa mais freqüente de acidentes. Segundo a Associação dos Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), de 3 a 10% da população brasileira fazem uso abusivo de bebidas. A doença é a oitava causa de concessões de auxílio-doença e consome de 0,5% a 4,2% do PIB.

Em todo o mundo, o alto custo do abuso do álcool em termos de vidas humanas é incalculável. Na França, provoca a morte de 50 mil pessoas por ano, direta ou indiretamente. Isso “equivale à colisão de dois ou três grandes aviões a jato a cada semana”, segundo um relatório encomendado pelo Ministério da Saúde da França.

O álcool é um fator significativo também na violência doméstica, na agressão sexual e principalmente nos acidentes de trânsito. No Rio Grande do Sul morrem em média 20 pessoas nas rodovias nos finais de semana. Quase 30% associado a embriaguez no volante.

A imprensa britânica associa a causa da morte de Amy Winehouse às suas dependências de álcool e drogas. o ex-jogador Sócrates que estava na UTI por doenças hepáticas admitiu ser dependente químico.

A Organização Mundial da Saúde informou, em recente relatório, que 4% de todas as mortes no mundo podem ser atribuídas ao consumo de bebidas alcoólicas. A pesquisa afirma que o uso abusivo provoca 2,5 milhões de mortes todos os anos.

No grupo com idades entre 25 e 39 anos, 320 mil pessoas morrem por problemas relacionados ao álcool, resultando em 9% das mortes nessa faixa etária. A OMS ressaltou ainda que o álcool prejudica a vida não somente de quem o consome em excesso, mas dos que se relacionam com essas pessoas. "Alguém que esteja embriagado pode prejudicar outras pessoas ou colocá-las em risco de acidentes de trânsito ou vitimas de comportamento violento”.

A aprovação e vigência da lei Seca foi um avanço, mas fracassou por falta de fiscalização. Não adianta elaborar a lei, se ela não não pode ser cumprida por falta de mecanismos. Estudos mostram que nas capitais brasileiras, cerca de 150 mil dirigem após ingerir bebidas alcoólicas, alguns morrem e muitos matam.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

90% dos fumantes começa a consumir cigarros na adolescência


Cerca de 90% dos fumantes começa a consumir cigarros na adolescência. Preocupados com a relação entre os adolescentes e o tabagismo, especialistas alertam sobre uso de aditivos em cigarros.

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, especialistas alertaram sobre os malefícios do tabagismo entre os adolescentes. Segundo uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 90% dos fumantes inicia consumo ainda na adolescência. A iniciação precoce ao tabagismo pode aumentar em quase o dobro o risco de danos à saúde. Quanto mais cedo se estabelece a dependência à nicotina maior o risco de morte prematura", afirma o pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do INCA, Ricardo Meirelles.


Outro dado do levantamento, demonstra que a indústria tem usado artifícios para conquistas este público: 44% dos estudantes brasileiros, entre 13 e 15 anos, que fumam regularmente preferem os cigarros aromatizados. Mais conhecidos como cigarros "com sabor", eles vêm ganhando espaço e contribuem para o tabagismo precoce.


De acordo com o psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Carlos Salgado, os aditivos disfarçam o gosto e cheiro desagradável do cigarro, contribuindo para o consumo entre jovens. Em razão disso, o combate ao uso das substâncias é o tema deste ano da campanha do Inca e do Ministério da Saúde na data lembrada nesta segunda-feira. "Os adolescentes são atraídos pelos aromas variados, fazendo com que eles fumem cada vez mais e aumentando o risco de dependência. A indústria do tabaco expõe seus produtos em pontos de vendas próximos a balas e doces e utiliza açúcares e aromatizantes justamente para atrair esse grupo e expandir seu mercado consumidor, acrescenta.


O especialista alerta que o tabagismo entre os jovens é preocupante. Ainda de acordo com dados do Inca, dos 23 milhões de fumantes brasileiros, 70% tem menos de 30 anos. "Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu uma consulta pública sobre a proibição dos aditivos nos produtos derivados do tabaco. A medida sofreu forte repressão da indústria, que tentam inibir as políticas públicas de controle do tabagismo", diz.


O psiquiatra ressalta ainda que a indústria tabagista utiliza o conceito de liberdade comercial para driblar regulações ao setor e ignora os efeitos que a promoção de seus produtos possui junto a crianças e adolescentes. "É preciso desmistificar essa ideia. A liberdade deve ser a do cidadão em preservar sua saúde e criar leis que assegurem seu bem-estar", afirma.

Adolescentes têm fácil acesso ao cigarro

Os adolescentes brasileiros não têm dificuldade para comprar cigarro, apesar de o país dispor de uma que proíbe a venda do produto para menores de idade. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Inca, o percentual de meninas, entre 13 e 15 anos, que já comprou cigarro chega a 52,6% e a 48,1% entre meninos em algumas capitais do país.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Drogas e infertilidade


O álcool tem efeitos devastadores sobre a saúde do indivíduo e sobre as suas relações sociais e familiares. A cada ano, jovens estão consumindo cada vez mais precocemente as bebidas alcoólicas, fazendo parte de um ritual de passagem entre a adolescência e a idade adulta.

Desde os tempos imemoriais, o ser humano tem recorrido ao uso de drogas para escapar da realidade e viver um mundo de fantasia. É extremamente chocante constatar que grandes celebridades do esporte, das artes e de outras profissões utilizam-se de drogas para conseguir alcançar níveis de satisfação e produtividade nas suas áreas de atuação. O consumo de drogas ilícitas vem aumentando substancialmente tornando-se um pesadelo para a humanidade, afetando o relacionamento familiar, provocando repercussões sociais e prejudicando a saúde dos indivíduos.

Além dos efeitos maléficos sobre o corpo e a mente dos usuários, as drogas também prejudicam o sistema reprodutivo. O usuário fica mais suscetível às doenças sexualmente transmissíveis, dificultando a obtenção e evolução de uma gravidez saudável. O álcool e o tabaco - embora consideradas drogas lícitas causam danos irreparáveis tanto quanto a maconha, cocaína, heroína, ecstasy, LSD, crack, narguile, cetamina, inalantes, solventes, ansiolíticos, barbitúricos, ópio, morfina, heroína, oxi, anfetaminas.

Apesar das campanhas publicitárias desencorajando o uso do tabaco, estima-se que no Brasil haja 33,8% de usuários na população masculina e 29,3% das mulheres; sem levar em conta um enorme contingente de fumantes passivos. Mesmo com as atuais tributações de impostos governamentais sobre o cigarro isso não tem sido suficiente para frear o seu uso.

A fertilidade do homem e da mulher é afetada de forma sorrateira em decorrência da ação tóxica das inúmeras substâncias que integram o tabaco, geradoras de radicais livres. A mulher fumante pode ter dificuldade para engravidar, interrupção da gravidez, retardo de crescimento fetal intra-uterino e recém nascido de baixo peso. O seu patrimônio de óvulos é reduzido em decorrência da ação tóxica das substâncias do tabaco e há diminuição do fluxo sanguíneo das artérias que irrigam os ovários. A fertilidade masculina é afetada devido à ação deletéria das substâncias tóxicas e dos radicais livres, produzindo lesões na membrana e no DNA dos espermatozóides. Em casos extremos pode ocorrer morte celular (apoptose) provocando alterações no patrimônio de espermatozóides. Existem repercussões negativas no comportamento sexual, sendo a mais frequente a disfunção de ereção peniana decorrente de dificuldade de irrigação vascular.

Apesar de ser uma droga lícita, o álcool tem efeitos devastadores sobre a saúde do indivíduo e sobre as suas relações sociais e familiares. A cada ano, jovens estão consumindo cada vez mais precocemente as bebidas alcoólicas, fazendo parte de um ritual de passagem entre a adolescência e a idade adulta. Nos últimos 5 anos, os números estatísticos revelaram um aumento de 30% de usuários entre os jovens de 12 a 17 anos e de 25% entre os jovens de 18 a 24 anos. A cerveja é a bebida preferida. Segundo a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) os jovens alcoolizados constituem 80% das pessoas que morrem em acidentes de trânsito ou homicídios.

O consumo exagerado e persistente pode levar a repercussões negativas sobre a fertilidade masculina e feminina. No homem podem ocorrer: queda da libido e do desempenho sexual, impotência, atrofia das células produtoras de testosterona, dificuldade de ereção e alterações da qualidade do sêmen. Na mulher existem várias repercussões salientando-se a dificuldade para ovular, distúrbios menstruais, aumento do risco de abortamento e possibilidade de mal formação fetal.

Uma constatação preocupante é de que os indivíduos alcoolizados têm um comportamento sexual de risco, expondo-se a doenças sexualmente transmissíveis (DST) principalmente as hepatites e Aids. Atualmente a medicina reprodutiva tem realizado procedimento muito seguro de fertilização in vitro , utilizando a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI) com tratamento especial que evita a transmissão do vírus para o embrião.

* Prof. Dr. Dirceu Henrique Mendes Pereira CRM (13834) é doutor em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e Diretor-Médico da Clínica Profert de São Paulo
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)