terça-feira, 22 de novembro de 2011

Afastamento por dependência cresce 23%

O uso de álcool e drogas afasta cada vez mais brasileiros do trabalho. Entre janeiro e setembro deste ano, 31,8 mil pessoas tiraram licença por “dependência química”, 23% a mais do que no ano passado, segundo o Ministério da Previdência.

Isso significa que, a cada mês, 3,5 mil pessoas são afastadas de seus empregos.

No ranking das substâncias que mais causam afastamento de profissionais no país, o álcool aparece disparado em primeiro lugar: 80% das licenças concedidas pela Previdência são causadas por alcoolismo. A conta inclui também pessoas que utilizam álcool e outras drogas.

Em segundo lugar vem a cocaína, que responde por 17% dos afastamentos. No Brasil, de acordo com estimativa da Abead (Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas), 10% da população (cerca de 19 milhões) são dependentes de álcool. Em média, 32 mil mortes por ano estão relacionadas à doenças causadas pelo alcoolismo.

Para a psiquiatra Camila Magalhães, coordenadora do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), o aumento de licenças não significa um crescimento no consumo de drogas, mas uma quebra de paradigmas nas empresas. “Hoje, em vez das empresas mandarem os funcionários embora por esse problema, preferem tratá-los.”

Camila Magalhães diz que o vínculo trabalhista depois do tratamento também facilita na recuperação. “A possibilidade de recaída é 40% maior quando a pessoa abandona o trabalho para se tratar”, afirma.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)