segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fumar maconha todo dia afeta a química do cérebro

R7
Substâncias da erva alteram memória, coordenação, apetite e até o prazer

Exames de imagens mostraram que o uso diário da maconha pode ter um efeito negativo sobre o cérebro. No estudo, os pesquisadores do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas dos Estados Unidos revelou que o uso crônico da droga provocou uma diminuição no número de receptores envolvidos em uma ampla variedade de importantes funções mentais e corporais, incluindo a concentração, coordenação motora, o prazer, a tolerância a dor, memória e apetite.

A maconha, também conhecida como cannabis, é a droga mais usada nos Estados Unidos, de acordo com o instituto. Quando fumada ou ingerida, a droga química psicoativa ativa os inúmeros canabinoides - receptores específicos que captam as substâncias encontradas na maconha - no cérebro e em todo o corpo, que influenciam diferentes estados mentais e ações da pessoa que a usou.

Um dos dois tipos conhecidos de receptores de canabinoides, o chamado CB1, é encontrado no sistema nervoso central.

Para se chegar a esse resultado, os pesquisadores compararam os cérebros de 30 fumantes crônicos de maconha, ou seja, que fumam diariamente, com não-fumantes, ao longo de quatro semanas.

Por meio de imagens dos cérebros dos participantes, os pesquisadores conseguiram visualizar que os receptores CB1 dos fumantes de maconha já haviam diminuído cerca de 20% em comparação com as pessoas saudáveis, explica Jussi Hirvonen, um dos pesquisadores.

- Com este estudo, fomos capazes de mostrar pela primeira vez que as pessoas que abusam da maconha têm anormalidades dos receptores de canabinoides no cérebro.

Ao refazerem os testes com 14 dos fumantes, que passaram por um mês de abstinência, os cientistas encontraram um aumento significativo na atividade do receptor em áreas que estavam deficientes no início do estudo. Com isso, os pesquisadores sugerem que os efeitos adversos do uso crônico de maconha são reversíveis.

- Essa informação pode ser fundamental para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o abuso da maconha.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)