segunda-feira, 11 de julho de 2011

Efeito `similar à maconha´ explica gula por comidas gordurosas, diz estudo

UOL Notícias
Um estudo revelou que a gordura contida em alimentos como batatas fritas desencadeia um mecanismo biológico de gula no organismo que atua de modo similar aos efeitos da maconha.

A pesquisa, feita por cientistas da Universidade de Califórnia, descobriu que quando provaram comidas gordurosas, ratos, utilizados como cobaias na pesquisa, começaram a produzir substâncias químicas conhecidas como endocanabinóides, uma espécie de lipídios biologicamente ativos, que exercem um efeito semelhante ao da maconha sobre o indivíduo.

O processo, relata a pesquisa, tem início na língua, onde as gorduras contidas no alimento geram um sinal que viaja do cérebro, através de um feixe de nervos conhecido como nervo vago, para o intestino. Lá, ocorre o estímulo na produção de endocanabionóides, e a substância provoca uma onda de ativação celular, que induz à ingestão desenfreada de alimentos gordurosos.

"Nós sabemos que comidas gordurosas podem ter um um bom sabor, mas os mecanismo moleculares e sinais por trás dessa resposta eram desconhecidos. Agora sabemos que comidas gordurosas geram um sinal na língua que leva o intestino delgado a produzir as substâncias químicas conhecidas como a maconha natural do corpo humano, que induzem ao consumo de gordura", afirma Daniele Piomelli, que comandou a pesquisa.

A pesquisa pode indicar novos caminhos na luta para conter a obesidade e outras doenças, segundo os cientistas envolvidos no estudo.

A ampla disponibilidade de alimentos gordurosos em países industrializados é considerada um fator determinante para condições como a obesidade, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.

O estudo sugere que pode ser possível conter a compulsão de se comer alimentos gordurosos ao se obstruir atividades endocanabinóide, por meio da utilização de medicamentos que bloqueiam a ação desses lipídios.

Como tai drogas bloqueadoras não precisam penetrar no cérebro, elas não teriam porque causar efeitos colaterais, como ansiedade e depressão, que surgem quando a ação endocanabinóide é bloqueada no cérebro, conta Piomelli.
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Usar maconha antes dos 15 anos reduz memória em até 30%

Efeitos persistem mesmo após um mês sem consumir a droga, diz pesquisa da Unifesp

Folha de São Paulo - GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

O uso de maconha antes dos 15 anos -quando o cérebro ainda está em processo de amadurecimento- prejudica a capacidade de recuperar as informações, reduzindo a memória dos usuários em até 30%.
Os danos são proporcionais à quantidade de droga usada: quanto mais se fuma, maiores são os estragos. E eles persistem mesmo se houver um período de abstinência de um mês.
Os resultad os são de uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo apresentada no 7º Congresso Anual de Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado (RS).
"Os usuários precoces têm resultados significativamente inferiores também em ouras áreas, como a capacidade de controlar seus impulsos", diz a neuropsicóloga Maria Alice Fontes, uma das autoras do trabalho.


Se o uso se inicia após os 15 anos, no entanto, as chances de prejuízo nessas funções diminui.
"Não é que seja o consumo da maconha fique seguro, longe disso. Mas ele se torna menos nocivo, porque o cérebro já passou dessa etapa de desenvolvimento", afirmou a pesquisadora.
O estudo foi publicado na última edição do "The British Journal of Psychiatry".

terça-feira, 5 de julho de 2011

Cigarro na gravidez pode predispor crianças a problemas cardíacos

iG
Filhos de mães que fumaram durante a gravidez apresentam níveis mais baixos de colesterol HDL, o "colesterol bom"

Crianças nascidas de mães que fumaram durante a gravidez apresentam níveis mais baixos de colesterol HDL, também conhecido como o "colesterol bom”, o que pode elevar os riscos de infarto e AVC ao longo da vida, é o que sugere um novo estudo australiano.

Participaram do estudo 405 crianças saudáveis de 8 anos, constatando-se que aquelas cujas mães fumaram durante a gravidez apresentaram níveis de HDL em torno de 1.3 millimoles por litro (mmol/L), em comparação ao nível normal de 1.5 mmol/L das crianças nascidas de mães não fumantes. Ainda não se sabe como o tabagismo durante a gravidez diminui os níveis de HDL das crianças.

“Nossos resultados sugerem que o tabagismo materno “carimba” um conjunto de características nas crianças enquanto elas se desenvolvem no útero, o que pode mais tarde predispô-las a infartos e AVCs. Essa influencia ou efeito aparente dura pelo menos oito anos e provavelmente até mais tempo”, disse David Celermajer, professor de cardiologia da Universidade de Sydney, que conduziu o estudo.

A equipe liderada por Celermajer observou que os índices de tabagismo entre gestantes ainda são altos – em torno de 15% na maioria dos países ocidentais. Segundo o grupo, isso representa que as novas descobertas podem ser importantes em iniciativas de prevenção de doenças cardíacas.

Leia: Gravidez semana a semana

Celermajer adverte que os filhos de mães que fumaram durante a gravidez deverão ser observados com cuidado especial quanto a outros fatores de risco coronário – como tabagismo, hipertensão e altos níveis de colesterol LDL, o “colesterol ruim”. O estudo foi publicado este mês no site do periódico European Heart Journal.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

Maconha e memória

Folha de São Paulo - Gilberto Dimenstein
Seria ótimo que todos tomassem conhecimento da pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo mostrando que a maconha afeta em 30% a memória --o que é uma brutalidade-- dos jovens abaixo dos 15 anos, quando o cérebro ainda está em formação. É um alerta para os pais, educadores e especialmente para os jovens.

Sou daqueles que defendem há muito tempo a ideia de que a repressão policial ao consumo de maconha é mais prejudicial do que seu uso. Segundo os cientistas, essa droga causa menos danos do que álcool e cigarro, como sabemos.

Isso nos torna ainda mais responsáveis de divulgar, sem moralismos macabros, os perigos para a saúde do abuso da maconha, que afeta a concentração, prejudica os estudos e o trabalho. Ter a memória afetada precocemente significa danos no trabalho, cortando uma série de possibilidades.

As marchas a favor da descriminação da maconha deveriam colocar, na sua plataforma, aviso aos riscos da saúde.

Esse discurso não pode ficar restrito aos moralistas e não moralistas. Jovens diminuíram o consumo do cigarro porque objetivamente viram que ali se tirava um pedaço da vida.

Daí que não consigo engolir o uso de celebridades para estimular qualquer produto com propriedade psicoativa como o álcool.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)