“Durante a gravidez, o uso de drogas lícitas, tais como cigarro e álcool ou ilícitas, como cocaína e crack podem prejudicar tanto a saúde da mãe quanto do feto. A análise do mecônio possibilita ao médico uma análise mais completa sobre determinados sintomas que a criança possa apresentar, como tremores, deficiências neurológicas, hipertensão arterial e síndrome da morte súbita em neonatos, mas que a falta ou a omissão de informações transmitidas pela mãe pode inviabilizar um diagnóstico mais correto”, conta a farmacêutica Marcela Nogueira Rabelo Alves.
A escolha pelo mecônio foi a busca de uma alternativa menos invasiva do que a extração de sangue ou líquido amniótico.
O método, denominado cromatografia gasosa acoplada a espectometria de massas (CG-EM), consiste no isolamento de uma parte do mecônio, retirado da fralda de bebês recém-nascidos, na purificação da amostra com cartuchos de extração em fase sólida e posterior injeção da mesma no equipamento. Toda a preparação e análise leva em média de 6 a 7 horas.
A pesquisa foi feita em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da da USP (HCFMRP), previamente avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital.O trabalho envolveu a busca por voluntárias com a garantia de sigilo absoluto sobre a identidade das mesmas, um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a participação, um questionário e a análise das amostras.
Drogas na gravidez
A pesquisadora pôde constatar por meio da comparação entre o questionário feito e a conclusão de análise das amostras que ,“a maioria das usuárias quando grávidas não deixam de utilizar drogas e dificilmente informam ao médico sobre o uso de quaisquer tipos destas substâncias. Houve questionários em que a mãe negava o uso, mas análise mostrava um resultado positivo para o uso de crack ou cocaína”, aponta.
A cientista informa que a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 2009, estimou um crescimento de 91% de usuárias de cocaína, em 3 anos, no Estado. “Um problema de saúde pública que assusta e se agrava em casos de gravidez”, finaliza.
Autor: Com informações da Agência USP de Notícias
OBID Fonte: UOL Saúde
PALESTRAS, ASSESSORIA, ACONSELHAMENTO TERAPÊUTICO, ATENDIMENTO FAMILIAR,PREVENÇÃO À RECAÍDA E REINSERÇÃO SOCIAL
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
USP desenvolve método capaz de detectar crack e cocaína nas primeiras fezes do bebê
sábado, 15 de janeiro de 2011
Álcool está associado a 30% dos casos de violência doméstica e sexual contra mulheres
SIS Saúde
Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes.
Dados inéditos do Ministério da Saúde mostram que a suspeita de ingestão de bebida alcoólica por parte do provável agressor foi relatada por 30,3% das mulheres vítimas de violências doméstica, sexuais e outras violências, durante todo o ano de 2008. Em 62,7% dos casos de violência contra mulheres, a agressão ocorreu em residência e 39,7% delas afirmaram já terem sido agredidas anteriormente.
Do total de 8.766 vítimas atendidas em unidades de referência, 6.236 foram do sexo feminino (71,1%), incluindo crianças, adolescentes e pessoas idosas. Mulheres casadas ou que viviam em união estável representaram 25,6% das vítimas, enquanto que as solteiras responderam por 38,7% dos registros.
Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), estudo realizado em serviços de referência para atendimento de vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, em 18 municípios de 14 estados. Entre as vítimas do sexo feminino, os casos se concentraram em adolescentes e jovens na faixa dos 10 aos 19 anos (28,8%), crianças de 0 a 9 anos (21%) e mulheres dos 20 aos 29 (19,9%) e dos 30 aos 39 anos (13,9%). As menores concentrações foram identificadas nas faixas etárias de 40 a 49 (7,8%), 60 anos ou mais (4,3%) e de 50 a 59 (3,5%).
“O estudo permite ao Ministério da Saúde, aos estados e aos municípios traçar o perfil das vítimas e dos autores das agressões, para subsidiar ações de enfrentamento a esses problemas, por meio de políticas públicas de prevenção e de promoção da saúde e da cultura de paz”, avalia Marta Silva, coordenadora da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde.
AUTORIA E LOCAL – Homens foram responsáveis por 70,3% dos casos de violência sexual, doméstica e outras violências contra mulheres. Os agressores foram parceiros com quem elas mantinham relação estável/cônjuge (18,7%), ex-cônjuge (6%), namorado (2,4%) e ex-namorado (2%), o que revela a violência doméstica.
Em 14,2% dos casos, a violência foi praticada pelos pais, o que também evidencia a violência doméstica ou intrafamiliar. Pessoas desconhecidas (13,5%) e amigos (13,3%) também figuram entre os principais prováveis agressores, segundo relatos das vítimas.
Depois da residência, a escola foi o segundo local de ocorrência mais relatado (11%) de violências contra mulheres, porém com percentual menor do que as fichas sem informação (21%).
VIOLÊNCIA CONTRA HOMENS – Das 8.766 vítimas de violência sexual, doméstica e outras violências atendidas em unidades de referência, 2.530 (28,9%) foram homens, no ano de 2008. Entre eles, 30,2% tinham de 0 a 9 anos; 23,4% eram adolescentes entre 10 e 19 anos; e 16,8% tinham entre 20 e 29 anos.
A suspeita do uso de álcool por parte do agressor foi relatada por 27,7% dos homens atendidos nos serviços de referência. Em 56,6% dos casos, o agressor foi outro homem. Os principais autores das agressões foram amigos (15,7%), desconhecidos (16%) e os pais (23,4%) – o que também revela a violência doméstica.
A casa foi o local da violência em 44,5% dos casos, enquanto 20% ocorreram na escola. Em 24,1% dos registros, não havia informação sobre o local onde aconteceu a violência contra os homens. A chamada violência de repetição, quando a vítima é agredida mais de uma vez, foi observada em 26,3% dos homens atendidos.
TIPOS DE VIOLÊNCIA – A violência física foi a principal causa de atendimento (55,8%), sendo 52% em pessoas do sexo feminino e 65,1% no sexo masculino. A violência psicológica ou moral foi responsável por 41,2% dos casos – 49,5% em mulheres e 20,8% em homens.
A violência sexual foi responsável por 31,7% dos casos (39% em mulheres e 13,9% em homens). Negligência/abandono foi registrado em 13,6% do total de atendimentos (11,1% no sexo feminino e 19,6% no masculino). No entanto, em 39,3% dos atendimentos não se verificou nenhuma lesão física.
ESCOLARIDADE – Quanto à escolaridade, considerando o total de pessoas atendidas que sofreram violências, 24,5% das pessoas declararam ter entre 5 e 8 anos de estudo; 21% tinham de 0 a 4 anos de estudo; e 16%, de 9 a 11 anos de frequência na escola.
RAÇA E COR – A análise mostra que 4.026 pessoas (45,9%) declararam ser de cor branca e 3.132 (35,7%), de cor parda. As pessoas que se declararam de cor da pele parda e preta, que representam os negros, totalizaram 43,6% das vítimas de violências. As menores proporções foram encontradas entre amarelos e indígenas (0,6%, cada). As fichas sem informação somam 9,3%.
ENCAMINHAMENTOS – As mulheres foram encaminhadas para os Conselhos Tutelares em 30,8% dos atendimentos e em 25,6% para Delegacia Especializada da Mulher. Quanto ao encaminhamento dos homens, 29,9% foram para os Conselhos Tutelares e em 20% para outras delegacias.
AÇÕES DO MINISTÉRIO – Para estimular o enfrentamento dos acidentes e violências, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo, junto com as Secretarias de Saúde de estados, de municípios e do Distrito Federal, ações que seguem as Políticas Nacionais de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências e de Promoção da Saúde.
Destaque para os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde, presentes em 450 municípios, de todos os estados, com investimento anual de R$ 34 milhões. Eles têm papel fundamental na articulação e implementação de redes de atenção e proteção às vítimas de violência e suas famílias. Desenvolvidas em parceria com outros setores, como assistência social, educação, direitos humanos e segurança pública, as ações são voltadas para a prevenção das violências (incluindo a doméstica e a sexual) entre jovens, mulheres e idosos.
Também são importantes as ações de prevenção do Programa Saúde nas Escolas – uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, presente em 2.549 municípios, em todos os estados. Em 2009 e 2010, foram investidos R$ 93,6 milhões.
Outra iniciativa é a parceria com o Ministério da Justiça, por meio do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), em articulação com as Unidades de Saúde da Família, e da Campanha Nacional do Desarmamento.
A redução do uso abusivo de álcool e outras drogas também tem sido uma prioridade no setor saúde para a prevenção das violências, por meio de medidas de educação permanente, campanhas, acesso a tratamento de dependentes e medidas de fiscalização e controle, definidas na Política Nacional sobre o Álcool, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e o Ministério da Justiça.
Nessa área, também se destaca o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010), elaborado pelos Ministérios da Saúde e da Justiça e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
“Todas essas ações são desenvolvidas em articulação com outros setores do governo, organizações não-governamentais e setor privado, seja por meio de campanhas que busquem a promoção de comportamentos, hábitos e ambientes seguros e saudáveis, bem como a mobilização e participação da sociedade”, comenta Marta Silva.
Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes.
Dados inéditos do Ministério da Saúde mostram que a suspeita de ingestão de bebida alcoólica por parte do provável agressor foi relatada por 30,3% das mulheres vítimas de violências doméstica, sexuais e outras violências, durante todo o ano de 2008. Em 62,7% dos casos de violência contra mulheres, a agressão ocorreu em residência e 39,7% delas afirmaram já terem sido agredidas anteriormente.
Do total de 8.766 vítimas atendidas em unidades de referência, 6.236 foram do sexo feminino (71,1%), incluindo crianças, adolescentes e pessoas idosas. Mulheres casadas ou que viviam em união estável representaram 25,6% das vítimas, enquanto que as solteiras responderam por 38,7% dos registros.
Os dados são do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), estudo realizado em serviços de referência para atendimento de vítimas de violência doméstica, sexual e outras violências, em 18 municípios de 14 estados. Entre as vítimas do sexo feminino, os casos se concentraram em adolescentes e jovens na faixa dos 10 aos 19 anos (28,8%), crianças de 0 a 9 anos (21%) e mulheres dos 20 aos 29 (19,9%) e dos 30 aos 39 anos (13,9%). As menores concentrações foram identificadas nas faixas etárias de 40 a 49 (7,8%), 60 anos ou mais (4,3%) e de 50 a 59 (3,5%).
“O estudo permite ao Ministério da Saúde, aos estados e aos municípios traçar o perfil das vítimas e dos autores das agressões, para subsidiar ações de enfrentamento a esses problemas, por meio de políticas públicas de prevenção e de promoção da saúde e da cultura de paz”, avalia Marta Silva, coordenadora da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde.
AUTORIA E LOCAL – Homens foram responsáveis por 70,3% dos casos de violência sexual, doméstica e outras violências contra mulheres. Os agressores foram parceiros com quem elas mantinham relação estável/cônjuge (18,7%), ex-cônjuge (6%), namorado (2,4%) e ex-namorado (2%), o que revela a violência doméstica.
Em 14,2% dos casos, a violência foi praticada pelos pais, o que também evidencia a violência doméstica ou intrafamiliar. Pessoas desconhecidas (13,5%) e amigos (13,3%) também figuram entre os principais prováveis agressores, segundo relatos das vítimas.
Depois da residência, a escola foi o segundo local de ocorrência mais relatado (11%) de violências contra mulheres, porém com percentual menor do que as fichas sem informação (21%).
VIOLÊNCIA CONTRA HOMENS – Das 8.766 vítimas de violência sexual, doméstica e outras violências atendidas em unidades de referência, 2.530 (28,9%) foram homens, no ano de 2008. Entre eles, 30,2% tinham de 0 a 9 anos; 23,4% eram adolescentes entre 10 e 19 anos; e 16,8% tinham entre 20 e 29 anos.
A suspeita do uso de álcool por parte do agressor foi relatada por 27,7% dos homens atendidos nos serviços de referência. Em 56,6% dos casos, o agressor foi outro homem. Os principais autores das agressões foram amigos (15,7%), desconhecidos (16%) e os pais (23,4%) – o que também revela a violência doméstica.
A casa foi o local da violência em 44,5% dos casos, enquanto 20% ocorreram na escola. Em 24,1% dos registros, não havia informação sobre o local onde aconteceu a violência contra os homens. A chamada violência de repetição, quando a vítima é agredida mais de uma vez, foi observada em 26,3% dos homens atendidos.
TIPOS DE VIOLÊNCIA – A violência física foi a principal causa de atendimento (55,8%), sendo 52% em pessoas do sexo feminino e 65,1% no sexo masculino. A violência psicológica ou moral foi responsável por 41,2% dos casos – 49,5% em mulheres e 20,8% em homens.
A violência sexual foi responsável por 31,7% dos casos (39% em mulheres e 13,9% em homens). Negligência/abandono foi registrado em 13,6% do total de atendimentos (11,1% no sexo feminino e 19,6% no masculino). No entanto, em 39,3% dos atendimentos não se verificou nenhuma lesão física.
ESCOLARIDADE – Quanto à escolaridade, considerando o total de pessoas atendidas que sofreram violências, 24,5% das pessoas declararam ter entre 5 e 8 anos de estudo; 21% tinham de 0 a 4 anos de estudo; e 16%, de 9 a 11 anos de frequência na escola.
RAÇA E COR – A análise mostra que 4.026 pessoas (45,9%) declararam ser de cor branca e 3.132 (35,7%), de cor parda. As pessoas que se declararam de cor da pele parda e preta, que representam os negros, totalizaram 43,6% das vítimas de violências. As menores proporções foram encontradas entre amarelos e indígenas (0,6%, cada). As fichas sem informação somam 9,3%.
ENCAMINHAMENTOS – As mulheres foram encaminhadas para os Conselhos Tutelares em 30,8% dos atendimentos e em 25,6% para Delegacia Especializada da Mulher. Quanto ao encaminhamento dos homens, 29,9% foram para os Conselhos Tutelares e em 20% para outras delegacias.
AÇÕES DO MINISTÉRIO – Para estimular o enfrentamento dos acidentes e violências, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo, junto com as Secretarias de Saúde de estados, de municípios e do Distrito Federal, ações que seguem as Políticas Nacionais de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências e de Promoção da Saúde.
Destaque para os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde, presentes em 450 municípios, de todos os estados, com investimento anual de R$ 34 milhões. Eles têm papel fundamental na articulação e implementação de redes de atenção e proteção às vítimas de violência e suas famílias. Desenvolvidas em parceria com outros setores, como assistência social, educação, direitos humanos e segurança pública, as ações são voltadas para a prevenção das violências (incluindo a doméstica e a sexual) entre jovens, mulheres e idosos.
Também são importantes as ações de prevenção do Programa Saúde nas Escolas – uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, presente em 2.549 municípios, em todos os estados. Em 2009 e 2010, foram investidos R$ 93,6 milhões.
Outra iniciativa é a parceria com o Ministério da Justiça, por meio do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), em articulação com as Unidades de Saúde da Família, e da Campanha Nacional do Desarmamento.
A redução do uso abusivo de álcool e outras drogas também tem sido uma prioridade no setor saúde para a prevenção das violências, por meio de medidas de educação permanente, campanhas, acesso a tratamento de dependentes e medidas de fiscalização e controle, definidas na Política Nacional sobre o Álcool, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e o Ministério da Justiça.
Nessa área, também se destaca o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD 2009-2010), elaborado pelos Ministérios da Saúde e da Justiça e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
“Todas essas ações são desenvolvidas em articulação com outros setores do governo, organizações não-governamentais e setor privado, seja por meio de campanhas que busquem a promoção de comportamentos, hábitos e ambientes seguros e saudáveis, bem como a mobilização e participação da sociedade”, comenta Marta Silva.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Crack: A destruição da sociedade
Tribuna da Bahia
O consumo do crack tem preocupado governo e a sociedade em geral, uma droga que começou a ser consumida por crianças, adolescentes e jovens de classes menos favorecidas pelo fato do preço ser bem mais inferior que o das outras drogas.
Mas agora está atingindo todas as classes sociais e o produto, que é feito das sobras impuras da cocaína misturadas com bicarbonato de sódio, está causando um dos maiores malefícios no organismo do indivíduo viciado.
A origem do seu nome já demonstra quão perigosa é a droga, pois deriva do verbo “to crack”, que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.
O médico Andre Caribé, psiquiatra do Centro de Informação Anti-Veneno da Secretaria de Saúde do Estado (Ciave) afirma que o crack, “não é uma droga nova, ela é uma forma de apresentação da cocaína. Esta, para uso ilícito, pode ser preparada na forma de pó, pasta ou crack”, explicou.
Segundo o psiquiatra, a droga surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo e relata como é produzida: “uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) e outras substâncias, é aquecida”.
Em seu relato Caribé explica que o aquecimento separa a parte sólida da líquida. “Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo”, sinalizou.
O psiquiatra disse que quando prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. “Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”, que deriva do verbo em inglês “to crack” que significa “quebrar””, informou.
Os efeitos desta droga no organismo do indivíduo “são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. Ansiedade, paranóia, e inquietação, agitação também são frequentes”, alertou o psiquiatra. “Além do mais, por ser inalado, o crack chega rapidamente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente, em 10 a 15 segundos”, lamentou.
Por outro lado, estes efeitos duram em média 5 minutos, afirmou Caribé, explicando que este é o motivo que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente rapidamente. “Isso explica em parte o grande poder de dependência do crack, pois dentre as formas de apresentação e uso da cocaína, o crak tem um início de ação mais rápido e mais efêmero”.
A ação da droga no organismo
No cérebro, a cocaína e o crack têm mecanismo de ação complexos, mas “ de maneira geral agem como bloqueadores da recaptação de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, e noradrenalina deixando-os mais disponíveis nas fendas sinápticas para atuar nos receptores neuronais. A atuação no sistema dopaminérgico, principalmente na via mesolimbica, ativa o sistema de recompensa cerebral, fazendo com que o individuo se torne mais dependente da droga. Outros estudos, apontam também a atuação do crack e da cocaína no sistema gabaergico e glutamatergico”, discorreu.
Os órgãos mais afetados devido ao uso da droga, de acordo com o médico, “o cerébro, por questões farmacocinéticas da droga, mas também outros órgãos são afetados como pulmão, coração, vias aéreas.etc.
Como o crack está sendo usado de uma maneira assustadora, a maior preocupação da sociedade em geral é se há cura para este mal. Sobre isto, o psiquiatra revela que o “ tratamento de qualquer dependência química é complexo e demorado, mas possível, desde de que o dependente tenha acesso a serviço especializado, com a presença de psiquiatras, psicólogos, terapeutas e outros profissionais”.
Ele destaca que se deve associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico, mas é fundamental a participação ativa e o empenho do paciente, senão dificilmente ele conseguira se livrar do vício.
“Além disso em muitos casos é necessário a internação do paciente em clínica ou hospital especializado, pois nem todo dependente é possível o manejo adequado em nível ambulatorial. Porém hoje em dia no Brasil, devido às políticas públicas de saúde mental, está cada vez mais difícil se conseguir uma internação psiquiátrica adequada para quem não pode pagar uma clínica particular”.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
O consumo do crack tem preocupado governo e a sociedade em geral, uma droga que começou a ser consumida por crianças, adolescentes e jovens de classes menos favorecidas pelo fato do preço ser bem mais inferior que o das outras drogas.
Mas agora está atingindo todas as classes sociais e o produto, que é feito das sobras impuras da cocaína misturadas com bicarbonato de sódio, está causando um dos maiores malefícios no organismo do indivíduo viciado.
A origem do seu nome já demonstra quão perigosa é a droga, pois deriva do verbo “to crack”, que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.
O médico Andre Caribé, psiquiatra do Centro de Informação Anti-Veneno da Secretaria de Saúde do Estado (Ciave) afirma que o crack, “não é uma droga nova, ela é uma forma de apresentação da cocaína. Esta, para uso ilícito, pode ser preparada na forma de pó, pasta ou crack”, explicou.
Segundo o psiquiatra, a droga surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo e relata como é produzida: “uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) e outras substâncias, é aquecida”.
Em seu relato Caribé explica que o aquecimento separa a parte sólida da líquida. “Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo”, sinalizou.
O psiquiatra disse que quando prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. “Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”, que deriva do verbo em inglês “to crack” que significa “quebrar””, informou.
Os efeitos desta droga no organismo do indivíduo “são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. Ansiedade, paranóia, e inquietação, agitação também são frequentes”, alertou o psiquiatra. “Além do mais, por ser inalado, o crack chega rapidamente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente, em 10 a 15 segundos”, lamentou.
Por outro lado, estes efeitos duram em média 5 minutos, afirmou Caribé, explicando que este é o motivo que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente rapidamente. “Isso explica em parte o grande poder de dependência do crack, pois dentre as formas de apresentação e uso da cocaína, o crak tem um início de ação mais rápido e mais efêmero”.
A ação da droga no organismo
No cérebro, a cocaína e o crack têm mecanismo de ação complexos, mas “ de maneira geral agem como bloqueadores da recaptação de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, e noradrenalina deixando-os mais disponíveis nas fendas sinápticas para atuar nos receptores neuronais. A atuação no sistema dopaminérgico, principalmente na via mesolimbica, ativa o sistema de recompensa cerebral, fazendo com que o individuo se torne mais dependente da droga. Outros estudos, apontam também a atuação do crack e da cocaína no sistema gabaergico e glutamatergico”, discorreu.
Os órgãos mais afetados devido ao uso da droga, de acordo com o médico, “o cerébro, por questões farmacocinéticas da droga, mas também outros órgãos são afetados como pulmão, coração, vias aéreas.etc.
Como o crack está sendo usado de uma maneira assustadora, a maior preocupação da sociedade em geral é se há cura para este mal. Sobre isto, o psiquiatra revela que o “ tratamento de qualquer dependência química é complexo e demorado, mas possível, desde de que o dependente tenha acesso a serviço especializado, com a presença de psiquiatras, psicólogos, terapeutas e outros profissionais”.
Ele destaca que se deve associar o tratamento medicamentoso com o psicoterápico, mas é fundamental a participação ativa e o empenho do paciente, senão dificilmente ele conseguira se livrar do vício.
“Além disso em muitos casos é necessário a internação do paciente em clínica ou hospital especializado, pois nem todo dependente é possível o manejo adequado em nível ambulatorial. Porém hoje em dia no Brasil, devido às políticas públicas de saúde mental, está cada vez mais difícil se conseguir uma internação psiquiátrica adequada para quem não pode pagar uma clínica particular”.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Pesquisa mapeia drogas do ´boa noite, Cinderela´
Diário do Grande ABC
Você está em uma festa, segura um copo de bebida e dança ao som da música.
Um estranho se aproxima, coloca um líquido no seu copo e você continua bebendo, sem se dar conta. Então, perde a consciência de seus atos, a capacidade de discernimento, apresenta dificuldade de resistir a ameaças, se sujeita a ordens de estranhos e pode até mesmo apagar. Você foi vítima do golpe conhecido do boa noite, Cinderela.
O objetivo é auxiliar a polícia na identificação das drogas utilizadas no golpe durante investigações de assalto e estupro. O aluno do curso de mestrado em Química da UFABC (Universidade Federal do ABC) Diogo Lima da Silva, 24 anos, realiza desde 2009 estudo que pretende desenvolver um teste rápido de detecção das substâncias em bebidas.
Com orientação da professora Elizabete Campos de Lima, o trabalho mapeou as três principais drogas usadas no golpe: GHB (ácido carboxílico), GBL (um derivado desse ácido) e 1,4-Butanodiol. A diluição é feita em três tipos de bebidas: água, refrigerante e energético.
As drogas foram cedidas pela Polícia Científica de Santo André ou vieram de amostras apreendidas em Mogi das Cruzes. "A eletroforese (processo de separação de substâncias) foi o método que obteve melhores resultados com as drogas quando diluídas em água. O próximo passo é fazer a separação quando a substância está diluída em refrigerante ou energético", destacou Silva.
As drogas utilizadas no boa noite, Cinderela permanecem de uma a duas horas no sangue e 12 horas na urina. "Por isso é importante desenvolver método que auxilie a polícia, permitindo que bebidas suspeitas possam ser analisadas com rapidez", explicou o pesquisador.
Perigo
Para ser vítima do golpe, basta ingerir dois gramas de qualquer uma dessas substâncias. Com 0,7 grama, porém, é possível sentir efeitos semelhantes à ingestão de álcool, como euforia e maior sociabilidade. Por isso, essas drogas são utilizadas também por jovens em raves e casas noturnas, comercializadas como ecstasy líquido.
A quantificação das drogas em amostras apreendidas pode ajudar a polícia a traçar rotas do tráfico. Uma das possíveis utilizações do trabalho desenvolvido na UFABC é determinar a origem das drogas apreendidas, por meio da composição de cada amostra.
O trabalho de Silva foi um dos 12 escolhidos para se apresentar no 2º Encontro Nacional de Química Forense, que ocorreu no início de dezembro em Ribeirão Preto e reuniu os principais pesquisadores da área do Brasil e Exterior, além de peritos federais e estaduais e estudantes.
Não largar copo na mesa ou no balcão ajuda a evitar golpe
Não há estatísticas sobre o boa noite, Cinderela no Grande ABC. A Secretaria de Segurança Pública explicou que o golpe é, geralmente, um meio para cometer delitos como sequestros, roubos, estupro, e por isso cada ocorrência é registrada conforme o crime cometido.
Segundo o especialista em segurança pública Jorge Lordello, há dois grupos básicos de ocorrências relacionadas à prática de dopar as vítimas: com fins econômicos e sexuais. "Há casos em que o criminoso pretende assaltar a vítima, roubar a casa ou o carro. Em outros, os golpistas querem dopar a pessoa para abusar sexualmente.
E o que fazer para se proteger? Para Lordello, a pessoa não deve deixar de se divertir em festas e baladas, mas precisa ficar atenta. "Não se pode abandonar o copo na mesa ou no balcão do bar e depois voltar para pegá-lo. Também é indicado segurar a bebida com uma mão e tampar o bocal com a outra, para evitar que estranhos coloquem alguma substância ali". Aceitar bebidas de outras pessoas, nem pensar.
O especialista alertou ainda que se deve ter cuidado com estranhos nas baladas. "Aceitar ou dar carona pode ser extremamente perigoso. É melhor anotar o telefone ou e-mail e conhecer melhor a pessoa antes de se relacionar", destacou.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Você está em uma festa, segura um copo de bebida e dança ao som da música.
Um estranho se aproxima, coloca um líquido no seu copo e você continua bebendo, sem se dar conta. Então, perde a consciência de seus atos, a capacidade de discernimento, apresenta dificuldade de resistir a ameaças, se sujeita a ordens de estranhos e pode até mesmo apagar. Você foi vítima do golpe conhecido do boa noite, Cinderela.
O objetivo é auxiliar a polícia na identificação das drogas utilizadas no golpe durante investigações de assalto e estupro. O aluno do curso de mestrado em Química da UFABC (Universidade Federal do ABC) Diogo Lima da Silva, 24 anos, realiza desde 2009 estudo que pretende desenvolver um teste rápido de detecção das substâncias em bebidas.
Com orientação da professora Elizabete Campos de Lima, o trabalho mapeou as três principais drogas usadas no golpe: GHB (ácido carboxílico), GBL (um derivado desse ácido) e 1,4-Butanodiol. A diluição é feita em três tipos de bebidas: água, refrigerante e energético.
As drogas foram cedidas pela Polícia Científica de Santo André ou vieram de amostras apreendidas em Mogi das Cruzes. "A eletroforese (processo de separação de substâncias) foi o método que obteve melhores resultados com as drogas quando diluídas em água. O próximo passo é fazer a separação quando a substância está diluída em refrigerante ou energético", destacou Silva.
As drogas utilizadas no boa noite, Cinderela permanecem de uma a duas horas no sangue e 12 horas na urina. "Por isso é importante desenvolver método que auxilie a polícia, permitindo que bebidas suspeitas possam ser analisadas com rapidez", explicou o pesquisador.
Perigo
Para ser vítima do golpe, basta ingerir dois gramas de qualquer uma dessas substâncias. Com 0,7 grama, porém, é possível sentir efeitos semelhantes à ingestão de álcool, como euforia e maior sociabilidade. Por isso, essas drogas são utilizadas também por jovens em raves e casas noturnas, comercializadas como ecstasy líquido.
A quantificação das drogas em amostras apreendidas pode ajudar a polícia a traçar rotas do tráfico. Uma das possíveis utilizações do trabalho desenvolvido na UFABC é determinar a origem das drogas apreendidas, por meio da composição de cada amostra.
O trabalho de Silva foi um dos 12 escolhidos para se apresentar no 2º Encontro Nacional de Química Forense, que ocorreu no início de dezembro em Ribeirão Preto e reuniu os principais pesquisadores da área do Brasil e Exterior, além de peritos federais e estaduais e estudantes.
Não largar copo na mesa ou no balcão ajuda a evitar golpe
Não há estatísticas sobre o boa noite, Cinderela no Grande ABC. A Secretaria de Segurança Pública explicou que o golpe é, geralmente, um meio para cometer delitos como sequestros, roubos, estupro, e por isso cada ocorrência é registrada conforme o crime cometido.
Segundo o especialista em segurança pública Jorge Lordello, há dois grupos básicos de ocorrências relacionadas à prática de dopar as vítimas: com fins econômicos e sexuais. "Há casos em que o criminoso pretende assaltar a vítima, roubar a casa ou o carro. Em outros, os golpistas querem dopar a pessoa para abusar sexualmente.
E o que fazer para se proteger? Para Lordello, a pessoa não deve deixar de se divertir em festas e baladas, mas precisa ficar atenta. "Não se pode abandonar o copo na mesa ou no balcão do bar e depois voltar para pegá-lo. Também é indicado segurar a bebida com uma mão e tampar o bocal com a outra, para evitar que estranhos coloquem alguma substância ali". Aceitar bebidas de outras pessoas, nem pensar.
O especialista alertou ainda que se deve ter cuidado com estranhos nas baladas. "Aceitar ou dar carona pode ser extremamente perigoso. É melhor anotar o telefone ou e-mail e conhecer melhor a pessoa antes de se relacionar", destacou.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
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