terça-feira, 3 de novembro de 2009

Crack: A situação está fora de controle

Por Milton Jung

Em um único dia, acompahando o infernal mundo do crack e seus efeitos sobre a população de rua. Inacreditável, contei 35 brigas, parte em discussões verbais, parte em agressões físicas. Brigas fortes, algumas de tirar sangue. É preocupante, pelo menos metade delas podia ter chegado ao homicídio. O que seria, indiscutivelmente, mais um massacre. Quando a cidade fecha pelas ruas do centro, aos fins de semana, em plena luz do dia, insurgem em estado de zumbis, completamente transformados e transtornados .Principalmente na região da Luz, mas não é só.
O que outrora era termo pejorativo agora é fato, realmente a Cracolândia existe, hoje espalhada pelo país afora.

Está tudo fora de controle.

A incidência do vício entre os moradores de rua, é disparadamente maior, o grau de vulnerabilidade da rua não pode mais ser considerado médio como se faz nas conferências municipal, estadual e, principalmente, nacional de assistência social.

A segurança pública falhou, mas é também um caso de saúde. No caso dos moradores de rua, é resultante das falhas de tudo, de todas as políticas existentes e até da falta de afeto. O ponto alto porém é a falta de perspectivas.

Na caminhada que fiz entre os craqueiros, encontrei pessoas amigas, muita gente que reconhecemos e tantas outras que nos conhecem. O motivo, o mesmo, perderam as esperanças na vida, não aguentam mais discussões e debates e ações paliativas vadevindas de todas as partes.

Poder público, movimentos sociais, defensores de direitos humanos, polícia, guarda municipal, a sociedade num todo. Tem que mudar os modos de discutir os problemas, as questões, debate por debate, troca de ofensas, acusações e desmentidos, não funcionam mais. As pessoas estão cansadas, os moradores de rua estão saturados e não aguentam mais tanto bate rebate.

Essa droga empesteada, ta destruindo o Brasil, ta destruindo o Rio de Janeiro e vai avassalar São Paulo feito um tornado.

É caso de polícia ? O que podem fazer os policiais ? Prender ? Prender quem ? Onde, pra que ? O que podem fazer a Guarda ? bater ? Em quem ? Com que finalidade ?

O que podem fazer os defensores dos direitos humanso ? Defender como ? Quem ? De quê ?

Se faltam abrigos, se faltam estímulos, se faltam alternativcas de saídas, de melhorias de vida, de mudanças de um mundo melhor, que o mundo invisível, caminhara para o túnel, sem saída, um poço cada dia mais sem fundo,

É caso de coerência e bom senso.

Saúde, assistência, segurança pública, tudo isso falra e muito mais, falta de devolver oportunidades, de estudar, de trabalhar, de morar, de entender a vida em tempos de capitalismo. Não são as moedas sociais, não são as missas e cultos, não são as algemas da lei que vão devolver de volta o gosto pela vida. Isso sim está faltando. As pessoas que moram nas ruas precisam, carecem recuperar o gosto pela vida, de ter oportunidades, de poder sonhar e lutar pela vida como todo e quaquer cidadão de bem.

E não consigo mencionar da forma ajustadinha “pessoa que mora em situação de rua”, por isso digo como dizia nos meus tempos de “morador de rua”, no mínimo pessoa que mora na rua, e não é uma questão de terminologia, de palavras bonitas. O que tem que ser pensando e resolvido são as formas de se dar condições de as pessoas querendo, poder sair da rua, tocar a vida em frente, pensar a vida pós rua, pós albergue, a vida pós rede de acolhida.

Sem desespero, sem medo da fome, sem medo do despejo, sem medo de ser feliz. É disso que a rua precisa, de condições de vida digna.

Infelizmente, o crack tende a assombrar a nossa cidade, a nossa querida São Paulo; tende a assombrar famílias e pessoas sós; o mundo das drogas e o dessa praga do crack, é mais um caminho para a destruição das pessoas, das vidas, dos sentimentos.
A situação está, sim, infelizmente fora de controle.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Motorista de caminhão usa mais cocaína

Consumo é 4 vezes maior do que entre média da população, diz USP

A cocaína é o novo "rebite" dos caminhoneiros. Pesquisa divulgada ontem pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo aponta que a droga vem sendo usada no lugar das anfetaminas para manter os motoristas acordados por mais tempo. Entre os entrevistados, o consumo foi até quatro vezes maior do que o identificado na população brasileira.

O levantamento ouviu aleatoriamente 308 motoristas que circulavam por quatro rodovias federais no Rio e São Paulo e constatou que 3,5% deles haviam usado cocaína. A urina foi analisada e os dados mais alarmantes foram encontrados na Fernão Dias, região de Atibaia, interior de São Paulo: 4,5% dos caminhoneiros abordados haviam consumido cocaína.

Entre os brasileiros em geral, 0,3% admitiu ter usado a droga no último mês, consumo mapeado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em entrevista com 7 mil pessoas. "É evidente que esse motorista vai colocar em risco a vida de outras pessoas", afirma a médica Vilma Leyton, coordenadora da pesquisa da USP. A cocaína e a anfetamina atuam no sistema nervoso central, alterando a percepção do motorista, reduzindo a atenção e os reflexos.

Para Flávio Pechansky, pesquisador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trânsito e Álcool da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o consumo de cocaína entre caminhoneiros é ainda mais grave porque esses condutores passam 70% do tempo nas estradas. "Ele faz coisas que não faria se estivesse sóbrio, age impulsivamente."

A substituição da anfetamina pela cocaína tem explicações na estratégia do tráfico. "Os caminhoneiros são iludidos pelas promessas dos efeitos mais fortes da cocaína do que do rebite, que dizem deixar a pessoa acordada por mais tempo ", afirma o presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga, Newton Gibson. A droga é apresentada como fórmula para fazer com que 90 horas dirigindo pareçam mais curtas.

"Não é um uso generalizado, mas está ligado às condições de trabalho, principalmente entre os que não têm vínculos com a empresa", afirma José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros. "Tanto que as drogas são mais presentes no setor de transporte de carga de eletroeletrônicos, formado por motoristas com menos de 30 anos, que fazem do caminhão um bico", diz. "Uma parte é obrigada a fazer a rota São Paulo/Belém, antes de seguir para Manaus, em 64 horas. O mínimo suportável seriam 96 horas", completa Lopes, que já ouviu relatos de um motorista que deixou de fazer trajetos mais longos porque não suportava ficar tanto tempo sem a droga.

A carga horária excessiva é criticada pelo diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, Alberto Sabaag. "Prefiro que ele consuma alguma substância e chegue vivo, do que durma ao volante." Marcelo Pereira, consultor da Associação Brasileira de Educação no Trânsito, cita as características da profissão como outro fator para o vício. "Caminhoneiro vive sozinho, não consegue participar da vida familiar. Isso os deixa mais vulneráveis à sedução da droga."

A lei seca prevê as mesmas punições para quem dirige embriagado ou sob o efeito de droga, mas o bafômetro só detecta álcool. "O poder público teria que encontrar uma nova forma de fiscalização", afirma o inspetor-chefe da Polícia Rodoviária Federal, Márcio José Pontes.


Fonte: O Estado de S. Paulo - 11/09/09

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Metade dos pacientes da 1ª clínica pública para dependentes é viciada em mais de uma droga

Levantamento realizado com 96 pacientes recebidos pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas de São Bernardo, ligada à Secretaria de Estado da Saúde, mostra que 48% deles apresentam dependência em mais de uma substância. As mais comuns são cocaína, crack, maconha, álcool e cigarro. O levantamento mostra o perfil dos internos que passaram pela clínica desde sua inauguração, em março deste ano. A unidade é a primeira clínica pública para dependentes de álcool e drogas do Brasil.

Dos 96 pacientes, 37% apresentaram grau de dependência grave de álcool e 30% leve. Em 38% dos casos, os pacientes apresentaram grau de problemas relacionados ao uso de drogas em nível severo. Apenas 2% apresentaram nível leve. Dos 96 pacientes em tratamento, 75% tiveram alta clínica e apenas 3% abandonaram o tratamento.

Socialmente, o levantamento aponta que 41% dos internados estavam desempregados e 55% deles é solteiro; 30% possui o ensino médio completo e 7% ensino superior completo; 29% possui renda familiar entre 2 e 3 salários mínimos e 21% acima de 5 salários mínimos.

A idade média dos pacientes é 34 anos. Entre as comorbidades, o transtorno afetivo bipolar, os transtornos de personalidade, a depressão recorrente, a esquizofrenia, o jogo patológico, o transtorno de déficit de atenção e a hiperatividade são as patologias mais freqüentemente associadas.

“A predominância de usuários de múltiplas substâncias se deve também ao fácil acesso a essas drogas hoje em dia. O perfil destes pacientes é extremamente marcado pela impulsividade e compulsão das mais diversas (sexo, jogos, compras). São os chamados dependentes cruzados, onde cada droga entra num contexto de aliviar o estado causado pela outra, como, por exemplo, excitação e calmaria”, afirma a diretora clínica da unidade, Alessandra Diehl.

O tratamento é gratuito e os pacientes são encaminhados pelos prontos-socorros, UBS, serviços ambulatoriais, enfermaria psiquiátrica de hospital geral ou Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Os pacientes recebem tratamento multidisciplinar, que conta com terapeutas ocupacionais, nutricionista, educador físico, psiquiatras, psicólogos, conselheiros em dependência química, enfermagem, serviço social, entre outros.

UNIAD

Crack é uma das drogas que mais causa dependência

O crack, um subproduto da cocaína, é uma das substâncias com maior potência de indução do usuário a dependência, segundo Erikson Furtado, psiquiatra, professor da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) e coordenador do ambulatório de álcool e drogas do HC (Hospital das Clínicas).

"A nicotina presente no cigarro, por enquanto, é a de maior potência. É capaz de induzir à dependência um em cada três usuários. Mas ela não chama tanta atenção por não causar tantas alterações num curto prazo. O crack tem potência para induzir a dependência em um em cada três ou quatro indivíduos."

O crack propicia a liberação rápida de dopamina, um neurotransmissor que ativa regiões do cérebro que levam à dependência. As reações de quem fuma variam muito. O usuário pode tanto ficar muito eufórico como se sentir perseguido. Para os dependentes, o tratamento costuma ser longo e não há sucesso sem muita persistência, disse o psiquiatra.
Autor: Editoria Folha Ribeirão
OBID Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Crime e Castigo

Lya Luft - DA VEJA

"Estamos levando na brincadeira a questão
do erro e do castigo, ou do crime e da punição.
Sem limites em casa e sem punição de crimes
fora dela, nada vai melhorar"

Tomo emprestado o título do romance do russo Dostoiévski, para comentar a multiplicação dos crimes nesta cultura torta, desde os pequenos "crimes" cotidianos – falta de respeito entre pais e filhos, maus-tratos a empregados, comportamento impensável de políticos e líderes, descuido com nossa saúde, segurança, educação – até os verdadeiros crimes: roubos, assaltos, assassinatos, tão incrivelmente banalizados nesta sociedade enferma. A crise de autoridade começa em casa, quando temos medo de dar ordens e limites ou mesmo castigos aos filhos, iludidos por uma série de psicologismos falsos que pululam como receitas de revista ou programa matinal de televisão e que também invadiram parte das escolas. Crianças e adolescentes saudáveis são tratados a mamadeira e cachorro-quente por pais desorientados e receosos de exercer qualquer comando. Jovens infratores são tratados como imbecis, embora espertos, e como inocentes, mesmo que perversos estupradores, frios assassinos, traficantes e ladrões comuns. São encaminhados para os chamados centros de ressocialização, onde nada aprendem de bom, mas muito de ruim, e logo voltam às ruas para continuar seus crimes.

Estamos levando na brincadeira a questão do erro e do castigo, ou do crime e da punição. A banalização da má-educação em casa e na escola, e do crime fora delas, é espantosa e tem consequências dramáticas que hoje não conseguimos mais avaliar. Sem limites em casa e sem punição de crimes fora dela, nada vai melhorar. Antes de mais nada, é dever mudar as leis – e não é possível que não se possa mudar uma lei, duas leis, muitas leis. Hoje, logo, agora! O ensino nas últimas décadas foi piorando, em parte pelo desinteresse dos governos e pelo péssimo incentivo aos professores, que ganham menos do que uma empregada doméstica, em parte como resultado de "diretrizes de ensino" que tornaram tudo confuso, experimental, com alunos servindo de cobaias, professores lotados de teorias (que também não funcionam). Além disso, aqui e ali grupos de ditos mestres passaram a se interessar mais por politicagem e ideologia do que pelo bem dos alunos e da própria classe. Não admira que em alguns lugares o respeito tenha sumido, os alunos considerem com desdém ou indignação a figura do antigo mestre e ainda por cima vivam, em muitas famílias, a dor da falta de pais: em lugar deles, como disse um jovem psicólogo, eles têm em casa um gatão e uma gatinha. Dispensam-se comentários.

Autoridade, onde existe, é considerada atrasada, antiquada e chata. Se nas famílias e escolas isso é um problema, na sociedade, com nossas leis falhas, sem rigor nem coerência, isso se torna uma tragédia. Não me falem em policiais corruptos, pois a maioria imensa deles é honrada, ganha vergonhosamente pouco, arrisca e perde a vida, e pouco ligamos para isso. Eu penso em leis ruins e em prisões lotadas de gente em condições animalescas. Nesta nossa cultura do absurdo, crimes pequenos levam seus autores a passar anos num desses lixões de gente chamados cadeias (muitas vezes sem sequer ter havido ainda julgamento e condenação), enquanto bandidos perigosos entram por uma porta de cadeia e saem pela outra, para voltar a cometer seus crimes, ou gozam na cadeia de um conforto que nem avaliamos.

Precisamos de punições justas, autoridade vigilante, uma reforma geral das leis para impedir perversidade ou leniência, jovens criminosos julgados como criminosos, não como crianças malcriadas. Ensino, educação e justiça tornaram-se tão ruins, tudo isso agravado pelo delírio das drogas fomentado por traficantes ou por irresponsáveis que as usam como diversão ou alívio momentâneo, que passamos a aceitar tudo como normal: "É assim mesmo". Muito crime, pouco castigo, castigo excessivo ou brando demais, leis antiquadas ou insuficientes, e chegamos aonde chegamos: os cidadãos reféns dentro de casa ou ratos assustados nas ruas, a bandidagem no controle; pais com medo dos filhos, professores insultados pela meninada sem educação. Seria de rir, se não fosse de chorar.

sábado, 18 de julho de 2009

Consumo da cocaína no País quase dobrou, diz ONU


Agência Estado

O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc) divulgou ontem o Relatório Mundial sobre Drogas 2009, celebrando os 100 anos do combate internacional às drogas, em tom de comemoração, ressaltando que "o mercado global de cocaína, de US$ 50 bilhões, sofreu abalos sísmicos, graças à cooperação internacional". A produção caiu 15% (a maior queda em cinco anos), o consumo caiu na maior parte dos países ou ficou estagnado. No Brasil, porém, o consumo da cocaína quase dobrou em três anos.
Em números absolutos, 890 mil brasileiros são usuários, o que representava 0,7% da população entre 12 e 65 anos em 2007. Seis anos antes, esse índice era de 0,4%. Há ainda a questão do aumento no consumo do crack, derivado mais barato da cocaína. Em um ano, o relatório mostra que triplicaram apreensões - de 145 mil para 578 mil quilos. "O crack vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química", afirma Bo Mathiasen, representante da Unodc no Brasil.
Segundo a Unodc, o descompasso entre queda de produção mundial e aumento de consumo de cocaína no Brasil pode ser explicado pela melhora da situação econômica no País. Além disso, mais estruturados, polícia e serviços de saúde no País implicam mais estatísticas sobre o assunto. "No que diz respeito à produção, o Brasil não incomoda o mundo. O País não produz para exportação. Incomodamos por ser um país de trânsito excelente para o tráfico (que vem de Colômbia, Peru e Bolívia e segue para África e Europa), já que temos fronteiras com os maiores produtores de cocaína do mundo. São 9 mil km que temos de cuidar", analisou o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchoa.
O relatório aponta que a América do Sul foi responsável, em 2007, por 45% do total mundial de apreensões de cocaína. O Brasil foi o 10º em apreensões. A queda na produção mundial, de acordo com a ONU, seria um reflexo não apenas das ações de repressão, mas também do início da queda no consumo nos maiores mercadores consumidores - EUA e Europa, que estão em crise.

Louco Amor

Eu a encontrei quando tinha 16, um amigo em comum nos apresentou.
Ela gosta de mim?
Sim, ela gosta.
Você gosta dela?
Não, eu não gosto dela, eu a amo,
Foi paixão, amor a primeira vista
Ela realmente me achava louco, e eu não sabia mais viver sem ela
Mas o mundo não quis esse amor, meus pais não o aprovaram, então tivemos de nos ver escondido,
E quando isso se tornou impossível, eu não sabia mais o que fazer.....
Eu quero ela, eu preciso dela,
E quando eu não mais a tive, as coisas saíram do controle,eu destruí meu carro, quebrei todas as portas e janelas do meu quarto, eu quase matei minha irmã.
Por quê eu fiz aquilo?
Eu tinha uma paixão por ela, e fiquei louco quando não a tive.
Hoje eu tenho 45 e sou um paciente terminal, estou num hospital e eu sei que vou morrer logo.
Não tenho mais ninguém, nem família, nem amigos...
E eu estou a chamar por ela
Cocaína
Eu devo-lhe o meu amor, minha vida, minha destruição e minha morte.

FREDDIE MERCURY – Este texto foi escrito por ele antes de sua morte em 1991.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Por que as pessoas usam drogas

A nosso ver podem ser enquadradas em quatro grupos básicos:

1. Para reduzir sentimentos desagradáveis de angústia e depressão. Estes sentimentos seriam :

Gerais, decorrentes da própria condição humana. A angústia do ser humano diante da vida foi muito bem descrita pelos filósofos da corrente existencialista. Para eles o ser humano, sem saber porquê e para que, é jogado no mundo hostil ou indiferente.

Durante sua vida o ser humano é permanentemente ameaçado pelo aniquilamento, confrontado com o absurdo, tendo apenas uma certeza em relação ao seu futuro - a sua inevitável morte, que ocorrerá em data e condições desconhecidas. De acordo com os conceitos existencialistas poderíamos, pois, definir a vida como uma aventura trágica, absurda e ilógica, que sempre termina em morte.

Considerando a situação existencial do homem alguns autores afirmam que não é de se estranhar que ele se angustie e sim que ele se angustie tão pouco.

Específicas, próprias de cada indivíduo - originadas por experiências traumáticas ou condições patológicas. Constituiriam exemplos o uso de drogas por veteranos de guerras ou por pessoas com fobia social ou depressão.

2. Para exaltar sensações corporais e provocar gratificações sensoriais de natureza estética e, especialmente, eróticas. Dizem os usuários de drogas que a música soa melhor, as cores são mais brilhantes e o orgasmo se torna mais intenso, durante o uso de sua droga preferida.

3. Para aumentar rendimentos psicofísicos, reduzindo sensações corporais desagradáveis, como dor, insônia, cansaço ou superando necessidades fisiológicas como o sono e a fome. Durante o império Inca a folha de coca era mascada por mensageiros e carregadores para aumentar sua resistência e velocidade.

É freqüente o uso de anfetaminas por choferes de caminhão que desejam encurtar a duração de suas viagem.

Um exemplo curioso foi o caso de um psicopata, visto por um de nós, internado por intoxicação anfetamínica. Empregado de um traficante de drogas, este rapaz passara a usar os anfetamínicos para permanecer mais tempo acordado e poder vender mais drogas, ganhando assim o reconhecimento de seu chefe.

Dores crônicas e insônia persistente constituem causas bem reconhecidas de abuso de analgésicos e hipnóticos diversos.

4. Como meio de transcender as limitações do corpo e o jugo da espaço-temporalidade, unindo-se à realidade por trás de todos os fenômenos ou, mais limitadamente, a alguma entidade espiritual qualquer, capaz de conferir-lhe, pelo menos temporariamente, poderes especiais.

São bem conhecidos os relatos de uso de cactos e fungos por diversas nações indígenas, em ocasiões especiais, como uma forma de unir-se a seus deuses ou antepassados. Também documentados estão o uso de drogas pelos shamans durante suas atividades curativas e a ingestão de álcool por médiuns possuidos por entidades espirituais nos rituais de cultos afroamericanos. Comumente nestes casos o uso das drogas faz-se somente em situações bem definidas, culturalmente aceitas e reconhecidas, não comprometendo o desempenho social das pessoas. Por outro lado, muitos usuários de drogas, como por exemplo alguns hippies dos anos 60, procuraram em drogas diversas (principalmente alucinógenos) um substituto para experiências religiosas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uso regular de maconha pode aumentar risco de surgimento de psicoses

Pesquisa alemã mostra que uso moderado e regular pode ser perigoso.Perigo aumenta de acordo com tempo e dose de utilização.A discussão sobre a maconha é repleta de argumentos a favor e contra a droga. O problema maior reside na disparidade entre as pesquisas, que nem sempre seguem o rigor científico. A ligação entre o uso de maconha e o aparecimento posterior de quadros de psicoses já foi indicada por vários trabalhos científicos, porém o papel da droga nesse contexto ainda não havia sido esclarecido.Pesquisadores alemães realizaram um trabalho buscando avaliar se o uso regular da droga aumentaria a ocorrência de quadros de psicose em indivíduos normais ou com predisposição para a doença. Um grupo de mais de dois mil adolescentes foi avaliado por psicólogos treinados, no inicio da pesquisa e após quatro anos. As entrevistas buscavam determinar se existiam sinais de psicose ou mesmo de predisposição para seu aparecimento.Os resultados após quatro anos de estudo mostraram que o uso moderado de maconha por jovens aumenta o risco de psicoses no futuro. Esse risco aumenta seguindo a quantidade e freqüência de utilização. Os indivíduos que têm predisposição para psicoses sofrem um risco muito maior de desenvolver a doença, quando expostos ao uso de maconha. Por outro lado, a predisposição à psicose não aumenta a taxa de utilização de maconha pelos jovens.Esses resultados devem ficar como alerta para aqueles que acreditam que a maconha é uma droga inócua e sem riscos para a saúde dos indivíduos que a consomem.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A PORTA MAIS LARGA DO MUNDO

A Porta Mais Larga do Mundo

Conta-se que um dia um homem parou na frente do pequeno bar, tirou do bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: dois metros de altura por oitenta centímetros de largura.
Admirado mediu-a de novo.
Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar.
Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por fim uma multidão.
Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente impressionado: "parece mentira!" esta porta mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de largura, no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro, meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus móveis, a minha casa com terreno.
E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu lar...
Além disso, passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos...
Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... gole por gole.
Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança.
Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça...
Ela ainda me chama insistentemente...
Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas!
Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você bebe socialmente, lembra-se?"
Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo.
E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "quando eu quiser, eu paro".
Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa...
Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo.
Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas.
Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente...
Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida.
Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou, se sabe, finge que não, para não admitir que está sob o jugo da bebida.
E o que é pior, têm esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos.
Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra suas ameaças.
Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas reflexões. ..........

Você sabia que, segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2001 foram internados 84.467 brasileiros por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool, demandando um gasto de mais 60 milhões de reais?
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o álcool é a droga mais usada pelos jovens no Brasil.
Segundo pesquisa realizada em 14 capitais brasileiras em 2001, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o consumo começa cedo: em média, aos 13 anos. E o pior é que o álcool é a porta principal de acesso às demais drogas.

E você sabia que a influência da TV e do Cinema nos hábitos de crianças e adolescentes foi recentemente comprovada por pesquisadores da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos?

Por todas essa razões, vale a pena orientar nosso filho para que não seja mais um a aumentar essas tristes estatísticas.

quarta-feira, 11 de março de 2009

ESTUDANTE NORTE AMERICANA



Estudante Norte Americana, presa inúmeras vezes por porte e uso de drogas, sendo a primeira vez em 1983 com 14 anos e a última em 97 com 28 anos. Ela morreu de overdose aos 30 anos.


PRÊAMBULO

Nos últimos 20 anos inúmeros progressos e avanços significativos no tratamento de problemas de dependência química têm vindo a ser feitos, e que refletem a multidisciplinaridade dos problemas que se apresentam aos profissionais de tratamento. É hoje um dado adquirido o fato de raramente se observar num doente dependente químico um consumo de uma só substância, sendo o comportamento “normal” o recurso a várias substâncias, utilizando muitas vezes as mesmas ou parecidas para atingir estados psíquicos diferentes, por vezes estados psíquicos complementares. A contínua presença do álcool em todos os dependentes químicos vem complicar o tratamento. Sendo uma substância legal e barata, acaba por ser, para muitos, uma porta complicada de fechar e uma barreira para uma recuperação substancial. É desta maneira importante que dentro da nossa metodologia não se entenda que exista alguma “cura” da dependência química, mas antes “recuperação” da mesma, visto estar comprovado que a predisposição não desaparece com o tratamento, mas ficando desta maneira “estacionária”, necessitando de ser sujeita a um controle interno (do próprio) e externo (em tratamento) atento, rigoroso e contínuo ao longo de vários anos. A dependência química pode ser considerada crônica, progressiva e potencialmente fatal, se não interrompido o processo ativo de ingestão de substâncias. É nossa experiência a doença não parar por ela mesma, sendo necessário um apoio específico, profissional e com uma estrutura competente de fazê-lo.Tradicionalmente tem-se recorrido ao internamento para se tratar de doentes dependentes químicos, no entanto uma das técnicas que se tem revelado mais útil e ao alcance de cada um para se atingir um nível satisfatório de recuperação e de se conseguir sair de um processo auto-destrutivo e destrutivo dos outros, tem sido a psicoterapia de grupo, psicoterapia individual e a terapia familiar complementar com uma freqüência que pode ser até diária e sempre acompanhado por um técnico qualificado e sempre à disposição do doente e da família. Este tratamento em regime ambulatório tem inúmeras vantagens, sendo a principal o fato de o doente ser no9sso objetivo primordial. Visto muitos adictos terem uma vida profissional muito ativa e terem recursos cognitivos bastante intactos, importante apoiá-los enquanto ainda sentem que conseguem controlar as suas vidas, as suas famílias, os seus locais de trabalho.

A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NAS EMPRESAS

"Não és bom, nem és mau: és triste e humano... Vives ansiando, entre maldições e preces, Como se a arder no coração tivesses O tumulto e o clamor de um largo oceano.
(...)
E no perpétuo ideal que te devora, Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um deus que chora."
(Dualismo - Olavo Bilac)



DEPENDÊNCIA QUÍMICA, segundo dados da organização mundial de saúde, é uma doença que atinge em média cerca de 10 a 15% da população mundial e caracteriza-se pela perda da liberdade de dizer não à droga à qual o organismo se adaptou.

É uma necessidade psíquica ou física do uso de drogas (álcool, tabaco, tranqüilizante, maconha, cocaína, ecstasy, crack, heroína, etc.) e suas conseqüências, sem controle, com aumento de tolerância por um indivíduo; ou seja, um estado no qual tal indivíduo tem a necessidade de repetidas doses de uma droga para sentir-se bem ou evitar sentir-se mal.

Existe na verdade um critério de “amarração” difícil de se desvencilhar. Há uma relação alterada entre o ser humano e seu modo de consumir uma substância. E tal relação é capaz de trazer problemas de várias naturezas para o seu usuário: social, financeiro, físico e familiar, e, o mais complexo: manter o indivíduo em abstinência (sem usar drogas) e reintegra-lo à sociedade ainda preconceituosa.
Pesquisa do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) aponta que o número de dependentes no país é de 15% da população de 12 a 65 anos.

Acidentes, diminuição da produtividade, problemas de relacionamento e de segurança. Esses são alguns dos efeitos que a dependência química provoca no ambiente corporativo. O que antes era varrido para debaixo do tapete transformou-se em questão prioritária para os gestores de recursos humanos. Os números desse quadro falam por si. Para se ter uma idéia, estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que:

· Os usuários de drogas e álcool faltam ao trabalho de duas a três vezes mais do que os outros empregados.

· Funcionários com dependência química podem precisar utilizar a assistência médica ou o seguro-saúde três vezes mais que os outros empregados.

· Em algumas empresas, foi constatado que de 20% a 25% dos acidentes envolvem pessoas intoxicadas, que se machucam sozinhas ou ferem outras pessoas.


· A oferta de drogas e álcool durante o expediente contabiliza de 15% a 30% de todos os acidentes de trabalho.

Programas de prevenção e combate ao uso de drogas sempre encontram barreiras, principalmente dentro das empresas e escolas onde existe um tabu em relação ao assunto. Álcool, maconha e cocaína, entre outras drogas, são freqüentes no ambiente de trabalho em casa e escola, mas seu uso muitas vezes passa despercebido. No caso das empresas, o problema é que queda na produtividade, absenteísmo e falta de motivação nem sempre são atrelados ao uso de drogas pelos funcionários.

DROGAS - MACONHA

MACONHA.

Aspectos históricos e culturais:

Maconha é o nome dado a uma planta chamada cientificamente de Cannabis sativa, conhecida há séculos e que cresce naturalmente em várias partes do globo, podendo ser facilmente cultivada e encontrada em todos os continentes.

Era usada há cerca de 3.000 anos na China. Por volta de 1850, começou a ser usada na Europa. Seu plantio foi incentivado durante muitos séculos, devido à utilização de seus talos para a fabricação de cordas, fibras têxteis, palitos e até papel. Todavia, é das folhas, bem como de seus topos floridos, que se extrai a substância ativa THC Delta-9-Tetrahidrocanabinol.

Os produtos da Cannabis sativa podem ser consumidos por via pulmonar (fumada) ou por via oral (comidos), como ocorre nas populações indígenas.

Originária da Ásia Central, seus primeiros registros históricos são de mais de 200 anos a.C. na China, no Egito e na Índia. Mno segundo milênio a.C. era empregada com fins terapêuticos na China e descrita pelo Imperador Shen Nung como analgésico. Seu emprego medicinal corresponde a uma longa tradição entre povos africanos e asiáticos, mas também já era utilizada como desinibidora: os gregos a usavam para liberar do corpo gases intestinais e para dor de ouvido; e os indianos, há 1000 anos a.C., a utilizavam para "libertar a mente de coisas mundanas". Seu consumo é tradição secular em alguns países, principalmente naqueles onde o consumo de álcool é proibido.

Parece ter sido introduzida nas Américas pelos espanhóis, que fizeram as primeiras plantações no Chile, no século XVI. O hábito de fumar ou ingerir folhas e sementes de Cannabis é antigo, vinculado a práticas religiosas de muitos povos.

Na segunda metade do século XIX, escritores e intelectuais franceses fornecem as primeiras descrições do uso recreativo desta preparação no Ocidente. Há séculos ele fazia parte do arsenal de medicina popular em vários países e, ao final do século XIX, fez parte de vários medicamentos produzidos por respeitáveis laboratórios farmacêuticos dos Estados Unidos. Era indicada como analgésico, antiespasmódico e dilatador dos brônquios.

O interesse médico pela Cannabis diminui no início do século XX em detrimento da morfina e dos barbitúricos, que ofereciam melhores resultados. Hoje em dia, seu emprego terapêutico é quase nenhum, mas, em função de pesquisas recentes, é reconhecida como medicamento em pelo menos duas condições clínicas: reduz ou abole as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos anticâncer e tem efeito benéfico em alguns casos de epilepsia. Em algumas partes da Ásia, os médicos ainda a utilizam no tratamento de algumas afecções.

Considerada como "droga da moda" nos anos 60, no auge da contestação hippie (junto com o LSD-25), a maconha continua a ser muito fumada até hoje, em particular nas faixas jovens, mas perdeu o seu destaque em favor dos inalantes, nas classes desfavorecidas, e da cocaína, nas classes média e alta.

Na Jamaica seu uso é popular. Conhecida como "ganja", é facilmente cultivada e produzida, embora o seu consumo seja considerado ilegal. Certas seitas atribuem-lhe poderes místicos e divinos, especialmente o de afastar os maus espíritos. O operário jamaicano encontra na ganja energia para trabalhar e relaxamento após o trabalho; oferece a droga, mesmo aos filhos, para que fiquem "mais inteligentes".

Nessa população, fumar a ganja é um rito e não um fator de alienação ou desintegração social. Seu uso constitui um complexo de crenças, atitudes e costumes compartilhados por toda a comunidade. Porém, há diferença entre as classes sociais. Na população de baixa renda, a criança aprende a usar a erva muito cedo, sendo possível que se coloque chá de "ganja" até nas mamadeiras. Nas classes média e alta, no entanto, a droga é condenada, mas os adolescentes a fumam, expressando, assim, a sua oposição à geração adulta. Ela se tornou, portanto, um símbolo de curiosidade, prazer ou mesmo revolta.

No Brasil atribui-se a origem da maconha aos escravos africanos trazidos para cá, sendo utilizada inicialmente por índios e negros.

O haxixe é uma substância mais ativa, extraída da própria maconha. Enquanto a maconha contém 1% de THC, o haxixe contém até 14%. Pouco comum entre nós, é habitualmente reduzido a pó e misturado ao tabaco normal para ser fumado em cachimbo. É, em sua maior parte, produzido no norte da África, Paquistão, Nepal, Líbano e Turquia, sendo contrabandeado para os Estados Unidos e Europa, onde seu preço é elevado.

A faixa da população que usa haxixe é a mesma que usa a maconha, mas observa-se que a maconha é mais comum entre aqueles que estão se iniciando no hábito ou que o fazem esporadicamente. O haxixe é mais encontrado entre aqueles já iniciados e fumantes contumazes, que necessitam doses mais potentes da droga. É moldado em pequenas barras ou bolos de cor marrom escura e seu óleo é bem mais potente.

Diz-se que a palavra assassino parece originar-se do árabe "hashishin", designação dada a uma tribo do norte da Pérsia, na Idade Média, por volta do século XI, povoada por homens guerreiros altamente perigosos e temidos por sua grande crueldade. Sabia-se que seus homens eram "motivados" pelo consumo de certa substância despersonalizante, que os impelia ao barbarismo e delitos sádicos dos mais horrendos crimes.



Efeitos físicos e psíquicos.

Podem ser físicos (ação sobre o próprio corpo ou parte dele) e psíquicos (ação sobre a mente). Esses efeitos sofrerão mudanças de acordo com o tempo de uso que se considera. Ou seja, os efeitos são agudos (quando ocorrem apenas algumas horas após fumar) e crônicos (conseqüências que aparecem após o uso continuado por semanas, meses ou menos anos).

Os efeitos físicos são poucos: olhos avermelhados, boca seca e o coração dispara, de 60-80 batimentos por minuto podem chegar a 120-140 ou até mais.

Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para uma parte das pessoas, os efeitos são uma sensação de bem-estar acompanhada de calma e relaxamento, de diminuição de fadiga e vontade de rir (boa viagem). Para outras pessoas, os efeitos são mais desagradáveis: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas e suando (má viagem). Há ainda evidente perturbação na capacidade da pessoa calcular tempo e espaço e um prejuízo da memória e atenção.

Aumentando-se a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos agudos podem chegar até a alterações mais importantes, com predominância de delírios e alucinações. O delírio é uma manifestação mental pela qual a pessoa faz um juízo errado do que vê ou ouve. Neste caso, há mania de perseguição (delírio persecutório). A mania de perseguição pode levar ao pânico e, conseqüentemente, a atitudes perigosas, como "fugir pela janela", agredir as pessoas em "defesa" antecipada contra agressão que julga estar sendo tramada. Já a alucinação, que é uma percepção sem objeto, pode ter fundo agradável ou terrificante.

Os efeitos físicos crônicos da maconha são maiores. Com o continuar do uso, vários órgãos do co5rpo são afetados. Os pulmões são um exemplo disso, levado a problemas respiratórios (bronquites), iguais ao do cigarro comum. Porém, a maconha contém alto teor de alcatrão (maior que no cigarro comum) e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno. Ainda não está provado cientificamente que a pessoa que fuma maconha cronicamente está sujeita a contrair câncer dos pulmões com maior facilidade. Mas, os indícios de que assim possa ser são cada vez mais fortes.

Outro efeito físico indesejável do uso crônico refere-se à testosterona, ou hormônio masculino. Já existem muitas provas que a maconha diminui em até 50-60% a quantidade de testosterona. Em conseqüência, o homem apresenta um número bem reduzido de espermatozóides no líquido espermático, o que leva a infertilidade. Este efeito desaparece quando a pessoa deixa de fumar a planta.

Há ainda os efeitos psíquicos crônicos da maconha. Sabe-se que o uso continuado interfere na capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir um estado de amotivação e de dependência.

Nomes mais conhecidos: maconha, haxixe, cânhamo, bangh, ganja, diamba, marijuana, marihuana.

Nomes populares:
baseado, erva, tora, beise, fumo, bagulho, fininho.

DROGAS - COCAINA

COCAÍNA.

Aspectos históricos e culturais:
A planta da coca é originária da América do Sul e cultivada em diversos países andinos. A cocaína é extraída das folhas da planta Erytroxylon coca - ou como é popularmente conhecida, coca ou epadu - em duas fases. Primeiro, as folhas são prensadas com ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, formando a pasta de coca, a qual, por sua vez, contém até 90% de sulfato de cocaína. Em seguida, a pasta é tratada com ácido clorídrico, formando o cloridrato de cocaína em forma de pó branco. Por volta de 100 kg. De folha seca dá origem a 100 g. de pasta de coca e 800 g. do respectivo cloridrato.

Sendo uma planta tipicamente sul americana, "coquear", é um hábito tradicional que remonta vários séculos. Sua função principal é evitar a sede, a fome e o frio. Pode-se encontrar, em algumas sociedades andinas, um valor cultural e mitológico ligado à coca.

Em certas sociedades, por exemplo, é aplicada a folha no recém-nascido para secagem do cordão umbilical – que depois é enterrado com as folhas, representando um talismã para o resto da vida do indivíduo. Em certas cerimônias funerais é usada, também, mediante certos rituais, como forma de apaziguar e tranqüilizar os espíritos.

O papel sócio-cultural da coca é importante em alguns países andinos. Dois exemplos são o Peru e a Bolívia, onde é consumida também sob a forma de chá, com propriedades medicinais que auxiliam principalmente problemas digestivos. Sua importância é tal que no Peru existe um órgão encarregado de controlar a qualidade das folhas vendidas no comércio, o "Instituto Peruano da Coca".

Se em alguns países andinos a coca é um bem sócio-cultural, histórica e tradicionalmente importante, em outros países, como no Brasil, é vista como um "mal a ser combatido e exterminado de qualquer maneira". A lei taxa seu uso como ilícito e a sociedade estigmatiza o usuário como "desviante" ou "marginal".

O uso mais comum nestes casos é sob a forma de sal – o cloridrato de cocaína. É consumido via nasal, ou seja, aspirado, "cheirado". Por ser uma droga cara, seu uso é dificultado a pessoas de baixa renda.

Se o "pó", como é popularmente conhecido o sal de cloridrato de cocaína, é muito caro, favorecendo o seu uso pelas camadas mais altas da sociedade, o uso da coca tornou-se mais acessível à população de baixa renda com o advento do "crack".

CRACK:
é obtido a partir da mistura e aquecimento da pasta base de coca e da própria cocaína com bicarbonato de sódio, resultando no preparo sólido que é posteriormente quebrado para ser fumado. Seu efeito pode ser até cinco vezes mais potente que a Cocaína e dura de 5 a 10 minutos. Sua principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. É necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo para consumir a droga, muitos desses feitos artesanalmente com o auxilio de latas, pequenas garrafas plásticas e canudos ou canetas. Os pulmões conseguem absorver quase 100% do crack inalado.

Os primeiros efeitos são uma euforia plena que desaparece repentinamente depois de um curto espaço de tempo, sendo seguida por uma grande e profunda depressão. Por causa da rapidez do efeito, o usuário consome novas doses para voltar a sentir uma nova euforia e sair do estado depressivo.

O crack também provoca hiperatividade, insônia, perda da sensação de cansaço, perda de apetite e conseqüente perda de peso e desnutrição. Com o tempo e uso constante da droga, aparecem um cansaço intenso, uma forte depressão e desinteresse sexual.

Os usuários de crack apresentam um comportamento violento, são facilmente irritáveis. Tremores, paranóia e desconfiança também são causados pela droga. Normalmente, os usuários têm os lábios, a língua e a garganta queimados por causa da forma de consumo da substância. Apresentam também problemas no sistema respiratório como congestão nasal, expectoração de muco preto e sérios danos nos pulmões.

O uso mais contínuo, em muitos casos, por apenas dois anos, pode causar ataque cardíaco e derrame cerebral graças a um considerável aumento da pressão arterial. Contrações no peito seguidas de convulsões e coma também são causadas pelo consumo excessivo da droga.

Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado mental do usuário. Surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz quando está sendo queimado para ser consumido.

MERLA:
Outro subproduto da cocaína é a merla. É obtida da mistura da pasta de coca com vários agentes químicos, incluindo ácido sulfúrico, querose, cal virgem e até mesmo solução de bateria de automóveis. Um quilograma de cocaína, misturado a essas substâncias não menos tóxicas, produz até três quilos de merla.
Apresentada em forma de pasta, ela é fumada pura ou no cigarro, sendo absorvida quase que 100% pelos pulmões.

Mas existe uma outra merla ( com "eme" maiúsculo, dos desenhos infantis da "World Events Productions" norte-americana) Ela é uma rainha de super-poderes, aliada do robô Zarkon, do desenho animado Voltron.
Nessa peça ficcional, Merla é uma personagem virtual que tem algo em comum com a merla real, droga ilícita, já que ambas fazem as pessoas agirem do jeito que querem, virando suas escravas.

O uso da merla produz alucinações, depressão e sensação de medo. Ela é também chamada de "nóia", gíria derivada da palavra paranóia, numa alusão ao fato de que sob seus efeitos os usuários entram num estado maníaco de perseguição, os mesmos do crack.

Aspectos gerais: Tanto o crack como a merla também são cocaína, portanto os efeitos são comuns. Porém, a via de uso dessas duas formas (via pulmonar, já que ambos são fumados) faz toda a diferença com o pó.

Assim que são fumados, o crack e a merla, alcançam o pulmão, que é um órgão intensivamente vascularizado e com grande superfície, levando a uma absorção instantânea. Através do pulmão, cai quase imediatamente na circulação cerebral chegando rapidamente ao cérebro. Em 10 a 15 segundos os primeiros efeitos já ocorrem, enquanto que os efeitos após cheirar o "pó" acontecem após 10 a 15 minutos e após a injeção, em 3 a duração é muito rápida - 5 a 10 minutos – enquanto que após injetar ou cheirar, em torno de 20 a 45 minutos, respectivamente. 5 minutos.

O efeito quase que instantâneo de uma "pipada", faz do crack e da merla drogas poderosas do ponto de vista do usuário. Porém a duração dos efeitos é muito rápida, o que faz o usuário voltar a utilizar a droga com mais freqüência que as outras vias (praticamente de 5 em 5 minutos), levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários de cocaína por outras vias (nasal, endovenosa).

Além do"prazer" inicial quase indescritível, que muitos comparam a um orgasmo, o crack e a merla também provocam um estado de excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação do cansaço, falta de apetite. Em menos de um mês perde de 8 a 10 quilos, perde também as noções de higiene, ficando com aspecto deplorável. Por essas características os usuários de crack e merla são facilmente identificados.

EFEITOS (Resumo):

Agudos:
· Inicialmente intenso bem estar, euforia, aumento da auto-confiança e sociabilidade.
· Aumento de disposição e insônia posterior.
· Diminuição do apetite.
· Coriza.
· Aumento dos batimentos cardíacos, arritmia, aumento da pressão arterial.
· Após os primeiros minutos: agitação e ansiedade.
· Depressão ou medo.

Crônico ou prolongado:
· Dores de cabeça.
· Depressão.
· Paranóia.
· Psicose.
· Complicações cardíacas e respiratórias.
· Rinite e sinusite.
· Problemas na pele e doenças infecciosas.
· Perda de peso.
· Danos cerebrais.
· Contaminação de HIV.

DROGAS - ALCOOL

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Aspectos históricos e culturais:

A palavra álcool origina-se do árabe al-kuhul que significa líquido.

As bebidas alcoólicas representam as drogas mais antigas das quais se têm conhecimento, por seu simples processo de produção. Obtidas pela fermentação de diversos vegetais, no início primitivos e depois cada vez mais sofisticados, elas já estavam presentes nas grandes culturas do Oriente Médio e são utilizadas em quase todos os grupos culturais, geralmente relacionados a momentos festivos.

Os mais antigos documentos da civilização egípcia descrevem o uso do vinho e da cerveja. A medicina egípcia, respeitada em toda a região mediterrânea, usava essências alcoólicas para uma série de moléstias, enquanto meio embriagador contra dores e como abortivo. O vinho entre os egípcios era bebido em honra à deusa Isis.

O consumo de cerveja pelos jovens era comum; muitos contos, lendas e canções de amor relatam os seus poderes afrodisíacos. O seu uso social e festivo era bem tolerado, embora, já no Egito, moralistas populares se levantassem contra o seu abuso "por desviar os jovens dos estudos". A embriaguez, no entanto, era tolerada apenas quando decorrente de celebrações religiosas, onde era considerada normal ou mesmo estimulada.

Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. Em escavações feitas em 1968 ao norte do Irã, pesquisadores norte americanos, liderados por Patrick MacGovern, descobriram um jarro de cerâmica que continha resíduos de vinho resinado feito entre 5400 e 500 a.C. Na Babilônia 500 a.C., a cerveja era ofertada aos deuses.

O consumo de álcool nas civilizações gregas e romanas é bem conhecido. Ele era utilizado tanto pelo seu valor alimentício, quanto para festividades sociais. Ressaltamos a associação entre o uso do vinho e certas práticas e concepções religiosas representadas pela popular figura do Bacchus. Durante longos períodos, o consumo de vinho era proibido para as mulheres, interdito do qual testemunham os relatos bíblicos, que também, no Gênesis, cap.9, registram um Noé plantador de videiras e que às vezes sem embriagava. Lembramos ainda que o vinho é parte integrante de cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no candomblé e em outras práticas espíritas.

O consumo de bebidas alcoólicas é amplamente difundido no Brasil, onde se consome mais álcool, per capita, do que leite.
Nos anos 20, nos Estados Unidos, houve uma proposta de coibição legal do uso de bebidas alcoólicas, chamada Lei Seca. Porém durou pouquíssimo tempo. O seu fracasso deu-se devido à pressões econômicas que fácil e vitoriosamente se interpuseram, além de que o próprio consumidor encontrou uma forma sutil e prática para alimentar suas necessidades.

Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nessa época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um grande remédio para todas as doenças, pis "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico "usquebaugh", que significa "água da vida").


ASPECTOS GERAIS.

Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele atua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas

A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos, após ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.





Alcoolismo:

A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência de álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sócio cultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes fatores. Alguns autores citam a pré disposição como outro fator de contribuição.

A Irmandade "Alcoólicos Anônimos", na sua rica literatura, tem um folheto com DOZE PERGUNTAS, assim sugeridas: "Sabemos por experiência própria que qualquer pessoa que responder SIM a QUATRO ou mais destas doze perguntas, tem claras tendências para o alcoolismo (e poderá já ser um alcoólico).
· Já tentou parar de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir seu objetivo?
· Ressente-se com os conselhos dos outros que tentam fazê-lo parar de beber?
· Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra?
· Tomou algum trago pela manhã mos últimos doze meses?
· Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas?
· Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses?
· A bebida já criou problemas no seu lar?
· Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir doses extras?
· Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e para quando quer?
· Faltou ao serviço, durante os últimos doze meses, por causa da bebida?
· Já experimentou alguma vez "apagamento" durante uma bebedeira?
Já pensou alguma vez que poderia aproveitar mais a vida, se não bebesse?

Efeitos no resto do corpo:
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais freqüentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são freqüentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração) e ainda os caos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e câimbras nos membros inferiores.

Durante a gravidez:
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer conseqüências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gestante evite o consumo, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.
Cerca de um terço dos bebês de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afetados pela "Síndrome Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afetadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso.

BEBÊ NASCE ALCOOLIZADO

Uma polonesa alcoólatra deu à luz uma menina, que nasceu com 2,9 gramas de álcool por litro de sangue, anunciou nesta terça-feira (10) a polícia de Varsóvia.
Os médicos do hospital de Otwock, localidade na periferia da capital polonesa, alertaram a polícia na segunda-feira (9) sobre uma mulher grávida com um grave quadro de alcoolismo que havia sido hospitalizada.
"Um exame de sangue revelou que a mãe, de 38 anos, tinha 1,2 gramas de álcool em seu sangue no momento do parto", declarou uma porta-voz da polícia de Varsóvia, Dorota Tietz.
A mãe pode ser condenada a até 5 anos de prisão por ter colocado em risco a vida e a saúde de sua filha, segundo a porta-voz.
"A vida da menina não corre perigo imediato, mas os médicos temem os efeitos (do álcool) em seu desenvolvimento", afirmou.

Níveis
Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que deveria ser reduzido à metade o nível de álcool no sangue permitido pela legislação brasileira para motoristas. O Código de Trânsito Brasileiro aceita até 0,6 grama de álcool por litro de sangue, mas para os pesquisadores, um índice de 0,3 grama também é suficiente para provocar acidentes.