PALESTRAS, ASSESSORIA, ACONSELHAMENTO TERAPÊUTICO, ATENDIMENTO FAMILIAR,PREVENÇÃO À RECAÍDA E REINSERÇÃO SOCIAL
sábado, 18 de julho de 2009
Consumo da cocaína no País quase dobrou, diz ONU
Agência Estado
O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (Unodc) divulgou ontem o Relatório Mundial sobre Drogas 2009, celebrando os 100 anos do combate internacional às drogas, em tom de comemoração, ressaltando que "o mercado global de cocaína, de US$ 50 bilhões, sofreu abalos sísmicos, graças à cooperação internacional". A produção caiu 15% (a maior queda em cinco anos), o consumo caiu na maior parte dos países ou ficou estagnado. No Brasil, porém, o consumo da cocaína quase dobrou em três anos.
Em números absolutos, 890 mil brasileiros são usuários, o que representava 0,7% da população entre 12 e 65 anos em 2007. Seis anos antes, esse índice era de 0,4%. Há ainda a questão do aumento no consumo do crack, derivado mais barato da cocaína. Em um ano, o relatório mostra que triplicaram apreensões - de 145 mil para 578 mil quilos. "O crack vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química", afirma Bo Mathiasen, representante da Unodc no Brasil.
Segundo a Unodc, o descompasso entre queda de produção mundial e aumento de consumo de cocaína no Brasil pode ser explicado pela melhora da situação econômica no País. Além disso, mais estruturados, polícia e serviços de saúde no País implicam mais estatísticas sobre o assunto. "No que diz respeito à produção, o Brasil não incomoda o mundo. O País não produz para exportação. Incomodamos por ser um país de trânsito excelente para o tráfico (que vem de Colômbia, Peru e Bolívia e segue para África e Europa), já que temos fronteiras com os maiores produtores de cocaína do mundo. São 9 mil km que temos de cuidar", analisou o secretário nacional de Políticas Antidrogas, general Paulo Uchoa.
O relatório aponta que a América do Sul foi responsável, em 2007, por 45% do total mundial de apreensões de cocaína. O Brasil foi o 10º em apreensões. A queda na produção mundial, de acordo com a ONU, seria um reflexo não apenas das ações de repressão, mas também do início da queda no consumo nos maiores mercadores consumidores - EUA e Europa, que estão em crise.