O jovem brasileiro está tendo acesso a cigarro, bebida alcoólica e drogas ilícitas ainda em idade escolar. É o que mostra a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar realizada com 618,5 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental de escolas particulares e públicas de todas as capitais do País e no Distrito Federal. O estudo revela que os curitibanos são os que mais apresentaram incidência de uso (pelo menos uma vez na vida) destas substâncias de todas as capitais do Brasil.
Álcool é a droga lícita que os jovens mais consomem em todo o País: 71,4% dos entrevistados dizem ter experimentado bebidas alcoólicas. Curitiba registrou maior índice com 80,7% e Macapá, o menor com 55,1%.
A maior frequência ocorreu com entrevistados do sexo feminino (73,1%). Os homens corresponderam a 69,5%. Entre os alunos das escolas privadas, 75,7% provaram bebidas alcoólicas contra 70,3% dos alunos de escola pública.
Os estudantes tiveram mais contato com álcool em festas (36,6%). Outras formas foram compra em mercado, loja, supermercado ou bar (19,3%), com amigos (15,8%) e em casa (12,6%).
A proporção de alunos que já haviam se embriagado foi de 22,1% . Fortaleza foi a capital com o menor porcentual de episódios de embriaguez (15,7%) e Curitiba teve a maior incidência (30,0%).
“A pesquisa demonstra que há de fato uma indução precoce ao consumo abusivo de álcool por conta da publicidade”, explica o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmando que é a favor da regulamentação dos anúncios de bebida alcoolica. Ele lembra ainda que na França esses comerciais são proibidos.
Curitiba é a capital brasileira em que mais jovens já experimentaram cigarro pelo menos uma vez na vida (35%). De acordo com o estudo, 24,2% dos estudantes brasileiros já experimentaram cigarro, sendo que os que freqüentam escolas públicas são os que mais tiveram contato (25,7% contra 18,3% das particulares). Não houve diferença significativa entre sexo.
O estudo mostrou ainda que 31% dos jovens tinham ao menos um responsável fumante. Em Porto Alegre, o índice foi de 39,8% e em Salvador, 22,6%.
Questionados sobre qual seria a reação de sua família se soubesse que eles estavam fumando cigarro, 95,5% dos escolares declararam que sua família se importaria muito. Apenas 1,3 % respondeu que os pais não se incomodariam.
Curitiba foi também a cidade em que mais jovens declararam ter experimentado algum tipo de droga ilícita. 13,2% dos entrevistados da capital do Paraná já usaram alguma droga, como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy.
O menor porcentual foi registrado em Macapá (5,3%). Os homens foram mais frequentes no uso de drogas ilícitas (10,6%) que as mulheres (6,9%).
“Nesta semana nós lançamos uma campanha em relação ao crack. Essa é uma droga muito perigosa, barata e que está penetrando na classe média. O crack cria uma dependência rápida e tem efeitos dramáticos na mente e no corpo das pessoas que a usam”, completando que mais R$ 200 milhões já foram investidos em programas de prevenção e tratamento para os usuários de drogas lícitas e ilícitas.