Produzido até na Amazônia e com métodos rudimentares de refino e distribuição, o crack já consolidou no Brasil uma indústria que movimenta diariamente R$ 20 milhões.
Estimativas da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados e da Polícia Federal indicam que os brasileiros consomem, todos os dias, entre 800 quilos e 1,2 tonelada da "pedra", a droga ilícita campeã em mortes rápidas e no flagelo da degradação familiar.
Os números são conservadores e consideram o universo de 1,2 milhão de usuários de crack no país. Para consolidar pela primeira vez os dados do giro financeiro da pasta-base de cocaína misturada ao bicarbonato de sódio, os especialistas levaram em conta um consumo diário, por usuário, de quatro pedras, sendo que cada uma delas vale R$ 5 em bocas de fumo e "cracolândias" espalhadas nas capitais do Brasil. Porém, as ruas e a experiência das clínicas de recuperação mostram que o dependente só para de fumar quando termina o dinheiro ou quando ele atingiu o esgotamento, o que pode ocorrer depois da 20 dose.
Bruno, nome fictício, de 14 anos, trafica crack e maconha em Brasília para sustentar o vício. Na noite da última quarta-feira, ele contou ao GLOBO que não sabe quantas pedras fuma por dia. Depende do dinheiro no bolso e de quanto arrecada dos outros usuários, estes representantes da classe média da capital federal.
— Com dinheiro, não paro de fumar, moço. Isso aqui fica impregnado! Só paro quando acaba o dinheiro. Se dá, fumo mais de dez pedra (sic), com certeza — disse, sozinho, agachado em um canto de beco na Asa Sul, área de classe média de Brasília.
O relatório preliminar do levantamento produzido pela Comissão de Segurança da Câmara, com o apoio da Federação Nacional dos Policiais Federais e do SindiReceita, indica que um quilo de pasta-base de cocaína produz quatro quilos de crack. E um quilo de crack fabrica quatro mil pedras, cada uma com 240 miligramas, em média.
O levantamento também acaba com a falsa ideia de que o crack é uma droga barata. Não existe consumo de uma pedra. Há, sim, a dependência de cinco, dez pedras diárias, o que significa que nenhum usuário gasta, por dia, menos de R$ 25.
De acordo com o psiquiatra Pablo Roig, diretor da Clínica Greewood, especializada em dependência química, o resultado é que seis entre cada dez usuários de crack cometem algum tipo de crime para obter a droga. Desde o tráfico até o latrocínio, sem contar o recurso mais recorrente: a prostituição.
— Aí, você pensa no custo social. Falando de mais de um milhão de usuários, podemos pensar que temos potencialmente 600 mil criminosos em função da dependência da droga. Imagina o custo que isso tem para a sociedade. O custo social é altíssimo — diz Roig.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
PALESTRAS, ASSESSORIA, ACONSELHAMENTO TERAPÊUTICO, ATENDIMENTO FAMILIAR,PREVENÇÃO À RECAÍDA E REINSERÇÃO SOCIAL
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Brasileiros consomem até 1 tonelada de crack por dia
Vilão do câncer de pulmão, fumo pode matar 10 milhões em 2020
Considerado pela comunidade médica uma doença gravíssima, o tabagismo atinge cerca de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo, que consomem em média mais de 15 bilhões de cigarros diariamente.
Neste 16 de novembro comemorou-se o Dia contra o Tabaco e, mais uma vez, autoridades e entidades concentraram seus esforços em campanhas de combate ao fumo e conscientização.
A lei antifumo, que proíbe o fumo em locais fechados, é apoiada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e representa a última novidade no combate em massa ao cigarro. A lei provocou, dois anos após a ser sancionada, uma diminuição de 73% dos níveis de monóxido de carbono, segundo estudo do Instituto do Coração (Incor). Acredita-se que esta medida deva reduzir drasticamente o número de fumantes e, consequentemente, o número de doenças causadas por este vício, além de contribuir para uma maior conscientização da população sobre os males do tabaco.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cinco milhões de pessoas morrem vítimas de doenças relacionadas ao tabagismo e a estimativa é que esse número dobre em 2020, causando 10 milhões de mortes. Para Selmo Minucelli, oncologista do Frischmann Aisengar, o cigarro chega a matar hoje, nos países em desenvolvimento, mais que a soma de outras causas evitáveis de morte, tais como a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS.
A causa mais comum de morte por câncer nos Estados Unidos e no mundo é o câncer de pulmão. No Brasil, o câncer de pulmão também é a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres e o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, segundo especialistas, é o consumo de tabaco.
Estudos apontam como outros fatores de risco para o câncer de pulmão exposição ao asbesto, fumo passivo (conviver com fumantes), gás radioativo radônio, poluição do ar, assim como infecções pulmonares de repetição, predisposição genética, dentre outros.
O câncer de pulmão já instalado apresenta uma série de sintomas, mas o principal problema é que muitos deles só aparecem quando a doença já está numa fase avançada. Sintomas como tosse persistente ou de intensidade crescente, dor no peito constante, escarro com sangue, perda de fôlego, chiado ou rouquidão, pneumonia ou bronquite recorrente, inchaço em face e pescoço, perda do apetite ou perda de peso e cansaço costumam indicar a doença.
Autoridades de saúde em todo mundo frisam que o combate ao tabagismo seria a estratégia primordial para a prevenção do câncer de pulmão. As principais ações seriam impedir que pessoas iniciem o vício e ajudar os fumantes a abandonar o tabagismo.
A lista de doenças provocadas pelo cigarro é grande: além do câncer que afeta o pulmão, vários outros tipos como o que compromete rim, laringe, cabeça, pescoço, bexiga, esôfago, pâncreas e estômago são os mais observados pelos médicos. Além de leucemia, problemas congênitos, impotência e uma série de outras doenças.
Avanços recentes no Brasil:
Uma breve pesquisa no site do Ministério da Saúde e do portal Lei Antifumo do estado de São Paulo mostra que:
* Entre 2005 e 2010, foram investidos R$86,2 milhões no tratamento de fumantes;
* De 2006 a 2010, a proporção de fumantes acima dos 18 anos caiu de 16,2% para 15,1%;
* Em 2010, 30% dos atendidos pelo SUS tinham entre 20 e 29 anos, e 42% tinham o ensino médio completo. Ainda, 78% das pessoas que buscaram atendimento conheceram a Ouvidoria do SUS por meio dos maços de cigarro;
* Nos últimos cinco anos, a queda mais consistente foi no sexo masculino, de 20,2% para 11,7%, enquanto entre as mulheres o índice se manteve estável em 12,7%.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Neste 16 de novembro comemorou-se o Dia contra o Tabaco e, mais uma vez, autoridades e entidades concentraram seus esforços em campanhas de combate ao fumo e conscientização.
A lei antifumo, que proíbe o fumo em locais fechados, é apoiada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e representa a última novidade no combate em massa ao cigarro. A lei provocou, dois anos após a ser sancionada, uma diminuição de 73% dos níveis de monóxido de carbono, segundo estudo do Instituto do Coração (Incor). Acredita-se que esta medida deva reduzir drasticamente o número de fumantes e, consequentemente, o número de doenças causadas por este vício, além de contribuir para uma maior conscientização da população sobre os males do tabaco.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cinco milhões de pessoas morrem vítimas de doenças relacionadas ao tabagismo e a estimativa é que esse número dobre em 2020, causando 10 milhões de mortes. Para Selmo Minucelli, oncologista do Frischmann Aisengar, o cigarro chega a matar hoje, nos países em desenvolvimento, mais que a soma de outras causas evitáveis de morte, tais como a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS.
A causa mais comum de morte por câncer nos Estados Unidos e no mundo é o câncer de pulmão. No Brasil, o câncer de pulmão também é a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres e o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, segundo especialistas, é o consumo de tabaco.
Estudos apontam como outros fatores de risco para o câncer de pulmão exposição ao asbesto, fumo passivo (conviver com fumantes), gás radioativo radônio, poluição do ar, assim como infecções pulmonares de repetição, predisposição genética, dentre outros.
O câncer de pulmão já instalado apresenta uma série de sintomas, mas o principal problema é que muitos deles só aparecem quando a doença já está numa fase avançada. Sintomas como tosse persistente ou de intensidade crescente, dor no peito constante, escarro com sangue, perda de fôlego, chiado ou rouquidão, pneumonia ou bronquite recorrente, inchaço em face e pescoço, perda do apetite ou perda de peso e cansaço costumam indicar a doença.
Autoridades de saúde em todo mundo frisam que o combate ao tabagismo seria a estratégia primordial para a prevenção do câncer de pulmão. As principais ações seriam impedir que pessoas iniciem o vício e ajudar os fumantes a abandonar o tabagismo.
A lista de doenças provocadas pelo cigarro é grande: além do câncer que afeta o pulmão, vários outros tipos como o que compromete rim, laringe, cabeça, pescoço, bexiga, esôfago, pâncreas e estômago são os mais observados pelos médicos. Além de leucemia, problemas congênitos, impotência e uma série de outras doenças.
Avanços recentes no Brasil:
Uma breve pesquisa no site do Ministério da Saúde e do portal Lei Antifumo do estado de São Paulo mostra que:
* Entre 2005 e 2010, foram investidos R$86,2 milhões no tratamento de fumantes;
* De 2006 a 2010, a proporção de fumantes acima dos 18 anos caiu de 16,2% para 15,1%;
* Em 2010, 30% dos atendidos pelo SUS tinham entre 20 e 29 anos, e 42% tinham o ensino médio completo. Ainda, 78% das pessoas que buscaram atendimento conheceram a Ouvidoria do SUS por meio dos maços de cigarro;
* Nos últimos cinco anos, a queda mais consistente foi no sexo masculino, de 20,2% para 11,7%, enquanto entre as mulheres o índice se manteve estável em 12,7%.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Filhos do crack nascem com má formação e crise de abstinência
Em Araraquara, estudo do médico Valter Curi Rodrigues revela as consequências do uso da droga durante a gestação
Por Marco Antonio dos Santos
Na Maternidade da Santa Casa de Araraquara, repousa em uma incubadora um menino com três meses de vida, filho de dois usuários de crack.
A criança nasceu prematura, ainda no sexto mês de gestação, pesando 900 gramas. O peso ideal para um recém-nascido, em gestação normal, é três quilos. Não bastasse estar fora do peso, a criança é cega de um olho, possível consequência da gravidez embalada pela fumaça da droga inalada pela mãe.
Quando os médicos revelaram a frágil saúde de menino, os pais preferiram trocar acusações sobre quem dos dois tinha fumado mais crack durante a gravidez.
Quem revela o caso é o coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), Valter Curi Rodrigues, que revela que o drama vivido pelo recém-nascido não é inédito na cidade. "Este ano, fizemos os partos de três crianças filhas de mães usuárias de crack e todas apresentam comprometimento de saúde", diz.
Especialista em pesquisa genética, Rodrigues estuda os efeitos de drogas pesadas como cocaína e crack sobre a gestação. Segundo o médico, como tudo o que a gestante consome é transmitido para o bebê, os efeitos da droga também passam para a criança. "Cocaína e crack são aceleradores do metabolismo e aumentam a pressão sanguínea, mas imagine o estrago disto em bebês que nem estão com o sistema circulatório pronto."
Observação comprovada em crianças nascidas em Araraquara mostram que os filhos de usuários sofrem de microcefalia, alterações no sistema nervoso, degeneração ocular e cardiopatia congênita, também apresentada em filhos de alcoólatras. "As crianças desenvolvem síndrome de abstinência fetal. Elas se tornam viciadas nos entorpecentes consumidos pelas mães", garante. Isso significa que têm tremores contínuos e convulsão por falta da droga.
Na fase adulta, estas crianças são propensas a ter distúrbio de atenção, como hiperatividade. E, quando os entorpecentes não provocam má formação do feto, podem acelerar as contrações e causar aborto, explica o médico.
Em uma discussão polêmica, o médico defende a esterilização de dependentes da droga. "Uma jovem de 25 anos teve três filhos, todos com problemas, mas, por lei, não podemos ligar as trompas. Quantas crianças assim ela ainda vai gerar?", questiona.
Crianças têm distúrbio de atenção
A psicopedagoga Maria Carla Rodrigues Pereira trabalha diariamente com filhos de usários de drogas no Jardim das Hortênsias, Região Sudeste de Araraquara, e relata situações preocupantes. "As crianças são agitadas e não conseguem se concentrar em nenhuma atividade", revela a educadora.
O que mais impressiona Maria Carla são os relatos das crianças que assistem aos pais entorpecerem-se na frente delas com bebidas alcoólicas ou com crack. "Chegam a oferecer para os filhos e convidá-los para consumir junto."
Segundo a psicopedagoga, a maioria destas crianças abandona as escolas devido aos problemas que enfrentam em casa, tornando seu futuro ainda mais incerto.
Nove em cada dez pessoas internadas em clínicas de reabilitação em Araraquara são usuárias de crack. Os outros 10% dividem-se entre álcool, cocaína e óxi
Análise
Droga é o maior desafio dos conselheiros tutelares
"O maior problema que enfrentamos são os casos de crianças e adolescentes que vivem com pais que são usuários de drogas, em especial o crack. A gente recebe a denúncia, averígua e, se for o caso, leva os filhos para um abrigo. O mais importante é não revelar onde fica este lugar para evitar que os pais tentem recuperá-los. Eles podem exigir a devolução dos filhos, mas nem sempre têm condição psicológica. Tivemos um caso de uma mãe que fumou crack na gravidez. Quando a criança nasceu, o Conselho interveio, tirou a guarda da criança dela e entregou para uma avó. Hoje, ela faz tratamento e, se provar que está recuperada e não vai ter recaída, terá a guarda de volta. Mas tudo isto é feito com acompanhamento de assistente social, psicóloga e médico. Nossa maior preocupação é voltada para os filhos, para que eles não sejam afetados psicologicamente pelos lares sem estrutura familiar adequada. E este problema aumenta a cada dia para todos os Conselhos."
Manoel Novaes
Conselheiro tutelar
Casos são impressionantes
Há duas semanas, quando foi visitar seu filho recém-nascido na maternidade, o presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad), Márcio William Servino, presenciou uma usuária de crack entregar para doação a criança que tinha acabado de ter. "Realmente, a situação está ficando cada vez mais triste."
Em Américo Brasiliense, a assistente social, Walkiria do Amaral trabalha em um abrigo para crianças onde quatro dos 11 meninos acolhidos vêm de famílias de usuários de drogas. "Dois têm chance de serem reintegrados às famílias, mas os outros dois, infelizmente, terão de ir para a adoção."
O delegado da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), Gerson Matiolli enxerga piora no quadro. "Estes dias flagrei uma menina com crack ao lado da filha de 2 anos, é muito triste."
Efeitos do crack nos bebês
- Tremores
- Má formação
- Metabolismo acelerado
- Aumento da pressão sanguínea
- Microcefalia
- Degeneração ocular
- Cardiopatia congênita
- Convulsão
- Hiperatividade
- Déficit de atenção
* As contrações durante a gestação também podem causar aborto
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
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Por Marco Antonio dos Santos
Na Maternidade da Santa Casa de Araraquara, repousa em uma incubadora um menino com três meses de vida, filho de dois usuários de crack.
A criança nasceu prematura, ainda no sexto mês de gestação, pesando 900 gramas. O peso ideal para um recém-nascido, em gestação normal, é três quilos. Não bastasse estar fora do peso, a criança é cega de um olho, possível consequência da gravidez embalada pela fumaça da droga inalada pela mãe.
Quando os médicos revelaram a frágil saúde de menino, os pais preferiram trocar acusações sobre quem dos dois tinha fumado mais crack durante a gravidez.
Quem revela o caso é o coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário de Araraquara (Uniara), Valter Curi Rodrigues, que revela que o drama vivido pelo recém-nascido não é inédito na cidade. "Este ano, fizemos os partos de três crianças filhas de mães usuárias de crack e todas apresentam comprometimento de saúde", diz.
Especialista em pesquisa genética, Rodrigues estuda os efeitos de drogas pesadas como cocaína e crack sobre a gestação. Segundo o médico, como tudo o que a gestante consome é transmitido para o bebê, os efeitos da droga também passam para a criança. "Cocaína e crack são aceleradores do metabolismo e aumentam a pressão sanguínea, mas imagine o estrago disto em bebês que nem estão com o sistema circulatório pronto."
Observação comprovada em crianças nascidas em Araraquara mostram que os filhos de usuários sofrem de microcefalia, alterações no sistema nervoso, degeneração ocular e cardiopatia congênita, também apresentada em filhos de alcoólatras. "As crianças desenvolvem síndrome de abstinência fetal. Elas se tornam viciadas nos entorpecentes consumidos pelas mães", garante. Isso significa que têm tremores contínuos e convulsão por falta da droga.
Na fase adulta, estas crianças são propensas a ter distúrbio de atenção, como hiperatividade. E, quando os entorpecentes não provocam má formação do feto, podem acelerar as contrações e causar aborto, explica o médico.
Em uma discussão polêmica, o médico defende a esterilização de dependentes da droga. "Uma jovem de 25 anos teve três filhos, todos com problemas, mas, por lei, não podemos ligar as trompas. Quantas crianças assim ela ainda vai gerar?", questiona.
Crianças têm distúrbio de atenção
A psicopedagoga Maria Carla Rodrigues Pereira trabalha diariamente com filhos de usários de drogas no Jardim das Hortênsias, Região Sudeste de Araraquara, e relata situações preocupantes. "As crianças são agitadas e não conseguem se concentrar em nenhuma atividade", revela a educadora.
O que mais impressiona Maria Carla são os relatos das crianças que assistem aos pais entorpecerem-se na frente delas com bebidas alcoólicas ou com crack. "Chegam a oferecer para os filhos e convidá-los para consumir junto."
Segundo a psicopedagoga, a maioria destas crianças abandona as escolas devido aos problemas que enfrentam em casa, tornando seu futuro ainda mais incerto.
Nove em cada dez pessoas internadas em clínicas de reabilitação em Araraquara são usuárias de crack. Os outros 10% dividem-se entre álcool, cocaína e óxi
Análise
Droga é o maior desafio dos conselheiros tutelares
"O maior problema que enfrentamos são os casos de crianças e adolescentes que vivem com pais que são usuários de drogas, em especial o crack. A gente recebe a denúncia, averígua e, se for o caso, leva os filhos para um abrigo. O mais importante é não revelar onde fica este lugar para evitar que os pais tentem recuperá-los. Eles podem exigir a devolução dos filhos, mas nem sempre têm condição psicológica. Tivemos um caso de uma mãe que fumou crack na gravidez. Quando a criança nasceu, o Conselho interveio, tirou a guarda da criança dela e entregou para uma avó. Hoje, ela faz tratamento e, se provar que está recuperada e não vai ter recaída, terá a guarda de volta. Mas tudo isto é feito com acompanhamento de assistente social, psicóloga e médico. Nossa maior preocupação é voltada para os filhos, para que eles não sejam afetados psicologicamente pelos lares sem estrutura familiar adequada. E este problema aumenta a cada dia para todos os Conselhos."
Manoel Novaes
Conselheiro tutelar
Casos são impressionantes
Há duas semanas, quando foi visitar seu filho recém-nascido na maternidade, o presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad), Márcio William Servino, presenciou uma usuária de crack entregar para doação a criança que tinha acabado de ter. "Realmente, a situação está ficando cada vez mais triste."
Em Américo Brasiliense, a assistente social, Walkiria do Amaral trabalha em um abrigo para crianças onde quatro dos 11 meninos acolhidos vêm de famílias de usuários de drogas. "Dois têm chance de serem reintegrados às famílias, mas os outros dois, infelizmente, terão de ir para a adoção."
O delegado da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), Gerson Matiolli enxerga piora no quadro. "Estes dias flagrei uma menina com crack ao lado da filha de 2 anos, é muito triste."
Efeitos do crack nos bebês
- Tremores
- Má formação
- Metabolismo acelerado
- Aumento da pressão sanguínea
- Microcefalia
- Degeneração ocular
- Cardiopatia congênita
- Convulsão
- Hiperatividade
- Déficit de atenção
* As contrações durante a gestação também podem causar aborto
Fonte:UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas
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Afastamento por dependência cresce 23%
O uso de álcool e drogas afasta cada vez mais brasileiros do trabalho. Entre janeiro e setembro deste ano, 31,8 mil pessoas tiraram licença por “dependência química”, 23% a mais do que no ano passado, segundo o Ministério da Previdência.
Isso significa que, a cada mês, 3,5 mil pessoas são afastadas de seus empregos.
No ranking das substâncias que mais causam afastamento de profissionais no país, o álcool aparece disparado em primeiro lugar: 80% das licenças concedidas pela Previdência são causadas por alcoolismo. A conta inclui também pessoas que utilizam álcool e outras drogas.
Em segundo lugar vem a cocaína, que responde por 17% dos afastamentos. No Brasil, de acordo com estimativa da Abead (Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas), 10% da população (cerca de 19 milhões) são dependentes de álcool. Em média, 32 mil mortes por ano estão relacionadas à doenças causadas pelo alcoolismo.
Para a psiquiatra Camila Magalhães, coordenadora do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), o aumento de licenças não significa um crescimento no consumo de drogas, mas uma quebra de paradigmas nas empresas. “Hoje, em vez das empresas mandarem os funcionários embora por esse problema, preferem tratá-los.”
Camila Magalhães diz que o vínculo trabalhista depois do tratamento também facilita na recuperação. “A possibilidade de recaída é 40% maior quando a pessoa abandona o trabalho para se tratar”, afirma.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Isso significa que, a cada mês, 3,5 mil pessoas são afastadas de seus empregos.
No ranking das substâncias que mais causam afastamento de profissionais no país, o álcool aparece disparado em primeiro lugar: 80% das licenças concedidas pela Previdência são causadas por alcoolismo. A conta inclui também pessoas que utilizam álcool e outras drogas.
Em segundo lugar vem a cocaína, que responde por 17% dos afastamentos. No Brasil, de acordo com estimativa da Abead (Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas), 10% da população (cerca de 19 milhões) são dependentes de álcool. Em média, 32 mil mortes por ano estão relacionadas à doenças causadas pelo alcoolismo.
Para a psiquiatra Camila Magalhães, coordenadora do Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), o aumento de licenças não significa um crescimento no consumo de drogas, mas uma quebra de paradigmas nas empresas. “Hoje, em vez das empresas mandarem os funcionários embora por esse problema, preferem tratá-los.”
Camila Magalhães diz que o vínculo trabalhista depois do tratamento também facilita na recuperação. “A possibilidade de recaída é 40% maior quando a pessoa abandona o trabalho para se tratar”, afirma.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Veja como pode ficar seu rosto por álcool, cigarro ou açúcar
Os cuidados com a pele vão além dos tratamentos estéticos e cremes de beleza. Bebidas alcoólicas, fumo e excesso de açúcar podem causar estragos também.
Fumar diminui a quantidade de colágeno e elastina da pele e evidencia as rugas. O fumo causa manchas nos dentes, doenças nas gengivas e perda dos dentes. De acordo especialistas, 42% dos fumantes acima dos 60 anos perdem todos os dentes, por causa do fumo. Veja a foto.
Uma dieta rica em açúcar e alto índice glicêmico pode levar a glicação - modificação da estrutura de sustentação da pele - na pele, o que diminui a flexibilidade e elasticidade da pele, segundo especialistas. O rosto enruga mais e fica mais flácido. Os contornos das maçãs do rosto e do queixo se confundem porque o açúcar cria uma resposta inflamatória na pele. Veja a foto.
De acordo com especialistas, beber provoca o alargamento dos vasos sanguíneos, perda do tom da pele e desidratação - que pode levar à palidez, o aprofundamento das rugas e ao ressecamento. Quem bebe muito fica deficiente em vitamina A, essencial para a formação de colágeno e elastina. Veja a foto.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Narguilê é tão prejudicial quanto o cigarro, diz pesquisa
Ao menos no Canadá, muitos jovens parecem acreditar que narguilês e outros cachimbos de água são mais seguros que cigarros, dizem alguns pesquisadores.
Para um estudo que aparece na edição atual do jornal Pediatrics, cientistas em Montreal enviaram questionários, em 2007 e 2008, a 1.208 pessoas com idades entre 18 e 24 anos que haviam participado de um estudo anterior sobre uso de nicotina por adolescentes. Três quartos responderam os questionários.
Daqueles, 23% afirmaram ter fumado tabaco num cachimbo de água durante o ano anterior, embora a maioria tenha dito que o fez menos de uma vez por mês. Nos Estados Unidos, estudos com alunos universitários estimaram que de 9 a 20% haviam usado narguilê no mês anterior.
A autora sênior do artigo, Jennifer O´Loughlin, professora de epidemiologia da Universidade de Montreal, disse haver diversos mitos, bastante disseminados, de que os cachimbos de água seriam mais seguros que cigarros.
"Um mito diz que, como a textura é mais suave, ele seria menos tóxico, e que a água filtra as toxinas", disse O´Loughlin. "Isso não é totalmente válido". Na verdade, segundo ela, os cachimbos podem expor os fumantes a quantidades ainda maiores de nicotina e metais pesados do que os cigarros.
Fonte:Olhar Direto/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Para um estudo que aparece na edição atual do jornal Pediatrics, cientistas em Montreal enviaram questionários, em 2007 e 2008, a 1.208 pessoas com idades entre 18 e 24 anos que haviam participado de um estudo anterior sobre uso de nicotina por adolescentes. Três quartos responderam os questionários.
Daqueles, 23% afirmaram ter fumado tabaco num cachimbo de água durante o ano anterior, embora a maioria tenha dito que o fez menos de uma vez por mês. Nos Estados Unidos, estudos com alunos universitários estimaram que de 9 a 20% haviam usado narguilê no mês anterior.
A autora sênior do artigo, Jennifer O´Loughlin, professora de epidemiologia da Universidade de Montreal, disse haver diversos mitos, bastante disseminados, de que os cachimbos de água seriam mais seguros que cigarros.
"Um mito diz que, como a textura é mais suave, ele seria menos tóxico, e que a água filtra as toxinas", disse O´Loughlin. "Isso não é totalmente válido". Na verdade, segundo ela, os cachimbos podem expor os fumantes a quantidades ainda maiores de nicotina e metais pesados do que os cigarros.
Fonte:Olhar Direto/ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Mulheres fumantes chegam à menopausa mais cedo
Mulheres fumantes chegam à menopausa alguns anos antes das não-fumantes, de acordo com estudo. Segundo a Reuters, a pesquisa, publicada na revista Menopause próxima ao Dia Mundial da Menopausa (18), também relaciona o consumo de cigarro com maiores riscos de doenças nos ossos e coração.
O estudo observou dados de diversas pesquisas anteriores com mais de seis mil mulheres dos Estados Unidos, Polônia, Turquia e Irã.
Mulheres que não fumavam atingiam a menopausa entre 46 e 51 anos, enquanto as fumantes chegavam ao período entre os 43 e os 50 anos.
Durante a menopausa o ovário feminino para de produzir óvulos e não é mais possível engravidar. Os pesquisadores analisaram outros estudos realizados com um grupo de mulheres com idade entre 50 e 51 anos para identificar as que entraram na menopausa mais cedo e mais tarde. 43% das mulheres que fumavam estavam mais propensas a entrar na menopausa mais cedo.
De acordo com Volodymyr Dvornyk, pesquisador da Universidade de Hong Kong, há um consenso de que mulheres que entram cedo na menopausa têm mais riscos de desenvolver problemas de saúde como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, Mal de Alzheimer e outras.
Mas entrar na menopausa tarde também pode estar ligado a outros problemas de saúde, visto que o risco de câncer de mama aumenta já que a mulher está há mais tempo exposta ao estrogênio.
Autor:
OBID Fonte: Uol Ciência e Saúde
O estudo observou dados de diversas pesquisas anteriores com mais de seis mil mulheres dos Estados Unidos, Polônia, Turquia e Irã.
Mulheres que não fumavam atingiam a menopausa entre 46 e 51 anos, enquanto as fumantes chegavam ao período entre os 43 e os 50 anos.
Durante a menopausa o ovário feminino para de produzir óvulos e não é mais possível engravidar. Os pesquisadores analisaram outros estudos realizados com um grupo de mulheres com idade entre 50 e 51 anos para identificar as que entraram na menopausa mais cedo e mais tarde. 43% das mulheres que fumavam estavam mais propensas a entrar na menopausa mais cedo.
De acordo com Volodymyr Dvornyk, pesquisador da Universidade de Hong Kong, há um consenso de que mulheres que entram cedo na menopausa têm mais riscos de desenvolver problemas de saúde como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, Mal de Alzheimer e outras.
Mas entrar na menopausa tarde também pode estar ligado a outros problemas de saúde, visto que o risco de câncer de mama aumenta já que a mulher está há mais tempo exposta ao estrogênio.
Autor:
OBID Fonte: Uol Ciência e Saúde
Pesquisador compara o avanço do crack com o da Aids há 25 anos
Globo News
Francisco Inácio destaca complexidade da droga, mas diz que esse não é um problema para o qual não existem alternativas. Em Pernambuco, o governo trabalha para coibir tráfico no sertão.
O governo não tem estatísticas, mas os sinais o avanço do crack no interior do país estão por toda parte: nos números de internação, no aumento da violência e da repressão policial. Petrolina, no sertão de Pernambuco, faz parte de uma região conhecida como polígono da maconha. Mas a droga vem perdendo espaço para o crack e forçando ações coordenadas entre autoridades dos estados do Nordeste. Em Sobral, no Ceará, o número de crimes envolvendo usuários de crack aumentou mais de 100%.
O pesquisador da Fiocruz Francisco Inácio trabalha há 25 anos com Aids entre usuários de droga e reconhece que a situação do avanço do crack é grave. Ele lembra que, há 25 anos atrás, se dizia que o Brasil não conseguiria controlar o avanço da Aids, mas conseguimos. “Esse é um problema inegavelmente complexo pelas próprias características da substância. Mas não é um problema para o qual não existem alternativas”. O pesquisador destaca que é importante as comunidades se unirem e não pensarem em alternativas isoladas.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
Francisco Inácio destaca complexidade da droga, mas diz que esse não é um problema para o qual não existem alternativas. Em Pernambuco, o governo trabalha para coibir tráfico no sertão.
O governo não tem estatísticas, mas os sinais o avanço do crack no interior do país estão por toda parte: nos números de internação, no aumento da violência e da repressão policial. Petrolina, no sertão de Pernambuco, faz parte de uma região conhecida como polígono da maconha. Mas a droga vem perdendo espaço para o crack e forçando ações coordenadas entre autoridades dos estados do Nordeste. Em Sobral, no Ceará, o número de crimes envolvendo usuários de crack aumentou mais de 100%.
O pesquisador da Fiocruz Francisco Inácio trabalha há 25 anos com Aids entre usuários de droga e reconhece que a situação do avanço do crack é grave. Ele lembra que, há 25 anos atrás, se dizia que o Brasil não conseguiria controlar o avanço da Aids, mas conseguimos. “Esse é um problema inegavelmente complexo pelas próprias características da substância. Mas não é um problema para o qual não existem alternativas”. O pesquisador destaca que é importante as comunidades se unirem e não pensarem em alternativas isoladas.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
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